Just Like Us escrita por Brubs


Capítulo 10
Capítulo 10 – Não Dando Tão Certo


Notas iniciais do capítulo

Estou postando o capítulo antes do previsto porque A FIC TEM NOVOS LEITORES E ESTOU MUITO FELIZ COM ISSO ;)
BTW... SORRY SORRY SORRY para quem pensou que esse capítulo já seria delas com os meninos, eu tinha me esquecido completamente de que tinha um capítulo antes daquele (que no caso eu estou postando agora)... mas prometo postar oi próximo o mais rápido possível, não serei má com vocês ;)
Bem é isso, espero que gostem e acho que já falei demais aqui... rsrs



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P.O.V. Nia

Depois de receber o telefonema de Taylor naquela tarde informando o seu endereço, pensei em ir até a sala assistir um pouco de TV, mas ouvi um barulho alto vindo do quarto de meus pais e resolvi ver o que era. Quando me aproximei percebi que não era um barulho qualquer, era uma discussão. Meus pais estavam brigando, de novo.

Não era algo que acontecia com freqüência, eles se amavam e se davam extremamente bem na maior parte do tempo. Porém, nos últimos dois meses as coisas tinham começado a se complicar. Meu pai tinha resolvido voltar a viajar com sua antiga banda e minha mãe não aceitava isso de jeito nenhum. Sempre que ele voltava de um show os dois discutiam, ele dizia que ela não confiava nele e ela dizia que ele não era mais um garotinho pra sair por ai curtindo a vida numa van ao lado de um bando de solteirões de uma banda de rock. No fim eles ficavam sem se falar por uns dias e depois faziam as pazes. Mas naquele dia parecia ser diferente. Eles estavam discutindo com bem mais de intensidade e gritavam um com o outro, com certeza meu pai tinha aprontado alguma. Minha mãe parecia enfurecida e meu pai tentava se justificar ao mesmo tempo em que a acusava também. Nunca tinha os ouvido brigar assim, era estranho e muito assustador.

Rena, minha irmã mais nova, estava em seu quarto e eu fui até lá ver se ela estava bem. Quando a vi sentada na cama cobrindo os ouvidos e quase chorando fui até lá e a abracei o mais forte que pude. Nenhuma de nós queria ver ou ouvir aquilo.

-Calma Reenie, calma... vai ficar tudo bem ok... – eu tentava acalmá-la, ao mesmo tempo em que tentava ME convencer de que “tudo ficaria bem”.

-Eu não gosto disso Nia... – dizia ela com a voz embargada, agora já derramando lágrimas no espaço entre meu ombro e meu peito onde eu a mantinha segura em meus braços – Não gosto de ver a mamãe brigar com o papai toda vez que ele volta...

-Eu também não, mas no fim eles irão se acertar, fique tranqüila... – eu disse passando a mão em seu cabelo cheio de dreads coloridos e pedindo com todas as minhas forças para que o que eu dizia se cumprisse.

-Você ach... acha mesmo... que eles irão se acertar? – agora ela me olhava fixamente com aqueles olhos de garotinha (mesmo ela sendo apenas dois anos mais nova do que eu) parecendo implorar por um conforto naquele momento complicado.

-Sim, eu acho... eu espero muito que isso seja verdade. – eu apenas esperava, esperava com todas as forças.

Ficamos ali sentadas e abraçadas por um bom tempo. Meus pais já tinham parado a discussão, mas eu tinha ouvido alguém sair e bater a porta da frente com toda a força (provavelmente meu pai), ligar o carro e sair a toda velocidade. Eu não conseguiria encarar nenhum dos dois agora, então resolvi ficar ali e esperar para que as coisas se acalmassem, para que eu me acalmasse.

Já era de noite. Eu tinha ido para o meu quarto, mas tive de voltar, pois Rena não queria dormir sozinha. Ela estava assustada, tinha medo de que nossos pais não se acertassem dessa vez, e eu também já não tinha certeza do que aconteceria. Dormimos juntas em sua cama e naquela noite não ouvi o carro voltar. E nem na manhã seguinte.

