A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 74
2ª Fase: Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Estou cumprindo com o cronograma, viram só? ♥
Boa leitura :)



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Melanie, 2058

Abri os meus olhos e me deparei com a escuridão de meu quarto. Minha mente raciocinava lentamente por conta de interrupção do sono. Ainda grogue, joguei os fios de meu cabelo para trás. Olhei para o lado e identifiquei que o relógio marcava três horas da manhã.

Quando, por fim, pude distinguir os sentidos do meu corpo, notei uma respiração próxima o bastante da cama e os meus olhos caíram imediatamente na figura encapuzada, sentada em minha frente.

Tive que segurar o grito na garganta. Imediatamente, me arrastei o máximo que consegui para trás, por fim encostando as minhas costas na cabeceira.

 Maldito. Por quanto tempo ele havia me vigiado durante o sono?

— O que você quer? – Perguntei. Mordi os lábios em puro sinal de nervosismo.

— Depende. – Respondeu a voz robótica. – Eu quero me divertir com você.

— Você é doido.  – Contra-ataquei, o fuzilando com os olhos. Não iria demonstrar medo.

Por de baixo do capuz, pude jurar que o sujeito sorria.

— E isso torna o jogo ainda mais interessante, Melanie.

Por alguns segundos, permaneci o encarando. O silêncio pairava no ar. Meu sangue parecia gelado por de baixo da pele, pois, quanto mais eu conversava com o encapuzado, mais me dava conta de que era completamente psicótico.

— Vou direto ao assunto. – Ele disse. – Você vai matar a próxima menina.

Você vai matar a próxima menina. Caramba. De repente, todos os pelos do meu corpo esse arrepiaram. O caso que minha mãe estava investigando. A menina morta no banheiro da minha escola. Havia sido ele. Todo esse tempo. Como eu pude ter sido tão estúpida e não ter notado?

Não pude evitar. Quando dei por conta, as lágrimas estavam correndo pelos meus olhos, demonstrando o mais puro medo. Eu simplesmente não entendia o que havia feito contra o encapuzado para merecer tudo o que estava acontecendo comigo.

— Eu não vou fazer isso. – As palavras saíram de meus lábios antes que eu me desse por conta.

— Se eu tiver que fazer isso, a minha vitima vai ser Regina. – Ele respondeu imediatamente. – E vou fazer na sua frente para ser o mais doloroso possível.

Maldição. Eu simplesmente não conseguia parar de chorar. Aquilo estava indo longe demais.

— Daqui uma semana vai ter uma festa da sua escola. – Ele informou. – Você vai matar ela lá. Não se preocupa, pois não te deixarei sozinha. Seremos cumplices.

E então, ele movimentou a sua mão até o meu rosto. A luva tocou a minha bochecha e secou a minha pele, molhada pelo meu choro. Engoli em seco. Não consegui me mexer, como se o meu corpo estivesse petrificado. Por fim, ele se levantou e saiu pela porta do quarto, como se já estivesse acostumado com o gesto.

Sem pensar duas vezes, me levantei e instintivamente corri para o quarto de minha mãe. Minha mente não conseguia raciocinar e os meus sentimentos pareciam se aglomerar em um amontoado horrível. Abri a porta do quarto de Regina e corri para de baixo das cobertas, agarrando-o por trás. Ela acordou meio grogue e passou os dedos em volta dos meus. Permaneci naquela posição até o sol nascer.

Eu não consegui dormir depois do ocorrido. Por isso, quando por fim o quarto clareou, corri para o banho e coloquei a primeira roupa que encontrei no guarda roupa. Não quis me olhar no espelho. Peguei a minha mochila e joguei o celular lá dentro. Ao descer as escadas e passar pela cozinha, peguei uma maça de cima da mesa e sai em disparada para fora, louca para caminhar um pouco e espairecer. Atravessei o jardim, olhando para os lados, preocupada. Queria identificar alguma figura encapuzada. Mas não foi o que aconteceu. Ao invés disso, abri o portão e me dei conta que uma limusine escura estava parada em minha frente. Não demorou para que a porta de trás abrisse, revelando nada mais do que Anthony, sentado, segurando uma taça com um liquido transparente dentro. Ele estava apavorantemente provocante com o terno azul marinho e a gravata preta. Senti-me bastante irritada ao encontrar o sorriso debochado.  Ele estava impecável. E eu parecia uma mendiga.

Cruzei os braços.

— O que você quer? – Indaguei.

Ele cruzou as pernas.

— Que tal uma carona para a escola? – Sugeriu.

Revirei os olhos.

— Vou caminhando – Respondi.

Ele ergueu uma das sobrancelhas e em seguida suspirou, passando as mãos pelo cabelo bagunçado.

— Jura? Pretende chegar lá às dez da manhã?

Droga. Ele tinha razão. Sem falar que eu não sabia ao certo o caminho, pois estava contando mais com os meus instintos.

Por sorte, Anthony estava sentado no meio do banco largo. Por isso, entrei na limusine e me sentei no espaço que sobrava ao lado dele. Fechei a porta com força. Lá dentro era enorme para um veículo. Não era possível ver o campo do motorista, tendo em vista que um vidro escuro o cobria. Em frente ao banco que eu estava sentada, havia um enorme espaço, no qual estava posicionado um frigobar no meio. Eu jurava que daria para colocar uma cama de solteiro ali, caso removesse o depósito de cachaças de Mason.

— Tenho uma noticia para você. – Mason avisou após tomar um gole do que havia na taça.

— O que? – Perguntei, perto demais da porta, pois eu queria manter uma distância segura entre nós.

— Encontrei Dark Roses. – Ele respondeu, revelando um sorriso.

— O que? – Imediatamente, o meu corpo recebeu uma onda de adrenalina que me despertou no mesmo instante. – Como você encontrou?

— Eu tenho os meus contatos. – Ele respondeu, ajeitando a gravata. Caramba. Aquele terno estava grudado no corpo dele e parecia que rasgaria a qualquer instante por conta dos músculos visíveis. – Foi bastante difícil, pois é uma cidade que foi destruída há vários anos. O governo a declarou como uma cidade fantasma.

Aquele fato me deixou bastante preocupada, pois eu havia, de certo modo, associado a menininha do meu sonho com a cidade que havia me dito para procurar. Será que ela morava lá?

— Destruída?

— Parece que houve uma explosão desconhecida que extinguiu todos os habitantes. Hoje não é habitada porque não tem como manter água, luz ou plantio lá.

Engoli em seco. A cada dia que passava, eu era bombardeada com mais noticias ruins. A minha vida havia se tornado um enigma. Daria um ótimo enredo para uma história de terror.

Ao olhar para Anthony, encontrei um sorriso divertido tomando conta de seu rosto. Ele estava com uma expressão de que estava tramando algo.

— Nós temos que ir até lá. – Eu disse, firmemente.

— Ora, Mel. Finalmente você disse algo sensato. – Ele respondeu. – Estamos indo.

Eu o encarei, um pouco confusa.

— Como assim?

— Essa limusine está nos levando para o aeroporto. – Anthony anuncia, divertido. – Nossa viagem começou.

Ai, caramba.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAA CARAMBA, ESTOU ANSIOSO PARA POSTAR O PRÓXIMO CAPÍTULO! HAHA.

Pessoal, eu espero que vocês estejam gostando. Por isso, comentem, pois assim eu sei e fico ainda mais inspirado para escrever e postar o próximo capítulo. Pode ser?

A semana que está iniciando vai ser um pouco corrida, por isso, vou tentar postar até domingo que vem o próximo capítulo, ok?

Obrigado por tudo. Aguardo vocês nos comentários.