Ela sentiu uma leve pontada no pescoço. A dor durou apenas alguns instantes pois seu corpo foi inundado por um prazer imenso. Charlotte então sorriu. Sabia que aquilo era o fim de sua antiga vida, e o começo de uma nova.

Uma vida sem dor, sem morte. Ela relembrou seu amado dizendo, quando ele a convenceu a se tranformar.

Hector a largou e limpou sua boca com a palma da mão. Charlotte caiu no chão. Sua transformação estava apenas começando. O prazer deu lugar a uma dor intensa. Sentiu suas veias pulsarem, e sua cabeça queimar. Ela gritou piedosamente para Hector. Ele somente sorriu. A cada minuto, a dor parecia aumentar. Ela queria apenas que tudo aquilo terminasse. Era como se seu organismo estivesse secando, então ela sentiu fome. Percebeu que tudo que precisava era saciar sua fome com sangue.

Ela sussurrou: Hector! Mas ele apenas continuava imóvel, observando sua transformação atentamente.

Ela fechou os olhos e sentiu como se fosse outra pessoa. Sentiu seus instintos se aguçarem, sentiu um cheiro doce, quente. Era daquilo que ela precisava. Sangue.

Charlotte abriu os olhos. Mas eles não estavam castanhos no momento. Eram um tom de vermelho vivo.

- Sua transformação terminou, minha querida! - ele estendeu sua mão, quando ela segurou, ele a levantou do chão e a envolveu em um abraço. - À partir de hoje você será Julliét, minha doce e perversa Julliét.

Uma garota morena, de cabelos longos e cacheados se aproximou. Hector sorriu para ela, concedendo permissão. A garota bruxa tocou o ombro de Charlotte.

- O quê? - ela tentou se virar, a bruxa então a olhou nos olhos.

Charlotte sentiu seu corpo fraquejar. Olhou para Hector e depois desmaiou em seus braços.

Hector alizou os longos cabelos castanho-mel de Charlotte, e disse:

- Foi preciso, minha querida.