Quando cheguei a floresta, me deparei com o mar suave e lindo, as ondas brincavam na areia de um jeito gostoso e divertido.

Mas... Vi uma coisa na areia... Um menino, de cabelos negros bagunçados, que pareciam os do... Ethan!

Eu não sei por que, mas eu corri pra falar com ele, ele estava de costas, abraçando os joelhos, apenas de short.

- Oie! - Disse colocando a sacola da Loja das 13 Luas na areia e me sentando com ele.

- Oi.- Ele desviou os olhos dos meus e os fixou no meu colar - colar legal!

- Oh! Valeu - Disse um pouco sem graça - O que tá fazendo? 

- Ah... Me concentrando.

- Pra que?

Ele olhou pra baixo por um minuto, com os lábios em uma linha fina.

- Toda vez que tem um Esbbath, eu e o resto do círculo temos que fazer um tipo de... Purificação

- Purificação? - eu estava um pouco confusa, eu era muito novata nessa coisa de bruxaria - o que é isso?

- Num ritual de esbbath, agente fica quase que frente á frente com a face das energias, daas evocações - ele disse explicando tudo com o jeito calmo e lindo de sempre... Que estranho, por que me refiria a ele desse... Jeito - muita coisa acontece lá dentro, então agente tem que receber ela bem... Acredite, é bem divertido.

- Éh... Imagino.

Disse realmente imaginando como deve ser, mas eu nem precisava, estava prestes a descobrir.

- E então? - disse sentando de joelhos na areia - como faz a ''purificação''.

- Cada uma é diferente da outra - ele disse com um sorriso leve nos lábios - eu gosto da purificação da água, quer que eu te ensine?

- Tá.

Ele me olhou de cima a baixo e deu um sorriso.

- Não acho que vai conseguir entrar na água assim com jeans e jaqueta.

Eu estava usando meu look básico, Ashley disse que esse é o ''Look da Nick''. Eu estava com o meu colete jeans preto, uma camiseta preta com o símbolo Hippie em cores do Reggae, uma calça jeans rasgada, e o meu tênis all star branco cheio de rabiscos e corações.

- Hum... - disse me levantando - Tá bom espertinho, olha pra lá, e não vira até eu mandar.

Ele fez o que eu pedi.

Não sei de onde me subiu aquela coragem toda, mas eu fiz. Tirei quase toda a minha roupa e só fiquei de calçinha e sutiã e pulei na água.

- Abre os olhos.

Gritei da água, ele ficou surpreso com a minha reação, mas entrou na água em um pulo.

- Me segue.

Nós fomos nadando até o mais fundo possível da praia, mas por sorte, havia algumas pedras, onde nós poderíamos sentar.

- Encosta aí - ele me pediu pra encostar numa rocha que havia lá, eu realmente achava que ele ia fazer uma outra coisa... Mas estava enganada, ele realmente só me queria como uma amiga - fecha os olhos, e se concentra apenas na água, eu não existo, apenas você e a água.

Fiz exatamente o que ele me pediu, me concentrei no barulho das ondas agitadas, e o canto das gaivotas, que faziam juntos uma sinfonia, calma, romântica e inesquecível.

- Sinta as ondinas tocando em você - ele começou a dar leves toques aconchegantes no meu ombro e desceu um pouco até meu cotovelo - brincando com você... Chamando você.

Me sentia leve, bonita e feliz, ouvia de leve algumas vozes felizes e calmas me chamando para o mar, e alguns risinhos também, iguais aos de Mila.

- Agora... - ele tocou a minha mão de leve, mas parou por aí, me deixando um pouco descepsionada, ele encostou a boca nos meus ouvidos me deixando arrepiada - nade, e esqueça de tudo, não deixe nada desviar seu pensamento, apenas... Nade.

Fiz o que ele pediu entrei de leve na água, comecei a ir para o fundo, com uma estranha felicidade, nadei feliz, nadei leve e solta, nadei livre e selvagem, com os olhos ainda fechados eu abri os braços e as pernas dentro da água. Me sentia... Libertada.

Mas aí aconteceu, me virei para a posição de nado de novo, juntei os braços esticados e os coloquei na direção da minha cabeça, olhando para o horizonte aquático que me cercava, nadei com toda a força que tinha.

Sentia como se pequenas algas estivessem se soltando de mim, mas aquilo não eram algas. Tudo de ruim estava saindo e mim, e quanto mais isso acontecia, mais vozes escutava, mais risos aclamava, e mais feliz eu ficava.

Meus olhos não se incomodavam com a água fria, meus cabelos estavam em uma linha reta atrás de minha cabeça, e eu nadei, de um jeito que não sabia que era possível, mas acredite, aquilo realmente, não era possível.

Eu esqueci de respirar, eu esqueci do Ethan, eu esqueci da vida, eu nadava na velocidade da luz, aquilo era sob-humano, até que inesplicávelmente, minha ficha caiu, estava nadando rápido demais, já devia estar qilômetros longe o Ethan.

Quando notei isso, percebendo que minha velocidade estava paranormalmente rápida, e estava sem ar, eu elevei meus braços e meu corpo para cima, e com o impulso da velociade,eu pulei, eu estava quase voando, e no alto eu vi pequenas silhuetas no horizonte, era as rochas de onde o Ethan estava.

- Nicole - escutava um pequenino ruído me chamando, era a voz do Ethan.

Quando entrei de volta na água, nadei com toda a força para perto do Ethan, ele que já havia feito a purificação, nadou ao meu ncontro, estávamos na metade do caminho para de volta á areia.

- Você tá bem - ele me perguntou, parecia realmente preocupado.- Tô - eu estava ofegante, meu coração estava quase saindo pela boca, eu estava muito cansada, devia ter nadado uns 3 quilômetros - tô bem sim.

Ele olhou pro lugar de onde eu havia partido, e deu um suspiro.

- Nossa, como você fez isso?

- Isso o que? - Perguntei, eu estava muito cansada, minha cabeça estava doendo pelo esforço, e sentia como se fosse desmaiar

- Quando eu pedi pra você nadar, você foi.... Foi impossível mente pra muito longe, e como você pulou tão alto de dentro da água?

- Eu - dei um suspiro pesado na água - eu só fiz o que me pediu pra fazer

Ele olhou pros meus olhos azuis cansados e lacrimejados, surpreso, com as sobrancelhas franzidas, mas com um leve sorriso nos lábios.

- Isso é - ele ficou sem palavras - incrível.

Olhei pra ele um pouco lisongeada.

- Vem - ele viu como eu realmente estava cansada e me pegou no colo dentro da água e me levou de volta á areia, com minhas roupas íntimas molhadas abriam grande espaço para a imaginação, mas ele estava se controlando, e me colocou na areia delicadamente e calmamente.

Ele se deitou do meu lado, olhando para o céu azulado, pelo por do sol.

- O que achou?

Embora tudo tivesse saído de um cansasso horrendo, fiquei sem palavras para dizer o quando foi libertador.

- Foi... A melhor sensação que já tive - disse com a certeza nos lábios.

Depois de alguns minutos na areia, nos limpamos na água da praia, colocamos nossas roupas, eu ainda estava um pouco estranha com todos aqueles sentimentos pelo Ethan, ele era meu amigo, e eu queria assim, mas quanto mais eu pensava assim alguma coisa tremia dentro de mim.

Depois de nos arrumarmos, pegamos nossas coisas e fomos para a floresta esperar os outros. Estava entusiasmada com o que ia aconteçer.