iStill Love You escrita por Mrs Dattebayo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, a one foi feita com base do episódio "Creddie" (na boa,achei mais Seddie que Creddie. Mas ok.) iOpen a Restaurant.
Espero que gostem ^~



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Fim de semana. Nada pra fazer. Peguei minha bolsa e fui até o Bushwell. É claro que mesmo se eu tivesse o que fazer eu iria até lá, mas já que eu não tenho... bom, é uma desculpa.

No Bushwell tem duas coisas que me pertencem - não, tem três. Carly Shay, minha doce e bobinha melhor amiga, Freddie Benson, meu... melhor amigo - acho que isso serve - e ex namorado e por último, mas não menos importante, a comida que ocupa a geladeira dos Shay.

–Hey. –digo entrando no apartamento.

–Oi, Sam! –Carly me recebe, sorridente como sempre. – Freddie, a Sam chegou! – ela grita em direção as escadas.

Isso me surpreende um pouco. Quer dizer, Freddie, assim como eu, vive na casa da Carly, mas geralmente ele chega de tarde.

–Freddie já está aqui? – jogo minha bolsa no sofá e me sento.

–Hum... já. – Ela responde de cabeça baixa. Pode ser coisa da minha cabeça, mas acho que Carly corou.

Antes que eu pudesse fazer uma avaliação mais profunda uma voz emana pela sala.

–Sam!- Freddie disse com sua voz normal. Nem muito ânimo, nem muito desânimo. Apenas educado.

–Freddie... – a coisa dos apelidos acabou há algum tempo. Não acabou, na verdade, apenas diminuíram bruscamente.

Silêncio. É isso o que se segue. Ninguém diz nada. Freddie para ao lado de Carly com um meio sorriso no rosto. Spencer não deve estar em casa, afinal não tem nenhum resquício de incêndio por perto. Como não tenho criatividade para puxar um assunto eu acabo indo conversar com a geladeira.

Bacon, presunto... bendita seja a compra do mês! Pego um pratinho de bacon e vou até o balcão. Carly e Freddie estavam sentados, sussurrando algo que é interrompido assim que eu olho na direção deles.

–O que tá pegando? –pergunto pondo um bifinho na boca.

–Nada! – eles falam ao mesmo tempo e, de novo, Carly fica corada.

Tudo bem. Há algo de errado com esses dois, mas não me importa. Deve ser algum assunto que só é interessante pra eles. Ao contrário da Carly, eu não me importo em saber coisas que não querem que eu saiba. Privacidade é algo que ela desconhece e anula com seu papinho de “Sem segredos, lembra?”. Irônico mesmo é que ela é cheia dos segredos, ela e o Freddie. Vivem de cochicho, sussurro, olhares que são mais do que apenas direcionar sua visão para o outro, andam me deixando de lado o que faz com que eu tenha que andar com o quase ser humano do Gibby. Mas eu não me importo. Eles são livres.

–Bom... preciso ir. – Freddie se levanta e... espera! Ele deu um beijo na bochecha da Carly? Tudo bem que isso não seria estranho visto que nós somos muito amigos e há um bom tempo. Mas isso nunca aconteceu! – Tchau, Sam. – idiotice ou não eu estava esperando um beijo também. Mas não veio.

E ele se foi, fechando a porta atrás de si.

Eu continuei em silêncio e Carly estava com um sorriso bobo no rosto, nem deve estar se lembrando da minha presença. Decidi deixar assim mesmo.

Algo que eu não sentia há tempos começou a mexer dentro de mim. Uma raiva sem motivo misturada com uma tristeza e uma sensação de que fui traída. Senti isso uma única vez na minha vida: quando Carly e Freddie namoraram.

Ciúmes? É esse o nome? Pode até ser, mas não me lembro de ver ninguém se sentindo traído quando tem isso. Ah, sim! A traição deve-se ao fato de eles serem meus melhores amigos.

