First Snow escrita por Kae


Capítulo 2
E que a minha loucura seja perdoada...


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá. A fanfic é narrada pelo Gongchan e pelo Baro, eu pensei nela pela manhã e por isso está imperfeita em muitos pontos, mas eu vou deixando muitas questões no caminho que serão esclarecidas conforme as coisas forem avançando. ♥



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E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.
(Oswaldo Montenegro)


(Gong P.O.V)

Para algumas pessoas o amor é somente um manifesto grosseiro que as toma por inteiro levando-as à loucura, para mim era uma bobagem adaptada aos filmes fazendo tudo ter uma imagem fascinante e tão duradoura. Eu era diferente de pessoas iludidas, perder tempo com amor era quase como dizer que tive uma vida perfeita, em resumo... Minha mãe era uma grande vadia que se vendia por uns trocados, suficiente para que pudesse comprar um maço de cigarros e é claro, como um bastardo nascido de um acidente, eu não conheci meu pai.


Levei o fumo ao lábios enquanto via qualquer coisa na tv, não havia muito o que se fazer quando esperava por uma ligação numa madrugada qualquer, suficiente para se ganhar alguns tustões que serviriam para comprar o jantar de pelo menos três dias, não era tão ruim quanto parecia mesmo que eu sempre pensasse que poderia ser melhor, quer dizer... Eu odiava as marcas não só gravadas em meu corpo como em minha alma. Quem dera a vida fosse fácil, para mim o que restou foi seguir o caminho de minha mãe, era a única maneira de sobreviver. Conforme o tempo passava meus olhos vagavam entre o relógio e a tv, os notíciarios eram sempre os mesmos, pessoas morrendo, desastres ecológicos e pedidos de doações, incrível como as coisas nunca mudam quando se trata de dinheiro afinal, e após duas horas minha esperança de um programa antes da obrigação pareceu ser assassinada, eu deveria ir para escola.
Apesar de morar num bairro horrendo e me manter por milagres que a minha beleza interfiria, ser bolsista de um dos melhores colégios do país era realmente algo do qual eu podia me gabar, quando não se tem muito o que fazer no tempo livre, estudar se torna realmente divertido, e é claro eu tirava proveito disso.


Em mais alguns longos minutos eu estava diante do portão do colégio, não era segredo para muitos dos alunos a minha profissão, adolescentes ricos têm certa estima por pessoas que se vendem, talvez porque o dinheiro afete sua capacidade de atrair algo por si próprios, seria hipocrisia negar que eu não gostava disso, afinal eram meus bolsos que saíam com notas gordas no final da aula, não me importaria em satisfazer alguns playboys metidos a bons de cama. Logo que eu atravessava a entrada do colégio já podia ver a porta da minha sala, e adentrei tão rápido que até me perguntei porquê raios não optava por passos mais calmos. - Channie. - Ouvi a voz atrás de mim soar, era familiar até demais na verdade. - Bom dia Jin. - Jinyoung era um cliente fiel, um garoto podre de rico que não perdia seu tempo com muitas coisas além das nossas aulas extra em alguma sala reservada. - No final da próxima aula, no galpão.– O assenti, amassando algumas notas estendidas à mim entre os dedos, o procedimento era simples; metade do pagamento antes, metade depois, só para garantir o sucesso da transa para ambos. Nos instantes seguintes tudo se resumiu em uma manhã tediosa de assuntos clichês e nada que pudesse atrair minha atenção. Ao término da aula sai antes de Jin, meus passos foram direto ao entitulado galpão que ficava bem próximo ao terraço, abri a pequena porta que rangeu como se me desse boas vindas, e ajeitei-me entre as tantas tralhas escondidas ali. Jin entrou logo depois, acompanhado de um companheiro, parece que eu teria mais trabalho, embora não tivesse realmente me importado com a quantidade, mais gente, mais dinheiro. - Esse é o Shinwoo, enfim... Vamos logo com isso.– A frieza fez-nos despir separadamente, não havia qualquer sinal de importância senão os olhos mortos que outrora se chocavam pouco antes de os lábios de Jin se unirem aos meus.

~*~
Shinwoo havia sentado-se num canto qualquer, seu falo rompia minhas barreiras facilmente, e eu mal podia protestar contra suas forças impostas sobre meu quadril, já que Jin ocupava meus lábios com seu membro. Era sempre a mesma sensação seca e humilhante, eu me sentia uma animal da mais baixa escala da cadeia alimentar, e eles eram os predadores que me devoravam. Aquilo doía tanto quanto qualquer outro ataque físico. A dupla gemia de uma forma tão horrorosa que me sentia tonto e cansado. Meus cabelos eram puxados com tanta força que minha cabeça doía tanto quando minha entrada violada com tanta brutalidade, e eu segurava as lágrimas o quanto podia diante daquele pesadelo. As estocadas passaram a ter sua intensidade duplicada, e minhas pernas bambeavam, as costas buscando apoio ao peito do outro rapaz, enquanto Jin trazia minha face para frente e para trás, o gosto de seu prazer peenchendo minha boca de uma forma tão dominante que desejei morrer para não precisar sentir aquela dor mais um instante sequer. Shinwoo logo acompanhou o amigo, e o senti pressionar-me contra seu membro enquanto se aliviava dentro de mim, urros, risadas, olhares porcos e aos poucos me atiravam ao chão. As marcas estavam lá, mas o que mais causou minha ânsia fôra a luz que vinha da porta, um terceiro possível capanga da dupla de riquinhos estava ali? - Baro.– Disse Jin enquanto ajeitava as calças, só o vi quando passou por mim em direção a porta e seus olhos cruzaram com os do tal Baro, ele não parecia nenhum pouco feliz. Shinwoo seguiu-o logo após, atirando um amontoado de notas sobre mim.

