Haunted House escrita por GabanaF


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Bem, eu sei que ainda não atualizei Running Away, mas prometo que até o fim da semana - um pouco depois do episódio de Glee - um novo capítulo estará lá. Se quiserem jogar alguma culpa em alguém, joguem na faculdade e na matéria que eu provavelmente bombarei KKK
Mas enfim, eu agradeço pelos reviews do último capítulo, muito obrigada por terem aprovado a ideia e bem, aqui está para vocês um capítulo novo. Espero que curtam!



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11:12 PM

Era impressão de Rachel ou o ar esfriara e a ventania havia aumentado consideravelmente? Antes que pudesse responder, contudo, a janela ao seu lado do corredor do terceiro andar bateu impetuosamente. Suspirou, nunca querendo tanto o abraço dos pais, e continuou a seguir Quinn.

Já passava das onze horas e ainda nenhum sinal de Brittany ou de Santana. Rachel começara a ficar preocupada, mas Quinn dizia que isso sempre acontecia, que as garotas provavelmente estavam em algum quarto “fazendo coisas feias”. Ela sequer considerava a probabilidade de aquilo ser algo sexual.

— Na última vez em que viemos aqui, as duas me deixaram presa naquele salão de entrada por três horas. Sozinha — Quinn dissera, com um amargo tom na voz, porém o riso se escondia por trás. — Eu odeio, simplesmente odeio, sair com elas.

— Vocês já vieram aqui? — Rachel indagou surpresa, seguindo os passos de Quinn que viravam um corredor adjacente. Ela abriu a porta de um dos quartos, mas encontrou somente poeira e uma cama vazia.

— Santana me mostrou no segundo mês de aula, durante a noite de Halloween. — Ela deu de ombros, apontando a lanterna para outro quarto com a porta entreaberta. — Você não imagina o quanto ela riu de mim na segunda.

Rachel conteve uma risada. Agora, sentia-se certamente culpada por ter julgado Quinn como uma pessoa má e ter dito isso na sua cara. Obviamente, ela era apenas mais uma dominada pelo sistema maluco daquela escola psicopata. Depois de pouco mais de meia hora, Rachel havia aprendido a gostar de Quinn.

Um vento frio bateu novamente em suas pernas e ela estremeceu. Sabia que não deveria ter vindo com sua saia de prega nova, mas queria causar uma boa impressão. Arrependia-se amargamente, por que havia se esquecido de que elas estavam em fevereiro e o frio cortante de Ohio ainda era o grande assunto nos canais do tempo na TV a cabo.

Quinn parou na sua frente de supetão, o que quase a fez colidir com a garota. Ela fincou o pé em um pedaço de madeira solta no último momento e tropeçou, se contendo para não encostar-se a ela.

— O que foi? — indagou Rachel, se posicionando ao seu lado, um tanto temerosa. Porém, Quinn não lhe deu nenhuma resposta.

— Diga pra mim que você também ouviu — sussurrou ela depois de alguns minutos em completo silêncio.

— Ouvi o quê? — Rachel devolveu, o medo parecendo ser injetado em suas veias. Suas mãos começaram a tremer, fazendo com que a luz da lanterna estremecesse no chão do corredor.

Rachel engoliu em seco, não notando a aproximação que ganhara junto da outra garota nos últimos segundos de completo pavor. O braço de Quinn estava tão próximo dela que sentia o calor do corpo da garota passar para o seu em pequenas ondas. Ela apenas queria saber do que Quinn estava falando, e que barulho era o que ela tinha ouvido.

A respiração dela ficou tão fraca a ponto de qualquer som no meio do nada em que estava fosse escutado. Um mínimo farfalhar nas folhas do lado de fora se fazia ouvir para Rachel. Por um minuto, quis agarrar a mão de Quinn e dar o fora dali, correr para o salão de entrada e ficar nele até que Brittany e Santana decidissem aparecer. Contudo, ela ficou quieta. Não era ela que estava no comando, afinal de contas.

— Nada... — murmurou Quinn, se afastando de Rachel. — Talvez possa ter sido um sussurro ou coisa do tipo. Um arrastar de correntes, na pior das hipóteses.

