– Quer dizer que você-sabe-quem está atrás dessas...Garotas? - perguntou Rony, surpreso.

Harry havia contado sobre seu sonho para os amigos e estes ficaram intrigados e surpresos. Hogwarts estava mais próxima, notou Harry, que disse aos amigos que conversariam melhor na Sala Comunal da Grifinória.

– Mas... - começou Hermione, insistindo.

– Se liga Mione! Voldemort está à procura do Harry, se você quer saber. Essas garotas devem ser inteligentes, mas fortes talvez não! - afirmou David, já que Hermione não parava de se preocupar exatamente com aquilo.

O trem parou e como sempre todos desembarcaram. Caminhando por entre os alunos do primeiro ano, avistaram uma sombra gigante mais à frente.

– Como vai Hagrid? - cumprimentou Harry, sorrindo ao ver o amigo.

– Vou bem e vocês como estão? - perguntou Hagrid guiando os alunos do primeiro ano até os barcos.

– Vamos bem. Depois a gente se fala, Hagrid. – prometeu Harry, vendo que estava atrapalhando o caminho dos outros alunos.

Logo que subiram nas carruagens sem cavalos – ou melhor, com os Testrálios -, Harry levou a mão à cicatriz, sentindo a mesma formigar.

“Agora não”, pensou, vendo que seus amigos o observavam.

– Que foi Harry? - Hermione o encarou com nervosismo.

– N-nada. – Forçou um sorriso. Hermione continuou observando-o com desconfiança.

As carruagens pararam à porta de Hogwarts. Após descerem, viram Mc.Gonagall com seu habitual chapéu pontudo e vestes elegantes. Tinha a mesma expressão séria de sempre, mas Harry sabia que isso duraria por pouco tempo.

Pelo menos, até o Campeonato de Quadribol, época em que Mc.Gonagall mais sorria – principalmente se o time da Grifinória ganhasse.

– Boa noite a todos. Por favor, sigam-me. – falou, virando-se em seguida. Todos a seguiram pelo saguão de entrada. Uma ou duas vezes, Harry viu Selena rindo com sua amiga Demi.

Pareciam divertir-se com algo. Ou talvez, fossem apenas bobas alegres.

– Tomara que elas não venham para Grifinória. - comentou David, seguindo o olhar do amigo.

– Você já sabe como vai ser sua seleção? - ingagou Hermione, curiosa.

– Ainda não – respondeu, sem dar importância.

– Os alunos novos venham até aqui. - Selena, Demi e David seguiram a professora - O restante, vão para suas devidas mesas. – falou Mc.Gonagall sumindo no corredor com os três.

Harry, Rony e Hermione se sentaram à mesa da Grifinória, onde encontraram Fred, Jorge e Gina. Eles ficaram conversando quando apareceu comida nos pratos e nas mesas. Harry notou que, Dumbledore não estava à mesa dos professores. Snape estava ali e encarava o garoto, com seu habitual olhar de desprezo.

Poucos instantes depois, os primeiranistas adentraram o Salão Principal e se alinharam no saguão de entrada. Flitwick surgiu - não se sabe de onde - com o chapéu seletor e começou a chamar os nomes dos alunos para a Seleção.

David ainda não voltara na hora da sobremesa. Harry achou aquilo muito estranho.

Depois do jantar, Harry, Rony e Hermione iam para a Sala Comunal quando viram David que vinha quase se arrastando. Parecia realmente deprimido.

– O que foi? – perguntou Harry, preocupado.

– Tenho uma boa e uma má notícia. Qual vocês preferem? – David os encarou, deprimido.

– A boa! - disseram os três.

–A boa, é que eu to na Grifinória. – o garoto deu de ombros, sorrindo tristonho.

– E a má? - perguntou Hermione.

– A má, é que elas também estão. – murmurou David quando Demi e Selena passaram por eles, rindo de algo muito engraçado.

Provavelmente, da desgraça dos três.

(...)

Harry, Rony, Hermione e David viram uma muvuca em volta do quadro de avisos, logo que desceram para tomar café na manhã seguinte.

– Vou ver o que é. - Hermione se dirigiu ao quadro de avisos, com um ar autoritário.

