A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!! Boa leitura =)



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Já estava anoitecendo quando finalmente cheguei em minha casa, sozinha.

Só Deus sabe aonde Jessica havia se metido. Eu estava com um pouco de medo. Não por ela, pois eu sabia o quanto minha amiga era durona. Mas sim por mim. Afinal, quem eu teria que cortejar por ali? Não completei minha tarefa. Ou seja, não trouxera a rosa. Muito pelo contrario, eu a fiz ficar vermelha, é. E também seria meio que maluco para de correr só para pegar uma rosa enquanto estava fugindo daquela mansão horrível.

Uma dor estava se manifestando em minha cabeça e me perguntei se não foi por causa do banho de chuva que há horas atrás cairá sobre mim. Meus cabelos já estavam secos e tive a seria duvida se eu não deveria estar parecendo um leão, com aquele penteado de cabelo maluco. Minha roupa fedia a um cheiro de canela e me senti suja ao saber que aquele cheiro só poderia ser de Edward.

Assim que abri a porta de casa, encontrei meu pai segurando o telefone, já desligado. Sim, não somos tão pobres a ponto de não ter um telefone em casa. E não, morar em baixo da ponte era pior que ali.

Os olhos de meu pai estavam me fitando como se eu fosse uma espécie de salvação, ate suas mãos tremiam. Ok, confesso que fico super chata quando estou de mau humor, mas também não era para menos. Acabei de conhecer o manda chuva da cidadã inteira e ele já me pedira em casamento.

– Que foi? – Perguntei, enquanto tirava minha jaqueta de couro.

Demorou um pouco ate que papai largasse o telefone em cima da mesa e viesse em minha direção. Assim que suas mãos pousaram em meus braços, levei um baita susto e olhei incrédula para ele, olhei também para os lados a procura da virgem Maria, sério, ele estava mesmo me olhando como se eu fosse um milagre.

– Tudo bem, pai, o que houve? – Perguntei novamente, assustada.

Edward Cullen acabou de ligar para mim – Ele foi falando, enquanto suas palavras me paralisavam de tanta supressa - E pediu se eu dava minha permissão para vocês casarem. O mais estranho, foi que ele disse que você estava invadindo o terreno dele. Você não é disso. E o mais estranho ainda, foi quando disse que sentiu um interesse enorme por você e agora quer se casar. Ele disse que pode nos salvar da nossa situação financeira. Que pode ate dar a casa para agente. Isso não é .... Maravilhoso?

Assim que meu pai mencionou a palavra: maravilhoso, dei um passo para trás e me desvencilhei de seus braços, os deixando longe de mim. Isso não podia estar acontecendo. Edward estava mesmo disposto a se casar comigo. Aquele crápula. O que mais me deixou furiosa, foi que meu próprio pai havia achado isso... maravilhoso. Aquilo era uma piada. Quase me belisquei para ver se eu não estava sonhando. Ou se a virgem Maria não estava mesmo ali.

– Não vou me casar com ele – Consegui falar depois de minutos de silencio.

– Filha, você não pode fazer isso! – Meu pai discordou, quase gritando – É a nossa única oportunidade de sair dessa droga de vida. E primeiro, ele me ameaçou, disse que vai nos processar se você não casar com ele. Sabe quanto custa um advogado? Teríamos que vender a nossa casa só para conseguir paga-lo.

Parecia que os olhos de meu pai iriam saltar das órbitas. Suas mãos tremiam de tanta ansiedade e ele se aproximava de mim com certa fúria. Cada vez que ele dava um passo, eu dava três para trás. Aquilo era irracional, ele não podia estar me pedindo esse tipo de coisa.

– Não vou me casar com Edward! – Gritei – Você esta maluco? Quer vender a sua filha pra salvar essa droga que chama de casa, é isso? Eu estive o tempo todo fazendo de tudo por você, deste que mamãe morreu! E agora é assim que você me retribui? Querendo que eu case com um canalha qualquer?

– Ele não é um canalha! – Papai gritou mais alto que eu, avançando em minha direção – Ele é o homem mais rico dessa cidade inteira, que pode te dar um futuro, entendeu?

– Dane-se, não vou me casar com ele! – Gritei a pleno pulmões – E essa historia acaba por aqui, seu velho ingrato!

Aquelas foram as ultimas palavras que ousei falar, antes de sair do cômodo e ir em direção do meu quarto, enquanto lagrimas caiam de meu rosto. Isso não podia estar acontecendo, papai não podia estar fazendo isso comigo.

Não ousei ligar a luz do quarto, pois escutei os roncos de Nessie e soube que ela ainda estava dormindo. Haja a santa paz para ter um sono tão pesado. Ela nem ao menos escutou os gritos que viam da cozinha. Obviamente era quase sete horas da noite, e em menos de quinze minutos minha irmã estaria acordada pedindo comida e exigindo que eu ligasse a televisão para ela, para que pudesse assistir seus canais infantis. Não era para menos, já que ela passara a tarde brincando, já que não tinha aula por ser final de semana.

Graças a pouca luz que vinha da janela, percebi que encima de me travesseiro havia um pequeno papel que eu não tinha deixado quando sai mais tarde. Caminhei em direção da cama que estava afastada da de Nessie e peguei o bilhete, enquanto observava, mesmo de longe, que a letra era linda. Assim que meus olhos leram a pequena frase, um arrepio percorreu toda minha espinha e deixei que o terror tomasse meu corpo. A letra era linda, como eu havia dito. Pena que a frase fosse maldita.

Case com Edward ou mato seu pai.

