Realmente estava sendo engraçado vê-los discutindo, Ivy apenas conseguia rir. Era como sua mãe lhe dizia desde pequena: fazer parte de uma guilda era divertido. Principalmente para uma garota que  passou a maior parte da vida colhendo flores e com apenas uma cobra de companhia, não que Kitty não fosse uma boa companhia, mas depois que conhecera Hikari sua vida havia mudado drasticamente, e pra melhor. 

      Ivy continuava a rir até algo chamar sua atenção, algo distante, mas que ela conseguiu sentir, ou melhor, ouvir muito bem, algo familiar e confortável cujo ela não sentia a muito tempo. A garota de cabelos roxos parou de rir e olhou em direção à mata fechada tentando confirmar o que ouvira, confirmado. Sem dar satisfações para ninguém ela entrou  na mata e em uma velocidade incrível começava a sumir entre as árvores pulando com astucia em seus galhos. Hikari se surpreendeu pelo ato da garota e gritava se nome para que parasse, mas Ivy não dava atenção, estava apenas concentrada em seguir aquela voz especial

Hikari: - Droga... – ele reclamou por ela estar longe demais para escutá-lo – Vem Beast – o albino puxou o primo pra dentro da mata e começaram a correr a seguindo

Eles corriam o mais rápido possível para alcançá-la, mas graças aos treinamentos árduos que a garota tinha desde pequena com o pai atravessar aquela mata fechada rapidamente era fácil para ela, e foi assim que ela os despistou sem dar atenção a mais nada, apenas para aquela voz querida que a chamava.

***

Luna: - Porque a Ivy saiu correndo daquele jeito?

Obake: - Eu não sei – apesar de ter falado de forma normal enquanto batia nas roupas para limpa-las depois de ficar brigando com Haru, ela estava preocupada – Mas Hikari e Beast já foram ver o que aconteceu, temos agora outros problemas – ela soava autoritária

Jake: - Tipo o fato do Haru, Marry e Sora terem sumido? – ele perguntava como se não fosse nada

Obake olhou pros lados em busca dos três e percebeu que eles realmente não estavam ali deveriam ter fugido na brecha que Ivy tinha feito a morena dar, a maga de ferro serrava os punhos com força e escondia os olhos estando de cabeça baixa, dava para ouvir ela grunhido um pouco enquanto uma alma negra que crescia cada vez mais a rondava

Jake e Jane: - É a nossa deixa, temos que ir – ambos falaram assustados já sabendo o que estava por vir e ambos saíram apressados pra cidade

Apenas Luna tinha ficado com Obake, mas ela não se importava já acostumada com os ataques da amiga, por isso apenas ficou parada indiferente e irônica fingindo surpresa enquanto a morena na sua frente levantou a cabeça e gritou com todas as suas forças

***

Marry: - Ahahahahahaha – a rosada ria com vontade – alguém vai se dar mal – ela se referia a um certo loiro do seu lado após ambos ouvirem um grito alto

Haru não  respondeu e apenas estremeceu com a lembrança do grito, eles estavam indo pro parque Southgate.

Marry: - E então? – ela perguntou com um sorrisinho maroto – Como você acha que ela vai te matar?

Haru: - Não enche  - ele falou bravo, mas sabia que a pirralha
tinha sua parcela de razão

Marry- EEh...  – ela disse fingindo estar decepcionada – e eu pensando que logo logo seria tia –ela disse brincando enquanto jogava um olhar malicioso pro irmão fazendo-o corar, mas logo isso sumiu e ele bateu de leve na cabeça da menina

Haru: - Calada – ele disse sério enquanto ela afagava a cabeça

Marry: - Eu vou te matar seu loiro de quinta – ela voou pra cima da gola dele e ambos começaram mais uma briga cheia de xingamentos

Após alguns minutos Marry parou de atacá-lo sentindo algo no ar, Haru a fitou curioso e ainda bravo, de repente a garota se atirou ajoelhada  no chão, colocou as mãos novamente na cabeça escondendo e protegendo o rosto, Haru ainda não entendia a situação até ele também sentir aquele cheiro no ar e então quando voltou a prestar atenção na irmã ela parecia estar....chorando...

Marry: - Desculpa, desculpa Nii-chan... – ela dizia com uma voz chorosa – foi sem querer

 Haru: - O que?

 ? ? ?: - Ei! – alguém gritou na direção deles, alguém conhecido – o que você esta fazendo?

