O Anel De Prata escrita por Hermiarry Potter


Capítulo 4
Esclarecimentos...


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais!
Me senti uma filósofa nesse capítulo u-u
Que nada, eu não chego ao ponto das autoras de Dirty Little Princess, mas... Kkkkkkkk dá pro gasto, eu não sou perfeita em Filosofia.
Que seja, né? Boa leitura!



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Eles estão me zoando. Eles estão realmente me zoando.

Foi a primeira coisa que eu pensei quando Rachel disse: “Não, Jessie. Senta aqui. É hora de contar pra você o que você devia saber há pelo menos uns 13 anos.”

–Tipo, o que eu preciso saber de tão importante assim?

–Jessie... Olha, é difícil de acreditar, mas... Você é uma bruxa. –disse Rachel e começou a olhar fixamente pra mim esperando a minha reação, que foi um ataque de risos psicóticos.

–Eu? Jessie McAlesse? Bruxa? Conta outra. –eu disse, entre risos e ficando séria de repente. –Sabe, podia escolher outro dia pra ficar de zoação.

–É sério, Jessie! Por que você acha que seria mentira? –contestou Nathaniel.

–É claro que não é verdade porque essas coisas de magia, bruxaria não existem!

–Jéssica, olha nos meus olhos e vê se eu estou mentindo. –disse Rachel séria. A Rachel nunca ficava séria. Nunca desse jeito.

–Então... Vocês estão falando a verdade?


–Com certeza. –disseram Rachel e Nathaniel em coro.

–E por que não me disseram isso antes? Se vocês já sabiam disso?

–Porque proibiram a gente. –disse Rachel. –Olha, Surrey é uma cidade com uma história bem sombria, e é lar de várias famílias antigas...

–Halley, Willford –Nathaniel contava nos dedos. –Chase, Swane, Chamberlain, Guarian, McAlesse… –e fez sobressair meu nome.

–Essas famílias controlam a magia, e estão aqui desde a criação da cidade. Alguns usam seus poderes pro bem, outros pro mal...

–E esses últimos podemos usar como exemplo os que mataram Josh Clark... –cortou Nathaniel.

–Então vocês acham que um grupo psicótico de bruxos do mal mataram Josh Clark? –perguntei.

–Exatamente. É o que todo mundo do Círculo está achando. Talvez uma família, uma das mais antigas. Ou alguma que foi banida,tem haver com a morte de Josh... –disse Rachel.

–Principalmente porque a família Clark era basicamente a família mais poderosa de Surrey,desde os tempos antigos. –disse Nathaniel. –Uma família de bruxos tem apenas um feiticeiro por geração. E o da dos Clark, era Josh.

–E está bem difícil do pai de Josh, o filho de Ariana Clark, a outra bruxa da família dos Clark, ter outro filho. Principalmente porque ele está morto faz muitos anos. –continuou Rachel, agora gesticulando bastante. –E pelo que você acabou de dizer, Jessie,parece que eles estão atrás de você.

O que eu queria era pegar um controle remoto, dar um pause naquele momento pra pensar. Refletindo: de manhã eu era Jessie McAlesse, cursando o último ano do ginásio. De tarde, eu era Jessie McAlesse, feiticeira originária de uma das mais antigas famílias da cidade de Surrey. E agora estava correndo grandes riscos de vida.

Tem gente que surtaria numa situação dessas.

–E você é bem útil, Jessie. Você tem na sua mente o que esses bruxos fazem. Vai ser mais fácil descobrir quem são com você junto. Você precisa entrar pro Círculo,Jessie. Precisa saber controlar os seus poderes. –disse Nathaniel, os olhos de jade brilhando como nunca.

–Mas... Primeiramente,o que é esse tal de “Círculo”? –perguntei, com os pensamentos a mil por hora.

–O Círculo Branco. É o que mantém essa cidade segura. É a união dos bruxos mais jovens de Surrey. É como se fosse um clube secreto e seleto. É constituído de 6 bruxos até agora, mas obviamente faltava um... –explicou Rachel.

–Que seria você.

–Um clube?

–Exatamente. E é esse “clube” que vai descobrir quem matou o Josh, e por que. E ainda é esse “clube” que vai proteger você. –disse Nathaniel.

–Olha, eu quero um tempo pra pensar! –exclamei. –É muita coisa pra processar!

–Quer que voltemos mais tarde? –perguntou Rachel.

–Seria uma ótima. –eu disse, observando os dois saindo pela porta. Assim que ouvi o clique da porta, me joguei de cara na cama.

Agora sim a minha vida estava completamente perfeita.

Bruxa... Eu sou uma bruxa... Mas isso era bom ou ruim? Eu podia controlar as forças místicas da Terra, e isso era bom. Mas se eu for poderosa demais pra estarem caçando a mim?

E se eu não fosse poderosa o suficiente? Se eu fosse apenas aquele adeviso inútil com números e letras no cantinho da cartela, ao lado dos adesivos grandes e brilhantes que com certeza seriam usados, só esperando pra ser jogado no lixo junto com a folha plástica?

