A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 54
2ª Fase: Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, tenho que dizer: Não tenho palavras para descrever o quão fico gratificado com os comentários. São pessoas como vocês que me fazem continuar escrevendo. E principalmente, continuar com essa minha oportunidade de ser escritor.

LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Boa leitura, como sempre.



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A última coisa que vi foram os olhos de Jacob e sua expressão de pesar e confusão, desaparecendo aos poucos de meu campo de visão, ao par que meus pulmões praticamente imploravam por oxigênio.

Finalmente meu corpo sucumbiu.

Um último suspiro.

Uma última lágrima.

E de repente, meus tímpanos praticamente explodiram com o barulho de diversos gritos.

Tapei os ouvidos com as mãos, em uma tentativa desesperada de cessar a barulheira, que ecoava por todo o lugar. Não consegui enxergar nada, e pensei que meus olhos estivessem vedados. O vento estapeava meu rosto sem piedade e náusea se instalou no centro do meu estômago, causando uma sensação de desconforto por todo o corpo. De onde vinha tudo aquilo?

Inesperadamente, consegui captar por alguns instantes um par de olhos que inicialmente, me pareceram familiares. Não precisei de muito mais para saber de quem se tratava.

– Alice! – Joguei minhas mãos para frente, tentando agarrar qualquer coisa que me desse apoio. Acabei me deparando com o completo nada.

– Bella. – Ouvi sua voz e me senti aliviada no mesmo instante. Infelizmente, a sensação durou por pouco tempo. – Escute, estou fazendo algo muito arriscado. E não sei por quanto tempo mais vou conseguir conjurar o feitiço.

Tentei racionar direito, mas não consegui. Minha cabeça doía de tanta exaustão e tentei me lembrar de alguma coisa. Mas nada aconteceu. Foi como em um sonho. Porém, meu despertar não se concretizava. Minha mente não passava de uma tábua rasa e me perguntei o que diabos estava acontecendo. Se tinha algo no mundo que me deixava realmente irritada, era a sensação de inutilidade e de não ter controle sobre as coisas.

– O que está acontecendo? – Gritei, e a escuridão começou a dar voltas e mais voltas. Caí de joelhos no chão, tonta.

Eu estava enganada. Aquilo não era um sonho, mas sim um completo pesadelo.

– Você está esquecendo, tudo bem, faz parte do processo. – Sua voz estava muito calma, e me irritei. Porque ela não contava de uma vez o que estava acontecendo? E por que, exatamente, Alice estaria conjurando um feitiço?

– Consegui mais uma chance. Mas é muito arriscado. Você precisa entender que não pode alterar o rumo das coisas, se não jamais poderá voltar. E se isso acontecer, tudo acaba em um piscar de olhos. A história entre a Bela e a Fera será inexistente, pois sua essência se perderá entre os tempos, tornando-se nada mais do que pó.

Não entendi absolutamente nada. Suas palavras vez ou outra se misturavam com os gritos. E de repente, me encontrei apavorada enquanto meu coração batia fortemente dentro do peito. Meu cérebro dava voltas e mais voltas.

Eu não sabia aonde estava e meus olhos não conseguiam captar coisa alguma.

– De certa forma, vou marcar sua alma. Tudo vai fazer sentido com o decorrer do tempo, como em um quebra cabeças. Mas toda magia vem com um preço, e o poder das rosas continuará com você, pois esse é seu destino e nada pode alterá-lo. Precisa entender, que nunca poderá se expor para ninguém. Caso contrário, pessoas muito perigosas vão querer se aproveitar. Entenda que tanto eu quanto você sofreremos consequências. E o preço estará descontado no amor, Bella.

De repente, um amontoado de rostos começou a surgir em meu campo de visão. Todos femininos, com uma mesma semelhança: os olhos verdes. Como os meus. E então compreendi, que todas aquelas feições me pertenceram no passado. As várias mulheres simplesmente se materializaram na completa escuridão, formando um círculo ao meu redor. Todas estavam nuas.

E no meio delas, surgiu Edward.

Quis correr para abraçá-lo, e ter alguma coisa para me apoiar. Mas não consegui. Meus membros estavam entorpecidos. Foi impossível segurar as lágrimas, e deixei que o momento de pânico me atingisse.

Ele avançou perigosamente em minha direção. Meu coração pulou dentro do peito quando me familiarizei com seus passos tortos e o sorriso afetado. E então, ele se sentou sobre os calcanhares. Encarei aqueles olhos castanhos, entorpecida. Tive uma vontade avassaladora de toca-lo de volta, mas não consegui. Quis gritar de pura frustração.

Sua mão pousou no meu rosto e no instante que seus dedos entrarem em contato com minha pele, senti algo estranho.

E então uma dor dilacerante me atingiu em cheio e fui obrigada a gritar de dor.