Recuperando os sentidos, olhei para fora da janela e encontrei o pleno vazio, a não ser pelas folhas das arvores que se movimentavam loucamente por causa do vento. Alguém estivera ali no meu quarto, enquanto Nessie dormia. Alguém que obviamente ouviu minha conversa com Edward e chegará antes de mim em casa. Alguém que não estava pensando direito, que certamente estava tirando com minha cara. E se esse alguém fosse Edward? E se ele estivesse fazendo isso apenas para me botar medo?

Furiosa, amassei o bilhete com toda força e o joguei para fora da janela, depois a fechei com toda força e despertei Nessie sem querer. Era isso: Eu iria fugir ainda hoje e antes de ir embora, iria fazer Edward pagar caro. Quem sabe enfiar uma de suas rosas goela abaixo?

Ignorando minha dor de cabeça e a tosse repentina que tive, fui em direção de Nessie e a abracei, sabendo que sentiria falta dela. Formulei um plano mentalmente que quando eu conseguisse uma casa e um emprego, voltaria para buscar Nessie. Eu não a deixaria mais que um mês com meu pai. Eu ate confiava que ele iria cuidar dela, por algum tempo ate enlouquecer. Quem sabe eu ate pediria para Jessica tomar conta dela? Só que eu voltaria, voltaria para buscar a única coisa que eu valorizava em minha vida toda: Minha irmã.

Como sempre, fiz a janta e cuidei de Nessie. Não troquei nem uma palavra se quer com papai enquanto sentava-me à mesa e servia minha irmã, nem ao menos comi aquele delicioso macarrão que eu havia feito, por culpa da ânsia que eu estava sentindo. Jurei que uma fraqueza dominava meu corpo, mas eu a ignorei. Não podia falhar. Não agora.

Depois de secar a louça e ligar a televisão no canal preferido de minha irmã, fui para o banho. Fiz tudo que precisa como pentear meus cabelos e escovar meus dentes, enquanto pegava o básico para a viagem e os guardava em minha pequena mochila, que seria a única coisa que eu iria levar. Sentindo-me limpa, coloquei uma calça jeans e uma camisa de manga longa azul, acompanhada com minha jaqueta de couro, claro. Puxei meus cabelos ruivos para trás e os amarrei em um rabo de cavalo, enquanto passava um creme em meu rosto.

Já em meu quarto, abri a janela com todo cuidado para não fazer barulho algum, enquanto ouvia os roncos de meu pai que estava dormindo no sofá da sala. Calmamente, joguei minha mochila para fora e torci para que a grama abafasse o som. E foi o que aconteceu. Nenhum barulho. Deixei meu rosto para fora da janela por algum tempo e tentei acalmar meus batimentos cardíacos. Esfreguei as mãos em minha testa por culpa da dor de cabeça que me atormentava e aquilo só me fez piorar: Mais crises de tosse e tontura. Pensei ate que iria vomitar e me sentei na cama, para acalmar minhas emoções, acho que era o nervosismo.

Depois de um tempo, caminhei para a sala nas pontas dos pés enquanto pegava Nessie em meu colo. Seus olhinhos estavam fechados e seu corpo estava mole em meus braços. Olhei para meu pai pela uma ultima vez, enquanto o via dormir em um sono tranqüilo. Suas mãos estavam cercadas de cicatrizes e sua pele descascada por culpa do sol. Seu cabelo preto estava despenteado e um pouco cinza.

– Amo você – Murmurei para ele, sabendo que não estava ouvindo nada – Cuide bem da nossa Nessie.

Rapidamente, levei Nessie para nosso quarto a coloquei seu corpo inconsciente na cama e depois a cobri com minha coberta favorita do bob esponja, que ela adorava tanto. Deixei que as lagrimas caíssem pelo meu rosto enquanto pousava meus lábios em sua testa. Passei minhas mãos em seus lindos cabelos e senti o perfume de jasmim que vinham deles. Sua respiração estava lenta e suas bochechas estavam vermelhas, por culpa do frio.

Tirei meus lábios de sua pele e olhei pela ultima vez para aquele anjinho, enquanto gravava aquela imagem em minha cabeça. Eu queria deitar ali com ela e esquecer tudo aquilo, mas não era possível. Eu estava partindo. Estava partindo para mais tarde dar uma boa vida para ela e para mim também.

– Amo você, fique bem. Volto para te buscar.

Dei as costas para minha irmã e pulei a janela, cuidando para não fazer barulho. Com calma, fechei a janela e olhei para a fresta da porta de nosso quarto e jurei que vi um vulto ali. Deveria ter sido só minha imaginação.

Comecei a correr em direção da porteira que havia no campo, sabendo que aquele caminho me levaria ate a liberdade. Desisti da idéia de passar ate a casa de Edward, aquilo só me atrasaria. Havia uma cidade ali perto, em menos de três horas eu chegaria lá e me esconderia na casa das freiras, aonde ninguém me acharia. Ficaria lá por um tempo ate que as coisas acalmassem, ate tingiria meu cabelo de outra cor para não ficar reconhecível. E arranjaria um telefone celular para poder falar com Jessica e com Nessie também.

A dor de cabeça começou a ficar pior e tive que parar de correr para que a vertigem passasse. Pousei as mãos em cima de meus joelhos enquanto balançava a cabeça.

Um barulho de algo explodindo me deu um baita susto e por instinto olhei por trás de meus ombros.

Ao longe, vi minha casa explodindo, enquanto pegava fogo.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Mais uma vez, me desculpem pela demora, é que tive uns problemas e não deu tempo de postar ontem. Não esqueçam de comentar! Obrigado deste já e continuem comentando para que eu possa saber se vocês estão mesmo gostando. Até a próxima!



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