Uma loira de marias-chiquinhas correu até eles e segurou os ombros de Marry ainda no chão “chorando” deixando Haru sem reação, tanto pelo o que a irmãzinha estava fazendo quanto por aquela loira ser quem era

Haru: - Mã... – ele parou de proferir as palavras que podiam delatá-lo

? ? ?: Você esta bem? – ela perguntava para a garotinha no chão – Ele te fez alguma coisa? – mas Marry soluçava para enfatizar o choro, nervosa a loira virou um olhar furioso pro outro loiro – O que você fez pra ela chorar?

Haru finalmente se recuperou do choque e deu atenção pra pergunta da mulher

Haru: - Como assim? – ele disse meio perplexo – Eu não fiz nada, essa menina é que é uma peste e esta fingindo – ele gritou apontando pra Marry

A rosada então lançou um olhar entediado pro irmão e com um pouco de raiva, a outra percebendo perguntou:

? ? ?: - Isso é verdade?

A garota levantou do chão já não chorando, se posicionou do lado do loiro e colocou a mão atrás da cabeça fazendo um rosto bobo de diversão

Marry: - Desculpa, queria pregar uma peça no meu irmão idiota – e apontou pro rapaz do seu lado – Ele tinha me batido antes e queria dar o troco – Haru bateu novamente na cabeça da irma – Ai! Por que fez isso?

Haru: - Pra aprender a não ser mal-criada – ele falava bravo enquanto a garota afagava a cabeça, e então ele se virou pra loira – A propósito sou Haru e ela é a minha irmã caçula Marry – a garota abriu a mão dando um leve aceno enquanto ele fingia não conhecê-la

? ? ?: - Sou Lucy, Lucy Heartfilia

Haru: - É um prazer conhecê-la – ele disse educado

Marry: - Parece que eu não sou a única aqui com dons de atuação – a garota disse com ironia chamando a atenção de Lucy, que não se importou muito com o comentário, mas Haru lhe mandou um olhar de reprovação a fazendo rir

Natsu: - Ei Lucy!! – ele vinha correndo em sua direção e Lucy se levantou para recebê-lo

Happy: - Lucy!!!

Lucy: - Pessoal! – ela acenou alto

Marry: - Natsu-san!! – a garota correu e o abraçou com força, levava um grande sorriso no rosto

O rosado se surpreendeu com o ato impulsivo da garota, mas logo se acalmou a afagou os cabelos rosa dela com gentileza e dando um sorriso sereno como Haru e Lucy, afinal era assim que aquela criança fazia, mesmo que as vezes fosse levada, todos eles se sentirem bem em família, ela era a filha sumida por tanto tempo e que fez a família deles se reunirem por completo depois de 12 anos, mas isso apenas aconteceria daqui a alguns anos. Ela levantou o rosto ainda o abraçando e lhe dava um lindo sorriso igual aos que ele sempre dava em retribuição pelo carinho

Lucy: - Natsu você conhece eles?

Natsu: - Eles apareceram na guilda hoje cedo – ela pronunciara colocando a mão no ombro da pequena que agora sorria do lado dele – quando eu sai pra te chamar pra um trabalho eles ainda estavam lá

Lucy: - Entendi – ela sorria retribuindo o riso contagiante da garotinha e agora também do rosado do lado dela

Haru: - Isso é muito conveniente – ele falou quebrando clima e deixando todos curiosos, ele levava no rosto um sorriso confiante – Ei, Natsu lute comigo

A principio esse desafio surpreendeu aos quatro, mas logo Marry deu um sorrisinho achando graça e Natsu abriu um sorriso confiante

Natsu: - Pode vir – ele disse já em posição de ataque

Happy suspirou antes de responder com o companheiro

Happy: - Aye, sir!

Lucy ficou incrédula com o que estava acontecendo e achava a idéia horrível, mas era tarde e não conseguiria fazer nada pra impedir, enquanto Marry riu mais ainda da situação

Marry: - Isso vai ser divertido – ela disse rindo – mas eu também quero diversão – ela disse agora sorrindo com sarcasmo

***     

Sora pulava serelepe pelas ruas da cidade fazendo movimentos com mãos e pulsos a cima da cabeça, ela não aprestava atenção pra onde ia, apenas parava quando via algo fofo e digno do titulo “divertido”. Ela andou tanto que quando olhou pra trás se viu sozinha e perdida, não se lembrava pra que lado ficava a guilda e nem sabia onde estava, mas a garota parecia desinteressada nisso e continuou andando pra lugar nenhum toda feliz.

Sora era o estilo de garotinha nova, ingênua e desinteressada com qualquer coisa que ela não entendia, não interessasse e fosse chata, ela apenas curtia a infância ao máximo.

