More Than Just A Game escrita por SkyMason, Mr Matt


Capítulo 2
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Leitores fantasmas - se tiver algum - please, deixem uma review! Nós precisamos saber se você estão conosco, apreciando a história! u.u não custa nadinha e nos faz feliz!
Mas então: aproveitem o capítulo, porque esse está fresquinho!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/219239/chapter/2

Ela começou a ler. O meu coração, assim como o de todos ali presentes começou a afundar. Assim que suas palavras fizeram o efeito desejado, o choque se espalhou pela multidão. Mas o medo foi maior do que qualquer protesto que qualquer um pudesse fazer. Eles faziam bem em temer por suas vidas.

Eu não ouvi as formalidades do presidente no começo da carta. Minha atenção estava totalmente focada nos versos seguintes.

“Como presidente, é meu dever manter a segurança de todos. E para manter a segurança, é necessário paz e controle. Nossos antepassados criaram os Jogos vorazes como uma prova disso. E como uma forma de lembrar a vocês, cidadãos de Panem, que ainda possuímos esse controle, o Comitê de organização dos Jogos votou na melhor opção: vamos mudar alguns detalhes a partir desse dia. A primeira coisa que eu deixo para vocês, e para meus oficiais é: não é permitido voluntários nas colheitas. A criança sorteada será aquela que irá competir.”

Eu ainda podia ouvir os sussurros percorrendo pelo terreno quando ela continua a ler:

“Nós aguardamos ansiosos pelos nossos competidores. As próximas informações serão dadas quando todos estiverem seguros aqui na Capital. Apesar desse infortúnio, tenho a certeza que as coisas vão ser um pouco... prazerosas, esse ano. Feliz Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre com você!”

Eles queriam algo. Aquilo não acontecia assim de repente, acontecia? Não, eles queriam algo de nós. Era impossível mudar as regras depois de tantas décadas, sem ter um pretexto para fazê-lo...

Alguma coisa estava acontecendo e eu sabia que não podia ser algo bom.

Shyel caminhou de volta ao microfone e leu mais algumas coisas. Eu olho para os rostos aflitos das crianças ao meu redor. Elas olham de volta. Não faz sentido, todos estão olhando para mim agora. Eu não sei o que está havendo até que a voz de Shyel se torna maior que os sussurros.

“Scarllet Mason?!”

Eu só tenho tempo de pensar que diabos ela esta falando quando a realidade da situação me atinge.

Eu fui a Escolhida.

Eu penso que vou desmaiar ali mesmo quando penso em meu pai, viúvo e sem mim para cuidar dele. Mas eu tento ser forte o bastante para caminhar até o palco e subir as escadas, sustentando o olhar pesaroso de muitas pessoas, alguns até aliviados por não terem sido seus filhos.

Um pacificador me da um leve empurrão até estar ao lado de Shyel. Ela sorri pra mim e pede para todos aplaudirem. Eu encaro as pessoas batendo palmas, incapaz de reconhecer seus rostos. Eu olho para o telão que mantém a minha imagem como foco principal. Eu reconheço aquela menina, apesar de nunca haver muito contato entre eu e espelhos. Ela está com seu vestido de mar, com suas sandálias apertadas e cabelos soltos sobre seu rosto. Seus olhos me encaram de volta, totalmente sem emoção, de um modo quase... selvagem. Talvez a raiva que estivesse sentindo da Capital fosse suficiente para mascarar o meu medo.

Em outro ano eu poderia ter a sorte de alguma garota forte e confiante se voluntariar em meu lugar, mas não esse. Porque as regras mudaram.

“Sim! A Srta. Mason acordou confiante hoje, não é mesmo?” eu não respondo, ao invés disso eu lhe dou um sorrisinho frio e irônico que quase a faz recuar.

“Bem... vamos para o tributo masculino!” ela enfia a mão no globo de vidro e tenta fazer – sem sucesso algum - um suspense a mais. Como se já não fosse bastante a tensão...

Ela retira o papel e lê o nome escrito.

“Andre Montgo!”

Sorte realmente não é algo que está a meu favor esse dia. Eu aperto meus punhos contra meu corpo enquanto observo o tributo subir no palco, erguendo as mãos, e uma grande quantidade de pessoas o aplaudindo. Ele tem seus braços separados do corpo, que pode ser assemelhado a um armário de tão grande. Ele se posiciona ao meu lado e me dá um sorriso arrogante.

