A Maldição Do Viúva Negra escrita por Lucy


Capítulo 4
Capítulo 3 - Primeiro raio de sol


Notas iniciais do capítulo

ai está gente.
Prestem atenção na lembrança dela,fará diferença no final



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218713/chapter/4

Acordei no pequeno quarto da pensão. Levantei, escovei os dentes, tomei um banho e desci atrás de um café da manha. Na cantina da pensão, havia algumas mesas e um balcão. homens e mulheres dividiam clientes nas mesas e no balcão, sempre sorrindo simpaticamente para todos que atendiam.

Me sentei no balcão e uma mulher me atendeu.

---olá, o que deseja?--- perguntou a mulher  sorridente e simpática, parecia não perceber com quem estava falando.

--- um café, forte, por favor--- respondi normalmente, ou seja, azeda, e a mulher desfez o sorriso e saiu em busca do meu café.

Fiquei pensando, hoje é meu ultimo dia nessa ilha cheia de verdadeiros ogros nojentos, então, devo restaurar o deposito de comida do navio, hoje irei até a feira da cidade.

A mulher voltou com meu café, pondo sobre o balcão e saindo sem dizer uma palavra. Isso que dá ser grossa... Tomei o café, deixei algumas moedas de ouro sobre o balcão e sai da pensão.

Fui andando e percebendo olhares assustados de todos direcionados a mim, provavelmente o boato do que aconteceu com o orc já havia se espalhado... este é o mau de cidades pequenas.

Cheguei a feira. Havia varias barracas, e cada uma vendia apenas um tipo de produto, além de nenhuma barraca vender o mesmo produto de outra. Isso é inteligente, evita concorrência e desentendimentos entre os vendedores. Nas barracas haviam homens e mulheres, que ajudavam o cliente a escolherem as melhores frutas ou verduras com sorrisos estampados no rosto. Um garotinho corria com uma maçã na mão enquanto uma mulher gritava por ele, pedindo que devolva. Alguns jovens carregavam caixotes cheios entregando em barracas, recebendo um trocado pelo favor prestado. Mulheres e homens andavam carregando sacolas e conversando. Aquele era um clima ótimo, até todos me notarem.

Todos pararam, seus rostos expressavam medo e, em poucos, admiração. Revirei os olhos. Como uma pequena briga de bar pode se espalhar para toda a cidade em apenas uma noite?

--- Só vim fazer compras, como todos aqui--- disse eu, entediada. Todos continuaram paralisados, eu desisti. Dei meia volta e caminhei em direção a pensão.

A raiva tomava conta de mim. Por que eu não sei ser discreta? Mau cheguei na cidade e já fiz o maior valentão da cidade sair correndo, chorando e pedindo desculpas, pra que? Pra a fofoca se espalhar por toda a cidade em apenas uma noite e eu ser vista como uma espécie de monstro, ser temida por todos. Mas eu devia estar acostumada, sempre foi assim. Eu, capitã do lendário Navio Viuva Negra, o monstro dos mares de todas as dimensões, o pior pesadelos dos pescadores, claro que passaria por isso, pura lógica.

 No caminho, escutei (novamente) uma voz masculina me chamando.

---ei ei! Quer ajuda?--- sem parar de andar, virei um pouco o rosto só para ver quem vinha, e era o mesmo menino da ultima vez, que eu botei para correr ameaçando com minhas facas. Será que ele não aprendeu?

--- você é retardado?--- perguntei quando ele chegou ao meu lado, sem parar de andar e sem olha-lo.

--- as vezes--- disse ele me respondendo e eu revirei os olhos--- você quer fazer compras, mas não consegue, se quiser, faço pra você.--- parei de repente, surpresa. Acho que aquela foi a primeira pessoa que me ofereceu um favor desde quando entrei naquele navio nojento.

 --- você tem noção de quem sou eu?--- perguntei, sem acreditar.

--- sim.

---não--- disse e recomecei a andar.

---não o que?--- perguntou ele voltando a me acompanhar.

---não, você não tem noção de quem sou, e não, não aceito seu favor.--- disse e apressei o passo em direção a praia, onde estava meu navio.

Ele parou de me seguir e voltou. Finalmente paz, ele aprendeu a lição. Segui calmamente até meu navio, e quando avistei aquela coisa horrorosa ancorado na praia, simplesmente sentei na areia e comecei a observar o mar, relaxar era tudo o que eu precisava...

