Vasculhei por todos os lugares em busca da minha primeira vítima. Até que me encontrei num campo de batalha muito sangrento. Havia vários corpos, e uma criança ruiva com uma espada, cuja lâmina pintada de vermelho ainda vagava pelo ar, em busca de mais vítimas.

Ela ria insanamente, chegando de tal modo a me dar calafrios.

–Ah... vejamos? Ah, mais ninguém? Mais ninguém quer me enfrentar!? Seu bando de medrosos! – Ela guardou a espada na bainha. Ultrapassou o campo de batalha sem ao menos olhar para os restos mortais de suas vítimas, e quando olhou, para apenas o mais recente, olhou com repulsa, nojo e ódio.

~^^~

Eu andava tranquilamente sobre o meu reino, pintado de minha cor favorita, vermelho-sangue, sendo também a cor de meus cabelos e olhos escarlates. O nome desse reino, onde apenas os mais fortes sobrevivem? Ele se chama Campo de Guerra. Meu país estava em guerra constante, ele com certeza, era um dos mais brigões. Mas eu não ligo, eu amo guerrear, matar pessoas, ver o líquido da vida deles se esvaindo aos poucos da base do pescoço, recém-decapitada.

Voltei ao palácio, onde o rei me aguardava. Fui até a sala conhecida como “Sala das Cabeças”, onde se penduram as cabeças decapitadas dos mais nobres guerreiros de outros lugares, servindo para mostrar o quão nosso reino é poderoso! Espero que dessa vez, os reinos aprendam que nós somos os soberanos supremos! Nada vai ficar em nosso caminho! Nada! NADA!

Eu pensava em como o meu dia foi perfeito, “tinha um campo de batalha cheio de idiotas querendo morrer, só para mim! Ah, se eu pudesse ressuscitar todos eles, apenas para mata-los de novo, eu o faria! Mataria dia e noite, essa é a minha especialidade!” Eu refletia nisso enquanto deitava na cama. Com certeza, terei uma ótima noite de sono.

–Pare com isso... tente se lembrar... se lembre de mim!

–Quem está aí?

–Eu? Não adianta tentar me achar, eu estou em todas as partes...

A garota tentava acha-lo, tentava e tentava, sem resultado. De repente, sua mão começou a queimar desesperadamente. Quando ela pôde olhar para a própria mão, havia lá um símbolo familiar: O símbolo do naipe de Espadas.

–Mas... o que diabos é isso!?

–Seu nome é Alice... não é?

–Sim... o que isso tem a ver?

–Ótimo... – Um flash cegou a menina por alguns instantes, e quando tornou ver o que havia em sua frente, estava em uma floresta.

–Onde... onde eu estou!?

Ela perguntou, e apareceram várias pessoas.

–Olhem, é Alice!

–Como ela cresceu, não é?

–É uma menina grande, já!

Ela pensou que poderia viver a vida de Alice, mas aqueles cidadãos importunos a incomodavam mais e mais, chegando ao ponto de Alice estar á beira da loucura. Então ela decidiu: mataria todos aqueles que a incomodassem. Ela pegou sua espada e começou a matar todos os habitantes. Fez do pequeno vilarejo seu Reino, o Campo de Batalha. Terminou com a vida de todos.

–MATAR! Matar é tão maravilhoso! – Ela disse enquanto ria insana e ironicamente. Ela olhou para o lado, onde se ostentava um enorme bosque, denso e escuro. – Será que deve ter gente viva ainda lá? Tomar que sim, quero mais sangue na minha espada! – E entrou no bosque. Andou, andou e nada mais encontrou do que uma clareira. – Quê? Só uma clareira idiota? Aff, nem devia ter saído do vilarejo. – Ela se virou para sair, mas não havia passagem por onde retornar. Do chão, brotaram todas as pessoas que ela matou, inclusive na guerra.

Até hoje, ninguém sabe se ela viveu, morreu e onde está.