— Quinn Fabray! — exclamou Rachel, indignada depois do susto. Obviamente, era mais uma das brincadeiras de Cheerios que Santana e ela compartilhavam. — Você quase me matou do coração.

A cabeça de Quinn apareceu dois quartos à frente de onde Rachel estava, rindo estupidamente.

— Foi muito óbvio? — indagou, fazendo uma expressão inocente.

— Demais.

— Ótimo, então quer dizer que funcionou. — Ela saiu do quarto e se aproximou novamente de Rachel, chegando tão perto que, mesmo na escuridão, ela podia ver seus olhos amendoados cintilando. — De volta à sala de estar, nosso tour acabou.

— Não achamos Brittany e Santana — apontou Rachel, franzindo o cenho.

— Não estava procurando as duas — retrucou Quinn, dando de ombros. — Perdi uma pulseira aqui da última vez. — A garota levantou o braço e sacudiu o pulso, mostrando algo que Rachel não reparara antes. — E agora nós podemos ir.

— Embora?

— Não, idiota. — Rachel suspirou; Quinn Fabray não perdia uma única oportunidade mesmo. — Para a sala, vamos.

Vendo que não tinha nenhuma escolha, Rachel deu de ombros e seguiu a garota loira de uma beleza estonteante de volta aonde ela tinha começado tudo.


11:54 PM

O iPod de Quinn tocava um rock clássico que Rachel desconhecia. Seus olhos abriam e fechava periodicamente; ela estava quase dormindo ao lado de sua mochila estufada, mal reparando que já parara de jogar no Game Boy lucidamente há muito tempo. Ela estava afastada de Quinn uns bons metros, embora não se preocupasse mais se ela fosse mesmo matá-la ou torturá-la de alguma maneira.

Rachel estava congelando. Não trouxera um cobertor como Quinn, que agora se enrolava nele confortavelmente, sem ao menos perguntar a Rachel se ela queria aconchegar nele também. Ela não a culpava; afinal, deveriam se odiar, ainda que Rachel não odiasse Quinn tanto quanto no dia anterior. Longe de Santana, Sue Sylvester ou da McKinley High, ela era consideravelmente amigável. Ela sabia que aquilo acabaria tão logo elas saíssem da casa abandonada, porém Rachel poderia aproveitar um pouco a companhia de Quinn. Testar suas habilidades em atuação iria ser um exercício e tanto para a próxima reunião do clube de teatro.

— Tudo bem? — A voz distante de Quinn fez Rachel sobressaltar. Arregalou os olhos, assustada, e respirou fundo ao perceber que nada demais tinha acontecido.

— Tudo ótimo... — balbuciou, bocejando. Se Quinn quisesse que Rachel ficasse acordada a noite toda, teria que oferecer os energéticos a ela novamente. Não era acostumada a ficar acordada até tão tarde. — E aí? Como é que tá?

— Bem quentinho — respondeu, dando um meio sorriso. Rachel bufou, se amaldiçoando novamente por não ter pego um cobertor. Estremeceu de novo quando uma lufada de ar passou pela janela quebrada perto dela.

Quinn abriu um pequeno espaço ao seu lado e apontou a cabeça para ele. Rachel estreitou os olhos; a garota queria que ela se usasse o cobertor junto dela? Isso definitivamente não era algo digno da líder das Cheerios. Ela imaginou-se contando à alguém a oferta que acabara de receber, mas lembrou de que não tinha amigos, e que era uma grande vantagem a Quinn este fato: ninguém jamais saberia o quão legal era.

— Venha logo para cá antes que eu me arrependa — disse Quinn, revirando os olhos. Rachel não perdeu tempo e correu para se ajeitar ao lado de Quinn no cobertor, tentando manter a maior distância entre as duas.

Não sabia se era o calor da garota ou do cobertor, mas Rachel se sentiu imediatamente mais confortável e quente. Seu desejo era dormir e ficar perto de Quinn a noite toda. Nunca sentira nada por ninguém antes — pensava que a vida profissional e o sonho interminável de ser uma estrela viriam sempre primeiro que o amor; além disso, nenhum dos babacas da escola merecia seu respeito e admiração —, no entanto, Quinn a fazia imaginar coisa que jamais se arriscaria imaginar.

