F R A G I L E escrita por Scorpion


Capítulo 31
28. Brinde. II


Notas iniciais do capítulo

Obrigada para quem apareceu e tal. Falta o epilogo, porque sou burra e disse prologo da outra vez. q
Já volto. Aproveitem. Chorei muito, de novo, traduzindo essa parte x_x q



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O lugar era bastante elegante. Era um lindo salão de parede douradas, colunas cor de perola, rodeadas por lindas luzes e arcos marrons com flores caindo deles. Haviam enormes candelabros dando uma iluminação com um toque romântico.

As mesas tinham longas mantas brancas como primeira capa, depois outra manta em diagonal em tom dourados. Sobre a mesa um elegante vaso com flores brancas, que segundo os conhecimentos de botânica de Brittany eram copos-de-leite. Haviam cinco velas douradas acesas ao redor do buquê.

A pista de dança era grande, com um lindo piso de imitação de madeira, e ao final desta um palco com um monte de instrumentos que esperava pelos músicos eu não podiam demorar mais. Diante do palco, quase que no meio da pista, havia uma mesa longa com um lindo arranjo floral, duas pastas douradas e um homem de olhar severo em uma grande cadeira da época imperial.

Todos pensavam que esse deveria ser o juiz, ou o guru de alguma seita religiosa em que o casamento entre dois homens estava legalizado.

A família Way havia sentado em uma mesa. Ray em outra com uma de suas amadas namoradas. Bob sentou com o de cabelos cacheados, observando os demais convidados que não paravam de chegar.

Você vai fazer isso Iero...” pensou o loiro ao receber a vodka que havia pedido ao garçom de roupa escura.

Uma agradável musica começou e poucos se deram conta quando os músicos haviam ido para seus lugares no palco. A musica era tão atraente que por um momento os convidados esqueceram do fato de não ver os “noivos” se aproximarem da pista para dançar.

* * *

Volto para a cama com a única intenção de me perder na sensação aquecedora que sinto ao acariciar seu cabelo depois de nos amarmos. Mas ele vira e minha mão fica estática antes de lhe tocar. Escuto um bocejo e sorrio ao mesmo tempo em que deixo cair minha mão sobre o colchão.

-Está frio. –Murmura com a voz pastosa.

-É porque você está nu.

Frank bufa e vira novamente. Seus olhos piscam e parecem se focar em mim, entre o escuro quarto.

-Olá. –Sorri e acaricia meu peito ao me ver.

-Olá.

Me aproximo dele e tiro sua mão. A partir de agora só a minha poderá acariciar seu peito nu a cada madrugada. Beijo seus lábios com superficialidade e sorrio ampliamente.

-Sou tão feliz. –Digo sem me dar conta de que meu pensamento deixou de ser só isso. Frankie lança um risinho amável. Me segura pela nuca e beija meus lábios com ternura poucas vezes vista nesta.

-Acha que já deram a noticia?

Nego com a cabeça e me deixo cair sobre seu peito, o abraçando com força.

-Não sei...

Ficamos em silencio. Seus braços se agarram a minhas costas e minha mão descansou sobre seu peito, sentindo o bater tranquilo de seu coração.

Finalmente encontrei meu lar...

* * *

A musica havia parado. Os homens largaram seus instrumentos e olharam para a grande mesa onde o homem de pele morena havia se colocado de pé. Todos viraram em seus assentos sem receber uma ordem, foi só um impulso de fazer.

-Atenção! –Sua voz era grade, como se esperava. Os olhos do moreno começaram a brilhar de uma forma estranha. Pegou a pasta sobre a mesa e continuou falando. –Os senhor Gerard e Frank deixaram uma mensagem! –As pessoas começaram a cochichar, em cada mesa se escutava mais ou menos as mesmas perguntas “Onde estão?”, “Eles brigaram?”, “O casamento vai ser cancelado?”. O moreno ia esperar que os sussurros terminassem, mas os convidados eram insistentes e parecia que nunca terminariam de fofocar. –Silencio! –Gritou em tom autoritário, conseguindo fazer cada convidado se calar.

Seu nome era Louis, e ele realmente não sabia o que faria ali. Foram ordens, e nem sequer conhecia esses dois caras. Mesmo que o moreno não fosse reconhecido nunca estava nervoso e com medo.

