Atmosfera Viciante escrita por PridePeople


Capítulo 5
Capítulo 5




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Acordei tranquila. Talvez por finalmente ter me saído por cima em uma das conversas que tive com ele. Sem invasões, nem arrombamentos de porta... Bom talvez ele tenha mesmo perdido a noite de sono. Me arrumei, tomando banho, escovando os dentes, arrumando o cabelo, levemente solto. Fui até o não tão mais temido 201. Esperei ele atrás de mim, como na última vez, e me pus a pensar por uns segundos, sobre o desafio. Foi falta de ética minha. Mas naquele momento, esse argumento não me convenceria.

“TOC-TOC-TOC” – bati na porta, já deduzindo que pela demora, ele estivesse se aprontando. Talvez arrumando aquele cabelo, preto, liso e com gel, arrepiado, de uma forma que ressaltava o resto do rosto, além de deixa-lo mais alto.

- Otavio? – disse confusa.

Silêncio.

- Otávio?! – disse já praticamente esmurrando a porta, três vezes.

- Otaviooo? – disse novamente esmurrando as portas. Estava muito calor aquela manhã, lembro que até levantei de madrugada para tomar um copo d’água. E comecei a me preocupar por ninguém responder, e ele não vier atrás de mim com aquele tom irônico que apesar de irritante, adoraria ouvir, em tamanha preocupação. Até que abri a porta com um empurrão, e com uma força que nem eu sabia que tinha.

E me deparei boquiaberta, com uma garoto de calça jeans escuras, sem camisa, o cabelo esbagaçado, totalmente suado e o olhar de pânico talvez, pelo susto que o proporcionei. O quarto estava uma bagunça: Uma caixa de pizza na prateleira, a cama totalmente bagunçada, a camisa, que necessariamente deveria estar em seu corpo, sem encontrava na janela, pendurada. O lugar já não fazia o aspecto “aconchegante”, e ele conseguiu piorar. Ate que ele exclamou:

- Oque você tem? – disse assustado.

- Você não respondia, eu pensei o pior. – disse brava, mas logo depois corei, por vê-lo novamente sem camisa, e em circunstâncias tão constrangedoras. E logo fiquei brava logo pelo fato de corar.

- Ah, desculpa... Eu acho que esqueci de por o despertador. – disse coçando a cabeça e se espreguiçando.

- Mas o despertador do quarto, já estava programado. – me apavorei, pela possível fato de eu estar passando por aquilo, por erro meu – Eu mesma verifiquei... – disse tentando achar o tal despertador pela bagunça do quarto.

- Este? – disse tirando-o quebrado da gaveta da cômoda.

- O que aconteceu com ele? – disse perplexa, por estar tão destruído.

- Ah, me irritei, não nos demos bem , logo no primeiro dia que dormi aqui – disse coçando a cabeça – Malz...

- Ah, ok. Se apronte. As aulas. Vão começ ...  – olhei e me espantei – Já começaram! Rápido, se troque! – disse em alerta.

- ok-ok... – disse frustrado e com sono ainda – Mas foi bom te ver logo de manhã... –disse irônico.

- Deve ter sido mesmo. – disse em deboche.

- Ainda mais pra você, me viu na minha melhor hora... – ironizou por estar sem camisa.

- Cale a boca. – disse debochando – Apronte-se.

Olhou rapidamente, e foi ao banheiro. Enquanto eu saia, olhei para a porta e disse:

- E eu que não queria danificar nada – disse rindo de mim mesma.

Sai, logo indo em direção à diretoria, para mandar qualquer desculpa, para arrumarem a porta.

=OTAVIO ON =

Depois do incidente que ela provocou no meu quarto, me arrumei dentro do banheiro. Caso ela estivesse ainda lá. Ou se uma tarada aparecesse. Quando sai, só ajeitei o cabelo, e fui ao encontro dela. Não a achei, então dei de cara numa daquelas “patricinhas”, e decidi perguntar onde eram as aulas.

- Ah, com licença – disse tentando me “introduzir”.

- Olá... – disse me medindo por inteiro – Posso – pausou – Ajudar? – deu um sorriso bonito, mas forçado.

- É... – percebendo suas intenções, decidi ser frio – Você saberia me dizer, onde estão acontecendo as aulas? – disse direto.

- Bom, eu te mostro, se você quiser. – disse tentando parece provocante.

Aquela situação me fazia pensar em quanto algumas meninas são... “de um jeito estranho”, e enquanto outras, são muito interessantes, como Mandy. E de como era engraçado, vê-la tentando me “Seduzir”.

- Não, só quero que você me diga. Não precisa mostrar nada – disse corto e grosso.

- Ah, tem certeza? – disse insistindo.

Eu, de primeira, não ía me “aproveitar”, mas no fundo, vi Mandy vindo, em nossa direção, então decidi improvisar.

- Na verdade... – disse me aproximando – Seria melhor mesmo, é meu primeiro ano, aqui. – disse dócil.

