Shiruku No Hato escrita por Kaizoku


Capítulo 3
3- Início




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Minutos se tornavam horas, dias se tornavam semanas e estas, por sua vez, tornavam-se os longos meses que eu já havia passado ao lado de Seiji.

Não fazia idéia de quantas vezes eu já havia pego aquele mesmo trem, para a mesma cidadezinha, para encontrar aquela mesma pessoa, que tanto me fazia sorrir.

Em certa tarde, recebi uma mensagem daquele pálido rapaz, algo que me preocupou indefinidamente.

“Akemi-chan... eles estão chamando-me de louco, maníaco suicida, doente...eu estou com medo. Eles irão me machucar”

“Eles”? Sem entender bem, e com o coração a mil, corri até a estação, sentindo uma chuva fina cair sobre meu rosto; nunca estive tão nervosa, era como se aquele trem não pudesse andar mais lentamente.

O alívio não chegou nem ao menos quando saltei daquele trem e corri até Seiji...aquela rua sempre fora tão comprida?

Um abraço, um suspiro e lágrimas densas e quentes...ah’ e é claro, o silêncio, o qual nenhum dos dois se atreveu a quebrar por alguns minutos, até que a voz doce do rapaz pode ser ouvida.

-Não sou louco, não é? Responda-me...não sou louco, certo?

Antes que eu pudesse responder, pude avistar um grupo de no máximo, cinco garotos altos e enormes saindo de dentro dos portões da escola, rindo como se debochassem e algo...odiei aquele som, aqueles risos nojentos, os quais arrancaram meu Seiji de meu abraço e o puxaram para uma imensidão de pavor e medo.

-Mas vejam só, a donzela suicida! – Disse um dos garotos, um ruivo cheio de sardas que o puxou pelo braço e o jogou no chão.

-Parem com isso! Quem vocês pensam que são?

Eu o levantei do chão enquanto gritava já sem paciência... Pois bem, gritei e não fui ouvida, eles nem ao menos fitaram-me, apenas partiram para cima de Seiji novamente, possibilitando-me apenas ouvir aqueles gritos desesperados e aquelas risadas horríveis.

Pareciam horas de duração, sem que eu pudesse fazer nada para salvar o garoto que tanto me importava, sendo assim, apenas pus-me a chorar como a idiota que era, até que finalmente, aquilo havia se cessado.

Seiji estava desacordado, ensangüentado e pior, ferido. Levantei-o com cuidado, enquanto tentava levá-lo à um hospital; Sem sucesso, sentei-me ao chão com ele em meu colo, novamente chorando, mas desta vez, era devido ao medo que tomava conta de meu coração, medo de perdê-lo para a morte, medo de não poder fazer nada. Chorei até reconhecer a figura de um homem que se aproximava rápido de nós e tomava Seiji nos braços sem dizer nada e nem ao menos me dar alguma explicação, como se estivesse ignorando-me. Este homem, iniciou um percurso longo dentro da noite, até finalmente chegar ao hospital daquela pequena cidade.

Um grande suspiro foi deixado por mim enquanto retornava para casa, ainda preocupada com o que iria ocorrer com aquele tão meigo garoto.

Dormir? Esqueça! Passei a noite em claro, me revirando na cama até ver o sol raiar novamente. Eu precisava vê-lo, queria saber se estava vivo, se respirava, se estava bem.

Foi difícil encontrar o hospital, foi difícil conseguir acesso ao quarto de Seiji, parecia que todos ali me ignoravam por completo, ou estavam ocupados demais com seus deveres naquele hospital, sendo assim, eu o procurei por minha conta e o encontrei acordado, fitando o teto, se dirigindo à mim assim que adentrei o cômodo.

-Disseram que eu falo sozinho...


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