Pietro E O Pingente Das Trevas escrita por Moreira


Capítulo 19
Capítulo 19: Luto comigo mesmo




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É foi muito complicado para a gente se separar, mas foi isso que tivemos de fazer, alguém pelo menos iria encontrar o caminho certo e chamaria os outros. Então a ordem de portas foi esta: Direita - Camilla, Luk e Kalil; Esquerda - Louise, Laís e Isa; Centro - Eu. Claro que eu iria no meio, como sempre.

Bem, assim que abri a porta que estava a minha frente, não tinha nada de estranho, apenas um corredor longo e um pouco escuro, a não ser por umas lâmpadas lá e aqui. A única coisa que pude fazer foi andar, andar e andar novamente.

Só não gostava de está naquele lugar, se imaginem em um corredor longo sem fim, com algumas lâmpadas amarelas fracas, feito totalmente de pedra, como um calabouço, o único som que você escuta é o da sua respiração e dos seus passos ecoando pelas pedras e as vezes uma gota d'água que caía do teto. Nada agradavel né?

Porém, o corredor não era sem fim como eu imaginei. No final mesmo dele, existia uma escada, uma escada longa e escura, o que me fez ter que usar meus poderes e criar uma pequena tocha de energia, para poder descer os degraus sem cair.

No fim da escada não existia nada, apenas uma sala redonda e vazia. Com um pouco de raiva eu caminhei até o centro da sala, o que foi o meu erro. Pois assim que eu fiz aquilo, a sala se iluminou parcialmente e era o sol que a iluminava e uma parede de pedras, bloqueou as escadas e meu único caminho de volta, me deixando naquela sala vazia.

– Esse é o seu erro garoto – Uma voz ecoou pelo local, mas não dava para saber de onde vinha, graças aos ecos.

– Quem está ai? E como assim meu erro? Apareça e explique-se – Eu tentava a todo custo, procurar onde estava o misterioso ser, mas não o encontrava.

– Ha ha ha! – Gargalhou a voz, deixando eu ouvir seus passos – Ainda me pergunta quem eu sou? Não reconhece minha voz? – Não, eu não reconhecia a voz e estava ficando mais irritado.

– Não sei quem é você, minha bola de cristal quebrou esta manhã e só semana que vem que poderei arrumar outra – Falei com um pouco de irritação da voz – Mas anda... Se mostre, diga quem é você – Agora nas minhas mãos não existia mais a pequena tocha de eletricidade e sim duas bolas médias de energia.

Mais um passo... Seguido de outro e outro, até que a pessoa já caminhava em minha volta. E por fim vindo em minha direção aparentemente por todos os lados, é o eco não ajudava.

– Agora me reconhece Pietro? – Ao falar, o misterioso ser deu mais um passo começando a se revelar – Ou melhor... Se reconhece Pietro? – Aquela foi a gota d'água. Assim que a palavra "se reconhece" ecoou pela sala, o rosto do rapaz se iluminou a minha frente, revelando o que eu menos imaginava.

Agora existiam dois de mim. Como antes da minha cabeça, eramos identicos em tudo, e até no jeito de falar que agora eu reconhecia. A única diferença entre nós dois, era a cicatriz que ele tinha cruzando o olho esquerdo, uma cicatriz de corte, que eu mesmo fiz.

– Ah não... Isso não – Eu falava, esperando ser apenas uma ilusão da minha mente, mas não era infelizmente.

– Não diga isso Pietro. Só estou aqui para fazer um trato com você – O "Eu falso" falava comigo, com o mesmo tom de voz, com o mesmo sotaque do Havaí.

– Trato? Que tipo de trato você quer fazer comigo seu mutante de sei lá onde – Eu já estava bastante irritado com ele, mas como não poderia está?

– Primeiro, não me chame assim, pois Eu sou Você e Você é Eu – Quando ele falou aquilo, me deu vontade de voar em seu pescoço, mas não fiz – E o trato, é que você esqueça essa sua busca pelo pingente. Se você aceitar, você e seus amigos ficaram vivos e enquanto todos os outros morreram, mas se não aceitar, seus amigos terão a mesma batalha que você vai ter aqui e agora. Eles terão de lutar contra si próprio se você não aceitar e "nós" somos duas vezes mais fortes – Quando EF falou aquilo, um sorriso surgiu em sua face, um sorriso de vitória, o que eu não gostei e eu o apelidei de EF, tipo Eu Falso.
Ta confesso que aquilo me pegou de jeito, eu fiquei sem respostas ao saber que meus amigos estavam passando pelo mesmo, o que me deixava triste, nervoso e com medo por não conseguir ajudar e ter ajuda. Mas não podia fraquejar, não agora e ali.

– Olha... Sua oferta é tentadora... Mas infelizmente não posso aceitar, então acho que vamos ter de lutar – É, eu sei que vocês estão me chamando de idiota agora, mas eu não ligo.

– Ok Pietro Alexander Von Ritter – Sim, ele sabia meu nome completo – Vamos lutar, pois você vai perder mesmo.

O que veio em seguida, aconteceu tão rápido que não tive reação. Onde antes existia o EF, agora existia um ser de luz, sim luz. Não uma luz qualquer, mas sim uma luz amarelada, como se ele fosse feito da mais pura eletricidade. E infelizmente isso era real, pois foi atingido por choques em todo o corpo.

Quando eu fui atingido, fui lançado contra a parede, o que fez meu corpo doer. O que fez a raiva dentro de mim crescer mais ainda e me fazer querer lutar contra ele.

– Anda Pietro, desista, quanto antes você desistir, mais rápido morrerá – Agora a voz era eletrica, pelo menos não era igual a minha.

– Eu nunca desisto de uma batalha e além do mais não é sempre a força bruta que ganha uma luta... – Falei enquanto me levantava – E sim a força de sabedoria e a força da amizade. Saber que eu tenho um amigo já é o suficiente – O que eu fiz em seguida até mesmo espantou a mim mesmo.

Antes minhas mãos estavam nuas, não tinham nada, mas agora existiam duas forças diferentes, duas espadas, mas que eram mais do que aquilo. Quando menos esperei, eu estava com um chicote em mãos, um chicote azulado e eu sabia exatamente o que fazer.

O sorriso em meu rosto logo surgiu, quando vi meu adversário enrolado no chicote, se debatendo de dor, sendo queimado pela luz que emanava da minha nova arma.

– Quem era o mais forte mesmo? – Perguntei enquanto me aproximava dele, agora com uma espada em mãos – Que você descanse em paz...

Terminei de falar e vi minha espada atravessar o corpo da criatura que antes, era eu mesmo, se dissipando na luz e me fazendo ficar cego por alguns instantes, mas quando minhas visão retornou percebi que meus amigos também estavam ali, todos com armas novas em mãos. Mas nossa alegria durou pouco, pois o que vimos em nossa frente foi demais para todos...


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