_ Tem certeza que quer fazer isso? – Claire olhava incrédula que alguém como May pudesse encarar a situação assim como ela – Você pode morrer! O mais sensato era nos irmos para algum lugar seguro!

_Claire – May olhou nos olhos azuis da mulher de cabelos avermelhados - Eu já perdi meu melhor amigo, aparentemente meus tios, o que eu tenho a perder a não ser a própria vida!? – Claire deu de ombros e para May, parecia ser à coisa mais obvia e certa a se fazer.

_ Ok, me explique de novo o que você tem em mente.

_ Meu plano é simples, acabar com quem desgraçou a minha vida e a dos meus amigos, - May fechou os punhos, seria capaz de da um soco no causador de tudo aquilo, mas não seria suficiente – Porem, antes temos que ir ao hospital!

_ Pra que? – Claire não conseguiu entender o porquê de irem ao hospital – Lá vai estar cheio de zumbis, seria muito arriscado!

_ Eu sei, mas tenho uma coisa que preciso fazer lá – May puxou a sua mochila para seu colo. Tirou de um do bolso as ampolas com sangue infectado do indigente – Isso é o que eu preciso fazer. – Claire levantou os frascos mostrando os para Claire.

_ É o que estou pensando – Claire olhou incrédula para os dois vidrinhos com o conteúdo vermelho escuro.

_ Sim, é o sangue de um dos indigentes que cuidei pela manhã, ele virou uma dessas coisas em menos de duas horas, temos que ir ate o laboratório e ver se descobrimos alguma coisa sobre o parasita ou vírus, ou sei lá o que é que causou isso tudo. A minha teoria sobre isso é que seja um protozoário parasita que foi infectado pelo vírus que você falou, mas isso é algo que só é possível se fazer e de se analisar em laboratório. E também tem o meu carro que esta no estacionamento do hospital, nós podemos usar ele pra irmos ate o deserto que te disse.

_ Achei que seu carro estava estacionado no hidrante lá fora! – disse Claire sarcasticamente.

_ Não, aquele era o carro do Joe, antes de fugir do hospital ele me deu as chaves do carro dele, - May sorriu, com as varias lembranças que vieram a sua cabeça. Normalmente lagrimas viriam aos seus olhos e ela choraria por um bom tempo, mas May não deixaria isso acontecer, não era hora de chorar, ela teria que ser forte, então ela guardou os seus sentimentos e não os mostrariam ate que estivesse a salvo.

_ Aquele que você disse que foi mordido?

_ Sim, o mesmo que você disse que já deve ter se transformado em uma dessas coisas horríveis!

Claire deu de ombros, ela sabia o motivo real do por que May queria ir para o hospital, e não podia impedir ela de fazer isso. Se sequer pensasse em impedir ela de fazer tal loucura, Claire tinha certeza de que May iria sozinha, e sabia que ela não seria capaz de sobreviver a tudo sozinha, agora May precisava mas ainda de Claire.

_ Ok, você deve isso a ele. Você esta viva por causa dele, né! – May assentiu com a cabeça, - Pois bem, Qual é a segunda etapa do seu plano?

_ Ir à delegacia, pegar armamento pesado, - a expressão e a reação de Claire não foi uma das melhores – Ou você acha que vamos conseguir chegar lá somente com um sinalizador e duas armas que logo vão acabar a munição!

_ Ok May, só estou dizendo que já passei por isso, e essa não foi à melhor coisa que fiz. Ir até a delegacia foi meio... Complicado! Leon é prova de como deu errado, estava cheio de criaturas estranhas. Só de lembrar me arrepia os pelos do braço. Aquelas aranhas gigantes, Eca!

_ Pois é, você me contou, vai ser difícil. No hospital, vamos ate o vestiário, pegamos a minha bolsa que esta no meu armário, nós temos que ser rápidas, e depois você vai buscar o carro, e eu vou fazer o que tenho que fazer. Te encontro na frente do hospital, é o melhor caminho para a delegacia. Mas agora a minha preocupação é como vamos chegar ate lá?

_ Como você acha que eu cheguei aqui? De pés? – Claire deu uma gargalhada. – Vamos com a minha moto!

May estava exausta, seu corpo estava cansado, mas sua mente estava a mil, era muita informação para ser absorvida. Um apocalipse zumbi era algo que May não estava preparada para enfrentar.

_ Sabe de uma coisa Claire, se soubesse que teria de enfrentar isso tudo não tinha saído da cama, tinha dormido até tudo se resolver por si só! – May sorriu no escuro. – Teria trancado tudo e ficado em meu apartamento sozinha, no conforto da minha casa, e não sentada no chão frio de um galpão que eu nem sei onde fica!

_ Pois é, e eu também, não teria vindo pra cá à toa. – Claire sorriu, apesar de se conhecerem a pouco tempo, May já se tornara alguém importante para Claire, talvez uma amiga, não poderia deixar ela sozinha, tinha que ajudar no plano louco de May.

_ Alias, eu nem perguntei, como você veio parar aqui. – Ela realmente tinha se esquecido de perguntar como Claire foi parar no caos que agora era Cliviland City.

_ Eu faço parte de uma ONG, a salve a terra, eles tiveram informações que uma empresa de farmacêutica de medicamentos, iria fazer uma entrega no hospital, só que quando cheguei aqui pra investigar o que era, mas tudo já estava um caos quando cheguei.

_ Estranho, nenhuma empresa ia fazer entregas hoje no hospital. – May olhou para Claire, ela não sabia de nada do tipo, e durante todo tempo que trabalhou não ficou sabendo de nada sobre essa entrega.

_ Foi o que me disseram. Eu falei pro meu irmão que vinha aqui pra férias! – Claire riu sozinha com a lembrança do irmão - Ele no inicio desconfiou, ele falou assim “Já vai se enfiar nessas brigas de ONG de novo, não vai? ” – Claire curvou os braços imitando os músculos do irmão, e  tentou imitar a voz grossa dele, May riu de sua péssima imitação, - falei pra ele não se preocupar, que eu vinha pra Cliviland para ficar em paz, a cidade era calma e blá blá blá. E ele acreditou!  

_ Mentiu pro seu irmão? Pois é, fazer o que. Mentiu por um propósito pelo menos!

_ Pois é, acho melhor dormimos, temos que recuperar as forças! - May e Claire deitaram no colchão fino, cada uma virou para um lado, mas apenas Claire conseguiu pegar no sono depois de algum tempo.

May estava preocupada demais para dormir, não conseguia nem imaginar se seu plano daria certo ou não. Estava preocupada com Claire, ela tinha que fazer de tudo para devolver a irmã de Chris. Mesmo não conhecendo ele, era perceptível pelo jeito como ela falava do irmão que ambos se amavam muito. May não queria que Chris sentisse o mesmo que sentiu quando teve que deixar Joe no hospital, com o destino entregue ao vento.

 “Não posso falhar, não posso falhar... não agora ”

Faltava poucas horas para o raiar do dia, e logo o plano de May seria colocado em pratica.