( Sentimentos de Sam Puckett ) 

Argh! Eu me odeio tanto... e sabem porque? Simples... é porque eu o amo. Porque raios eu fui me apaixonar pelo nerd mais idiota do mundo? Com tantos caras por aí, tinha que ser justo ele? Qual é o meu problema heim? Ou melhor.. qual é o problema dele, que voltou com uma absurda queda pela Carly. Fala sério... nada contra minha melhor amiga, mas quando esse nerd vai se tocar que a Carly nunca vai gostar dele? 

Poxa, eu já fiz de tudo para ser mais normal e conseguir a atenção dele, mas parece que esse bobo não enxerga isso. E isso é o que mais dói. Nós não brigamos mais há tanto tempo, que confesso, sinto até saudades, pelo menos eu tinha a atenção dele. Ok, agora nós somos bem amigos, mas e daí? De que isso adianta se ele não está nem aí. Há mais ou menos uma semana, o Freddie fica como um cachorrinho atrás da Carly e isso me mata por dentro. Principalmente porque ela não o ama e ele ainda vai sofrer outra vez. 

Gibby: Hey, Sam! O que foi? - Ouvi sua voz de repente, me fazendo assustar. 

Sam: Nada.. - Eu disse. Estávamos no restaurante. Já estavamos fechando, porque a escola também ia fechar. Confesso que essa idéia de ajudar o Gibby veio em boa hora, pelo menos não fico pensando no Freddie o tempo todo. E ainda ganho uma grana. 

Gibby: Não fica triste, Sam. Eu sei que gosta dele ainda, mas eu tenho certeza que ele também gosta de você. - Ele disse de repente. Arregalei os olhos sem saber o que fazer. Ótimo! Tudo que eu precisava no momento era que o Gibby descobrisse o motivo da minha tristeza. 

Sam: O que? Não... eu não gosto de ninguém no momento. - Falei, tentando parecer calma e indiferente,  mas não deu certo. 

Gibby: Vai negar que ainda gosta do Freddie e que não suporta a idéia de vê-lo em cima da Carly o tempo todo? - Ele falou rapidamente. Eu não soube o que responder, porque ele fora tão direto nas palavras que elas simplesmente me deixaram sem ação. 

Sam: Eu... não consegui esquecê-lo. - Disse tentando segurar as lágrimas. Ele me abraçou, acariciando meu cabelo. 

Gibby: Awn Sam, não fique assim. Ele está sendo bobo... mas ele gosta de você. - Ele disse baixo. Eu pude sentir as primeiras lágrimas descerem pelo meu rosto. 

Sam: Se ele gostasse, não estaria dando em cima da minha melhor amiga... de novo. 

Gibby: Ele está tentando te deixar com ciúmes... você não percebe? 

Sam: Porque ele faria isso?

Gibby: Porque é o que se faz, quando se quer a atenção de alguém. - Ele disse com um pequeno sorriso e só o que eu cosegui fazer, foi afundar a minha cabeça em seu peito e chorar. Eu sei que vou me arrepender disso, mas eu realmente precisava de um ombro amigo. Não poderia falar disso com a Carly, porque isso a deixaria mal e eu não quero, porque sei que ela não tem culpa de nada. Eu mudei por ele, sou menos agressiva, me arrumo melhor e não brigo mais com ele... e tudo isso para que? Para nada. 

Sam: Desculpe por isso. - Eu disse, me afastando dele, percebendo o quão molhada a camisa dele estava. 

Gibby: Somos amigos... pode contar comigo sempre. Você ajudou a realizar o meu sonho... o minimo que eu poderia fazer por você, é estar ao seu lado. - Ele disse. - Sabe... não precisa bancar a durona o tempo todo. Você tem sentimentos como todo mundo... e bom, eu gosto mais quando você é sensível. - Ele falou rindo. Sorri, enquanto enxugava algumas lágrimas que teimavam em cair. 

Sam: Obrigada Gib. Você é mesmo um bom amigo. - Disse dando-lhe mais um abraço. 

Gibby: Valeu. - Ele disse. Ouvi passos na escadas, olhei e vi Freddie, descendo calmamente, com a cabeça baixa. O que será que houve? 

Freddie: Posso falar com você, Sam? - Ele perguntou com uma voz baixa. 

Sam: Claro. - Respondi tentando não transparecer o meu nervosismo. Gibby apenas saiu, nos deixando sozinhos. 

