A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 72
2ª Fase: Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Vocês pediram, e eu obedeci! Segue o novo capítulo!! (QUE SAUDADES DE VOCÊS, SÉRIO.)



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Melanie, 2058

Encarei o depósito cercado de prateleiras preenchidas com caixas de papelão.

“Você deve organizar todas as caixas em ordem alfabética.” O desgraçado disse. Eu tinha certeza que ele me atribuiu a tarefa para testar a minha paciência.

Portanto, de fato, Anthony me passou a primeira tarefa. Talvez um tanto quanto impossível, pois eu teria que abrir caixa por caixa, olhar documento por documento e arrumá-los nas respectivas caixas. Talvez em seis meses eu terminasse, considerando uma perspectiva positiva.

Nora escolheu um vestido verde que praticamente colava no meu corpo, portanto, minhas pernas mal conseguiam se movimentar. Um pouco irritada com a falta de liberdade, levei minhas mãos para a barra do vestido e puxei o tecido para os lados, fazendo força o suficiente para rasgar e deixar pelo menos uma das minhas pernas livres. Ufa.

Se Anthony continuasse a me passar as tarefas absurdas, com toda a certeza eu o mataria antes de treze dias, cumprindo com a vontade da figura encapuzada.

Varri com os olhos todo o local e somei o total de dez prateleiras enfileiradas na galeria, contendo aproximadamente vinte caixas cada uma.

Desgraçado.

Em vez de ficar parada no mesmo lugar, lamentando, coloquei a mão na massa. Iniciei na primeira prateleira a minha direita, colocando as caixas no chão e verificando o conteúdo que continha dentro delas. Tratava-se de contratos com outras Empresas, inclusive de outros países.

Anthony definitivamente era podre de rico.

Não sei quanto tempo passou, talvez menos de duas horas, até que ouvi o barulho de passos no depósito. Imediatamente eu parei o que estava fazendo e olhei em direção da porta. Não encontrei ninguém lá.

No entanto, meu corpo inteiro se arrepiou em um sinal que reconheci como sendo de perigo. Imediatamente, eu soube que alguém estava me observando, muito próximo. Engoli em seco e olhei para trás, virando-me.

E então eu dei de cara com o homem encapuzado. Percebi que por de baixo da toca do moletom, ele estava usando um tipo de máscara preta, toda lisa, mal restando espaço para os seus olhos e o nariz. Impossível identificar quem era.

Confesso que pensei em gritar, fazendo alarde para que viessem me socorrer. No entanto, me concentrei em não agir por impulso. Eu precisava de respostas.

Ele. Não sabia o por que eu já o havia considerado como sendo um homem. Apenas desconfiava que era.

Como eu não queria demonstrar fraqueza, empinei o nariz e deixei as costas eretas, em sinal de confronto.

— Por que você está me perseguindo? – Perguntei. – O que eu fiz para você?

A figura encapuzada cruzou os braços.

— Porque você merece. – Me assustei ainda mais quando escutei a voz robótica que saiu por de baixo do capuz. Provavelmente estava usando algum equipamento para manipular a voz. – Seu final feliz não vai existir nessa vida. E nem em outras. Porque esse é o fim.

E antes que eu pudesse responder, ele avançou em minha direção, rápido o bastante para que eu não tivesse tempo de reagir. Quando me dei por conta, seus braços agarram os meus ombros, colocando-me contra a prateleira mais próxima. Algumas caixas caíram. Caramba! Quem quer que fosse, era muito forte.

Indignada por estar tão frágil e exposto, tentei chutá-lo nas partes baixas, mas não fui rápida o suficiente, pois ele desviou. Nessa fração de segundos em que ele estava distraído tentando desvencilhar dos meus chutes, consegui movimentar a mão livre e finquei as unhas postiças com toda a minha força no braço dele.

Imediatamente, ele colocou ainda mais força em meus ombros, batendo-me com toda a força contra a prateleira, várias e várias vezes. Senti minhas costas queimarem como fogo. Até que por fim, a prateleira caiu com tudo contra o chão e o maldito me largou junto. Várias caixas caíram por cima do meu corpo e a minha visão ficou turva.

Eu apaguei imediatamente.

Em meu sonho, eu estava em frente a uma mansão, localizada em um enorme jardim verde, o qual estava cercado de diversas flores negras. Senti uma familiaridade desconhecida pelo lugar.