Voltou em seguida, sorridente.

– Parabéns Harry! - sorriu.

– Parabéns pelo quê? – Harry franziu o cenho, confuso.

– Você é o novo capitão de quadribol da Grifinória. – explicou, animada.

Harry ficou boquiaberto pelo que pareceram longos minutos. David e Rony se entreolharam e encararam o amigo, sem acreditar.

Capitão?

– Por que não me mandaram a carta? – perguntou o garoto, por fim, indagando algo que os amigos não esperavam.

– Você está preocupado com isso? – David deu tapinhas nas costas do amigo. – Deveria se preocupar com sua responsabilidade, cara.

– Acho que esse ano as coisas estão muito desorganizadas – comentou Hermione, pensativa, logo que voltaram a caminhar pelo salão. – Quero dizer, ontem Dumbledore não fez seu discurso habitual.

– Pior que é verdade – Rony ficou pensativo por alguns segundos, mas logo deu de ombros. – Deixa isso pra lá! Estou com fome!

E seguiu até o Salão Principal. Hermione revirou os olhos, mas riu.

Sentaram-se à mesa da Grifinória e antes que pudessem se servir, Alvo Dumbledore levantou-se à mesa dos professores.

– Ontem, não ouve tempo para anunciar os avisos do início de ano letivo, que são muitos por sinal. Trocamos as capitãs, pois ouve uma ideia dada pelo Ministério da Magia e resolvemos fazer um grupo de torcida para cada casa. - Hermione ergueu a cabeça e muitas garotas que conversavam pararam ao mesmo instante. - Srtas.Angelina, Boot, Chang e Cauttley, serão as treinadoras dos grupos de garotas que devem se inscrever hoje depois do almoço. Os ensaios serão aos finais de semana ou após as aulas, como preferirem. Poderão participar garotas do quinto, sexto e sétimo anos.

– Que legal. – murmurou Hermione.

– Não será apenas dança, como também canto. - Dumbledore sorriu ao ver a animação das garotas. - E mais, os garotos poderão participar também. Os que forem do grupo poderão jogar quadribol sem problemas. Haverá tempo para ambas as tarefas.

Harry encarou Rony e David, que fizeram caretas. Pelo jeito, seriam obrigados a participar daquilo, de acordo com a animação das meninas da casa.

– Agora, antes de saborearem este suculento café da manhã, tenho a honra de apresentar Horácio Slughorn como novo professor de Defesa Contra As Artes das Trevas.

O homem sentado ao lado de Snape levantou-se e sorriu para os alunos, que aplaudiam sem cessar. Era baixo, barrigudo e tinha bigodes longos e castanhos. Um sorriso bondoso estava em sua face.

Harry duvidou que aquele professor fosse lecionar por mais de um ano, mas mesmo com essa pequena observação, acabou por gostar do sr.Slughorn. Pelo menos ele parecia ser bondoso, ao contrário de Snape, que parecia prestes a soltar fogo pelas narinas.

– Aproveitem o café da manhã – Dumbledore sorriu para os alunos mais uma vez. – E tenham um ótimo dia.

Sentou-se mais uma vez, enquanto a conversa rolava solta. Todos tagarelavam sobre as novidades, ansiosos.

– Bom, provavelmente esse ano será bem melhor que o anterior - comentou Harry, enquanto seguia com seus amigos para fora do Salão Principal.

Rony e Hermione concordaram, sabendo exatamente à que o amigo se referia. Falava de Dolores Umbridge, uma ditadora barata que no ano anterior, tentou impor regras descabidas aos alunos de Hogwarts.

Felizmente, ela permaneceu por apenas um ano e foi mandada embora no final do quinto ano de Harry.

– Qual a primeira aula? - perguntou David, tirando os amigos de seus devaneios.

– Poções. Duas seguidas. – respondeu Hermione, fazendo os garotos soltarem suspiros nada animados.

Eles estavam à porta da masmorra. Demi e Selena pararam a frente de Harry, Rony, Hermione e David.