- Ah, eu entendo... – disse dando uma piscadinha pra mim, que literalmente me deixou...  corado.

Quando eu ia falar, Mandy nos interrompeu, numa frase alta e rápida, como num raio:

- Que que é isso aqui? – disse cortantíssima.

- Estava pedindo informação, como não te achei... – fiz uma cara de “não tenho culpa no cartório”.

- Exatamente. Só ía dar uma ajudinha de boa vindas pro garoto novo. – disse dócil, e se virando pra mim – Ele ainda deve ser meio lentinho, né? – disse sorrindo pras amigas em sua volta, e para Mandy.

Senti como se estivesse com enjoo. Quis cuspir na cara dela, que ela era extremamente oferecida, e quem realmente é “lento” e não enxerga seu próprio umbigo seria ela.

- Espere um segundo... – disse (ainda) calmo – Eu? Lento? – disse questionando-a.

- Otavio... – disse Mandy, pegando no meu braço, querendo dizer “não termine com isso, não vale a pena.”

- É Otavio – disse ela com aquela cara que fizemos quando falamos com um bebê, e também com a mesma voz – sem infantilidades e nervosismo, ok? – disse cheia de si.

Fiquei espantado com a hipocrisia daquela garota, que aposto que num fazia nada além de falar de vestidos, lojas, roupas, unhas e cores de cabelos. Talvez até de coisas que se leem. Horóscopos, sabe?

- Vamos! – disse Mandy, olhando com uma cara de “faz o que eu mando.”

- Isso ai, vai Otavio... – disse numa tentativa falhada de parecer perigosa.

- Com prazer. – sai jogando os livros dela, no chão e pegando a mão de Mandy, fazendo-a vir comigo.

- Melhor sair mesmo! – disse estralando os dedos, que fez com que uma de suas amigas pegasse os livros que tinha derrubado.

- Odeio patricinhas. – disse para Mandy.

- Porque? – disse curiosa.

- São fúteis. – pausei – de certo modo, me lembram a Hayley.

- Você ainda a ama? – disse Mandy agora com a voz mais amena.

- Amá-la. Talvez eu nunca tenha a amado. – disse querendo me livrar.

- Ok. – disse com a voz mais amena ainda – Vamos! – disse como um raio.

- Vamos.

Assim fomos andando, até que ela me mostrasse minha sala. Percebi que ela parecia meio abatida, e percebi também que seja o que fosse ela não queria falar sobre, por enquanto, decidi esperar.

Até que chegamos lá:

- Sua sala. – disse séria.

- Ok. Ridícula aquela garota, não? – disse querendo saber a opinião dela.

- É... Fútil daquele jeito, e já foi sua namorada. – disse irônica.

- Oque? – disse assustado de simplesmente tentar digerir que era Hayley.

- É. Era ela. – disse cortante.

- Ela está aqui? Estudando, na mesma..? – de tão assustado mal pude completar a frase.

- Sim. – disse com uma ponta de angústia – Parece que quando soube de você, veio correndo.

- Problema é dela. – disse já alterado.

- É, mas se você ainda a ama... – não terminando a dizer, já a interrompi.

- Não a amo. Tô em outra. – disse me fixando no olhar de Mandy, e me aproximando.

- Acredito. – disse ainda paralisada e fixada no meu olhar.

- Eu ganharei. – disse irônico.

- É oque veremos. – disse sarcástica e já se afastando.

Me deu um caderno e um estojo relativamente cheio, pelo que pude sentir.

- Oque é isso? – disse meio que já sabendo a resposta.

- Um caderno e um estojo com canetas. – disse como se eu não soubesse.

- Olha. – disse me afastando, e indo para a mesa do professor, que ficava perto das janelas, á uns três, quatro metros da porta. Tirei uma caneta, escrevi num papel, e o rasguei, relativamente pequeno. O prendi quando fechei a caneta. Mirei e atirei.

- Fácil. – disse já pegando minha caneta no ar, com rosto irônico.

Virou-se para ler, e viu o que escrevi: “Seja minha. Não tente se enganar, você é diferente, não será um troféu, como as outras...”

Quando ela virou de volta, eu já estava atrás dela, extremamente perto, quase consegui beijá-la. Mas a pior pessoa para me impediu.

- Hora de ir para a sala, velho amigo. – disse Hayley, já entrando.

A olhei entrando, e me voltei para Mandy, que estava com aquela cara de: “você ainda a ama”.

- Não a amo. – disse farto desta afirmação.

- Ok. Acredito em você. – disse já com a ponta irônica em sua face.

- Sério?

- Claro. Aliás, se ainda amá-la, a aposta será ou anulada, ou roubarei você dela. – pausou – Simples.

- Não sou fácil. – pausei. – Eu que quase te beijei, não você que quase caiu na minha. – disse irônico, e já a deixando sozinha no corredor.

Feito. Estou vingado e ela? Putz, tá fácil, já.

Essa eu já ganhei.


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Notas finais do capítulo

Fico um lixo D=



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