No meio dessas flores, pude visualizar uma criança. Ela aparentava possuir menos de dez anos. Sua pele branca reluzia na luz do sol e os cachinhos dourados dançavam ao vento. Ela sorriu assim que me encontrou.

— Bella! – Ela disse, correndo em minha direção. Em uma fração de segundos, seus braços estavam envolvendo a minha cintura e retribui o gesto automaticamente, passando as mãos em sua cabeça, deixando os dedos afundarem nos cachos praticamente dourados. Senti um aperto no peito e um nó na garganta.

— Quem é você? – Perguntei. Me agachei, ficando cara a cara com ela. Entrelacei meus dedos nos dela.

— Edward me falou que eu não posso te dizer. Eu poderia trazer complicações para você. – Sua voz doce ecoava pelo local.

Engoli em seco.

— Edward? – O nome me parecia muito familiar. Involuntariamente, lágrimas caiam de meu rosto e eu estava em meio a uma crise de choro. Ótimo. – Eu.... eu não entendo.

Eu estava farta de não ter as minhas lembranças.

A menininha levou suas mãos em direção as minhas bochechas, seus dedos preenchendo o meu rossto.

— Você não pode desistir. – Ela disse. E então, delicadamente, deslizou uma das mãos até o meu pescoço, descendo até o peito, onde parou, exatamente onde as batidas desenfreadas do meu coração apertavam o peito. – Precisa escutar o seu coração, Bella. Somente assim você vai conseguir vencer essa guerra.

— Do que você está falando? – Eu estava consciente que tratava-se de um sonho. Mas, no fundo, eu sentia que era muito mais do que isso.

— Bella, você precisa de ajuda das rosas. Elas estão te esperando em Dark Roses.– E então, seus olhos foram de encontro a um ponto específico do jardim, onde encontravam-se as rosas negras. Elas se movimentavam em direção ao vento, e por alguns segundos, deixei minha atenção caída em sua direção, como se eu estivesse sendo convidada a tocá-las.

E então, abruptamente, a menininha lançou os braços em volta do meu pescoço, e eu quase cai para trás.

— E-e-e-eu amo v-v-v-ocê, Bella. – Ela disse, entre soluços. – Seja forte.

Inesperadamente, o cenário ao meu redor foi se desfazendo, misturando-se a uma escuridão que cada vez mais tomava conta do espaço. As cores misturaram-se em um emaranhado de cores, até que eu fui sugada pela escuridão.

Abri meus olhos e fui invadida por um clarão quase que insuportável. Engoli em seco assim que senti um nó em minha garganta. Tentei me levantar, mas fui impedida com uma dor insuportável em minhas costas. Portanto, permaneci deitada no que me parecia um sofá bastante confortável. Por esguelha, vi as nuvens e mais para baixo o trânsito da cidade, tudo isso por detrás de vidros que cercavam o local. Me dei conta que eu estava no escritório de Anthony.

A minha visão continuava turva e borrada, mas estava voltando aos poucos. Não demorei muito para perceber que Anthony estava sentado ao meu lado. Eu poderia jurar que suas mãos estavam pousadas em minha cabeça e seus olhos me fitavam com certa preocupação. Tudo estava um pouco nebuloso. Não senti o formigamento costumeiro quando ele estava próximo.

— Vou te levar ao Hospital. – Escutei sua voz rouca.

— Não. – Neguei, determinada. – Preciso da sua ajuda.

— Que ajuda?

— Preciso que você me ajude a encontrar Dark Roses.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, eu sei que demorei muito para postar, mas a rotina não está colaborando em nada.
Finalmente, consegui partir em um ponto da história que eu estava querendo, agora é só escrever porque muita ação e romance vem por ai.
Confesso: Eu estava com saudades de ler os comentários e as mensagens. Ao ver que realmente sentiam falta de ABEAF, eu escrevi o capítulo ainda no mesmo dia e já estou postando.
Por favor, comentem, mandem mensagem, deixem que eu saiba que vocês estão curtindo e mandem as sugestões. Afinal, a história é nossa.
Até a próximo (não vou demorar, sério. quem sabe ainda essa semana, ein.)
Abraçooos! Vejo vocês nos comentários :)