Era Uma Vez ... escrita por CamilaCardoso
Notas iniciais do capítulo
Tudo em ti era uma ausência que se demorava:
Uma despedida pronta a cumprir-se.
Cecilia Meireles
Hoje era o dia. O dia em que eu resolveria todos os problemas. Havia acabado de acordar com o peso na consciência. Aquela dor que a cada segundo se apertava mais em meu coração. Não sai do quarto por muitas horas desde que acordei. Estava deitada, olhado para o Sol. Avistei meu celular e resolvi pegá-lo. Lá estava a última música que ouvi. A música que constava tudo que estava acontecendo. Goodbye da cantora Avril Lavigne era o fundo musical do meu momento depressivo. Julguei essa música como uma boa despedida para Sebastian, então resolvi escrevê-la em um papel branco que se mantinha sobre minha escrivaninha. Levantei silenciosamente da cama, e então peguei o papel. Peguei a caneta preta que estava caída no chão e então, fui escrever o pequeno trecho de despedida para Sebastian.
“Adeus, Adeus
Adeus, meu amor.
Eu não posso esconder, não posso esconder
Não posso esconder o que está por vir
Eu tenho que partir, eu tenho que partir,
Eu tenho que partir, e deixá-lo sozinho,
Mas sempre saiba, sempre saiba
Sempre saiba que eu te amo tanto
Eu te amo tanto
Eu te amo tanto”
Não pude evitar as lágrimas que caiam sobre o papel. Então, as deixei lá. Caídas, e machucadas. Lágrimas de amor. Dobrei o papel em dois, e o coloquei em cima da minha cama. Peguei a minha roupa favorita – uma blusa branca e uma calça jeans escura -, e as levei ao banheiro e me troquei lá. Estava penteando meus leves fios de cabelo, enquanto ouvi uma voz forte, que há muito tempo eu não ouvia.
- Você vai nos deixar mesmo? - perguntou a voz – E eu vi que não sou só eu que resolvi escrever cartas para dizer o que sinto, não é? – completou a voz
Levei um susto, e sai do banheiro procurando por todas as partes a voz. Descobri quem era, e fui logo o abraçar, impulsiva. Com saudades dele.
Como assim? – perguntei
- Como assim o quê? – perguntou ele
- Por que você falou “Então, não é só eu que resolvi escrever cartas para demonstrar o que sinto”?
- Não é nada demais – disse ele rindo – Mas você vai nos deixar mesmo – disse ele com um tom mais sério
- É... Vou sim – disse por fim
- Pequena você não pode fazer isso comigo... ou pelo menos, com Sebastian – disse ele olhando em meus olhos – Nós a amamos – completou ele fechando os olhos. Eu achei que ele iria me dar um beijo forçado com naquele dia, mas em vez disso, ele me deu um beijo na testa.
- Eu tenho que partir, pelo menos, por enquanto – eu disse o abraçando forte. Aquela sensação foi boa, não foi como se fossemos namorados, mas como irmãos.
- Foi minha culpa você querer viajar assim, não é? – perguntou ele
- Não, não foi... É a minha cabeça. Ela está confusa! – exclamei
- E você? Você está confusa? – perguntou ele – Bom, eu só queria te ver, ver como você estava. Aquele dia, como eu falei com você... Foi doloroso. Desculpa-me - disse ele gaguejando
- Tudo bem Leonardo, eu merecia isso – eu disse soltando os braços ao redor dele
- Está bem, eu vou ir para casa – disse ele me dando um beijo na testa outra vez. Ele virou as costas e saiu andando. Então, uma curiosidade cresceu sobre mim e então eu soltei a pergunta.
- Como vai a vida de vocês? Quer dizer, vocês estão brigados né? – perguntei confusa
- Quem disse que eu estou morando com aquele egoísta? Estou morando sozinho, é mais uma longa historia como eu sei que você ama histórias longas, eu já vou falando, não vou te contar senhorita Maddinson – disse ele rindo
- Que crueldade – bufei
Ele saiu com passos lentos, como se esperassem que eu saísse correndo ao encontro deles, mas eu não faria isso. Eu já o havia iludido demais. Então, o esperei descer as escadas e sair de minha casa, para eu ir para casa de Sebastian, entregar minha pequena carta.
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Escrito por Camila Cardoso.