P.O.V. Demi

Quando saí do ensaio fui direto para a casa do Niall, já que ele tinha me convidado para assistir alguns filmes.

Nós já estávamos saindo há dois meses, mas mesmo ele sendo muito romântico e tudo mais, ainda não tinha, você sabe, tomado uma decisão mais séria. Não que eu quisesse forçar nada, mas nos últimos dias ele andava meio distante e comecei a achar que não queria mais nada ou estava se cansando de mim. Mas é claro que isso tudo era só coisa da minha cabeça idiota de menina apaixonada.

Quando cheguei lá, Niall me recebeu um pouco agitado e sem jeito, como se fosse a primeira vez que nos encontrávamos. Resolvi deixar isso pra lá e só curtir o tempo com ele, mesmo que fosse um pouco difícil daquele jeito...

-E então Nini – eu disse tentando quebrar um pouco o silêncio que já durava alguns minutos – Você está com fome? Acho que vou fazer alguma coisa pra gente comer antes do filme...

-Seria... seria ótimo – ele respondeu meio sem jeito – Eu posso te ajudar, é claro, se você não se importar em correr alguns riscos... sou um desastre na cozinha.

-Haha tudo bem, você pode me ajudar – disse sorrindo pra ele e recebendo um sorriso em troca, um sorriso que me deixou aliviada já que ele parecia ter voltado ao normal. – Mas tem que prometer fazer tudo que eu disser, não queremos queimar a casa ok?!

-Ok, tudo bem – ele disse rindo e fomos para a cozinha.

Meninos normalmente não lidam bem com cozinha e coisas que a envolvam, mas o Niall definitivamente era pior que todos os outros juntos.

-Por que eu não posso comer isso? – ele perguntou enquanto encarava a massa do bolo de chocolate que eu estava fazendo – Parece tão... bom – ele disse tentando enfiar o dedo pra provar e eu dei um tapa de leve em sua mão.

-Niall! Se você comer isso desse jeito vai ficar com dor de barriga! – o repreendi e ele sorriu pra mim.

-Olha só pra você, toda mandona e linda cozinhando – ele disse se aproximando de mim, como se fosse me beijar, porém ao invés de um beijo o que senti foi um monte de pó branco em meu rosto.

-NIALL! – gritei mas isso só o fez rir mais. – Seu idiota, volte aqui!

-Tente me pegar – ele disse enquanto corria em volta da cozinha e eu corria atrás, jogando farinha nele e recebendo ainda mais em troca.

Começamos a rir um do outro e já não sabíamos se corríamos, jogávamos farinha ou ríamos. Quando o ataque de risos parou, ele se aproximou de mim e me beijou, mesmo toda coberta de farinha.

-Eu prometo me comportar agora – ele disse ainda me abraçando.

-Eu não acredito em você – respondi rindo da cara de inocente que ele fazia – Só me ajude a terminar o bolo e limpar essa bagunça seu bobão.

-Bobão? – ele disse me apertando contra si e me olhando com um olhar maligno.

-Não Nini, não... faça... isso! - eu disse mas não adiantou nada porque ele fez do mesmo jeito. Começou a me rodar pela cozinha.

-Para Nini, eu estou tonta!!! – gritei enquanto ele continuava me rodando.

-Só paro quando você pedir desculpa – ele respondeu rindo da minha cara de desespero.

-Eu NUNCA vou pedir! – mesmo estando tonta e quase morta, era engraçado zuar ele.

-Então eu nunca vou te deixar ir – ele respondeu, mas isso não aconteceu já que depois de mais algumas voltas ele acabou tropeçando e ambos caímos. Pelo menos ele amorteceu a minha queda.

-Eu não disse que era um bobão?! – disse rindo dele, que ainda me segurava contra si.

-Mas admita, você gosta do bobão...

-É lógico que gosto, na verdade eu... – comecei, mas me interrompi no meio da frase.

-Você o quê? – ele perguntou olhando profundamente em meus olhos.

-Nada, não é n-nada – respondi desviando o olhar.

-Demi... – ele começou e tirou algo do bolso de sua calça – Eu... eu não sei como dizer isso... eu, eu te amo. Te amo muito. E... quero saber se você me ama também. – ele completou meio confuso, me apresentando um anel lindo.

