Três anos atrás.

Era uma tarde normal como outra qualquer, eu estava em um café londrino, eu tomava uma bebida que ate hoje eu não descobri o que é, tinha chocolate, creme e outra coisa muito boa que eu não lembro o que era, o que importa é que era muito bom e quente. Me lembro, que fazia muito frio, sai de casa com meu sobretudo preto, uma bota cano longo,  uma calça jeans e uma gola alta vinho, sem esquecer do meu gorro e meu cachecol preto. Eu tava lá, lendo uma revista qualquer e ouvindo musica, quando um cara todo encapuzado sentiu na minha frente e disse.

- Finge que não me conhece – eu olhei assustada e ele continuou falando – Ou melhor finge que me conhece e que estamos em um bom papo. – Eu olhei e ri, por que realmente não reconheci aquele cara, imagina, ele estava com um sobretudo com as golas levantadas, um gorro que ele tinha mania de usar, óculos escuros, cachecol,  e ficava olhando para baixo enquanto falava. Man, não dava pra reconhecer nem se fosse o papa. Em uma atitude não pensada passei meu chocolate desconhecido para ele.

- Bebe ai. É bom. – Disse me virando e olhando o movimento, percebi que ele me ficou confuso, mais um cara vestido daquele jeito só podia ter probleminha né? Vi quando trocentas meninas passaram do nosso lado correndo, ele se abaixou mais ainda e eu ri vendo a situação dele. – Ta fugindo por quê?

- Fugindo? – ele riu e abaixou a cabeça de novo – Por que eu fugiria?

- Sei lá, talvez deu em cima de uma delas e ai ela chamou as amigas para dar um jeito em  você. – eu disse gesticulando e puxando o meu chocolate de volta. Ele riu daquele jeito que só ele mesmo conseguiria rir eu ri junto, mas a ainda não tinha percebido nada. Passei para a próxima musica do MP3, era That Girl,  comecei a cantar junto com a musica e surtava ouvindo a voz do meu Tomzinho. Ele pela primeira vez riu e eu olhei estranhando mais continuei cantando.

- Você curte? – ele perguntou pegando meu chocolate e dando um gole – Hey isso é bom. – ele disse surpreso e eu ri.

- É ótimo – eu disse tomando de volta,  e disse com a maior cara de idiota – AMO -  percebi que ele deu mais uma risada.

- É uma banda legal – eu juro que fechei meu punho. Quem ele pensa que é? Mcfly não é uma banda “legal”...

- Você é louco? Banda legal? A BANDA PERFEITA, você quis dizer... – Eu dizia revoltada. – Cara ninguém escreve como o Tom ou o lesado do Jones... – Eu realmente fiquei estressada ninguém falava dos meus mcguys assim. Nem mesmo um deles. – Ou toca bateria como o Judd, ah e o Poynter aquele anão de jardim – tenho certeza que meus olhos estavam brilhando.

- Ok. – ele disse rindo e eu vi a cova, meu dedo criou vida própria e foi em direção.

- Cara, você tem a covinha igual a do Fletcher – eu disse sem tirar meu dedo da covinha – eu daria um rim pra tocar na covinha dele. – Eu disse já tirando a mão e corando logo em seguida.

- Ok, me deve um rim. – ele disse dando outro sorriso e tirando os óculos. Eu ria igual uma hiena. Sabe quando você não sabe o que fazer? E ai você ri. Então eu estava assim,  eu olhava para o Tom e ria. Acho que ele percebeu que eu não ia dizer nada e disse. – Então moça que me deu chocolate, eu sou Thomas Fletcher, mas pode me chamar de Tom. E Você é a?

- Alexandra Amaral, mas pode me chamar de sua... Quer dizer pode me chamar de Ale – Man, Thomas Fletcher em carne osso e covinha, ali na minha frente e isso é tudo o que eu consigo dizer? Se mata Alexandra. Era isso que eu pensava. Ele me olhou dando um sorriso.

- Bom, eu já to a muito tempo aqui e podem me descobrir,  então acho melhor ir para minha casa – Pronto Ale, você espantou o menino,  ele já te deu a desculpa do “eu tenho que ir embora,  mais foi bom te conhecer”. Eu lhe lancei o melhor olhar de cachorro perdido em dia de mudança e ele deu aquele sorriso filho da puta e aquela covinha maldita apareceu de novo. - Mas eu te devo uma bebida, pelo chocolate.. – Ele coçou a cabeça de uma maneira muito fofa e disse - Quer ir beber alguma lá em casa? Meu carro ta aqui perto.