Ela continua a andar até achar um prédio interessante e que chamou a atenção da sua mente de criança, era um prédio simples que ficava em um terreno grande e aberto, ou seja, não era protegido por grades e portões, parecia um tipo de hospedaria e ela se alegrou ainda mais ao ver a marca do lado do nome: Fairy Hills

Ela correu até a entrada com um sorriso no rosto, queria investigar, vasculhar e matar a curiosidade sobre cada canto daquele lugar. A garotinha começou por fora vendo o jardim, quintal e a área que levava à praia e depois entrou no local pela porta dos fundos se infiltrando silenciosamente, estava brincando de espia no momento. A menina entrou em cada cômodo da casa e vasculhou tudo que parecia se esconder de seus olhos, principalmente no quarto das garotas, acabou por descobrir coisas muito interessantes em cada um deles e seriam mais se ela fosse mais velha e entendesse a maioria; mas não queria dizer que a ingenuidade dela a falaria soltar a língua sem nem perceber o quanto seria constrangedor para suas vitimas

Sora: - Será que a Marry-chan vai gostar de saber disso? – ela se perguntou enquanto lia um livro de quem quer que fosse – Talvez sim!

A menina saiu e ia para mais um quarto, um quarto muito lindo e meigo na sua opinião, era em tons de azul claro e alguns detalhes rosas, havia desenhos que lembravam vento nas paredes, e as coisas femininas misturadas a bichinhos de pelúcia a encantavam ainda mais, a garota já ia começar a fazer sua investigação quando alguém entrou no quarto. Sora olhou meio assustada para trás se vendo descoberta, mas se alegrou pela presença das duas no quarto

? ? ?: - éé... o que você esta fazendo no meu quarto? – a garota perguntou educadamente de modo tímido e meigo

? ? ?: - Wendy não seja boazinha – a gata do lado da garota disse rígida – essa garota invadiu seu quarto além da Fairy Hills inteira – ela continuava brava

Wendy: - Desculpe..... – ela respondeu sem jeito  - Tem razão Charlie – ela ganhou um pouco mais de confiança e Charlie bufou sabendo que era obvio que estava certa – Quem é você? – ela perguntou com confiança, mas ainda meiga já que Sora era só uma criança (mais nova que ela)

Sora deu um enorme sorriso vendo as duas, ela pensou em falar uma coisa, mas se lembrou que a mestra dela havia dito que elas estavam em uma brincadeira: se Sora encontrasse a mãe mais nova ou a Charlie ela não devia chamá-la de mãe e nem dizer que conhecia elas

Sora: - Sora-chan – ela respondeu dando um sorriso maior – Querem brincar comigo?- Pyon

***

Ivy ainda pulava alguns galhos se aproximando cada vez mais de seu objetivo, ela só parou quando avistou um lugar aberto sem arvores ou muitas plantas, era um terreno plano ao pé da montanha, então ela o avistou

A garota parou um pouco a frente de alguns arbustos para se esconder e confirmar se sua audição estava certa. Mas quando ela não estava enganada?

Ela o viu sentado relaxado com as costas encostada em uma pedra grande, ele parecia olhar o chão de forma séria e deprimida. Os cabelos em tom forte de vermelho não parando quietos por causa do vento, as roupas desbotadas e a forma como parecia em paz mesmo que tivesse um ar triste.

Ivy não pronunciara nenhuma palavra, sabia que não podia ele a escutaria se assim fizesse, mas ela não conseguiu se segurar e acabou tendo aquelas palavras passando em sua mente

"Pai..."

Mas ela não podia agüentar sem se emocionar com a cena de velo desocupado, seu pai do futuro vivia viajando e quase nunca parava em casa, mas ele tentava sempre não passar de uma semana fora, quando ficava eles demonstravam as saudades treinando na floresta, claro eles tinham seus momentos familiares juntos e com a mãe dela também e eram ótimos momentos felizes e também tinha épocas em que ele ficava muitos dias em casa, mas ela ainda sentia falta da sua presença muitas vezes

Ela continuaria pensando nesses momentos se ele próprio não tivesse atrapalhado

Cobra: - Quem está ai? – ele perguntou sem nem mesmo tirar os olhos do chão, mas Ivy não respondeu e isso o enfureceu um pouco – Apareça – ele levantou um pouco o tom de voz

A garota respirou fundo e se concentrando, e então colocou o capuz da sua inseparável capa preta sobre a cabeça para esconder suas feições, saiu de trás dos arbustos com Kitty enrolada no seu pulso e foi de encontro dele se aproximando um pouco, o suficiente para estremecer, mas não para tocá-lo ou ser tocada

Ivy: - Oi – e finalmente conseguiu o interesse do mago que virou o olhar de encontro aos olhos dela.