Autoestima é bom, Jessie, pensei. Se você quiser,você pode ser um adesivo grande e cheio de glitter.

E olha em que nível de insaniedade mental você chegou, Jéssica. Comparando a sua vida com adesivos.

Círculo Branco... Parecia uma boa ideia. Aulas de bruxaria e proteção extra... E tudo isso de graça! Mas será que Josh Clark fazia parte desse Círculo? Ou não? Se fizesse, talvez ele não tivesse morrido... Ou talvez sim... Escutava ele, como eu, as vozes dos bruxos malignos? Ele tinha alguma ideia de que seria torturado e morto logo no seu primeiro dia do ensino médio? Provavelmente não... Teria logo contado a alguém pra ajudá-lo. Mas... E se ele tiver feito como eu? Escondido da família e até da polícia? Ele não tinha cara de pessoa sociável e cheia de amigos...

Como saber o que é certo nessas horas?

Sabe aquelas vezes que o seu cérebro te abandona, e te deixa sozinho, com seu coração? Essa pode ser a situação mais aflitiva que você poderia sentir. Se você estiver numa luta de espadas contra um inimigo muito forte e experiente, não chegaria perto de tomar alguma decisão como essas...

O certo e o errado... São conceitos muito limitados. A cada ponto de vista que você cria, uma outra opção aparece. Um outro certo ou errado aparece. O melhor que você pode fazer é: crie o maior número de pontos de vista possível. Não é o mais fácil. É o mais correto.

O problema dos humanos é justamente privilegiar o fácil ao correto. Imagine que você está em um dos lados de terra separados por uma grande vala, profunda, assustadora. Você pode atravessá-la, claro que pode: só precisa atravessar uma ponte. Agora, você me pergunta: Que ponte? E eu respondo: Você tem duas pontes pra atravessar. Tem uma ponte aparentemente nova e de ferro, e tem uma caixa de ferramentas no extremo que está do seu lado. “Alguém deve ter esquecido quando terminou a ponte” você pensa como bom ser racional. E você tem outra, essa tem o aspecto mais antigo, é feita de madeira. Agora você diz: Obviamente eu vou escolher a de ferro. Mas a de ferro não está completamente em perfeito estado: faltam-lhe pedaços. Faltam alguns pedaços. Já a de madeira está completa.

Porém a de madeira não parece confiável. Está velha.

Mas está completa, não está?

E você usa a de madeira.

Mas no meio do trajeto, ela quebra. Ela estava velha demais pra aguentar qualquer peso que fosse. A ponte se despedaços, deixando cada pedacinho cair na vala. Incluindo você.

Você podia ter consertado os pedaços faltantes da ponte de ferro com a caixa de ferramentas. Podia ter usado a ponte de ferro pra atravessar a vala.

Mas você não quis. Preferiu usar a de madeira. Afinal, ela estava pronta e completa. Era mais fácil atravessar com ela.

Mas não era mais correto, era?

Fiquei assim a tarde inteira. Aquilo fuzilando o meu cérebro, derretendo a minha mente. Pamela havia chegado da escola, até passou no meu quarto para ver se eu estava bem, mas eu fingi não estar acordada. Me cobri por completo com um lençol e torci pra ela acreditar.

Será que Pamela sabia? Que eu possuia poderes? E que... Ela não? Ela não poderia sentir... Inveja disso. Podia? Não. E além do mais, ela teria me dito.

E se ela pensasse que, se nunca me dissesse, eu nunca precisaria seer melhor que ela nesse aspecto?

A minha mente estava me colocando contra Pamela? Nunca. Eu confio em Pamela. Ela não faria algo desse tipo. Eu sei que não.

Irmãos são exatamente assim. Eles te irritam, brigam com você, zombam de você, te fazem chorar... Mas você não vive sem eles. É como uma máfia que te envolve. Mesmo com tantas coisas ruins que eles te fazem e quantas brincadeiras de mau gosto proporcionam, você os ama. Confia neles a sua vida. E antes de surtar com seu irmão, fazer alguma coisa que realmente comprometa muita coisa, lembre e reflita: quantas coisas boas, quantas emoções boas, eles já te proporcionaram?

Eu não digo isso só porque tenho uma irmã.

Pra você ter uma ideia, se eu soubesse o que ia acontecer mais tarde, algumas semanas depois, eu teria pego a minha escrivaninha e jogado bem na cara de Pamela.

Mas não é disso que estamos falando, é?

Lá pelas 6 horas da tarde, Rachel e Nathaniel bateram na minha porta de novo.

Só que dessa vez, eu já sabia o que fazer.

–Toc,toc, acordada?

–Claro –eu disse sentada na cama.

–Bom, não foi o que a Pamy disse –disse Rachel, mas logo deu uma risadinha. –Mas a gente conhece muito bem a Jessie McAlesse.

–Decidiu? –perguntou Nathaniel, fazendo de novo os olhos parecerem pedras preciosas de tanta excitação.

–Ah... Sim. –me aprumei na cama, fazendo drama.

Um silêncio desconfortador percorreu o quarto, apenas o barulho do vento frio e cortante de Surrey balançando as cortinas.