Acordei cedo, na verdade nem dormi direito. Tomei meu café da manhã antes que todos acordassem e sai logo de casa. Não podia ficar ali, se ficasse ia acabar tendo uma conversa que realmente não queria com minha mãe sobre o dia anterior. Liguei para a Hay e disse que estava indo pra lá. Ela ficou surpresa por ser bem cedo, eu disse que precisava mesmo sair de casa e ela disse que tudo bem, já demonstrando estar preocupada com o jeito como falei aquilo. Nós podíamos não nos tratar com todo o carinho do mundo, mas nos amávamos mais do que tudo. Só não demonstrávamos às vezes, o que não diminuía nossa amizade.

P.O.V. Hayley

Eram oito e meia da manhã quando meu celular tocou. Eu estava no meio de um sonho com o Johnny Depp e algo relacionado a alguém precisar ser exterminado, e atendi o telefone ainda meio dormindo e com raiva da pessoa que tinha me acordado a essa hora no sábado.

-Alô?! – disse eu ainda tentando acordar e descobrir quem era a pessoa linda e maravilhosa que me acordava naquela manhã (pra mim madrugada) de sábado.

-Oi, Hay?! É a Nia.

-Ah, é você coisa... – meus pensamentos ainda estavam no Johnny, cara ele tava sem camisa no meu sonho, PELO AMOR DE DEUS! – O que você quer há essa hora hein?! Fique sabendo que estava no meio de um sonho incrível com o Johnny Depp... e você acabou com ele!

-Ah bobona, desculpa ok?! É que eu realmente não vou conseguir ficar em casa hoje, queria saber se podia ir aí?

-Mas por que, o que aconteceu?! – aquela última frase tinha me preocupado um pouco, além do fato de a Nia, a N-I-A estar acordada há essa hora no sábado. – Algum problema??!

-Nada, quer dizer... são meus pais... prefiro não falar por telefone...

-Sim, entendo... Mas claro, tudo bem, pode vir aqui sim... já vou me levantar e te espero pra gente conversar ok?! – é, agora já era, adeus sonho e adeus Johnny sem camisa.

-Ok então, obrigado mesmo Hay... e, mais uma vez me desculpe e desculpa pelo Johnny também ok... hahaha

-haha Não tem problema... e o Johnny ainda não saiu daqui... – realmente eu ainda estava pensando no sonho.

-Então está bem... até daqui a pouco.

-Até Nia.

Eu desliguei o telefone e resolvi me levantar para esperar por Nia. Peguei a primeira roupa que vi pela frente sem nem olhar e fui para o banheiro tomar uma ducha rápida. Quando saí vi que minha mãe já se preparava pra ir pra Franklin na tal da palestra, e aproveitei para descer e falar tchau a ela antes que fosse.

-Ora ora, mas o que a senhorita dorminhoca faz acordada a essa hora NUM SÁBADO?? É a MINHA filha mesmo?! – ela adorava tirar com a minha cara, minha mãe era um amorzinho.

-haha Engraçadinha você mãe... e sim, é a Hayley. É só que a Nia vai vir aqui daqui a pouco e eu tive de acordar cedo.

-Mas o que ela vai vir fazer aqui tão cedo? – Nia era tão preguiçosa quanto eu, principalmente aos sábados.

-Coisas mãe, coisas... acho que é algo com os pais dela, sei lá... – eu realmente não sabia direito, ela tinha preferido falar pessoalmente.

-Ah, entendo... bem, tomara que não seja nada de grave. Agora tenho de ir que já estou um pouco atrasada – era coisa de família a parte do atraso – Tchau filhinha e tenha um ótimo dia –  ela disse beijando minha testa e terminando de pegar suas coisas.

-Tchau mãe e tenha um ótimo dia também! – falei retribuindo o beijo e tentando ajudá-la com aquele monte de coisas que ela tentava carregar nos braços.

Tomei meu café da manhã e mal tinha acabado de comer quando Nia chegou.

-Pode entrar, a porta está aberta! – disse eu da cozinha enquanto levava as coisas para a pia.

