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Kuronuma Sawako estava embaixo dos lençóis grossos, o quarto estava escuro e o tempo lá fora parecia tão feliz. Mas, naquele momento, ela não sentia felicidade alguma, e começava a pensar seriamente que nunca mais a sentiria.

Era ano novo, lindas lembranças vinham com essa data.

Era o que a fazia lembrar-se dele...

Ele que havia partido, e tão cedo...

– Kazehaya-kun... – Disse o nome dele num sussurro inaudível.

Era tão triste vê-la assim, ninguém poderia sentir medo dela agora, apenas pena.

E ela ainda se lembrava de suas últimas palavras, e elas ainda foram naquele mesmo dia...

“– Sorria... Sawako.” – Ele disse com a voz fraca, mas ainda parecia feliz.

Sawako estremeceu embaixo do grosso cobertor ao lembrar-se daquelas palavras.

– Por que você se foi? – Indagou já não contendo as lágrimas salgadas.

Virou-se de bruços na cama e fechou os olhos com força, fechando a mão em punho e batendo esta contra o colchão.

– Por quê?! – Disse tendo a voz abafada pelo travesseiro.

“Por quê...?” – Indagou novamente, mas em pensamento.

E o sono foi chegando...

Logo ela embarcou na terra dos sonhos.

"Lá estava ela, caminhava com o típico uniforme escolar, em uma esquina viu o cachorrinho que ele adotou, curvou-se para acariciar os pelos do animal, mas este recuou, como sempre.

Kuronuma sorriu, nunca mudava o pavor que as outras criaturas sentiam dela, era até engraçado de se observar.

Aquilo era familiar.

Mas, em meio ao o seu descuido enquanto pensava sobre o cão, não o viu observando-a.

– Kuronuma! – Ele saudou com aquele sorriso lindo que ela adorava. Aquele que fazia com que todos em volta sorrissem de volta.

– Ka-Kazehay-kun! – Disse ela um pouco assustada, não esperava vê-lo ali.

Ele ainda sorria para ela e, sem mais ou menos, ela também se pegou sorrindo.

Aquele sorriso que ele adorava.

Aquele que era só dele.

– Sorria... Sawako. – Ele disse aquilo com pesar, algo que chamou a atenção da garota de longos fios escuros.

– Não. – Disse ela baixo, lembrando-se de onde havia ouvido aquilo antes.

E, de repente, tudo aconteceu novamente.

O carro veio e jogou ele contra o muro, Sawako caiu para trás, afinal, ele havia salvado ela.

E ele sorriu antes de partir.

– Por quê?! – Gritou ela novamente, como havia feito quando aquilo ocorreu naquela manhã. – Por quê?!"

– Porque te amo... – Ouviu em um sussurro do vento em seu ouvido.

Com isso ela despertou.

Encarou o teto com a expressão apática, a boca semiaberta e os cabelos espalhados pela cama.

Fechou os olhos com força e permitiu-se chorar mais uma vez.

“Eu também te amo” – Pensou.

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