Can you hear my call? Are you coming to get me now? I've been waiting for. You to come rescue me. I need you to hold. All of the sadness I am not living inside of me... Consegui mais uma vez cochilar na aula mais chata do planeta, a aula do professor Jake de história, ouvindo música triste, que aliás, é o que eu mais estou fazendo no momento.

Sabe quando você não tem nem força o suficiente para acordar de manhã? Bom, eu sei e acho que já estou sabendo disso a muito tempo. Eu, sei la, chego morta em casa mas não consigo pregar o olho. Eu sei que a carteira da sala não é o lugar mais confortavel, mas ultimamente é o único lugar que eu estou conseguindo dormir. Mas chega de falar em "dormir" porque se não vou piscar pesado mais uma vez e o professor vai me expulsar da classe. Se bem que não seria uma má ideia ele me expulsar da classe. Mas vai ser melhor eu ficar aqui quieta no meu canto tentando ser uma pessoa normal.

De repente eu deixo meu lápis cair no chão, estou começando a ficar com sono de novo, na verdade ainda não deixei de ficar com sono, mas não custa nada tentar fingir um pouco para não levar uma bronca daquelas de doer os ouvidos. Mas no momento em que eu me estico para o lado para pegar o lápis que parece estar fixado no chão, eu escuto a voz rouca do professor dizendo um alto "bom dia", eu me levanto rapidamente me ajeitando com uma postura devidamente correta no meu lugar e olho pra frente pensando ser o diretor ou algo do tipo, mas só vejo um garoto, e que garoto, com cabelos castanhos jogados para o lado, com olhos castanhos escuros, olhos que te deixam ipnotixada, de jaqueta de couro, braços fortes e... Que no momento está vindo na minha direção com um belo sorriso no rosto. O tal garoto passa direto por mim, sorte minha eu acho, e se senta bem atrás de mim, a única carteira vaga naquela imensa sala.

Eu me viro para trás tentando olhar para aqueles lindos olhos castanhos tentando disfarçar o máximo possível para não pagar, sei la, um king kong talvez, sério, não é nem mico, é um macaco gigante mesmo.

Mas acabo levando um baita susto com o professor que grita meu sobrenome pro mundo inteiro ouvir. Eu me viro para frente tentando parecer normal, mas só consigo olhar aparavorada para o professor que aponta o dedo para a porta e eu nem sei o porque. Eu nem sei o que passou pela minha cabeça naquele momento, só sei que eu peguei coragem, levantei e sai como se nada tivesse acontecido. Mas ai eu escuto uma voz grossa que ao mesmo tempo é doce e gentil me chamando desesperadamente. Eu me viro e vejo aquele Deus grego de jaqueta de couro na minha frente que me deixa toda boba. Eu o respondo com um irônico... Sim?

Ele estende as mãos na minha frente e percebo que ele está com o meu caderno de história no meio delas. Eu também estendo as minhas para pegar meu caderno e por alguns miseros segundos nossas mãos se tocam o que me deixa mais tonta do que eu ja sou, eu achava isso impossível até que ele apareceu. Ele sorri e se desculpa de um jeito tão fofo que me deixou apaixonada e logo depois de entregar o caderno ele estende a mão novamente para me cumprimentar.

– Oi, eu sou o Justin, sou o aluno novo, não sei se você ouviu falar de mim, mas, sei la, prazer - diz ele meio envergonhado.

– Oi, eu sou, é, eu sou a - respondo-o mais perdida que um cego em tiroteio.

– Selena, certo? - pergunta ele.

– É, certo, eu acho - respondo-o mais uma vez, mas dessa vez acho que vou me jogar pela janela que se localiza bem ao meu lado.

Ele ri, me mostrando aquele sorriso lindo novamente e eu, sei la, não conseguia parar de olhar para ele, eu estava simplismente apaixonada, sei la, não me perguntem como, só sei que eu estava.

O sinal toca estragando com meu momento de felicidade.

– Então, foi um prazer, Selena - diz ele

– O prazer é todo meu, Justin - respondo-o com um sorriso de orelha a orelha.