-Oi Hay! – Nia vinha entrando e indo para a sala me esperar.

-Oi Nia! Já estou indo ok, estou arrumando as coisas aqui...

-Tudo bem, eu espero.

-Pode ligar a TV se quiser, o controle está aí em algum lugar... que por acaso eu não sei... – aquele negócio vivia perdido, minha mãe por acaso tinha me passado dois dons: o de se atrasar e o de perder tudo.

-Não, tudo bem... Acho que nem tenho cabeça pra assistir TV ou qualquer outra coisa no momento. – eu chegava na sala quando ela disse isso, e me sentei ao seu lado para que enfim pudéssemos falar sobre o assunto de mais cedo.

-Mas e então – eu disse me aproximando – o que aconteceu dessa vez? Você parecia meio preocupada no telefone...

-São meus pais Hay... – ela estava até meio desanimada, coisa que não combinava nada com seu rosto tão expressivo – Eles brigaram de novo, só que dessa vez foi bem mais intenso. Nunca ouvi os dois gritarem daquele jeito um com o outro e depois meu pai acabou saindo de casa e não voltando mais, pelo menos até hoje cedo.

-Nossa... mas você sabe o porque da discussão? – eu sabia como era duro ver os pais brigarem, sabia mesmo.

-Eu ainda não sei, não conseguia entender o que eles diziam e estava mais preocupada em ficar com a Rena naquele momento, não prestei muita atenção...

-Entendo... mas e ela? Como ela está?

-Ela está totalmente assustada, agora acho que um pouco menos... chorou por bastante tempo ontem e acha que eles podem não se acertar de novo... – Nia falava com dor na voz, eu sabia como devia estar sendo difícil pra ela lidar com aquilo.

-Mas vocês não podem perder as esperanças... eu sei que é difícil, mas daqui a pouco eles voltam ao normal e tudo vai ficar bem de novo.

-Eu realmente espero que sim, quer dizer, eu não sei o que eu faria se... se... nem consigo dizer isso... – uma lágrima caiu em seu rosto ao pensar na possibilidade do divórcio. A abracei no mesmo instante e enfim várias outras lágrimas acompanharam a primeira.

-Só fique calma ok Nia, vai ficar tudo bem... – eu odiava vê-la assim, mesmo não sendo algo tão freqüente – E se não der, saiba que eu vou estar aqui assim como todos os outros... eu já passei por isso e sei que é horrível. Só se mantenha firme...

-Obrigado Hay, eu realmente quero ficar firme, mas é tão difícil... – disse ela segurando um pouco o choro e apenas tentando descarregar tudo que estava guardando.

-Então tente pela Rena... ela realmente precisa de você agora, mesmo que tudo fique bem, ela precisa saber que se qualquer coisa acontecer você vai estar ali pra ela...

-Eu vou tentar, prometo que vou... – eu via pelo seu olhar que ela desejava de todos os modos que pudesse cumprir a promessa.

-Então agora trate de abrir um sorriso nesse rosto e voltar a ser a Nia que eu conheço!

-haha Ok, mas antes só tenho mais uma coisa pra te perguntar – ela disse se afastando do abraço e limpando o resto das lágrimas em seu rosto.

-Pode dizer.

-Hay, responda sinceramente... Você acha que vai ficar tudo bem de verdade, quer dizer, que meus pais vão ficar bem?

-Bem Nia – era difícil responder aquilo – Eu não tenho como te responder assim, essas situações são difíceis, você sabe o que aconteceu com meus pais... acho que tudo depende do que os dois acham ser o melhor pra eles. Se seus pais se acalmarem e lembrarem do amor que tem um pelo outro então sim, as coisas vão ficar bem.

-Obrigado Hay.

-Eu só fiz o que qualquer amigo faria.

-Não, você fez mais do que isso... quando eu cheguei aqui tinha certeza de tudo ia dar errado, mas agora tenho esperança. Esperança de que as coisas ainda podem melhorar...

-Elas não podem Nia, elas vão!