– Olha se não são as garotas cantoras. - zombou Pansy Parkinson, surgindo com suas capangas, Elizabeth Cauttey e Rebeca Spinnet. Elas pararam bem de frente a Demi e Selena, que continuaram imóveis.

– E você quem é?-perguntou Demi

– Sou Pansy Parkinson da Sonserina. Sabem, vi que vocês não gostam do Potter e da galerinha do bem. - zombou Pansy vendo que Harry e seus amigos estavam logo atrás.

– Isso não te interessa. - disse Selena rispidamente.

– Ah...Você que pensa que não me interessa, Gonsales. - retrucou a garota, de modo irritante.

Harry e seus amigos estavam escutando tudo, aliás, todos ao redor estavam.

– Deve ser bem triste, né? Viver com uma irmã chata. Não ter o amor dos pais... Deve ser horrível. – debochou Rebeca. Vários alunos da Sonserina que estavam próximos riram.

Selena sorriu maldosamente. Puxou sua varinha com tamanha rapidez que surpreendeu Pansy e suas capangas.

– Cruccio! – gritou. Pansy começou a se contorcer. Rebeca puxou sua varinha.

– Avada Kedavra! – gritou, para surpresa de muitos.

– Estupefaça! - Demi repeliu o avada antes que esse acertasse alguém. Conseguiu atingir Rebeca no peito e esta saiu voando, batendo contra a parede em seguida.

– Parem com isso! - gritou Hermione pegando sua varinha. Elizabeth mirou na garota.

– Cruccio! - gritou ela. Acertou Hermione em cheio, pois ela começou a se contorcer.

– Hermione! - gritou Rony. Ele, Harry e David foram ajudar.

– O que está acontecendo aqui? - perguntou Snape surgindo do meio da multidão. Tinha uma expressão severa e a capa negra esvoaçava ao seu redor. Continuava o mesmo “Morcego Seboso” de sempre.

– Elas começaram a lançar maldições nas garotas. - respondeu Draco surgindo da multidão com Crabbe e Goyle. Sorriu cinicamente para Harry, Rony e David, que fecharam a cara.

– Primeiro dia e já estão fazendo isso? Que coisa feia. Cem pontos a menos para a Grifinória! Gonsales, London e Granger. – anunciou Snape.

– Isso não é justo! - gritou David nervoso.

– Cinquenta pontos a menos para a Grifinória. - riu Snape e deu as costas para o grupo.

– E a Hermione? - gritou Harry, sentindo a raiva queimar dentro de si. Trincou os dentes, tentando conter palavras extremamente grosseiras.

– Ela está perfeitamente bem Potter. – debochou Snape.

Era mentira. Hermione suava e tremia, mal conseguia abrir os olhos.

– Ela vai pra enfermaria Snape! - Selena surgiu aos olhos de Harry, com uma expressão decidida. Pareceu perceber a aflição de Rony.

Vários alunos recuaram alguns passos, percebendo o perigo. Selena estava enfrentando Snape, da mesma forma que Harry costumava fazer – quando queria levar uma boa detenção, claro.

– Querendo me tirar a autoridade, Gonsales? - Snape .

Selena estreitou os olhos. Pela primeira vez, Harry reparou como ela era bonita. Seus traços frios, seus lábios rosados, sua pele levemente bronzeada e seus cabelos cheios e encaracolados...

– Eu vou levá-la e não estou dando a mínima se vou ser expulsa ou não. Quem vem comigo? – Selena tirou Harry de seus devaneios, encarando os garotos como se os convocasse para uma batalha.

– Eu vou. – prontificou-se Demi.

– Eu também - Rony levantou-se decidido.

– Melhor não Weasley. Você não pode ser expulso – Demi o encarou de forma severa.

– Eu vou! - insistiu Rony.

– Vou com vocês! – Harry deu um passo à frente, sendo seguido por David.

– Revolta? - Snape tinha a voz gélida e por um momento, pareceu prestes a explodir.

– Só estamos fazendo uma coisa que você não faz Snape – Selena sorriu de lado, em desafio. – Justiça.

A partir daquele momento, Harry percebeu que Selena e Demi poderiam ser muito mais do que irritantes e chatas: poderiam ser legais e justas.