Somente o doce vento que passava por seus longos cabelos castanhos podia sentir sua dor. O parapeito da janela molhado por suas lágrimas e a única testemunha era a misteriosa lua minguante, que aparecia no céu der repente e ao começo do dia ainda estava lá parada, para no dia seguinte presenciar seu amado sol se levantar. A história entre o amor da lua com o sol (e vice e verça) era quase milenar, todas as nações sabiam. O mais triste da história é que a lua nunca iria se unir a ele e nem ele á ela.

O natimorto amor. Rin chorava por ser como o sol, quente e alegre, mas, que nunca poderia encontrar com a sua lua, por um motivo que poderia ser tão fácil de ignorar, mas, não era. Ela estava á seis meses de se tornar uma freira e ele... Ele nunca olharia pra ela, mesmo que ela o servisse seu habitual café da manha todos os dias.

Eles nunca trocaram uma palavra e não seria agora que eles conversariam como velhos amigos. Amigos, não era isso que Rin queria que ela e Sesshoumaru fossem. Não!

Ela queria mais! Ela o queria, somente para si, para poder acordar todos os dias e ver aquele rosto (que ela tanto adorava) transmitindo a sensação de proteção, amor.

Mas agora nada poderia fazer, escolhera seu caminho, devota de São Francisco iria seguir a vida como freira, mais uma irmã Clarissa.(...)

Devoção...Á religião. Mas seu coração pedia outra coisa, mandava que corresse dali e se jogasse nos braços do amado para dizer-lhe tudo o que ensaiara cuidadosamente em um canto qualquer da casa, para depois beijar-lhe a face, e vê-lo sorrir, somente para ela.

Não! Que traição era aquela?!

Não poderia trair a promessa que fez a sua mãe e a igreja, em frente a importantes religiosos e principalmente á Deus!

Antes de a mãe morrer Rin prometeu que se tornaria uma freira, rezaria por ela toda à noite, para que sua alma não ficasse perdida nas trevas, para que os outros compreendessem o horror da morte e principalmente porquê já havia sofrido muito nas mãos de “Bankotsu’s” da vida que fizeram-na perder as esperanças em encontrar um amor verdadeiro, que não a machucasse mais.Seria aquela uma maneira de fugir?

De se esconder do amor?

Queria viver, mas, não daquele jeito. Queria mais, sempre mais, queria Sesshoumaru com ela, para abraçá-la, queria ouvir a voz dele nas noites escuras, queria tocar sua pele fria.

Ela o queria. Rin quer Sesshoumaru pensou. As lágrimas continuaram a descer, ouviu a porta do pequeno quarto de empregada abrir, virou-se bruscamente, um pouco assustada, pois Sesshoumaru já devia estar dormindo naquela hora:

-senti o cheiro de tuas lágrimas.

-não, sama, não estou chorando. Disse ela enxugando as lágrimas no avental.

-Não minta para mim Rin. Disse ele se aproximando. A empregada virou-se pra a janela onde estivera há pouco tempo e sentiu dois braços fortes abraça-la, e os lábios quentes de Sesshoumaru encostarem-se a sua nuca:

-não chore meu amor.

-Sama?! Disse um pouco assustada.

Ele permaneceu calado, abraçado á ela:

-Não podemos, logo serei freira e...

-Eu te amo Rin.

Essa frase mudou tudo o que Rin iria dizer, ou que estava pensando, as únicas palavras das quais nunca imaginara ouvir assim do nada. Beliscou-se para ver se não estava sonhando, mas, a única coisa que aconteceu foi uma desagradável dor no braço, Sesshoumaru começou a beijar seu pescoço e logo ela se virou, olhando naqueles olhos âmbares disse:

-eu o quero Sesshoumaru.

-eu também a quero minha Rin. Então vagarosamente Sesshoumaru foi encostando seus frios lábios sob os quentes lábios de Rin, um beijo doce.

Ambos sorriam e ficaram a observar a lua minguante deixando que seus corações seguissem em diante.(...)