O homem com vestes negras, caminhava, inquieto, por um cemitério sombrio. Esperava impaciente pelo seu melhor servo. Este, que sabia muito bem que ele odiava atraso. Entretanto, o sombrio homem perdoaria se o seu servo tivesse informações úteis.

Ouviu-se um estalo e outro homem com vestes negras surgiu à sua frente. Tinha os cabelos escuros e sebosos e um nariz de gancho. Sua expressão era, no momento, indecifrável.

– Você sabe muito bem que não gosto de atrasos, não é Severo? - sibilou Lord Voldemort parando de caminhar e encarando o homem à sua frente.

– Perdoe-me pelo atraso Milorde. - disse Severo Snape tirando o capuz que cobria seu rosto.

– Espero que tenha noticias que me interessem. – disse Voldemort novamente, alisando a cobra que se enroscava nos seus ombros, após subir suas costas.

– Sabe-se claro, que Potter não teve um pingo de inteligência e força para as aulas de Oclumencia que eu lhe dei no seu quinto ano. - disse Snape com ar de deboche.

–Ah, sobre isso, você fez um ótimo trabalho me dando informações sobre os pensamentos do Potter. - comentou Voldemort, distraidamente, alisando a cabeça de Nagini.

– Agradeço pelo elogio Milorde. - Snape fez uma reverência, cheio de si.

– Dumbledore diz que Potter é mais forte que eu. Diz, que ele tem poderes especiais que eu, não possuo. Mas ele faz questão de cuidar, acobertar um menino que não tem um décimo do meu poder. – Voldemort tinha os lábios separados em um possível sorriso de zomba.

Snape não interrompeu o seu mestre, e olhava fixamente para Voldemort.

– Severo, tenho planos para você. Volte para Hogwarts e fique de olho no Potter e nas ações de Dumbledore. - ordenou Voldemort calmamente.

– Certo Milorde. – Snape assentiu com um breve aceno de cabeça.

– Vá que tenho coisas a fazer antes de meu encontro com meus servos. - disse Voldemort virando-se e contemplando um túmulo.

Snape com um estalo dali sumiu, e Voldemort se contemplou sozinho.

(...)

Harry Potter estava num sono profundo na casa dos Weasley. Chegara de madrugada, com Dumbledore e naquele instante, dormia profundamente. Sentiu-se feliz já que passaria o restante do verão na Toca, em vez de estar com os seus tios irritantes e seu primo mais ainda. Parecia que havia dormido só um pouco quando...

– Harry! Harry! – chamava, ou melhor, gritava uma voz conhecida. Harry colocou os óculos e viu que era seu melhor amigo Ronald Weasley.

– Como vai Rony? - Harry sorriu, enquanto se sentava na cama, acostumando-se com a claridade em seu quarto.

– Vou bem cara. Você chegou ontem? - perguntou Rony se sentando em sua cama.

– Foi. - respondeu Harry, trocando de roupa para ir tomar café.

–Mamãe disse que você veio com o Dumbledore. - comentou Rony, em tom de que gostaria de saber exatamente o que tinha acontecido.

– Foi, ele me buscou na casa dos Dursley e me trouxe pra cá. Direto. – acrescentou Harry, para o caso de Rony perguntar se eles tinham ido até outro lugar. O ruivo assentiu e ficou em silêncio, pensativo. Harry sentou-se em sua cama. -Novidades?

– Temos visita! – Rony parecia doido pra compartilhar aquela informação com o amigo.

– Quem é? - perguntou Harry, arqueando uma das sobrancelhas.

– Amigo da família. Quer dizer os pais dele são. David Jayson. - disse Rony.

– Ele está fazendo o quê por aqui?

– Ele foi expulso de Durmstrang e vai pra Hogwarts com a gente este ano. - disse Rony

– Dumbledore está deixando alunos maiores de onze anos entrarem na escola? Estranho. - desconfiou Harry, pensativo.

– A questão é que ele é o mais metido. - disse Rony, rapidamente.

– Pior que o Malfoy ele não é. - Harry encarava Rony, que permaneceu em silêncio. – É?

– Bom, não. Mas ele é um tanto quanto...

–...Metido. - Gina entrou no quarto deles, totalmente irritada.

– O que foi dessa vez? - perguntou Rony, como quem fazia aquela pergunta milhares de vezes ao dia.

– Ele me acha brega. - respondeu Gina, mal notando Harry a encarando.

– Mas você é brega. - Hermione adentrou o quarto, com um livro aberto nas mãos.

–Ah..E você é a deusa da moda. - ironizou Gina.

– Ela é mais na moda que você.

Se Harry não tivesse visto Rony falar aquilo, ele pensaria que fora alguma voz do além ou algo do gênero. Depois de notar o que havia dito, Rony ficou vermelho até as orelhas e Hermione, ficou com a cara no livro, para não ter que encarar os amigos.

– Ok. Vou fingir que não ouvi isso! - exclamou Gina, cada vez mais irritada.

– Ah...Mas ele não é tão mal assim. - defendeu Hermione sentando-se na cama de Rony e abrindo o seu livro novamente.

– Você só diz isso, porque ele te ajudou com uma lição de poções. - retrucou Gina, com as mãos na cintura, em uma pose idêntica à da Sra.Weasley, quando esta, ficava irritada.

– Vocês falam tão bem dele, que me deu vontade de conhecê-lo. – ironizou Harry.

– Harry! Mal tinha notado você aí! Tudo bem? – perguntou Gina, sorrindo simpaticamente.

– Ah...Vou bem. - respondeu Harry, assustado com a repentina mudança de humor da ruiva.

– Oi Harry. – Hermione o cumprimentou, sorrindo.

– Oi.

– Harry! Rony! Hermione! Gina! Venham tomar café! – chamou a sra.Weasley, do andar de baixo da casa.

Os quatro desceram e encontraram a sra.Weasley, sorridente. Ela foi até Harry.

– Querido, quero te apresentar David Jayson. David! - chamou a sra.Weasley.

Logo, um garoto alto apareceu à porta. Tinha cabelos negros lisos e bem curtos e seus olhos eram azuis.

– David, este é Harry Potter. Harry, este é David Jayson. – disse a sra.Weasley

– Como vai Harry? - David o cumprimentou com um aperto de mão.

– Eu vou bem. - disse Harry

Eles se sentaram à mesa. David sabia sobre quadribol e disse que em Durmstrang ele já fora goleiro e batedor. Harry contou que era apanhador e logo Rony entrou no assunto também. Passaram o dia jogando quadribol no jardim e Harry concluiu que por mais metido que fosse, David tinha seu lado amigo.