Never Say Never escrita por Bells


Capítulo 1
Never Give Up




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Olá, me chamo Ally. Tenho 17 anos e moro em uma casa que divido com minha melhor amiga, Sammy. Sammy tem 22 anos e me ajuda com a maioria das contas que temos que pagar. Nunca tive amigos, fuji de casa aos 12 anos e virei catadora de latinhas, um dia, eu estava muito cansada e parei em frente a uma casa. Sammy me encontrou ali, suja, sem dinheiro e me perguntou se eu estava bem. Eu era muito nova então, não sabia o que responder. Como Sammy é 5 anos mais velha do que eu, perguntou se eu não queria tomar um banho na casa dela e depois comer alguma coisa. Eu aprendi a recusar ofertas desse tipo na minha casa, mas dessa vez eu não pude recusar. Quando chegamos a casa da Sammy, tomei meu banho e depois fui tomar um café e comer um croissant. Eu não comia uma comida boa daquelas há muito tempo. A última coisa boa que me lembrava de ter comido foi um cachorro-quente de U$2,50 que comprei com o dinheiro das latinhas. Ele não estava bom mas, vamos, era cachorro-quente.

Sammy me contou sobre sua vida e me disse que também havia fujido de casa. Ela acabou virando prostituta. Então me perguntou se eu não queria morar com ela. Eu disse que sim - afinal, por que não diria?

Eu acabei virando stripper também. Não podia arrumar emprego melhor. Eu estava em decadência, era a única coisa que poderia sustentar eu e Sammy.

Alguns anos depois, eu já estava com 15 anos. E tinha outro emprego. Eu havia virado uma arrumadeira. Sim, eu era uma empregada. Era melhor que ser prostituta. Eu também recebia um salário melhor, porém baixo. A família da casa era como minha família. Mas eu ainda morava com Sammy. Sammy não conseguiu emprego melhor e continuou sendo prostituta. Até que um dia sai do trabalho mais cedo e comprei dois jornais. Um para Sammy e um para mim. Eram de épocas diferentes, queria encontrar um emprego melhor para Sammy.

Conseguimos. Arranjamos um emprego de vendedora em lanchonete para Sammy. Ela estava tão feliz. Eu adoro ver Sammy feliz, me faz ficar feliz também.

Um dia, pedi ao meu patrão para ficar de folga em um dia para acompanhar minha melhor amiga no primeiro dia do emprego novo. Ele deixou.

O primeiro dia não foi tão bom, Sammy estava toda atrapalhada com os pedidos e pratos e acabou quebrando alguns. Eu fiquei muito triste. Sammy estava se esforçando ao máximo. Infelizmente ela foi demitida. Tive que sustentá-la sozinha até ela encontrar um emprego. Hoje, eu e Sammy moramos numa boa casa. E trabalhamos de empresárias. Foi muito difícil conseguir esse emprego, mas conseguimos.

Um dia eu estava voltando para casa, Sammy já estava me esperando. Até que o pior aconteceu. Um assalto.

Um cara passou correndo por mim, arrancou minha bolsa mas eu consegui segurar. Até que ele sacou o canivete, antes que eu pudesse soltar a bolsa, ele enfiou metade na minha barriga. Eu só me vi caindo, de costas no chão. Como iria avisar Sammy? Como era iria ficar se soubesse? Até que escutei um garoto gritando desesperado:

– Chaz! Chris! Venham ajudar por favor!

– Onde estou? - perguntei atordoada.

Os meninos vieram correndo na mesma hora.

– O que aconteceu, Justin? - disse um deles.

– Ela foi assaltada. O bandido enfiou um canivete na barriga dela.

– Rápido, Justin. Leve ela para o hospital!

Justin me pegou no colo na mesma hora. Ele deveria ter a mesma idade que eu, me surpreendi com a força que ele tinha.

Ele me levou para o hospital mais próximo. Me colocou numa cadeira e pediu para um de seus amigos ficarem comigo enquanto ele falava com a secretária.

– Você já vai ficar bem. - disse ele, voltando para a cadeira.

– Eu me sinto estranha. - disse eu, mais atordoada ainda.

– Ela bateu com a cabeça, Justin. - disse um dos amigos.

– Eu sei Chris. Estou preocupado. - respondeu Justin.

Eu estava muito estranha, nunca havia tido amigos, a não ser Sammy e agora um estranho estava me ajudando.

– Justin, eu... eu não quero morrer. - disse eu com lágrimas nos olhos. - Eu tenho uma melhor amiga, ela ia sofrer muito. Eu moro com ela e ela não sabe onde eu estou.

– Você não vai morrer! Eu não vou deixar! - ele respondeu, decidido. - Quer que eu ligue para ela?

– Seria um grande favor. Ela deve estar muito preocupada. - respondi.

– Qual é o número?

– 4269-5467! Mas por favor, não diga que eu recebi uma canivetada na barriga. Ela iria ter um ataque. - disse, "tentando" rir.

– Alô? - ouvi a voz de Sammy no telefone.

– Alô, aqui é Justin Bieber. Eu liguei para avisar que.., - ele retirou o telefone de frente da boca e me perguntou meu nome.