Ao contrário do que muitos pensam, eu não sou ciumenta. Sim, eu amo o Freddie. Não há dúvidas. Mas nós terminamos! Qualquer sentimento de posse que eu tenha sobre ele é errado e infantil, portanto ele pode namorar quem ele quiser, beijar quem quiser, amar quem quiser. Mas a situação com Carly é diferente. Ela é minha melhor amiga! Ela sabe o que sinto por Freddie... e isso é horrível! Já é devastador saber que ele tem uma queda nova (ou talvez seja a antiga que ele resolveu voltar a demonstrar) por ela. Será que ela também está retribuindo isso? Claro que não. Pare de ser paranoica, Sam! Foi só um beijo na bochecha e um sorriso bobo. Só segredos e sussurros.

Só a traição estampada!

Não! Sam! Pare com isso. Carly jamais faria algo desse tipo com você. Freddie nunca foi o tipo dela, e mesmo se ele fosse ela falaria com você. Certo? Eu não sei.

–Então... o que faremos hoje? – Carly diz se pondo de pé e me tirando dos meus devaneios.

– Você decide! A casa é sua. – pego mais um bifinho e começo a comer.

– A casa é minha, mas a comida é sua, não é?- ela diz revirando os olhos e soltando um riso fraco.

Dou de ombros e vou para o lado dela.

Ficamos lá, jogando conversa fora. Freddie não é mencionado e Carly não fala de nenhum garoto o dia todo, e isso é estranho. Ela sempre fala sobre algum garoto que viu passando na rua, que falou com ela pelo iCarly.com, mas hoje não houve nada disso. Na verdade o assunto estava sempre em torno da mamãe aqui. O que é duplamente estranho, já que sempre que sou o alvo das atenções ela menciona o Benson, e isso não aconteceu.

A quem eu quero enganar? Eu estou quase abrindo o cérebro da Carly pra ver o que está acontecendo entre eles!

– Então... por que o Freddie chegou tão cedo hoje? – pergunto tentando parecer desinteressada. Provavelmente consegui.

– Humpf – ela faz um sinal de descaso (muito forçado) com a mão – por nada! – ela está mentindo. Carly olha a hora no seu Pear Phone e arregala os olhos. – Hum, Sam, é hora de você ir para casa, não?

Carly começa a me empurrar para fora do puff antes mesmo que eu possa retrucar e me coloca para fora do estúdio. Nós havíamos subido até lá quando Spencer chegou dizendo que precisava tirar o sofá da sala para poder montar sua nova escultura.

Dou um tchau pra ela, que fecha a porta imediatamente atrás de mim. Eu já estava descendo até o primeiro andar quando lembrei que me esqueci de pegar minha bolsa. Dei meia volta e quando já estava prestes a abrir a porta vejo o elevador se abrir e um Freddie muito bem arrumado saindo dele. Imediatamente me esquivei para o lado e fiquei espiando o que estava acontecendo, porque, definitivamente, havia algo acontecendo.

– Oi. – Freddie diz com seu sorriso mais conquistador e Carly se vira na direção dele, colocando seus finos bracinhos em torno do pescoço de Freddie assim que ele a alcançou.

Aquilo doeu. E acabei de ver que sim, tenho ciúmes do Freddie, e que minha melhor amiga está com o cara que eu amo e nem me disse nada.

Calma! Preciso de calma. Só um abraço íntimo. Não significa grande coisa.

– Desculpa o atraso. – Freddie disse com uma voz suave como seda.

– Tudo bem! – Carly estava sorrindo. Eu não podia ver o rosto de Freddie já que ele estava de costas pra mim. – Se você tivesse chegado alguns segundos antes teria pegado Sam aqui.

– Isso não seria bom. – ele diz rindo.

– Não, sem dúvida não seria. – Carly sorri e depois seu rosto pega um semblante um tanto preocupado. – Você não acha isso errado? Esconder algo assim dela? Fazer isso com ela?

Isso? O que seria “isso”? Sinto que meu coração está contraído ao ponto de estar tão grande quanto uma ervilha. As lágrimas que eu tanto controlo já estão quase vencendo essa guerra e pulando para a liberdade fora do meu corpo.

