Infidelidade (Ou "Meu Primeiro Beijo Pertenceu à Chuva")

Esses dias eu ando distante, abduzida.

Traidora que eu sou.

Tu, meu amor, não mais apareces, visto que encontro alento em outros braços que não os teus, beijo outra boca que não a tua, recebo outras carícias que não as tuas.

Cacei alento para a falta de ti em braços alheios, quentes e sólidos, remotos de suas carícias geladas e suaves; Em contrapartida, nunca mais tu viestes bater em minha porta, com os nós dos seus dedos frios.

Só restou pra mim a quentura de tua ausência; o próprio ar murchou e secou pela tua falta. Assim segue murchando o meu coração e alma pela carência de ti.

Muitos braços podem me conter, muitas mãos me acariciar, mas nenhuma delas, só tu sabes que nenhuma delas irá tão perfeitamente me abranger como as tuas mãos e teus braços.

Sinto tua falta e a falta dos teus beijos, oh, tão tenros. Não te esqueças de que fostes minha primeira...

Volte para mim, Pequena Chuva de Verão, e me faça me perder no espaço entre as suas lágrimas, de braços abertos no seu abraço apertado de frieza.

Volte e molhe minhas mãos e meus lábios acessíveis ao seu contato.

Volte pra mim e me encante, com suas lascas de diamante gotejando dos céus, formando poças de pedras preciosas aos meus pés.

Estou mirrada de tanta saudade. Imploro-te, volta.

De sua amante mais infiel...