Vendo o mar, o sol se escondendo por traz dele, me trouxe lembranças maravilhosas. Me lembrei da época que eu não achava o mar um castigo infernal que terei de carregar até minha morte, e sim, um mundo de novas descobertas inimagináveis...

# Flash Back #

Eu era pequena, dois dias ates da viagem que mudou minha vida, dois dias antes de minha primeira viagem. Eu estava tão ansiosa! Tão feliz! Iria descobrir o que havia alem do horizonte!

Lá estava eu, sentada na varandinha de meu quarto, meus longos cabelos dançavam com o vento. Eu estava com um vestido longo,armado e da minha cor favorita, rosa. Estava com duas asinhas de fada de brinquedo nas costas, sempre amei as fadas. Sempre lindas, podem voar e ainda possuem poderes mágicos!

Eu observava o horizonte, o mar... sempre lindo, sempre tão azul, e depois de onde eu conseguia ver? O que tinha? Com certeza outros lugares lindos, cheios de flores, ou até mesmo, cheios de fadas!

--- princesa?--- me assustei ao ouvir Sr. Raphael me chamando na porta de varandinha, nosso mordomo

--- oi Sr. Raphael--- respondi sorrindo

--- seus pais lhe aguardam na sala de jantar--- disse ele e eu concordei, me levantando e indo para a sala de jantar.

# Fim do Flash Back #

Lembrando de tudo isso e mais, fiquei lá, deitada na areia, relaxando. Quando escuto a mesma voz irritante de antes, me chamando lá longe.

--- ei, ei!--- revirei os olhos --- trouxe algumas coisas, espero que seja o suficiente.--- ele disse e escutei um barulho de algo caindo no chão próximo a mim. Me levantei e olhei, ele havia trazido algumas sacolas de compras, cheias de frutas e verduras variadas.

--- eu falei pra você não trazer.--- disse eu, amarga.

---de nada.--- disse ele sarcástico e eu revirei os olhos.--- é... eu quero te  pedir uma coisa.

--- desde quando temos esse intimidade?--- perguntei, será que ele não entendeu que não gosto de companhia?

--- como pode perceber, sou o único humano dessa ilha--- ele iniciou, ignorando minha resposta mau educada.--- eu sou, sem sombra de duvidas, da dimensão terrestre.

--- e o que eu tenho haver com isso?--- retruquei novamente.

--- sei que seu navio pode atravessa dimensões--- então notei um brilho nos olhos do rapaz.--- e se você me levasse até a minha dimensão? A terrestre?

--- ei ei!--- desfiz o deslumbre do rapaz--- acorda, não controlo as dimensões que o navio vai, ok? Só deus sabe quando ele vai pra dimensão terrestre novamente!

--- mesmo assim! Minha única chance é no seu navio!--- o menino começou a falar incansavelmente! Eu levantei e comecei a andar em direção ao navio, quando senti um puxão no braço esquerdo--- espera!--- como impulso, puxei a espada e pus no pescoço do menino, que me soltou imediatamente.

--- não ouse tocar em mim de novo!--- falei firme e ele levantou as mãos em sinal de rendimento.

--- não vou sair de cena assim.--- ele disse e puxou uma espada, empatando comigo. Eu abri um sorriso malicioso.

Nós dois travamos uma luta. Só se ouvia o barulho do metal das laminas das espadas, batendo uma na outra. Eu estava feliz, ele era bom, finalmente alguém para me divertir.

--- você é bom--- eu disse quando empatamos as espadas, formando um “X” apontando para o chão. Eu, com um golpe rápido, usei a ponta da espada para enrolar o punho da espada dele, assim, ela salto de sua mão e parou em algum lugar--- mas não tão bom.--- Virei as costas e guardei a espada.

O silencio reinou ali por um tempo. Eu, de pé e de costas para o rapaz, e ele de pé, fitando minhas costas. Quando ele se moveu na direção de onde estava sua espada, eu chamei sua atenção.

--- partirei esta madrugada, quando o primeiro raio de sol aparecer no horizonte. Se o segundo raio aparecer e você não estiver aqui, ficará para trás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que gostem.
esse cap nao vai ter a parte do davi, pq nao é importante ok?
bjosss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Maldição Do Viúva Negra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.