Freddie estava protestando, mas Carly prosseguiu.

– Ela te ama. Você disse que a amava! – sim, ele disse. – Isso é... –Carly hesitou, com vergonha de seja lá o que ela ia dizer.

– Isso é o quê? – Freddie insistiu.

– Isso é traição!

E agora não me resta dúvidas do que está havendo. Freddie está com Carly. Carly está com Freddie. Minha melhor amiga e meu ex que eu amo há anos. E que ela sabe que eu amo. Acho que “traição” é uma palavra fraca perto do que isso realmente é.

E se a coisa já não fosse ruim o bastante, Freddie começa a rir. Rir de verdade, como se não houvesse amanhã.

Continuei ouvindo. Deve haver algum engano, só pode.

– Meu namoro com ela não foi nada demais. Aquilo passou! Eu disse que a amava porque pensei que aquilo fosse o certo a se fazer no momento. Igual no hospital! Mas logo que ela se foi à meia-noite eu vi que foi um erro. – Carly fita o chão, um tanto triste. – E com relação a ela me amar... – Freddie prossegue – A Puckett é forte! E eu não sou o tipo dela, aposto que ela só ficou atraída por mim porque eu criei músculos e fiquei com a aparência igual a dos garotos que ela realmente quer.

Não, pode ter certeza que não. A Puckett te ama desde que você era um anão, com voz de menina e sem nada – fora o que você guarda nas calças – que pudesse provar que você não era uma garota com um senso de moda terrível!

Carly da um sorriso fraco e então acontece. Acontece o que tira toda e qualquer esperança (de que eu entendi algo errado) do meu corpo.

Ele a beija.

Puckett está destruída.

Sem conseguir segurar eu acabo soltando um arquejo de dor feat desespero bem audível e eles param. Com o choque acabei dando um passo para o lado, de modo que fiquei diante da porta. Carly me olhou e sua boca estava aberta em um perfeito “o”. Freddie se virou para me encarar e lágrimas corriam por meu rosto de uma forma assustadora. Parecia um fio de uma torneira entreaberta e não lágrimas.

Correr. Isso que me resta. Comecei a correr sem nem saber para onde estava indo. O apartamento dos Shay pareceu se transformar num labirinto.

Eu podia ouvir sua voz me chamando “Sam! Sam!”. A voz que eu tanto amava. A voz que tinha o poder de me fazer ficar arrepiada quando pronunciava o meu nome. A voz do garoto estúpido, idiota, insensível que eu amo. A voz do Freddie.

Tudo começou a ficar distante, ficando com dimensões confusas e aparência destorcida. Aos poucos a luz foi cessando como se estivessem tirando ela gradualmente. Fechei meus olhos com força. E a voz dele estava cada vez mais próxima. E então senti algo no meu ombro. Abri os olhos bruscamente e tudo mudou.

Não estava mais no apartamento/labirinto dos Shay. Estava no quarto da Carly. Estava escuro e a única luz iluminando o local era a da Lua que adentrava pela janela.

Freddie estava sentado ao lado do sofá em que eu estava deitada. A mesa com os peixinhos de mentira estavam logo atrás dele. Sua mão estava esfregando meu ombro e aos poucos percebi que ele estava dizendo algo.

–Sam? –ele disse com uma voz suave.

Sentei-me com calma e senti que lágrimas haviam molhado meu rosto. Olhei ao redor e vi Carly com sua máscara ante-ronco, largada em sua cama em uma pose bem esquisita.

Um pesadelo. Foi um pesadelo. Nada era real. Uma peça que meu subconsciente pregou em mim, atacando meu maior medo.

Voltei a fitar Freddie. Uma ruga bem notável se formou entre suas sobrancelhas, como sempre acontece quando ele está preocupado. Sem pensar duas vezes eu o abracei.

Abracei como se minha vida dependesse disso, ele retribuiu de imediato, afagando minhas costas.

–Tudo bem. Está tudo bem. Tudo certo. Foi apenas um pesadelo. – ele sussurrava perto do meu ouvido, fazendo com que me arrepiasse. – Eu estou aqui, Sam.

