Star-crossed escrita por mbecker


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fic, eu espero que gostem. Qualquer comentário, dúvida, crítica contrutiva, ou algo do gênero, é bem vindo. Obrigada.



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"Ei, ursinha!" Eu sabia que não era muito correto gritar coisas assim no meio da praça central, mas quem realmente liga? Certamente, eu não.

Então ela parou. Os cabelos negros como carvão ondulavam suavemente conforme ela se virava para me fitar. Ela ficou me observando com um olhar analítico, como se estivesse avaliando algo. Eu poderia pensar que ela estava brava ou algio do tipo, mas seus lábios nunca me enganaram uma vez sequer. Não demorou muito para que eles se contorcessem em um sorriso tímido e contido. Aquele sorriso que me fazia derreter por dentro. Eu caminhei até ela, que escondeu o sorriso novamente, mas manteu os olhos grudados no meu rosto. "Onde você pensa que vai sem mim, querida?" Ela rolou os olhos bufando.

"Por favor, Cato, controle seus hormônios, sim? E não fique por aí criando apelidos cafonas pra mim, é constrangedor." Dessa vez ela me fez rir. Ela certamente não percebeu que eu adorava criar apelidos exatamente por serem tão ridículos.

"Não fique tão brava, paixão. Você sabe que eu te amo." Ela me ignorou e simplesmente saiu andando com uma leve irritação, me impedindo de continuar chamando-a de coisas românticas e patéticas. Eu apenas a segui, ainda dando risinhos infantis.

A coisa toda com Clove é que ela nunca foi minha namorada, mas eu sei que ela pelo menos se sente atraída por mim. Quer dizer, durante uma luta, em que ela me derrubou - é claro que o boato que eu espalhei é que eu escorreguei - e posicionou seu corpo sobre o meu, meio que me enforcando, eu juro, enquanto ela me deixava roxo e sem ar, eu consegui sentir um bocado de carinho vindo dela, e logo depois ela me soltou e saiu andando indiferente. Eu acho que estava certo sobre a coisa do carinho, já que não fiquei com nenhuma sequela daquele dia. Bom, pelo menos, nenhuma permanente. E, enfim, eu gosto de irritar Clove desde então, porque descobri que ela tem um temperamento instável e agressivo e assim, sempre que ela explode com as minhas piadas e brincadeiras infantis, eu sempre tenho a oportunidade de abraçá-la por alguns segundos e dizer que eu não quero vê-la brava comigo antes de levar um empurrão de suas mãos tão pequenas. E, na verdade, eu gosto de chamá-la de apelidos carinhosos porque parece ironia, e ironia nunca é vista como uma fraqueza, como a honestidade é.

"Clove, sério, onde você vai?" Eu adiante o passo para conseguir acompanhá-la. “Eu vou comprar um vestido novo para a colheita, eu tenho que parecer pelo menos um pouco bonita.”

Eu queria dizer que ela não precisava, que está sempre bonita. E mesmo quando esta com uma roupa velha e largada – como quando saímos para treinar - ela ainda é perfeita. Ao contrário, eu solto um "Boa sorte", causando um olhar de fúria que, bem lá no fundo, escondia uma mágoa. Realmente, eu sou um idiota. "Não fique brava, você sabe que eu estou apenas brincando." Ela se virou bruscamente.

"Mas eu estou cansada das suas brincadeiras, Cato. Eu já cansei, entende?" Por essa eu não esperava, devo admitir. Aqueles poderiam ser nossos últimos momentos juntos.

"Você realmente vai brigar comigo um dia antes de eu ir pros Games?" Eu estava jogando sujo, eu sei, mas eu não me importo de fazê-lo se isso me aproximar de Clove.

"Cato, não tente me manipular! Você nunca se voluntariaria, eu te conheço." Ela tentava parecer furiosa, mas sabia que bem no fundo, havia uma pontada de culpa. Eu aproveitei o momento. 

"Você não me conhece tão bem quanto pensa, Clove. Não mais." Eu me virei e refiz meu caminho para casa. Eu não olhei pra trás, mas eu sabia que Clove estava lá, parada e perplexa com a minha reação exagerada. Eu queria que ela viesse atrás de mim e pedisse desculpas e me implorasse pra ficar, mas aparentemente ela apenas foi embora.

Bom, que seja. Se ela quer ficar brigada comigo logo antes dos Games, que fique, eu não me importo mais. O importante é que no dia seguinte eu estaria naquele palco e eu seria o mais novo tributo do Distrito 2. Nem os meus pais, nem os meus irmãos e nem mesmo Clove me fariam mudar de ideia. De uma forma ou outra, eu estaria na septuagésima quarta edição dos Hunger Games.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Se sim, ou não, deixa a sua opinião aí em baixo, ok? O próximo capítulo ja esta pronto, logo eu posto.
Marianna Becker.