Com o tamanho talento de deixar as pessoas desconfortáveis para descobrir os segredos que possuía, Rachel perguntou timidamente:

— Você está namorando?

Quinn levou um minuto e meio para responder, de acordo com a conta mental de Rachel. Franziu os lábios antes de abrir a boca e dizer:

— Finn Hudson está interessado em mim, disso eu sei. Mas... — Quinn suspirou — acho que não vai rolar.

— Por que não?

Rachel conhecia Finn Hudson, o quarterback reserva do time de futebol da escola. O garoto era particularmente idiota e desastrado com seus quase dois metros de altura, mas ela, assim como a maioria das meninas do nono ano, suspirava por ele. Finn era bonitinho, e tão idiota que o deixava fofo. Rachel o vira espiando um dos ensaios do Glee com uma expressão de desejo no rosto, mas é claro que ele não entraria para o clube de maiores perdedores da escola.

— Estou... interessada em outra pessoa — Quinn respondeu num murmúrio.

Seu estômago deu uma volta completa. Ela mexeu-se ligeiramente para mais perto da garota ao escutar mais um dos inúmeros barulhos estranhos, tentando ignorar a chama de esperança que acendeu em seu peito. Quinn não poderia estar falando dela... poderia?

— Pois é... — sussurrou Quinn, passando o braço pelo ombro de Rachel inconscientemente. — Meus pais nunca aprovariam, então não irá acontecer.

Rachel já escutara nos corredores da McKinley rumores sobre os pais de Quinn. Os Fabray eram os maiores católicos da cidade de Lima, os pais mais conservadores que uma filha poderia ter. Rachel conhecia Russel Fabray e tinha um ódio contido por ele, pois o homem torturara seu pai, Hiram, durante o Ensino Médio, e um tempo após isso, quando ele conheceu seu outro pai, Leroy. Nada a faria gostar dele.

Quinn não estaria falando dela, não era possível. Mas por que, ela se pegou pensando, queria tanto saber se a garota gostava dela ou não? Quinn a odiava, e estava apenas sendo legal naquela casa abandonada pois não havia ninguém por perto, nem mesmo suas melhores amigas. Quinn Fabray era mais uma manipuladora maligna do grupo de Sue Sylvester que provavelmente só queria se aproximar de Rachel para ter uma Cheerio reserva para as Regionais.

Ela permaneceu calada por longos minutos, sabendo que o braço de Quinn estava ao redor de seus ombros numa posição não fatal e que sua cabeça pendia na curva de seu pescoço. A sensação de proximidade entre ela e Quinn, acompanhada pela não vontade de matá-la por mais que ela estivesse mentindo sobre aquela amizade momentânea, deixava Rachel perturbada. Com a exceção de seus pais, Rachel nunca abraçara ninguém na vida. A sensação era estranhamente gostosa.

— E você? — perguntou Quinn de supetão, assustando Rachel. — Está namorando?

O tom dela não era carregado de sarcasmo ou ironia como sempre. Parecia... preocupado, hesitante, como se estivesse mesmo interessada em sua vida amorosa. Rachel balançou a cabeça, tirando tais ideias da mente. Provavelmente, estava imaginando tudo.

— Sou a maior perdedora do colégio. — Rachel suspirou. — Não tenho sua beleza e todos me odeiam. Isso responde sua pergunta?

— Não — Quinn disse sincera. — Você é bonita... calada.

Ela saiu de sua confortável posição para encarar a outra e bater fracamente em seu braço. Quinn riu, o que a fez socar o braço dela com mais força. Mesmo com a demonstração de raiva, Rachel também ria.

— Quinn! — Rachel exclamou, empurrando a garota para o lado. — Não tem graça.

— Não tem graça você me fazendo essas massagens. — Ela virou de costas e apontou para a jaqueta das Cheerios, que usava por cima do seu moletom da GAP. — Eu estou na trupe da Coach Sylvester, será muito difícil você me machucar.

