– Você é maluca? – Kevin perguntou indignado depois que eu contei para ele que teria que tirar Catarina da cadeira.

- Kevin, eu preciso descobrir a verdade.

- É você acha que um maluco irá lhe contar a verdade? Ele está querendo te usar para sair da delegacia.

- E se por acaso, ele esteja falando a verdade. E se os outros estiverem mentindo para mim?... – Eu o olhei nos olhos – Kevin, estou cansada de ser enganada, parece que o mundo todo está contra mim e querendo enterra suas mentiras sem eu percebe. Eu quero, eu preciso da verdade e, Catarina parece ser o único confiável.

- Gabriella...

- Sem mais! Se não que me ajudar, eu faço sozinha... Já devo começa a me acostumar em confiar apenas em mim mesma.

- Não diga isso.

- Mas é, Kevin eu não posso confiar em você, não consigo... Alias nem adianta nós continuamos com essa palhaçada, você tem a sua noiva e logo que eu descobrir tudo eu irei para minha Paris... Acho que tudo que a gente tem, seja lá o que for, acabou aqui – Disse friamente.

- Como assim? Você está terminando algo que nem começou?

- Então, não começaremos ok? E por favor, não me procure – Murmurei.

Levantei-me da cadeira e peguei minha bolsa. Kevin segurou meu braço.

- Eu posso te ajudar! Eu conheço um cara que pode te ajudar... Mas eu tenho uma condição.

- Qual é a condição?

- Nada entre a gente acabou e nada na gente não começará. Aceita a minha condição?

- Por acaso eu tenho escolha? – Perguntei sorrindo.

Passou algumas horas e Kevin me contou que seu primo de segundo grau estava sendo procurado pela policia, pois era assassino de aluguel e que por um preço razoável, ele poderia tirar Catarina da cadeia e o manter na linha enquanto ainda precisamos dele. Por dois dias tentamos encontrar um modo de encontrar- ló, mas não sabíamos como. No terceiro dia, ele nós encontrou.

- Fiquei sabendo que você está me procurando – Um homem pálido, forte e com cabelos pretos murmurou. – O que você quer?

- Errr.... Eu te procurando? – Perguntei confusa – Por acaso eu sei quem você é?

- Mike? – Kevin perguntou boquiaberto.

- Kevin? – Mike disse sorrindo e tirou os óculos escuros e abraçou Kevin.

- Quanto tempo! Como está a vida?

- Bem agitada ué... Você que está me procurando?

- Sim...

- O que você quer?

- Tenho um tranco para você, se é que você me entende.

- Um tranco? Então, o orgulho da família está indo pro mau caminho... ?

- Não, eu que preciso de você – Me intrometi - Enquanto mais credo melhor.

- Qual é o tranco? – Ele disse cruzando os braços – Tortura? Aviso? Assassinato?

- Nada disso – Disso enojada – Só quero que tire um homem da prisão...

- E que fique de olho nele por um tempo – Kevin completou.

Mike, Kevin e eu formos a uma cafeteria e ficamos falando o porquê tínhamos que tirar Catarina na cadeia (não contei sobre o Hugo – nem Kevin sabia)

- Então, você fará?

- Posso fazer até de olhos fechados... – Ele disse rindo – Mas tudo custará 100 mil reais.

- 100 mil reais! – Kevin arregalou seus olhos e ficou boquiaberto.

- Eu aceito.

Após três dias pesquisando sobre a planta da delegacia, colhendo informações e horários que os policias saiam e entravam. Mike, finalmente, decidiu efetuar o seu plano. O plano que infelizmente ele não me contou (por segurança ou por que não confiável em mim)

Kevin e eu estávamos sentados no sofá ansiosos para volta de Mike com Catarina. A cada cinco minutos o celular de Kevin tocava, ele olhava e guardava. Quando o celular tocou pela 11ª vez, eu tive coragem e perguntei:

- É a Mona?

- Er... Sim – Ele murmurou.

- Hum – Disse baixinho.

- Qualé Gabriella? Está com ciúmes da Mona?

- Não, não estou com ciúmes... E que eu, percebi... Esquece!

- Percebeu o que?

- Deixa pra lá...

- Agora vai ter que falar.

- Eu percebi que eu sou a outra – Finalmente disse - Que dizer eu já fui a outra... – Nesses cinco dias juntos não tivemos nada, estávamos muito ocupados com o Mike.

Ficamos em silencio por alguns segundos. Eu estava constrangida por dizer aquilo, mas infelizmente era a pura verdade. Depois de 10 minutos de silencio, Kevin perguntou:

- Quem é Hugo?

- Eu não sei... – Murmurei.

- Como não sabe?

- Eu o conhecia... É uma longa história... E sinceramente, eu não o conheço de verdade e eu preciso do Catarina para descobrir quem ele é.

- Ele morreu? – Kevin praticamente sussurrou e me olhou com um olhar carinhoso.

Confirmei com a cabeça, segurando as lágrimas.

- A quanto tempo faz isso?

- Fará 3 anos...

- Gabi, eu acho que você não deveria ser tão... Obsecada por isso.

- Eu não sou obsecada por isso!

- Tem certeza? Libertará um homem que quase lhe matou para descobrir quem era esse tal Hugo. Fico triste em sabe, que esse é o único motivo de você ainda permanecer em BH.

Não conseguir olhar para Kevin e dizer mais nada. Sentia-me triste por não poder consolar - ló e dizer que permaneço em BH por causa dele, mas aquilo seria mentira. Sim, eu estava apaixonada por ele, porém eu amava Hugo... O amei desdém o dia que o vi.

Então percebi... Eu não merecia Kevin! Ele me enganou, mas eu não o amava do mesmo jeito que amava Hugo e talvez, Mona o amasse de verdade, talvez ela o fizesse feliz e eu o faria sofrer por ainda amar Hugo. Ele tinha, deveria quer ficar com a Mona. Por mais que meu coração – ainda – se partisse por ver ele com outra, por mais que o quisesse para mim... Eu não seria a melhor escolha. Eu queria vê-lo feliz... A felicidade dele valia um milhão de vezes mais do que a minha.

Depois de quase meia-hora de puro silencio, o silencio foi quebrado por um som de porta sendo aberta com força.

Mike e um homem com um saco de batata na cabeça entraram – provavelmente Catarina. Mike colocou o homem sentado na cadeira e amarrou as mãos dele.

- Então, foi muito difícil? – Kevin perguntou desajeitado.

- Foi como roubar doce de uma criança... De uma criança não... De um recém-nascido – Ele disse sorrindo mostrando os dentes.