62th Edição dos Jogos Vorazes escrita por Glimmer


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Confesso que ficou um pouquinho confuso.Se não entenderam alguma coisa deixem reviews que eu explico.



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Acordei mais cedo hoje. Vesti minha blusa larga velha e minas calças largas e fui ao encontro de meu pai na praia.

Algumas casas do Distrito 4 ficam a beira do mar, para as famílias mais pobres. Eu não diria tão pobres, comparado a outros distritos, imagino, mas são as menos bem sucedidas. Meu pai vende peixes na feira da praça e algumas vezes, se dermos sorte, conseguimos peixes de 3 kg, mas são raras as vezes. Quando sobra muito peixe, minha mãe faz sopas, que na verdade vendem muito melhor que os peixes. Metade do que pegamos é mandado para a Capital. Não sei por que um lugar tão rico precisa de tanta coisa. Dizem que as pessoas de lá são metidas e usam roupas horríveis.

Hoje é dia da colheita, onde escolhem dois tributos -um menino e uma menina entre 12 e 18 anos -para os Jogos Vorazes. Já podia ouvir os aero deslizadores passando para o encontro na praça

Meus amigos sempre acharam que é uma honra ser chamado, pois os tributos de nosso distrito são chamados de carreiristas, assim como os do distrito 1 e 2. Eu nunca concordei, mas imagino que teria chances de ganhar.

Passei pela cama de meu irmãozinho e o vi dormindo tranquilo. Dei um beijo em sua testa e fechei a porta. Por sorte, ele tem apenas 8 anos.

Geralmente, são só os filhos homens que vão pescar junto com os pais, mas eu preferi ir por que não gostaria de fazer sopa com minha mãe. Graças a isso, sei várias manhas de pesca, quero dizer, mais uma vantagem para os Jogos.

Em nosso distrito, as casas são divididas por alas e em cada ala tem 12 famílias, ou seja 12 casas. Elas são divididas em A, B, C, D, E e 1, 2, 3. Ou seja, a sequencia seria A1, B1, C1, D1, E1 e assim por diante.

As casas são todas grudadas e pequenas. Não tão pequenas, mas têm dois quartos e um banheiro, com divisão apenas para esses cômodos. Da para viver.

Meus pés sentiam a areia macia e quente. Vi meu pai arrumando a rede para pescar, junto com os outros homens da ala D3. Sai correndo em sua direção e sentindo a água respingar em minhas pernas.

–Pai!- gritei.

Subi pelas escadas podres do velho barco e pulei na madeira molhada do braco. Meu pai levou um susto e por pouco, não deixou cair a rede.

–Krysten- ele falou em tom de alerta e colocou a rede de volta no barco. Ficou ereto e olhou para meus pés descalços- Já falei que pode usar as botas de seu irmão. Se quer pescar, faça-o direito.

Geralmente não falávamos muito de meu irmão mais velho, pois ele morreu nos Jogos.

–Tudo bem.

–Ainda bem as peguei - ele me entregou as botas e as calçei - Hoje estamos com sorte. Tem bastante camarões.

Meu pai passou as costas da mão esquerda sobre a testa e jogou a rede de novo.

–Hã, pai -Comecei - sei que não falamos muito sobre isso, mas, você já pensou se eu fosse para os Jogos?

–Krysten, já falei que não gosto de falar sobre isso.

–Tudo bem - falei sem preocupação - não falamos mais sobre isso.

Ele assentiu.

–Evan está chegando.

Olhei para a praia e vi Evan chegando. Evan é meu melhor amigo. Nos conhecemos quando ele derrubou toda a mercadoria que fui pegar para meu pai, cinco anos atrás. Eram várias ostras em uma rede enorme de 5 kg, e claro, uma garotinha de doze anos não conseguiria carregar aquilo, foi aí que ele me ajudou a carregar. Ele é três anos mais velho que eu. Então, não precisa mais se preocupar com os Jogos.

Ele e o pai dele se aproximavam do barco. Evan saiu correndo e subiu as escadas.

–A maré tá boa pra pesca?

–Digamos que sim. -eu disse olhando para meu pai e o pai de Evan puxando a rede.

–Nervosa com a colheita? - ele perguntou olhando para o horizonte no mar.

–Veio para ajudar ou para ficar de papo furado comigo? - Desviei do assunto.

Após três horas pescando, me despedi de Evan e fui tomar um banho e me trocar para a colheita. Vesti um vestido até os joelhos, verde que parecia mais uma bata. Minha mãe me emprestou suas sandálias gregas e fez o melhor penteado que pode em mim.

–Você está tensa, Krysten. Fique calma.

Minha mãe era extremamente tranquila. Ela sempre me fazia sentir melhor. Ela mexeu em meu penteado. Me levantei e a abracei o mais forte possível.

–Não quero ser escolhida, mãe. Não quero.

–Acalme-se.

Sai de casa e fui em direção a praça.Todas as crianças estavam tensas. Algumas estavam com os olhos inchados de tanto chorar. Outras estavam abraçadas com os irmãos mais novos.

Chegando na praça, tiraram uma amostra de meu sangue. Caminhei até onde as garotas estavam reunidas. Encontrei minhas amigas no meio e vi que estavam suando de ansiedade.

No palco estava Yngrid, uma vencedora dos Jogos Vorazes. Ela era bonita. Tinha olhos cor de âmbar e cabelos negros e mantinha seu corpo esbelto e sempre estava sorrindo, como se matar 23 pessoas fosse a melhor coisa que já fez..

Paris Diamond, estava com o cabelo pintado de azul e usa uma roupa social cheia de rendas no final da saia e com ombros pontiguados totalmente azul e a blusa de dentro cheia de babados. Ela era da Capital e explicava sobre os Dias Escuros, quando o distrito 13 fora distruído e a origem dos Jogos Vorazes. Passou o mesmo video de sempre, com imagens do distrito 13 destruído. Cantamos o hino de Panem e Paris falou animadamente:

–Que comecem os 62º Jogos Vorazes! - Seu rosto apareceu no telão com um sorriso que dava dor de cabeça e disse o que sempre dizia a nós- Que a sorte esteja sempre a seu favor!

Olhei para minha mãe, que estava do outro lado dos adultos, com meu irmão dormindo no seu braço e meu pai olhando preocupado para mim. Achei Evan no meio da multidão olhando para mim.

Paris continuou:

–Primeiro as damas.- O telão mostrou sua mão rodeando os papéis por uns três minutos até pegar um no fundo.

Que não seja eu, que não seja eu, pensei. Paris sorriu, olhou para a câmera que passava paar o telão e disse com a maior alegria do mundo:

– Krysten Lightwood.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não?
Me desculpem se tiver algum erro ou se ficou estranho, ok?
Obrigada por ler.