( Sentimentos de Freddie Benson ) 

Sabe quando você se dá conta das besteiras que fez e teme que seja muito tarde para consertar o seu erro? Então... é assim que eu me sinto. Não sei o que me deu na cabeça, para tentar deixar a Sam com ciúmes. E o que é pior, dando em cima da melhor amiga dela. Como eu posso ser tão idiota assim? Eu me tornei o típico cara que qualquer mulher desprezaria. Não sei porque eu fiz isso... eu magoei a pessoa mais importante da minha vida, por nada. 

É, eu sei que estava desesperado para conseguir á atenção dela e também queria tentar seguir com a minha vida, sem ela, mas é impossível. Eu a amo e não posso ser feliz, sem tê-la ao meu lado. Tudo que a Carly me disse foi verdade, me magoou muito, mas mesmo assim me abriu os olhos. E eu fui um imbecil todo esse tempo. A Sam sempre me amou, sempre deu provas disso mas eu a ignorei, não soube valorizá-la. Nunca fiz nada para provar o meu amor por ela e eu receio que seja tarde.

Essa semana eu agi como um cafajeste e eu tenho medo que a Sam não me perdoe por isso. Sai da casa da Carly e fui imediatamente até a escola, antes que ela fechasse. Sam deveria estar la, no restaurante do Gibby. Em 10 minutos eu cheguei na porta do colégio e entrei facilmente.

Desci até o porão e percebi que já não havia ninguém, estava silencioso... exceto por um barulho parecido com choro. Logo eu vi Sam e Gibby muito próximos, pareciam estar se abraçando. 

Sam: Obrigada Gib. Você é mesmo um bom amigo. - Ouvi sua voz fraca meio abafada. Ela o abraçou. 

Gibby: Valeu. - Ele disse. Terminei de descer as escadas e parei encarando Sam. Eu não tinha coragem de olhar para ela depois de tudo que eu fiz. Como eu pude machucá-la tanto? Percebi que ambos me fitavam curiosos, então resolvi me pronunciar. 

Freddie: Posso falar com você, Sam? - Eu perguntei com uma voz baixa. Ela suspirou alto.

Sam: Claro. - Ela disse com um leve sorriso. Gibby saiu de lá, nos deixando sozinhos.  É agora. Eu preciso falar tudo que eu sinto, antes que seja tarde. 

Aquele silêncio irritantemente constrangedor, que fazia meu coração acelerar cada vez mais, aumentando meu nervosismo. Vamos lá, Freddie... você mesmo disse à ela uma vez, para expor seus sentimentos, e agora quem está com medo é você? 

Sam: Então... o que quer? - Ela perguntou séria. Seus olhos estavam vermelhos e um pouco inchados, além de profudamente tristes. Aquilo era demais pra mim, ela não merecia sofrer desse jeito. 

Freddie: Eu queria... me desculpar. - Eu disse meio nervoso. Ela me olhou surpresa. 

Sam: Como assim? 

Freddie: Por ter me comportado como um dia idiota essa semana. Aquele não era eu... era um nerd idiota que estava... apenas, tentando fazer a coisa certa do jeito errado. - Eu disse, fazendo-a ficar confusa. 

Sam: Olha, Freddie... você não me deve explicações, ok? 

Freddie: Eu sei... mas eu errei. Eu não queria ter magoado você... eu estava mal desde que você deu em cima do tal Zayn e ao mesmo tempo em que eu queria você de volta, eu queria esquecer você. Eu fiquei morrendo de ciúmes e resolvi que deixaria você com ciúmes também, assim quem sabe você voltava a olhar pra mim. Mas eu não percebi que fazendo isso, eu estava machucando você. Eu nunca amei a Carly, nem tenho uma queda por ela. Eu apenas agi daquele jeito para te deixar com ciúmes e também para tentar me provar que eu podia esquecer você. Eu não aguentava mais sofrer, por saber que já tinha me esquecido. - Eu dizia tudo rapidamente, enquanto ela começava a derramar as primeiras lágrimas. Eu parei de falar e me aproximei dela, enxugando suas lágrimas delicadamente. - Por favor, não chore. Isso me mata. - Eu disse deixando uma lágrimas escapar dos meus olhos. 

Sam: Como... eu posso... acreditar em você? - Ela disse entre soluços. 