-Bem. Irei ler a mensagem que os dois senhores deixaram.

Houve um grande silencio. Louis sorriu.

“Queridos amigos, familiares, e pessoas que não conhecemos, mas decidiram assistir esse evento. Não se preocupem, a comida continuará sendo de graça.

Queremos agradecer sua presença neste dia. Não temos palavras para descrever o quão incrivelmente felizes que nos sentimos ao vê-los mais incondicionais do que nunca.

Imaginamos que se perguntam onde diabos estamos. Pois bem, esta é uma pergunta que não podemos responder no momento. Afinal de contas, a lua de mel é mais romântica quando é secreta. E o casamento? Esse é o mais importante meus queridos amigos. Não terá casamento.”

* * *

-Façamos um brinde.

Agora nos encontrávamos com roupão cor de vinho de tecido frio, mas muito suave. Talvez cetim. Um em frente ao outro sentados sobre a grande cama, com as cortinas abertas para observar a lua cheia e com um sorriso inapagável.

-Bobo. –Me aproximo mais dele. –Não temos taças nem champanhe.

-Certo. Não bebemos nenhum tipo de substancia alcoólica. Isso é bom. –Segurou com sua mão esquerda minha bochecha. –O álcool te deixa tonto quando quer fazer sexo. E fizemos sexo, dos bons.

Ainda admiro sua capacidade para falar tão facilmente de um tema tão polemico e tabu em muitas culturas. Ele ainda continua zombando de minha “puritanidade” , como ele chama o instantâneo corar que cobre minhas bochechas.

-Não importa. –Volta a falar quando o riso some por completo. –Imaginele elas, Gee. –Sua mão fecha e seus dedos se acomodam como se estivessem segurando entre eles o corpo fino de uma taça. Sorrio tentando imita-lo com minha própria mão. –Bem. Brindaremos. Por mim, por você, e por um futuro promissor.

Assinto sem deixar de olha-lo e sem deixar de sorrir. Frank parece maravilhoso sob a luz dos refletores e da lua. Tem uma áurea prateada ao seu redor, e poderia culpar o rum, mas não bebemos nada, como Frank disse.

-Quer adicionar algo mais? –Me pergunta levantando uma sobrancelha.

-Sim. Por você, por mim. Por nossa felicidade baseada no amor e na sinceridade. –Levanto minha taça imaginaria. –Te amo e o farei até que você me permita.

As taças se tocaram. Os olhos se fecharam e ambos nos concentramos em nossos próprios pensamentos. Ele lançou um suspiro e eu entrelacei meus dedos com os que alguma vez sustentava uma taça de champanhe.

-Te amo.

Sorri.

* * *

“Quer dizer. O casamento não será realizado, e isso soubemos no mesmo dia em que a pergunta foi lançadas, mas os convites já estavam feitos e decidimos fazer uma boa ação. (Mas o culpado é Gerard, não esqueçam). Queremos que aproveitem e celebrem por nós. Afinal de contas um casamento é isso, uma celebração honrando um amor que quer ser consumado perante a leis mortais e divinas. Celebrem por nós, porque nosso amor já se aprofundou. Foi correspondido e durará o tempo que nossos corações permitam.

Não nos odeiem. Não foi nossa intenção zombar de vocês, ou criar um ambiente tenso. Sabemos que Donna estará histérica, e o senhor Iero, se é que ele tenha vindo, irá querer deserdar o primogênito, mas não nos repreendam. Não nos julguem. Não nos procurem.

Estamos bem, um ao lado do outro. E por mais clichê que pareça, isso é bom. É nosso único desejo.

Nos vemos logo. Lhes traremos presentes, não se preocupem. Enquanto isso aproveitem da musica, a comida, e tirem fotos para que nos contem como tudo estava”...

* * *

-Você imaginou nosso futuro?

Escuto sua voz muito distante. Demais. Recostado sobre seu peito me encontro em um estado de calor total. Não queria abrir os olhos. Não queria apurar meus sentidos, nem sequer para lhe escutar.

-Gerard...

