Violência Nem Sempre É A Solução escrita por Lise Muniz


Capítulo 19
Capítulo 19 - Batalha festeira




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De trás da porta do salão principal, uma sombra gigantesca saiu. De início eu não identifiquei quem era até ele vir para a luz. Era um alienígena aparentemente alto, vermelho e forte. Junto com ele, haviam dezenas de outros alienígenas que faziam um barulho esquisito com a boca e tinha cada um, uma picareta na mão.


    - Então quer dizer que você tem dinheiro para dar uma festa gigantesca, mas não tem dinheiro para me pagar não é Rei Robert? – o alienígena disse com desprezo


    - Vulcanos. – eu disse entre dentes – O que você quer?


    - Apenas o que me pertence garota e o reizinho aí sabe muito bem o que é! – ele disse apontando para o meu tio


Meu tio franzia o cenho em uma expressão de confusão. Ele parecia não saber do que Vulcanos estava falando. O que ele lhe devia? O que Vulcanos havia feito em troca?


    - Eu não sei do que você está falando meu senhor. Eu nem o conheço! Como posso lhe dever algo? – meu tio disse como um rei


    - Não se faça de idiota Robert! Você me deve os lucros de uma mina de diamantes! Lembra-se do que eu fiz para você? Lembra-se das armas que lhe dei e das famílias que dizimei? – Vulcanos disse com desprezo, cruzando os braços.


Todos olharam abismados para o meu tio, que não entendia nada do que acontecia. Ele pôs a mão na cabeça e se deixou cair sentado em uma cadeira próxima a ele.


    - Éris. – ele murmurou – Você armou para mim não é? Você pensou em tudo! Eu não lhe devo nada Vulcanos. Não fui eu quem fez a dívida com você. Foi Éris.


    - Bobagens e lorotas! Se não irá me pagar, então eu só tenho uma coisa para fazer. – Vulcanos gritou – Capangas! Acabem com tudo!


Automaticamente uma guerra começou dentro do salão principal. Os convidados que estavam armados, lutavam com honra e bravura usando suas lanças, escudos, adagas, espadas e arcos e flechas. Alice soltou a fita que tinha no vestido, bem na cintura e a saia do vestido se soltou, revelando que ela estava de calça jeans e salto alto, por debaixo dele. Ela jogou o salto para o lado e transformou seu colar em uma espada de ouro imperial. Ela fez que ia avançar para cima de Vulcanos, mas eu a segurei.


    - Deixa que eu cuido dele. – eu disse – Dá uma ajudinha para a Camila. Ela geralmente é ágil com sua espata, mas o vestido dela não está ajudando muito.


Realmente, a cada cinco minutos, Camila tropeçava na barra do próprio vestido e perdia a vantagem que havia ganhado na luta. Ela estava tentando proteger Jessie e Sarah que, aterrorizadas, agarravam nas pernas dela. Enquanto isso, meu tio e os meus primos davam uma surra nos capangas de Vulcanos que pareciam não acabar nunca.


Assim como Alice, eu também joguei meu sapato longe e eles acabaram acertando a cabeça de um dos capangas do Vulcanos, que caiu no chão, desmaiado. Rapidez geralmente era a minha vantagem em uma luta, mas com aquele vestido... Agarrei a barra do vestido e dei um nó nele. Não resolveu muita coisa, mas eu pelo menos ganhei alguma agilidade. Driblei alguns dos inimigos e defendi as picaretadas de outros com minha adaga. Então de repente eu me vi encurralada. Os capangas de Vulcanos haviam conseguido me deixar sem saída. Eu precisava de ajuda. Meu olhar percorreu todo o salão e parou em William. Ele estava com a Sam. Ela atirava flechas e mais flechas sem parar para descansar e ele a defendia com sua espada de bronze celestial. Veio-me um aperto no coração. Will devia estar me ajudando e não defendendo Sam, que deixava bem claro que não precisava de ajuda. Não que eu estivesse com ciúmes, mas ele cuidava dela como se ela quem fosse a namorada dele. Os barulhos estranhos que os alienígenas faziam com a boca me arrancaram de meus pensamentos e me trouxeram a realidade. Eles se aproximavam cada vez mais de mim. Eu estava perdida. Era impossível lutar contra tantos! Felizmente, Cléo percebeu que eu estava em apuros e tentou ajudar. Ela transformou vários dos alienígenas em vasos de plantas, talheres e balões, mas mais deles surgiram e nos encurralaram novamente. Oliver estava atento e foi defender sua amada. Ele tirou algo do bolso da calça e jogou perto dos nossos pés. Era uma bombinha de gás do sono. Eu prendi a respiração e saí correndo e arrastando a Cléo. Eu a entreguei nos braços de Oliver e ela desmaiou.