Eu sabia como era ter pais separados e como era difícil ver as coisas desabarem de uma vez só bem diante de seus olhos. Como eu sabia...

Era um belo dia de primavera. Era sábado a tarde e eu estava no meu quarto lendo um livro e ouvindo música. Ouvi o carro de meu pai estacionar na frente da garagem e estava morrendo de saudades dele. Ele tinha viajado a trabalho e fazia uma semana que não nos víamos. Me preparei para descer e encontrá-lo quando ouvi a porta da frente se abrir. Ele entrou e eu ouvi minha mãe dizer algo a ele. Não ouvi direito, mas não parecia muito amigável. Ele reagiu também num tom um pouco estranho e então resolvi entreabrir a porta do meu quarto e ver o que acontecia. Eu já havia me acostumado com as frequentes brigas dos dois, mas daquela vez parecia bem mais sério. De repente, os dois estavam gritando muito alto um com o outro e minha mãe parecia estar prestes a avançar em meu pai. Ela gritava acusando-o de traí-la e ele negava tudo. Então ela disse algo que me fez entrar num choque tão grande que acabei deixando a porta do quarto se abrir “ENTÃO COMO VOCÊ EXPLICA O FATO DE TER UMA FILHA QUE NASCEU APÓS NOSSO CASAMENTO E APÓS TERMOS HAYLEY?!” Filha?! FILHA?! Eu não podia acreditar. Não era possível. Eu pedia para que meu pai negasse tudo novamente, mas para meu desespero ele reconheceu tudo e admitiu ter uma filha fora do casamento e ter traído minha mãe. Eu já não me continha dentro do quarto assistindo tudo lá de cima e desci correndo boquiaberta e inconformada com tudo aquilo “COMO ASSIM VOCÊ TEM UMA FILHA?? COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE MENTIR PRA MIM?!”. Minha raiva naquele momento superava tudo e eu tinha vontade de acordar daquele pesadelo em que parecia estar. Meu pai tentou de todo jeito me explicar e se desculpar, mas eu não queria vê-lo ou ouvi-lo. Minha mãe chorava, não sei se por causa da raiva dele ou da dor de ter o coração partido. Eu tinha 13 anos na época e era muita informação para absorver assim. Meus pais logo se separaram e minha mãe passou um bom tempo desiludida pelos cantos, eu a ouvia chorar todas as noites. Eu me pegava chorando às vezes também, mas já não estava tão chocada com tudo aquilo. Até já tinha tomado coragem para conhecer minha irmã, Erica, que eu sabia ser a pessoa menos culpada em tudo aquilo. Nós nos demos muito bem e eu mantinha contato com ela sempre que podia. Depois disso, nós nos mudamos para Franklin, pois minha mãe já não agüentava ficar ali tão perto de meu pai e nossa família toda morava por lá, serviriam como uma espécie de apoio a minha mãe já que eu sozinha não conseguia lidar com tudo. Depois de quase dois anos em Franklin nós nos mudamos para a cidade vizinha, Nashville, que era à uma hora dali. Minha mãe estava ganhando bem e disse que queria o melhor pra nós, morar em uma cidade grande e tudo mais. Agora estávamos em Nashville, vivendo uma nova vida juntas.

Depois da conversa e do desabafo de Nia, nós duas voltamos a rir e ser as duas tontas que sempre fomos. Assistimos a algumas séries e desenhos e depois fiz algo pra comermos na hora do almoço. Era pra ser macarrão com queijo, mas digamos que eu não tinha habilidade pra essas coisas e acabou não saindo do jeito certo. Eu não levava jeito pra cozinhar, só a Demi era boa nisso (ironicamente, se é que você me entende). No fim resolvemos fazer uma salada cheia de coisas que achamos na geladeira e uns congelados. Depois aprontamos o que pretendíamos levar pra casa da Taylor e fomos para a casa da Demi. O dia ainda iria ser beem longo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, mesmo sendo um pouco dramático... ah, e a propósito, se alguém que está lendo quiser me passar o twitter pra que eu te avise quando tiver novos capítulos, pode mandar no review mesmo ou por MP ok *-*



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