Bem. Mas terei que fazê-lo. Levanto minha cabeça para vê-lo uns instantes, depois caio até colocar minha cabeça em meu travesseiro. Lanço um suspiro. Nosso futuro. Que bom parece ao ouvir.

-Eu sim. –Disse o locutor certamente resignado por não escutar uma palavra sair de minha boca. –Te vejo no quarto do nosso novo e ainda desconhecido apartamento, sobre a cama e com um som ao lado. É meia noite e você está escutando minha voz através desse instrumento. Eu sussurro palavras contra o microfone e te dedico uma das musicas mais clichês da noite, com uma clave secreta, criada para essas ocasiões. Você está a ponto de dormir, me esperando comendo um sanduíche ou desenhando meu incrível e lindo pênis, com marcadores de cor verde para uma importante exposição.

Neste ponto da historia comecei a rir exageradamente. Seus obscenos comentários continuam me fazer corar. Meus vasos sanguíneos explodiam e marcavam meu rosto de uma cor vermelha carmim que simplesmente detestava.

-O que você acha? –Pergunta com um sorriso adornando seu encantador rosto.

-Eu gosto. –Respondo com sinceridade. –Mas faltou uma opção. –Frankie me olha enquanto levanta uma sobrancelha em um gesto curioso. –Eu estou a ponto de dormir, ou comendo, ou pintando seu encantador pênis. –Coro. –Mas também poderei estar me injetando o fator anti-hemofílico. –Sorri com melancolia. –Eu queria esquecer, sabe? Mas é difícil. Toda uma vida se lembrando... Odiando...

Arruinei. De uma atmosfera rosa e perfeita, agora é escura e tensa. O arruinei.

* * *

“Mas não se preocupem, faremos com que seus presentes que sejam recebidos. Muito obrigado! Esperamos sua compreensão mais do que seu perdão.

Os amamos.

Gerard e Frank.

PS: Nos perdoe Donna!”

 Ponto final. A carta terminava assim. Todos se deram conta quando o moreno parou de ler e começou a colocar a folha dentro da pasta. O silencio era ensurdecedor. Ninguém podia reagir. O que dizer sobre um casamento, onde os únicos que faltavam eram os noivos?

Louis sorriu e fez um sinal.

A musica soou animada ao som de uma ruidosa salsa que abafou o grito saído do mais fundo de uma mulher loira. Seu filho tentou ignorar o gesto, convidando sua esposa para dançar, afinal de contas, tudo era de graça.

Ray logo estava na pista, com uma garota chamada Jennifer ao seu lado. Bob ficou em seu lugar bebendo sozinho. “Simplesmente incrível” –Pensou enquanto sorria. “Quando penso que já não podia me surpreender, faz algo com dimensões olímpicas. Maldito Iero.”

* * *

-Não quero que esqueça. –Falou depois de um prudente silencio. Seus olhos olharam os meus de forma direta e apaixonada. –Não quero que o odeie. Quero que compartilhe comigo e que não se sinta mal por isso. Deixe me cuidar de você.

Fecho os olhos ao instante em que suas mãos seguram com cuidado meu rosto.

-A partir de hoje somos dois que se tornaram um.

Sorri abrindo os olhos para observar a sinceridade impressa em seus olhos. Observei perfeitamente como a ultima mascara caia e em frente a mim estava Frank Iero nu, de corpo e alma.

E quando meus lábios tocaram os seus, para se unir em um beijo selador de promessas, esse que consegue simplificar o que as borboletas em meu estomago querem dizer: O amo. O quero. Assim, sem desculpas, sem pedir perdão nem explicação.

-Poderá algum dia me perdoar? Não consigo entender como suportou o inferno que teve que passar ao meu lado.

-Já te perdoei, porque te amo. E, vamos Iero, não sou tão frágil como parece. –Sorrio.

Um brinde pelas alegrias, as tristezas, as fantasias e as realidade.

Um brinde pelo amor regado sobre uma cama, em um quarto de um luxuoso hotel em Ottawa. Um brinde para os não esposos.

Um brinde pelo final de um começo...

Saúde!


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Notas finais do capítulo

Até daqui a uns minutos, ai a fic acaba de vez x_x
Quero dizer, que, HMMM, eu já tenho uma outra fic e tal. Mas só não sei quando posto :3 q