E gritei.

Até que finalmente, tudo acabou.

***

Abri meus olhos lentamente.

Primeiramente, meu corpo inteiro se arrepiou quando meus pulmões receberam uma lufada de ar incrivelmente gelada. Meus olhos rodaram dentro das órbitas. Meus ombros pesavam, passando a impressão de que carreguei algo extremamente pesado. Lentamente, me sentei e minhas unhas afundaram em terra no mesmo instante.

Terra?

Olhei para baixo e me deparei com uma terra molhada e pegajosa. Ao meu redor, encontrei diversas minhocas contorcendo-se em meio ao emaranhado de sujeira, caindo perto do meu corpo.

Um buraco, estou dentro de um buraco. Raciocinei, sentindo cada membro do meu corpo entorpecido.

Ouvi o som de alguns grilos, e no meio deles, o pio de uma coruja. Inesperadamente, uma ave negra passou voando por cima da minha cabeça e afastei-me no mesmo instante, prensando minhas no monte de terra. Aos poucos, o bicho se tornou apenas um ponto preto em meios as nuvens e percebi que se tratava de um corvo.

Rapidamente, varri o local com os olhos e encontrei um vasto céu, cercado por várias estrelas e uma lua cheia, praticamente amarelada. Meus pulmões pesavam como se estivessem revestidos por chumbo, e tive que morder os lábios para não gritar devido ao sentimento de frustração. Minhas mãos tremiam, e tive que respirar profundamente para tentar me acalmar.

Eu precisava sair dali.

A passos desajeitados, levantei e impulsionei meu corpo para cima no momento em que consegui agarrar algumas raízes que caíam ao redor. Precisei de várias tentativas até conseguir emergir na superfície. Meus pés descalços entraram em contato com a grama molhada e dei uma última olhada para trás. Me deparei com a cova da qual eu havia despertado há minutos e um nome pouco visível em uma cruz de madeira afundada na terra. Pelo pouco que vi, o sobrenome assemelhava-se com “Suan”.

Ao olhar por todo local, encontrei diversas sepulturas. Algumas estátuas brancas representando a personificação de anjos estavam espalhadas por todo o pátio, com uma espécie de luz fantasmagórica circundando seus contornos bem entalhados. Fiquei deslumbrada com um arcanjo segurando uma espada, com a ponta direcionada para o céu.

Eu estava em um cemitério.

Não consegui encontrar nenhuma informação em minha memória que oferecesse explicação o suficiente para o que estava acontecendo. Na verdade, toda vez que tentei recordar de qualquer coisa, uma dor latejante invadia meu cérebro, fazendo com que algumas lágrimas rolassem por meu rosto.

Observei um casal de meia idade enquanto caminhavam pelo cemitério, os braços de um entrelaçado no de outro. Com passos lentos, segui em sua direção. O pânico surgiu em alguma parte imperceptível de meu corpo, e fiquei ainda mais apavorada quando tentei lembrar novamente dos acontecimentos passados e não consegui. Minha mente não passava de um completo breu.

Por sorte, meu corpo estava coberto pelo tecido sujo do vestido, que descia até metade das minhas coxas. Não senti nenhuma dor nas partes intimas, sinal de que nada trágico ocorreu. Se bem que perder a memória não era um fato muito reconfortante.

Assim que me aproximei o suficiente, o casal me encarou de cima a baixo. Notei que a velhinha ficou um tanto insegura com minha presença. Não me importei, na verdade.

– Com licença, mas vocês poderiam me informar aonde estou? – Foi uma pergunta idiota. Provavelmente passei a impressão de ter consumido drogas recentemente.

O homem sorriu gentilmente e ajeitou os óculos.

– Minha cara, não deveria ter bebido tanto. Ainda mais alguém tão jovem e com olhos tão bonitos... – Ele parou com os elogios no momento em que recebeu um cutucão da velinha carrancuda. – Mas enfim, você está em Manhattan ora essa.

– Manhattan? – Indaguei e minha cabeça latejou impiedosamente. – E que dia é hoje?

– Hoje é dia 31 de outubro de 2058.

(FIM DA l PARTE)


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Notas finais do capítulo

SURRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRPRESAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Eai, o que acharam?
Então, como vocês leram, ABEAF está definitivamente passando no futuro. E isso quer dizer que por um tempo, vou ter que trocar os personagens e os nomes. Por isso, quem quiser, pode sugerir personagens novos para substituir os antigos, lembrando que é necessário haver semelhanças físicas. Além do mais, já escolhi quem irá interpretar a Bella e o Edward nessa nova fase, por tempo limitado. Porém, posso repensar.
Não posso prometer uma data certa para o próximo capítulo, mas sei que até final do próximo mês, no caso, outubro, eu posto.
Até mais!
Abraços,
Ruan



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