Rachel rolou os olhos, sorrindo. Uma ideia passou por sua cabeça. Sem aviso nenhum, jogou Quinn ainda dando gargalhadas para o chão de madeira empoeirado, sentando por cima dela, rindo estupidamente. Quinn tentou se desvencilhar, virar de frente para a garota, mas Rachel a prendia firmemente contra o assoalho da casa antiga.

— Não é tão ruim para quem não faz parte das Cheerios, hein? — zombou ela com uma risada escandalosa. Embaixo dela, Quinn bufou.

— Não — Quinn respondeu contra sua vontade. — Pode me soltar?

Rachel não queria. Queria Quinn presa por baixo dela pelo resto da noite — e do ano escolar, e do Ensino Médio, e da vida... Isso precisa parar!, pensou ela desesperada enquanto, sentindo-se obrigada, saía de cima de Quinn, caindo por cima do cobertor há muito esquecido. Quinn virou de barriga para cima e suspirou, dando uma última risada. Seus olhos se demoraram no teto, procurando algo que Rachel não sabia o que era, para somente depois colocá-los na garota sentada ao seu lado.

— Tem morcegos aqui — Quinn disse simplesmente, apontando para o teto.

Ela arregalou os olhos e virou a cabeça para cima, aterrorizada. O que esperava ver era um Batman e seus filhos, mas tudo que encontrou foi o lustre bem arranjado do século XIX. Em seu segundo de distração, Quinn pulou nela como uma maníaca, pregando seus braços no chão e encaixando as pernas perfeitamente em sua cintura.

— Vingança é uma beleza, não é? — ela abriu um sorriso escárnio.

— Me diz você Fabray, eu não estou acostumada com esse pecado em especial — provocou Rachel, percebendo que a cabeça de Quinn se aproximava cada vez mais da sua.

Seus lábios estavam para se roçar inocentemente quando Rachel ouviu a voz irritante de Santana descendo as escadas principais.

— Fabray! — Santana exclamou, fazendo Quinn dar um salto não muito gracioso e cair desequilibrada ao lado de Rachel. — Achei que seu pai não aprovasse esse tipo de comportamento.

Santana vinha de mãos dadas com Brittany, como Rachel muitas vezes vira nos corredores da McKinley High. Seu rosto corou fortemente, desejando por tudo no mundo que Santana não espalhasse o rumor de que era lésbica pelo colégio. Debaixo das asas da Treinadora Sylvester, ela nunca sentiria as consequências de algo nessas proporções, mas Rachel era a maior perdedora da escola — ela sabia muito bem o que um boato desses poderia causar na vida de alguém que estudava na homofóbica escola que era a McKinley.

— Santana, calada — rosnou Quinn entre os dentes, lembrando à Rachel a garota que dominava a turma de nono ano dela e que sumira até poucos minutos antes enquanto brincavam.

— Sem problemas. — Santana deu de ombros, sentando ao lado de Rachel e formando uma espécie de meio círculo com as pessoas mais improváveis com quem ela almoçaria no refeitório. — Mas, na segunda, eu fico no topo da pirâmide.

— Beleza — Quinn concordou de má vontade.

Brittany soltou uma risada, chamando a atenção das três para ela.

— Santana no topo, essa é boa... — Brittany disse, limpando as lágrimas causadas pelo acesso de risos.

Rachel abriu a boca, e estava pronta para perguntar o que aquilo significava, quando Santana interrompeu, histérica, dizendo:

— Quem está afim de umas histórias de terror?

Ela olhou para Quinn, confusa. A garota apenas meneou a cabeça, a atenção agora voltada somente para Santana. Rachel suspirou, o que poderia muito bem expressar o quanto estava animada para ouvir tais contos de terror de Santana.


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Notas finais do capítulo

Meio apressado para um "beijo" ou não? O que vocês acharam? Escrever essa Rachel com medo de tudo é com certeza o melhor dessa fic, mas bem, não ganha da amizade Faberritana que está se desenrolando. É realmente muito divertido pensar nas quatro há tanto tempo atrás, antes mesmo da série começar, quando todo mundo ainda estava formando suas personalidades.
É isso galera, deixem seus reviews, recomendações, o que puderem, com suas sugestões, elogios e, bem, vejo vocês nos próximos capítulos!



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