Meu Deus, estava acontecendo. MEU DEUS! Ele estava me pedindo em namoro... MEU DEUS DO CÉU! Eu não vou mentir dizendo que fiquei calma e mantive tudo sob controle, na verdade eu estava surtando por dentro e me segurando muito pra não surtar por fora. Meu coração estava batendo muito rápido e eu tinha que ficar me lembrando de respirar. Demorei alguns segundos para responder, não porque eu tinha dúvidas, mas sim porque as coisas se encontravam bem confusas dentro de mim naquele momento.

Respirei fundo e senti uma lágrima correr pelo meu rosto, acompanhada de um grande sorriso.

-Eu te amo Niall, te amo mais do que tudo.

-Isso é um sim certo? – ele perguntou tão confuso e feliz quanto eu.

-É lógico que é um sim seu bobo! – disse o abraçando tão forte quanto pude (detalhe: nós ainda estávamos no chão da cozinha).

Quando o soltei do abraço, ele colocou o anel no meu dedo e me beijou novamente. Ficamos ali nos encarando por um tempo, até que me lembrei que tinha alguma coisa importante pra fazer e me levantei, seguida por ele. Terminamos de fazer o bolo, eu sorrindo como uma boba e ele me encarando como um bobo. Para minha sorte eu tinha uma troca de roupa na mochila, então resolvi tomar um banho antes que sujasse o resto da casa com aquela farinha toda. Niall fez o mesmo e após comermos o bolo (ele comeu quase TODO o bolo), enfim fomos assistir o filme.

Para minha sorte ele não escolheu assistir nenhuma comédia romântica ou romance, porque eu estava em uma situação em que qualquer coisa me faria chorar. Assistimos uma comédia, e mesmo assim eu consegui chorar em certo ponto do filme. Me deem um desconto ok, eram muitos sentimentos pra lidar ao mesmo tempo, eu nunca fui muito organizada, era difícil coordenar tudo.

Quando enfim chegou a hora de eu ir embora, ele tentou fazer de tudo para que eu ficasse, mas minha mãe já estava surtando e se eu não chegasse lá em 20 minutos ela ia me matar.

-Ah, se você tem que ir mesmo então tudo bem – ele disse desistindo de me convencer a ficar e fazendo uma carinha triste.

-Não fica triste bebê, prometo que a gente se encontra amanhã – disse sorrindo pra ele e lhe dando um beijo.

-Não tem como eu ficar triste hoje... ou em qualquer outro dia em que você esteja ao meu lado – ele respondeu sorrindo de volta.

-Aww seu fofo, desse jeito você me deixa envergonhada. -  disse sentindo minhas bochechas queimarem - Mas é sério, agora eu tenho que ir... até mais Nini – disse dando um beijo de despida nele e indo em direção à calçada.

-Até mais minha linda – ele respondeu e enfim nos separamos.

Assim que virei a esquina e ninguém mais estava me vendo, fiz uma “dancinha da vitória” constrangedora mas que me ajudou a expressar a felicidade dentro de mim. Eu estava namorando. Melhor: eu estava namorando o garoto mais perfeito do mundo.

Eu não fazia ideia de quando e porque minha vida tinha melhorado tanto, mas não importava. Ela estava assim agora e ninguém iria estragar isso. Ninguém.

P.O.V. Niall

Quando Demi foi embora, entrei em casa e fechei a porta atrás de mim ainda sem acreditar naquilo tudo. Ela era minha namorada agora. Minha.

Não pude evitar deixar minha felicidade fluir e se transformar em uma estranha dança da vitória, mas naquele momento nada mais importava. Eu só queria que o mundo todo soubesse, que todos sentissem a minha alegria.

Peguei meu violão e sentei na sala, disposto a expressar ali tudo o que estava sentindo. Coloquei um bloquinho e uma caneta á minha frente e simplesmente deixei minha imaginação fluir enquanto criava uma melodia boba no violão. A letra veio quase que automaticamente... e era perfeita.

