Scars escrita por perfect_six6


Capítulo 1
Cicatrizes - Capitulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente não sou uma super escritora, tentei fazer um capitulo legal poise será o único, não achei tão bom assim, mais resolvi postar... Espero que gostem.
Indicarei uma musica: Blind - Lifehouse . Absolutamente linda.
É isso, espero que gostem... (:
Leiam ai gente... Beijos, até la em baixo.



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POV Demi

Selena, ela estava absolutamente linda hoje... O álcool em minha mente não desfocava a imagem perfeita da garota que acabara de se apresentar no programa de TV. A afinação era perfeitamente acentuada, as roupas escolhidas por profissionais deixavam transparecer um ar maduro, o sorriso estonteante e encantador contagiavam ate os mais tristes... O cabelo não muito longo nem muito curto mais sim do tamanho certo a deixavam ainda mais elegante e sexy... Tais cabelos que ainda me recordo o cheiro doce e único que lhe pertenciam.

Eu que tentei nos últimos anos fazer o impossível, ou seja, não pensar nela, sorria ao vê-la tão feliz e alegre e me imaginar ao seu lado, ela por sua vez sorria orgulhosa ao falar que o dinheiro arrecadado de sua próxima Turner, seria doado a uma instituição para crianças com câncer, sua generosidade impressionava a todos, ate mesmo os que não gostavam de suas musicas, ou dos seus papeis como atriz.

As lagrimas em meu rosto, caiam como se fosse meu ultimo choro, eram muitas, eram pesadas e constantes. Lagrimas de tristeza e depressão intensas, lagrimas de arrependimento, de culpa...

Era exatamente isso que eu sentia... Arrependimento, remorso e culpa... Uma culpa tão grande que só não piora pelo fato de eu saber que ela esta bem melhor sem mim... Que eu fiz ao menos uma vez, a escolha certa... E que agora, ela esta feliz... Sem dor e sem sofrimento.  Só de pensar que eu a fiz chorar que fiz a pessoa que eu amei de verdade me odiar, tudo piora... Tudo se multiplica, principalmente a dor.

Eu queria tanto que ela soubesse que eu mudei que não sou mais a mesma garota sem compromissos e sem responsabilidades que quebrou seu coração de uma forma infantil e egoísta, aquela que só se importava com si própria. Que eu não era mais aquela que só pensava em festas, bebidas, garotos e garotas. Que agora eu cresci, dou valor no que eu quero e amo, sei o que eu devo prezar e cuidar... Hoje eu sei que, eu faria tudo e qualquer coisa para ter ela novamente, ou ao menos poder passar um dia ao seu lado, sentir seu cheiro outra vez, poder tocá-la, beijá-la, sentir seu toque, seu corpo pertinho do meu... Simplesmente senti-la... Enfim, sonhos impossíveis e sem esperanças de serem realizados, vontades e desejos que eu sei que não poderiam ser feitos.

O álcool que cortava minha garganta algumas vezes me ajudava a ficar melhor, ou pelo menos tentar ficar, era uma maneira que eu tinha para tentar fugir de tudo e me fazer refletir nas coisas um pouco.

Para ela eu nunca aparentei sofrimento ou arrependimento, tanto que nunca fui atrás dela para lhe pedir desculpas por tudo, pois sabia que o que eu já havia feito não tinha perdão. Ela esperou... Por um tempo ela esperou por mim, por um perdão... Uma ligação, por uma mensagem, ou sei lá... Qual quer coisa que servisse para nos comunicarmos, mais eu nunca fiz nada parecido, nunca a procurei, ou ao menos liguei... Não por orgulho, mais sim por medo de magoá-la novamente, medo de vê-la sofrendo ou chorando outra vez por minha culpa... Acho que não agüentaria.