–E então? Vai ficar muda? Diz! –gritou Rachel, apreensiva,me pegando de surpresa, porque a senhorita Lerdeza aqui ficou esperando eles dizerem alguma coisa.

–Ah, sim. –eu disse. –Vocês me perguntaram se eu queria “entrar” nesse “Círculo”. E a minha resposta é sim.

–Eu disse! 5 libras, por favor. –disse Rachel, estendendo a mão pra Nathaniel.

–Você apostou cinco libras na minha decisão, Rachel? –eu disse, indignada.

Poxa, a minha decisão valia muito mais que cinco míseras libras!

–Que foi? Ele apostou o contrário. –disse Rachel, recebendo as notas de Nathaniel.

–Foi porque essa aí falou “Ah, eu aposto cinco libras que ela aceita!” e começou a ficar me enchendo o saco até eu aceitar –explicou Nathaniel, dando língua pra Rachel, enquanto a ruiva já estendia a língua ao máximo que podia contra Nathaniel.

–Você cede rápido demais, é isso!

–Eu cedo rápido demais? Você que é uma aproveitadora, você sabia que a Jessie ia aceitar! E eu também sabia, só que você pensa mais em... –disse se aproximando de Rachel com raiva.

–Eu não penso mais em qualquer coisa que seja, você que não sabe aproveitar as... –ela disse também se aproximando, com o dedo espetado contra Nathaniel.

–Então, né! –eu separei os dois antes que começassem a se estapear. –Já que estávamos falando do Círculo... Quem eu vou encontrar lá?

–Basicamente –disse Rachel, afastando o cabelo vermelho do rosto, bufando. –Algumas pessoas da nossa própria escola, ou seja, eu, o Nath, Carlos Willford e Alex Halley. Mas ainda outras duas de uma outra escola, ao norte, Colégio Blackscott, que são Amanda Chamberlain e Katrina Guarian. Você conhece o Carlos, ele pode ser legal quando quer. O Alex, ele é tranquilo, não vai dar trabalho pra socializar com ele. A Amanda, bem, ela também é uma das pessoas mais sociáveis que eu já conheci, com certeza vocês vão se dar bem. Mas tem a Katrina...

–Tem 99.9% de chance de ela te odiar. Por ser uma novata, sabe. Ela odeia novatos, e odeia gente.

–Olha, a Katrina é muito ignorante, não se chateia se ela vier se meter no seu caminho. –disse Rachel. –Ela também me odeia. Tudo por causa desse ser aqui –e apontou a Nathaniel.

–Por que ele? –perguntei.

–Porque a Katrina ama ele. –disse Rachel com simpliscidade, recebendo um olhar de Nathaniel,como se ele quisesse dizer “Fala sério!”

–Ahn, mas o senhor Nathaniel nunca falou de uma Katrina... –e apoiei meu queixo nas mãos com um olhar cínico, e Nathaniel olhou mortalmente pra Rachel.

–Porque é como se fosse se ela não existisse. Tá? Olha, Katrina Guarian é completamente superficial, estúpida e ridícula. E por isso que a gente finge que ela nem existe. –defendeu-se Nathaniel.

–É exatamente como ele diz. –disse Rachel. –Mas... Que tal uns filmes de terror? –e abriu uma mochila verde e cinza que trazia, pegando algumas caixas de DVD. –Eu trouxe especialmente pra esse momento.

Passamos o resto da tarde assistindo filmes de terror. Nota: O Nathaniel AMA filmes de terror, e não deixou a gente tirar Reality da Morte no meio do filme quando mataram a loira e ficamos morrendo de medo.

Quando acabamos de ver O Inimigo Mora Abaixo, Rachel recolheu os DVD’s dentro da bolsa e eu perguntei:

–E é simples assim? Tipo, falar que quer estar no Círculo, e acabou?

E então, uma menina de cabelos agressivamente loiros entrou no quarto, sem aviso prévio:

–Ah, tola. Claro que não é simples assim. Tem a sua iniciação. –e balançou os cachos do ombro. –Meu nome é Katrina. Katrina Guarian. E você deve ser Jessie McAlesse. –e olhou pra mim de cima pra baixo com desgosto. “Que você tá olhando, garota?”

–Sou. Sou sim. Prazer. –eu disse, ignorando o aviso de Nathaniel e Rachel sobre Katrina e estendi minha mão a ela, em símbolo de amizade, mas ela apenas olhou com os olhos cor de mel com desprezo a minha mão.

–Eu não estou aqui pra virar a sua amiguinha. Eu venho representar o Círculo Branco, uma vez que Amanda não pode. Não toque em mim, novata. –e se afastou de mim com repulsa.

Naquela hora eu percebi que Katrina Guarian era uma verdadeira patricinha sem princípios e repulsiva.

E percebi que eu iria odiar ela.

Muito.



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Notas finais do capítulo

Olha vocês são chatos demais.
Nunca mandam reviews, com certeza nem divulgam a fic. Por isso que eu demoro, é falta de incentivo /mentiiiira =@
MANDEM REVIEWS PLEAAAAASE =3 Não dói! Sério!