    - Você não avisou a ela que ela tinha que prender a respiração? – Oliver brigou


    - Eu achei que ela soubesse! – eu disse tentando me justificar – Agora me dá licença que eu tenho que pegar o grandão ali!


Vulcanos estava de braços cruzados e apoiado no batente da porta quando eu fui até ele. Ele se preparou para atacar, mas eu larguei a adaga no chão e levantei as mãos me rendendo.


    - Eu não quero lutar! – eu disse – Só quero conversar civilizadamente como dois negociantes.


    - E quem é você para negociar algo comigo? – ele provocou


    - Sou Lana Shane Johnson, filha da antiga princesa de Hélade e de um Encanador terráqueo. – eu me apresentei – Eu quero lhe propor uma proposta.


    - Hum... Fale! Eu estou te ouvindo! – ele disse interessado


    - Quanto da dívida um pedaço de tatenita pagaria?


    - Cerca de ¾ por quê? Você tem tatenita?


    - Há um pedaço de tatenita no meu quarto lá em cima. Enquanto eu vou buscá-lo, você reúne os seus capangas. Amanhã à tarde, venha reclamar o resto da dívida. Ela lhe será paga, mas só se você prometer que não vai trazer esse bando de capangas novamente.


    - Como posso saber se posso confiar em sua palavra?


    - Tudo bem. Eu juro pelo Rio Estige que o resto da dívida lhe será paga amanhã.


Um raio caiu do lado de fora do palácio. No dia seguinte eu teria de arrumar o dinheiro para pagá-lo, senão além de morrer, eu teria um planeta destruído.


                                                           ...


Depois que Vulcanos finalmente foi embora com seus capangas é que podemos ver o tamanho do estragado causado. Não havia ninguém ferido, mas dezenas de mesas e centenas de copos e pratos estavam em pedaços. As cortinas e a decoração estavam todas rasgadas e a maior parte da comida estava no chão. As roupas de alguns dos convidados estavam em farrapos e as crianças estavam aterrorizadas. Cléo ainda estava apagada nos braços de Oliver e Alice estava se segurando para não chorar. Para ela, aquele tinha sido um de seus piores aniversários. Só não superava o de 13 quando sua mãe havia morrido. Sam e Camila tentavam acalmar Jessie e Sarah que estavam em pânico. Meu tio e Richard estavam sentados na escada e observavam o estrago. Will lembrou que eu existia e "preocupado" me abraçou e perguntou se eu estava bem.


    - É. Eu estou bem. – eu disse cabisbaixa – Se não fosse Cléo e Oliver eu não estaria.


    - Como assim? – ele perguntou confuso


    - Enquanto você "ajudava" a Sam, eu fui encurralada pelos alienígenas. Eu estaria morta se Cléo e Oliver não tivessem me ajudado.


Eu cruzei os braços, emburrada e ele me abraçou. Depois de um beijo, ele disse:


    - Eu nunca deixaria que você morresse cachinhos dourados. Eu te amo e nunca duvide disso.


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Notas finais do capítulo

E a'i? O q acharam?