– É Ally. - respondi.

– A Ally está no hospital.

– O que? Ela está bem? O que aconteceu? - ouvi ela desesperada no telefone, comecei a chorar lentamente.

– Calma, aconteceu um assalto, roubaram a bolsa dela e ela acabou batendo com a cabeça. - ele deu uma piscadinha para mim. Afinal, não tinha contado do canivete.

– Okay, vou ficar calma. Em que hospital vocês estão?

– Estamos no Johns Hopkins.

– Okay, já estou indo!

Até que a enfermeira me chamou.

– Ally, sua vez.

Justin pegou levemente nos meus braços e os colocou em volta do seu pescoço. Ele me levantou e fomos até a sala. Ele me colocou na maca e o médico pediu para eu tirar a camiseta.

Eu fiquei envergonhada, não conseguia me mexer direito e Justin percebeu isso.

– Anh... - ele começou, um pouco envergonhado. - Quer que eu te ajude com isso, Ally?

– Seria ótimo. - falei, quase vermelha como um tomate.

Ele começou devagar, para não forçar minha barriga. E foi tirando, bem lentamente. Até que eu fiquei apenas com sutiã. Justin, enquanto tirava da minha cabeça, ficou me olhando com um olhar esquisito, eles estava mordendo os lábios.

– Está tudo bem, Justin? - perguntei.

– Ahn? Ah, sim está tudo bem.

O médico pediu para Justin se retirar para fazer o exame da minha barriga. Mas eu perguntei se ele podia ficar.

– Tudo bem. - o médico disse. - Ele pode ficar, com tanto que não faça barulhos.

O médico começou a examinar o corte, para ver se o canivete não havia deixado nenhuma infecção. Até que ouvi um grito vindo da sala de espera, era Sammy.

– Onde ela está?! - Sammy estava desesperada, chorando.

Justin saiu da sala imediatamente, pude ouvir a conversa dos dois lá fora.

– Você é o Justin? Onde ela está?!

– Calma. - disse Justin. - Ela está bem, está na sala de exames.

– O que? Mas ela não tinha apenas batido a cabeça?

– Na verdade... não. Ela segurou a bolsa e o ladrão acabou enfiando um canivete na barriga dela. Na hora que eu a encontrei a trouxe para cá.

– Eu preciso vê-la.

– Não pode. O médico tem que examinar o corte e nada pode atrapalha-lo.

– Mas...

– Ei - Justin a interrompeu -, você quer que a Ally sofra mais um acidente?

– Não, de jeito nenhum.

– Então não entre naquela sala.

– Okay.

Eles foram sentar.

Eu estava muito aflita. Justin tinha me deixado lá na sala sozinha. Eles estavam colocando pinças dentro do meu corte, abrindo-o. Eu não sentia nada além de dor. Eu queria gritar, mas os médicos haviam me dado uma anextesia muito estranha. Eu estava sonolenta. Até que dormi.

Quando acordei, Justin estava olhando para mim, com um sorriso no rosto. Ele estava muito feliz. Aquele era o sorriso mais lindo que eu já tinha visto. Sammy estava com lágrimas nos olhos, mas não de tristeza, de emoção.

Tentei levantar o corpo, mas não consegui. Justin me disse para acalmar e ficar deitada. Perguntei por que Sammy estava chorando e ela respondeu:

– Porque você é a maior guerreira que eu já conheci.

– O que? Mas, por que? - perguntei.

– Porque se você não tivesse suportado a dor, se fosse qualquer outra pessoa, essa pessoa não sobreviveria. - Justin interrompeu, mais feliz do que antes.

– Mas... eu apenas fui... forte, eu acho.

– Apenas? - Indagou Sammy. - Você foi muito forte. Você aguentou a dor mais do que ninguém.

– Eu tenho que agradecer ao Justin - disse -, afinal, sem ele eu poderia estar morta.

– Deixe disso - disse Justin. - Eu tinha que fazer aquilo.

A coisa mais estranha da minha vida aconteceu nesse exato momento. Justin me beijou.

– Justin... eu... eu estou confusa.

– Com o que?

Você me conheceu hoje e... eu nunca tive um amigo a não ser Sammy. Não acredito que alguém me beijou!

– Podemos ir para casa agora - disse Sammy.

– Anh... sobre isso - indagou Justin. - Eu queria perguntar se você e a Ally não iam querer passar a noite em casa.

– Passar a noite na sua casa? - eu perguntei, com uma cara bem visível de "sim".

– É, dormir em casa hoje.

– Mas é claro que sim!

Fomos a casa do Justin, Pattie, a mãe dele, veio nos buscar, pois eu não podia andar muito. Meus pontos poderiam se romper.

Justin e eu fomos um do lado do outro, enquanto Sammy - mesmo sendo bem mais velha do que eles -, ficou paquerando Chaz e Chris.

Esse foi o melhor dia da minha vida. Quando chegamos a casa do Justin, ele me levou para o quarto e deitamos juntos em sua cama, sem trocar de roupa. Foi a noite mais deliciosa que eu já passei.



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