Freddie: Porque eu vou provar... passarei todos os dias da minha vida, provando o quanto eu amo você. Eu errei ao te deixar ir embora da minha vida, como se não tivesse significado nada para mim. Errei ao deixar os outros interferirem na nossa relação, só porque eles nos acham estranhos. Não somos um casal errado. Somos duas pessoas completamente diferentes e imperfeitas, mas que juntos, somos perfeitos um para o outro. Eu não ligo se não gostamos das mesmas coisas.. porque só de estar ao seu lado, ainda que sem fazer nada, pra mim é o suficiente, já me faz feliz. - Eu desabafei tudo que estava engasgado na garganta durantes todos esses meses. Ela me olhava calada, atenta á tudo que eu dizia. As lágrimas insistiam em cair, escorrendo em seu rosto vagarosamente. Respirei fundo e peguei suas mãos quentinhas e macias. - Você mudou por mim, e está na hora de eu retribuir. Eu só espero que não seja tarde para me perdoar e me aceitar de volta. - Falei, chorando. Seus olhos mostravam um misto de emoções: tristeza, felicidade, raiva, saudade. Eu tinha medo de qual dessas emoções ela deixaria que tomasse conta de si. 

Sam: Você é um nerd idiota. - Ela murmurou abaixando a cabeça. - Mas eu te amo.  - Ela completou sua frase com um pequeno sorriso no final. Aquilo era o suficiente, eu sabia que ela tinha me perdoado, porém eu queria ouvir dela. 

Freddie: Então... você me perdoa? - Perguntei chegando ainda mais perto dela. 

Sam: Sim. - Ela sussurrou. - Mas essa será a sua última chance. Se me fizer chorar de novo, eu juro que te farei chorar 10 vezes mais. - Ela falou com seu tom autoritário e ameaçador.

Freddie: Pode deixar. Eu prometo não te fazer chorar nunca mais. Eu te amo. - Eu disse sorrindo. Ela sorriu.

Sam: Também te amo. - Ela respondeu. Aproximei meu rosto do dela, e pude sentir sua respiração quente e bem menos ofegante que a minha, me causando um arrepio. 

Coloquei minhas mãos em sua cintura, puxando seu corpo para bem perto do meu, colando nossos lábios. Suas mãos deslizaram pelo meu peito, subindo até a minha nuca. Era um beijo calmo, intenso, que ressaltava toda a saudade que tinhamos um do outro. Levei uma das mãos até seus cabelos, enterrando minha mão em seus cachos. Sam acariciava meu rosto carinhosamente, enquanto nossas linguas buscavam uma a outra desesperadamente.

Nossos lábios se encaixavam de forma tão perfeita que pareciam ter sido feitos exatamente um para o outro. O ar já não existia entre nós, mas não queria parar aquele beijo tão cedo, e pelo visto ela também não. 

Ouvi um barulho, mas ignoramos completamente. Nada me importava nesse momento, a não ser aquele beijo. 

Gibby: Ahn... gente, eu odeio atrapalhar, mas.. a escola já vai fechar. - Ele falou de repente, nos assustando. Sua voz era baixa, mas devido ao silêncio, ela soou bem mais alta do que o normal. 

Sam: Ahn... é melhor... irmos embora. - Ela disse meio sem graça. - Valeu Gibby. - Ela disse pegando minha mão e indo em direção as escadas.Gibby apenas assentiu e apagou as luzes, subindo conosco. Ele entregou a Sam um pequeno envelope com os lucros do restaurante e logo nos despedimos dele. Gibby seguiu para sua casa, enquanto nós dois, fomos dar uma volta no parque. 

Nem acredito que estamos juntos outra vez. Parece até um sonho. Sim, um sonho que até alguns minutos atrás, parecia tão distante. E tudo porque eu fui bobo, o bastante para me deixar levar pelo ciúmes e tentar causar a mesma dor nela, sendo que eu poderia ter sido sincero e corajoso, e dito o que sentia desde o começo. Teria sido mais fácil e evitaria toda a dor que sentimos. Mas o importante agora é não cometer os mesmos erros de novo. Não deixarei que ninguém interfira em nosso namoro para dizer o que é certo ou errado. 

E farei de tudo para que Sam seja a garota mais feliz do mundo, mesmo que isso leve a vida toda. Porque eu sei, que enquanto eu estiver com ela, serei o cara mais feliz e amado que existe. 

The End...