Eu desvio o olhar e sorrio internamente. Pelo menos eu não teria que pedir desculpas a ele quando o matar na arena. Ele já havia me causado muito dano...

Quando Shyel disse para apertarmos as mãos eu penso que a competição para quem apertar mais forte não seria ganha tão cedo. Quando nós separamos, eu vejo o sangue voltar para minha mão.

Assim que o prefeito lê o Tratado de Traição, eu e Andre somos escoltados até o Edifício da Justiça. Eu entro em uma sala luxuosa, com um carpete macio e tinta fresca nas paredes. Alguns quadros enfeitam o local, e eu fico os observando enquanto me sento no pequeno sofá.

Eu tenho apenas alguns segundos antes que a porta se abra e meu pai entre no aposento. Ele está com os olhos vermelhos, mas nenhuma lagrima escorre por seu rosto. Eu sinto que minhas pernas não vão me aguentar. Eu corro até ele e o abraço forte. Nós ficamos assim por alguns segundos antes que eu me force a separar dele. Ele acaricia meu rosto.

“Você vai sair de lá viva minha filha! Você é uma lutadora! Você aprendeu a viver. É hora de provar isso a si mesma.”

Eu aceno olhando em seus olhos, memorizando seu rosto.

“Me promete? Promete que vai voltar pra mim?”

“Eu prometo pai!”

Ele sorri e me abraça novamente. Nós só tínhamos três minutos até que os Pacificadores viessem o buscar para o próximo.

“Cuide bem dos meus peixes ok? Não deixe muitos pros outros pescadores.”

E assim os Pacificadores aparecem e o levam e eu só tenho tempo para pensar em como eu posso nunca mais vê-lo antes que a porta se abra novamente e algo me pegue em seus braços e me erga do chão em um abraço apertado. Eu enterro meu rosto em seu pescoço e um soluço começa a se formar em meu peito. Mas eu não posso chorar.

Eu vou perde-lo. Para sempre!

Ele esta chorando. Eu nunca vi Zach chorando, e isso me quebra o coração. Eu passo minha mão por seu rosto e lhe dou um pequeno sorriso.

“Ambos sabemos que há uma chance mínima de eu voltar, não sabemos?”

Ele hesita, mas acaba confirmando. Mais lagrimas escorrem por seu rosto e eu as limpo.

“Tome conta do meu pai pra mim. Cuide dele, e não o deixe sofrer. Eu preciso... que ele esteja salvo.”

Ele acena novamente. Eu não quero fazer o que terei de fazer. Mas eu sabia que algum dia isso poderia acontecer. Eu fui egoísta ao pensar que poderia continuar com isso.

“Escute Zach! Eu tenho dois minutos para fazer isso e já estou me arrependendo.”

“Não...” ele sussurra.

“Escute! Você é o meu melhor amigo. Eu amo você muito. De todas as pessoas, você é aquela pela qual valeria a pena lutar. Mas eu não sou quem você merece. Você merece alguém que te ame da mesma forma. Como um verdadeiro namorado.”

“Sky, não faça isso...”

“Eu tenho de fazer!” eu surto e começo a andar de um lado pro outro. “Eu vou para aquela arena e vou tentar viver. Mas você tem de continuar sua vida, quando... se eu morrer. Arranje uma garota boa. Uma que saiba a diferença entre algas e plantas.” Ele tenta sorrir com a piada, mas acaba como uma careta.

“Eu sempre vou te amar Sky!” ele me puxa para si e me beija. Eu fecho meus olhos e sinto. O amargo sabor da perda.

“Eu estarei aqui quando você voltar!”

Ele me beija novamente e então os pacificadores vêm e o retiram.

Ninguém mais aparece. Eu agradeço por isso, porque qualquer outra pessoa que viesse seria para me dizer o quão rápida vai ser a minha morte.

Eu sou levada para fora e vejo Andre andando em nossa direção. Ele também está acompanhado por dois pacificadores e quando ele chega nós entramos em um carro – eu nunca havia entrado em um – e vamos direto para a estação de trem. Há varias câmeras no local e elas nos acompanham até que nós entramos no vagão. Eu olho pelas janelas e vejo a paisagem começar a se mover. Meu distrito começar a passar por entre meus olhos.

Eu olho para o mar e tudo que me vem à mente é como eu nunca terei a oportunidade de me despedir dele.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? merecemos reviews? *---------*
Deixem sua critica (positiva ou nao)
beijos! e eu prometo postar ainda um novo capitulo até quinta!