Respirei fundo, meu coração ainda batia a mil por hora. Me sinto mal por meu subconsciente pensar algo tão horrível de Carly. Eu o odeio por isso.

– Quer falar sobre o pesadelo? – Freddie perguntou gentilmente. Apenas neguei com a cabeça – que estava apoiada sobre seu peito. – Tudo bem então.- ele diz gentilmente.

Eu já estava conseguindo me acalmar. O alívio pegando o lugar que o desespero e a tristeza antes ocupavam. Foi um pesadelo.

Freddie tem sim uma queda por Carly, isso é fato. Mas isso não é nada perto do desespero de ver os dois juntos. De vê-lo dizendo que só disse que me amava por impulso. Que nosso relacionamento foi um impulso.

Lentamente tiro minha cabeça de seu peito e olho seu rosto. Seu rosto ainda transmite uma expressão preocupada, porém um pouco mais suave.

– Que horas são? –pergunto. Minha voz sai rouca, então limpo a garganta.

Ele olha em volta até seus olhos pousarem no relógio ao lado da cama de Carly, imagino. Estávamos todos dormindo aqui. Era uma festinha do pijama. Eu no sofá, Freddie na poltrona e Carly em sua cama.

– Exatamente meia-noite. – ele diz olhando pra baixo. Meus braços ainda estão agarrados a ele, e os dele agarrados a mim.

E então me lembro da data.

Hoje faz exatos oito meses desde que terminamos. Parece que foi ontem...

– Feliz aniversário de oito meses de término. –digo com uma tentativa ridícula de sorriso.

Depois de um ou dois segundos ele levanta os olhos e sustenta meu olhar.

– Feliz aniversário de oito meses de término, Sam. –e ele solta seu sorriso de canto de boca que é capaz de fazer os polos derreterem.

Sem pensar nem ponderar eu o beijo. Não é um selinho, é um beijo de verdade. E pelo que vi, ele não achou ruim. Duraram alguns segundos. Dez, quinze, sessenta? Não sei. Só sei que acabou um pouco cedo demais. Mas meus pulmões pediram arrego.

Ele sorri de verdade agora.

–Já está melhor? – ele me pergunta. Eu apenas faço que sim com a cabeça. Ele se levanta, dá um beijo na minha testa e se põe a caminho de sua poltrona.

–Ei, espera!- eu o chamo. Não tenho muita certeza do que vou fazer, mas faço mesmo assim. – Quando as pessoas têm pesadelos, normalmente elas vão dormir com alguém. –tento parecer o mais debochada possível, mas o rubor cresce em meu rosto e agradeço não ter muita luz no local.

–Sim, crianças vão dormir com alguém. –ele diz com um riso abafado e se sentando na poltrona. Já estava certa de que não teria êxito na minha solicitação quando ele continua – Vem cá. –e dá um tapinha ao seu lado na poltrona.

Com um silêncio mortal eu pego meu cobertor e vou até o lado dele. Ele me embala e eu fico ali. Por um segundo agradeço pelo pesadelo.

Eu já estava de olhos fechados, me preparando para dormir em seu calor, quando ele sussurra de um jeito que, mesmo no silêncio da noite, só eu seria capaz de ouvir:

–Oito meses se passaram. Mas eu ainda te amo. Um pouco mais até.

Eu sorrio involuntariamente.

– E eu te odeio. – a respiração dele falha. – Mas te amo ainda mais, também.

Sinto ele relaxando e a respiração voltar a ter um ritmo constante.

Levanto a cabeça e olho em direção a Carly, que não moveu nem um músculo desde que acordei.

– Ela está dormindo... –sussurro para Freddie.

–E o que faremos a respeito? –ele pergunta, entrando no meu jogo.

Dou um beijo nele e espero que Carly esteja tendo sonhos muito bons e que a prendam por um bom tempo



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Notas finais do capítulo

Mereço pedradas,beijos ou ser executada em praça pública?
See ya o/
BjBj