Isso já deveria ser por volta de três da manha ou mais, o sono não era uma palavra muito conhecida por mim nos últimos tempos, seria facilmente confundida com um zumbi se me vissem agora. A aparência não entrava na minha lista de exigências, muito menos a minha convivência social. Era basicamente eu, meu litro de vodka, meu violão e o resto da minha casa. Com a minha família eu pouco falava, eram raras as vezes que minha mãe me ligava para perguntar como eu estava afinal eu me afastei dela e de todos. Sentia falta, aliais... Muita falta mais eu não os queria prejudicar mais. Minha carreira não era a das mais baladas, pouco se ouvia falar de mim e dos poucos que falavam, ou era para me prejudicar e criticar ou era pra inventar mais alguma coisa sobre mim, eu pouco me importava, afinal... Eu não era mais nada. Claro que ainda fazia musica, a música é a minha vida, o meu único refúgio para onde eu me confesso, onde eu desconto todas as minhas raivas de mim mesma.

Levanto-me do chão, a televisão ainda estava ligada, tento me colocar em pé mais logo caio de tontura, forçadamente me apoio em uma mesinha de canto para tentar levantar novamente, dessa vez eu consigo me manter ereta. Ando com a visão turva e em passos descompassados e curtos ate a sacada de minha janela, vejo as arvores de meu jardim se movendo conforme o vento a modelava. A brisa calma chega bagunçando os meus cabelos, fecho os olhos e inspiro tentando vagar os meus pensamentos... Logo vem em minha mente flashbacks do nosso primeiro encontro, ela estava linda, nunca a vi sorrindo tanto, já havia ganhado o dia só por ter certeza que tal sorriso seria que era por minha causa, eu não parava de balançar minhas mãos suadas por nervosismo enquanto esperava por ela no sofá da sala de seus pais. Meu coração ficou em total estado de pulsação ao vê-la descendo a escada naquele dia, os lábios perfeitamente desenhados com uma cor rosa, os cabelos ondulados um pouco abaixo dos seios e um vestido com cores clara, talvez bege, teria certeza se estivesse mesmo prestando atenção nele. Era tudo tão perfeito, ela...  Era perfeita. Por que eu tinha que mudar? Por que eu tinha que passar a tratá-la daquela maneira? Eu, que prometi nunca feri-la, magoei-a de forma mais horrenda.

Terminei meus lamentos tentando enxugar minhas lagrimas com a costa das mãos, mais elas não me davam tempo. Olhei para baixo e vi as pedras que ocupavam uma parte do meu jardim, “por que não acabar logo com esse sofrimento”, meus pensamentos me atordoavam, um arrepio me tomou conta ao cogitar a Idea de me calar para sempre. Talvez a morte seja a chave para o meu sossego. Mais antes, eu tinha que fazer algo que já era para eu ter feito, algo que eu tinha medo... Mais ela tinha que saber, eu fiz tudo o que fiz mais ainda a amo. Tinha que pedir as desculpas tão atrasadas... Eu só queria que ela soubesse que eu a amei muito... E  amarei para sempre.

Pego meu celular em cima da cama e volto ao lugar onde eu estava... Em um suspiro pesado busco ar e coragem para fazer o que eu tinha que fazer. Meu coração fazia um movimento rítmico tão descompassado que eu não conseguiria contar as batidas. Não fazia idéia do que lhe dizer, nem ao menos sabia se ela ainda usava o mesmo numero, ou se iria me atender, mais eu iria tentar.

Não procurei o numero na agenda, já tinha ele guardado em minha mente, o disco rapidamente e me sento ao lado de onde estava o meu violão, fecho os olhos com força ao ouvir o primeiro toque, eu não conseguia respirar, a maior sensação de nervosismo que eu já havia sentido, não conseguiria nem explicar se sentasse. Logo veio o segundo toque, sorrir ao pensar que ela não mudara de numero esperando que um dia eu ligasse. Logo o eu ouço o barulho da chamada, ela tinha tendido, talvez ela não estivesse acreditando.