You're insecure, don't know what for

You're turning heads when you walk through the door

Don't need make-up, to cover up

Being the way that you are is enough

Everyone else in the room can see it

Everyone else but you

Baby you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

If only you saw what I can see

You'll understand why I want you so desperately

Right now I'm looking at you and I can't believe

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful oh oh

But that's what makes you beautiful

So come on, you got it wrong

To prove I'm right I put it in the song

I don't know why, you're being shy

And turn away when I look into your eyes

Everyone else in the room can see it

Everyone else but you

Baby you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

If only you saw what I can see

You'll understand why I want you so desperately

Right now I'm looking at you and I can't believe

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful oh oh

But that's what makes you beautiful

Terminei de compor e fiquei ali olhando para o papel por um tempo. Aquilo era exatamente o que eu sentia. Demi sempre era tão insegura e deixava com que a opinião do outros a influenciasse, mas quando ela estava comigo eu só queria fazê-la se sentir especial, se sentir única. Ela iluminava o meu mundo e nada mais importava quando ele estava lá. A sua insegurança estava acabando, e cada vez mais eu e todas as outras pessoas podiam perceber a beleza por trás daquela garota tímida com um sorriso encantador.

Resolvi que iria mostrar a música pra ela em breve, só não sabia como ainda. Fiquei ali tocando notas aleatórias enquanto cantava letras mais sem noção ainda, todas centralizadas em um refrão que dizia “Ela disse sim”. Inclusive foi nesse momento, no ápice do meu refrão tão bem trabalhado, que minha irmã chegou e me viu ali.

-Niall? – ela perguntou com uma cara um pouco confusa.

-Ela aceitou Tay, ela aceitou!!! – gritei entusiasmado e corri para abraça-la.

-Ah, entendi... você finalmente tomou vergonha na cara! Haha

-Pode parar com as piadinhas ok... ninguém vai estragar meu dia hoje – respondi e percebi que ela estava meio pra baixo.

-Bem, o meu já foi estragado. Parabéns pra vocês, espero que sejam muito felizes – ela disse indo em direção às escadas e subindo rapidamente.

Ela tinha ido se encontrar com o Harry, então provavelmente as coisas não tinham corrido muito bem. Mas resolvi deixar pra lá, primeiro porque ela me mataria se eu perguntasse qualquer coisa e segundo porque eu estava muito feliz pra estragar aquilo com as merdas do Hazza.

Continuei ali sentado na sala repetindo mil vezes a música e amando aquela garota cada vez mais.

P.O.V. Taylor

A felicidade do Niall me enjoava tanto que resolvi nem conversar muito e ir direto para o meu quarto. Lógico que eu amava vê-los juntos e tudo mais, mas naquele momento qualquer coisa que envolvesse relacionamentos me deixava mal.

Eu não entendia o sentido de eu ainda insistir no Harry ou de sequer ficar com ele, quero dizer, NÃO FAZIA SENTIDO. Mas é isso que você ganha por gostar de bad boys. Você acha que eles serão diferentes com você, que vão te tratar melhor... e aí BUM, não é o que você pensou. Ele até que me tratava bem, mas na maior parte do tempo ele era só outro garoto idiota. Porém eu não podia evitar, e não me julgue porque você provavelmente faria o mesmo. Bad boys, sempre arrasando corações. Mas que merda...

Me joguei na cama, coloquei os fones de ouvido e fiquei ali deitada ouvindo músicas que me deixavam com mais raiva ainda. Provavelmente adormeci daquele jeito, e só acordei no outro dia porque uma mensagem chegou em meu celular e como ainda estava com os fones, o barulho me despertou...

“Faz um tempinho que não nos falamos muito, mas realmente sinto falta de você. A gente podia sair qualquer dia desses, é claro, se seu namorado não ligar... Xx” - Jeremy

Fiquei olhando para a mensagem por um longo tempo pensando no que responder, e enfim tomei uma decisão.

“Também senti a sua falta... podemos nos encontrar na sorveteria, 14h xoxo” – Taylor

Não sabia o que estava fazendo, mas Jeremy era acima de tudo um amigo e eu realmente estava sentindo falta dele. Desde que tinha começado a sair com Harry eu tinha o evitado um pouco, já que as coisas poderiam se complicar se eu desse muita atenção para a parte do meu coração que sentia algo por ele. Porém, como naquela hora eu não estava mais ligando pra nada e estava prestes a matar certa pessoa com curls, acabei cedendo.

Não sabia se era a coisa certa, mas parecia certo pra mim.