Você está bem?– Ouvi o estranho dizer pouco depois que os outros saíram do recinto, eu mal tinha forças para me erguer, e quando dei por mim aquele rapaz me amparava, as mãos delicadas tocaram meus braços e me ergueram aos poucos, parecia mais baixo que eu e ainda assim mais forte, era não só irônico como patético. - Eu ouvi barulhos, pensei que estivessem batendo em alguém. – Eu ri irônico demais por não poder evitar, e levantei meu olhar ao dele. - Decepcionado por não ser um herói?– Após me sentar ele se ocupava em recolher as notas espalhadas pelo chão, e não tardou em depositá-las em minhas mãos. - Eu não seria um herói de qualquer forma, achar uma pessoa após ela sofrer qualquer tipo de agressão faz de mim um babaca atrasado. Qual seu nome?– Dei de ombros indiferente e assim me levantei, as notas foram colocadas adentro do bolso e as calças enfim erguidas, eu precisava de um banho na verdade. - Gong, mas pode me chamar de Channie. Agora você pode voltar para a aula Baro. – Ele sorriu, uma linha tão angelical que até pensei que ele fosse algum tipo de criança iluminada, mesmo que na minha vida eu jamais tivesse acreditado nesse tipo de coisa. - Você sabe o meu nome, que bonitinho. – Eu bufei indiferente enquanto caminhava até a porta, o loiro vinha logo atrás de mim, e eu podia ouví-lo cantar uma música qualquer num tom insuportavelmente gracioso, saímos do galpão e logo descemos as escadas, não haviam outros alunos no corredor, eu me sentia sujo demais para voltar até a sala e pensava numa desculpa cabível até sentir os dedos do mais baixo entercalarem-se aos meus, ele me puxou com uma força imensa que grunhi derrotado antes medo de lhe citar uns bons palavrões, e o teria feito quando recuperei o equilíbrio, contudo, Baro me olhou com tamanha inocência antes de se voltar para o inspetor ao nosso lado. - Então é pra esse lado certo?– Ele me indagou, e não entendi completamente nada do que estava acontecendo ali. - Você também não tem certeza? Ah, senhor inspetor, podia nos dizer onde fica a secretaria? Não estou me sentindo bem e pensei em sair mais cedo, como sou novo aqui esse gentil rapaz decidiu me acompanhar, mas nos perdemos.– O inspetor nos olhou desconfiado antes de sorrir à Baro, e logo passou a dar informações de como chegar até a secretaria e também sobre uma saída mais próxima de onde estávamos, por fim Baro o agradeceu e seguimos nosso caminho. Bastou que o homem sumisse no corredor para nossa direção ser voltada à saída, e achei fácil demais para uma escola tão rigorosa como aquela, talvez o tamanho exagerado do colégio justificasse nossa escapulida. - Vou levar você pra casa.– Ele disse tão generoso, pura hipocrisia na minha visão, é claro. Não era possível que alguém flagra três jovens transando no intervalo das aulas e simplesmente ajuda um deles a fugir sem querer nada em troca. - Me levar é a puta que te pariu, eu tenho pernas, posso ir sozinho.– Ele me olhou como se meu palavreado fosse exagerado demais, e assim soltou minha mão, as maçãs tingidas num rubro notório enquanto os caninos mordiam o próprio lábio inferior.- Eu só queria ajudar.– Impossível não estar chocado com aquela cena, ele não podia ser uma pessoa boa, definitivamente. - O que faz você querer me ajudar? É só mais um pirralho idiota cujo pai se atola no dinheiro, e tenho certeza que não achou estranho o fato de eu estar com Jin e Shinwoo porque tem a intenção de fazer o mesmo que eles! – Ele sorriu, pareceu não ouvir nada do que disse, e assim me assentiu, as mãos foram aos bolsos logo após e finalmente nos olhamos. - Eu estou doente, acredito que não tenho muito tempo de vida sabe? O mundo parece se dissipar à minha volta. Pode parecer uma loucura para você, mas eu desejo fazer alguém feliz antes de partir. Quando eu te vi pela primeira vez você era um garoto diferente dos outros, eu costumava olhá-lo nos intervalos... Você nunca sorri ou fala com alguém, meu coração dói só de imaginar que não é a primeira vez que o Jin tira proveito de você. Pode não acreditar em mim mas fazem três anos que gosto de você e nunca me aproximei porque eu vou morrer e eu não queria te fazer sofrer. Sei que é bolsista e sei do seu trabalho... Eu quero te ajudar Channie. Me dá uma chance.– Eu não podia crer no que estava ouvindo, mas não havia nada que pudesse fazer senão apenas dar atenção ao mais baixo. Eu engoli seco, lutando contra meu gênio sempre desconfiado para encontrar uma linha de esperança de que talvez, mas só talvez ele não estivesse mentindo. - O que você quer?– Novamente seus dedos se enlaçaram aos meus, e ele se aproximou. - É loucura, mas eu quero comprar seu tempo. Eu não quero que deixe mais ninguém te tocar... - Eu perdi o fôlego por instantes, aquilo não fazia sentido algum. - Isso quer dizer que...?– E assim ele prosseguiu. - Eu te darei tudo o que quiser... E em troca, por favor eu imploro... Não me deixe morrer sozinho.


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Notas finais do capítulo

Só eu imagino o Gong achando que o Baro tem sérios problemas? ♥ Tadinho.