Sentir tamanha fraqueza ou ouvir a respiração do outro lado da linha, ela não disse nada esperando que eu falasse. Passaram-se um pouco mais de 3 minutos em puro silencio, a ouvir bufar de frustração. Respiro mais uma vez buscando talvez encontrar a coragem que não havia:

- Apenas me ouça – disse baixo, eu não sabia o que falar ou como, mais eu tinha uma coisa que cairia bem, uma das musicas que eu escrevi desabafando, eu não queria que ela entendesse ou me perdoasse, queria apenas que ela ouvisse tudo e prestasse atenção em todas as palavras, queria que ela acreditasse nas verdades delas. Busco meu violão que já estava ao meu lado e o posiciono em cima das minhas pernas, respiro fundo, pois, sabia que não era apenas uma musica, era também a verdade que eu ocultei ao longo desses dois anos e meio. Solto o ar de meus pulmões e procuro a voz para começar tudo:

-

Eu não estava lá no momento

Que você aprendeu a respirar

Então eu quero que me perdoe

Uma lágrima deve ter se formado em meu olho

Quando você deu o seu primeiro beijo

Eu sei que você ainda sente o mesmo

E eu prometo que não é sua culpa

Nunca foi sua culpa

Perder você é como estar vivendo em um mundo sem ar

Parece que o tempo esta acabando para mim

Já basta, nós perdemos tudo

Eu posso até cair, mas eu juro que farei você acreditar

Você acorda no outro lado

Eu me esforço para forçar um sorriso

Sentindo seu toque por todo lado

Pacificamente ouvindo o som de sua voz

Eu não quis que nos queimássemos

Eu não vim aqui para te machucar

Eu quero que você saiba,

Que não importa

Onde essa estrada der

E eu quero que você tenha a certeza

Que você não poderia ter me amado melhor

Eu apenas sinto sua falta

Falta do que vivemos

Dos nossos momentos

Da sua voz dizendo que me ama

Todas as manhãs

Não queria fazer você chorar

Não queria fazer você me odiar

Queria que tudo voltasse ao normal

Como no começo de tudo

Como a primeira vez

-

Terminei de cantar a enorme musica totalmente sem voz, agora a ligação era tomada por soluços e respirações pesadas, finalmente tinha dito a ela toda o que estava sentindo, voltar a cantar para um publico, ou melhor, só para ela já fez sentir-me melhor, só o que piorava o silencio, era o seu choro, era os bufares desconhecidos por mim, eu já havia entendido que ela não sabia o que dizer:

- Eu não fiz tudo isso para você voltar comigo, muito menos para fazer você chorar novamente. Eu só queria que ouvisse tudo o que eu queria lhe dizer, e lembre-se de uma coisa, independente de tudo e de todos, eu te amo, ninguém ira mudar isso... Eu te amo e é real... É eterno... – terminei de falar e ainda ouvia os seus soluços. Arrependi-me de ter ligado, evitaria seu sofrimento... Por um momento eu me sentir pior que antes, e dessa vez sim era insuportável, era uma junção de sentimentos que eu não tinha noção de controle – Desculpe-me, prometo não incomodar mais... Adeus – Digo por fim encerrando a chamada.

Levanto-me do chão e novamente volto a minha sacada, paro sentindo meus pulmões se encherem de ar, o vento ainda não se cansava de bagunçar os meus cabelos. Tentei esvaziar a mente ao me manter calma para fazer o que eu iria. Olho para o anel com o símbolo do infinito que ela havia me dado há quatro anos e me lembro de também ter lhe dado um colar com o mesmo símbolo, tento respirar outra vez deixando as lagrimas caírem. Era inevitável não chorar, doía tanto. Meu corpo necessitava do seu aqui, minha mente precisava se controlar, minha cabeça tinha que parar de doer, e eu sabia que só seria possível se ela estivesse ao meu lado...

Ajeitei o anel mais uma vez enquanto sentava no muro da sacada, olho para baixo e vejo a considerável altura. Fecho os olhos pensando nos momentos que eu tive com ela, momentos que nem mesmo a morte apagaria ou me faria esquecer... Eu não agüentava mais essa dor incurável todos os dias, não havia remédio ou tratamento, era a pior.

Tento sorrir ao pesar o que parecia ser um carro a alguns metros de distancia da minha casa e que se parecia com o carro dela, balanço minha cabeça em negativo para espantar tal pensamento, ela não viria atrás de mim, olho as estrelas e suspiro antes de tomar coragem para impulsionar meu corpo para frente e dar o adeus ao que eu chamava de vida.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenha agradado.
Deixem reviews ok?... Somente se gostarem, ok eu aceito criticas, mais não gosto de reviews maldosos :/
Bom, gente... Estou preparando outras fics. Espero que leiam... é isso.
Beijo na boca. (:
By: Paula