From : Grissom escrita por ro_dollores


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ola !
Esta fic é dedicada á Jaque Sidle Grissom !
Parabéns pelo seu aniversário, espero que tenha ficado á altura de seus desejos.
E obrigada por me dar a honra deste feito !
Que maravilhas aconteçam em sua vida.
"Sonhe um sonho lindo, acredite no poder de seus desejos e se suprpeenda com os resultados !"



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Sara olhou para aquele cartão e sorriu quase maliciosamente.

Ela conhecia seu marido, sabia qual era a intenção dele, com aquelas poucas palavras, quase frias.

Que ela se lembrasse da primeira vez em que teve coragem, depois de um pequeno empurrão, confessado por ele, de baixar a guarda para ela.

Havia sido há muito tempo, mas mesmo assim, nas muitas conversas que eles costumavam ter, bem do jeito Grissom.

De início muito discretas, mas depois, de imensas proporções, doce e profunda no mesmo espaço de tempo.

Ela o amava, talvez até um pouco mais.

Era um sentimento diferente, maduro, que crescia na confiança mútua.

….......

Deitada na cama deles, ela se pôs a pensar sobre seu dia maluco, como quase sempre e, na maneira como as pessoas ainda olhavam para seu relacionamento.

Como Ecklie, por exemplo.

Era fato que ela tinha um marido em outro país, ficava a maior parte do tempo sozinha, mas aquela era sua vida, aquela era a maneira deles viverem. Achava que com o tempo, as pessoas se acostumariam com aquele jeito bastante diferente de seguirem em frente.

Ele amava o que fazia !

Ela amava o que fazia !

E eles se amavam !

Simples assim !

Eles tinham um trabalho como outro qualquer, só que com uma diferença ... em cidades diferentes, mais precisamente, em países diferentes !

Se pudesse escolher, é claro que ela teria preferido seu marido sempre presente, mas a proposta havia sido irrecusável e Grissom parecia bem satisfeito profissionalmente.

Ele voltava para casa uma vez por mês e sempre permanecia por quatro ou cinco dias, e em raras ocasiões, por pouco mais de uma semana.

Por conta da distância que sofriam fisicamente, os encontros eram sempre intensos e agradáveis. O clima permanecia em permanente estado de lua – de – mel e raramente discutiam.

Havia um pacto entre eles.

Grissom sabia exatamente tudo o que cercava sua mulher. Sua casa, Hank, seu trabalho, seus encontros com os amigos, enfim, toda a sua rotina.

Sara também era ciente de todos os seus passos.

Conhecia todos os outros integrantes da equipe, ele havia lhe explicado detalhadamente como era a vida de cada um, seus afazeres diário, as descobertas, as dificuldades, as alegrias, as tristezas, enfim tudo.

Ela alisou seu lugar vazio e levou a mão ao peito suspirando profundamente.

Podia entender as pessoas, e entre elas, também sua sogra. Ela se pôs a imaginar o que se passava na cabeça dela.

Embora haviam se “acertado”, ainda tinha aquela sensação de que ela não conseguia digerir com normalidade aquela relação.

Quem sabe, ela teria idealizado para seu filho, uma mulher tranquila, de hábitos caseiros e totalmente devotada a ele.

Talvez uma professora ou então a curadora de um museu, ou ainda uma pesquisadora de laboratório, que ia para casa todas as noites, encontrar seu marido também cansado, com uma casa linda, bem cuidada e tranquila. E ainda, com muita sorte, alguém que lhe desse um lindo neto.

Neste momento ela sorriu.

Segundo seu marido, o quadro não parecia favorável, eles trabalhavam demais, sem contar com a idade “avançada” dele e sua frequente “ausência”.

No fundo, ser mãe, não lhe ocupava a mente, raramente pensava nisso e, sendo assim, era óbvio que não era prioridade em sua vida.

Ela era feliz com seu marido, o amava a cada dia mais um pouco e sabia que ele sentia o mesmo.

Muitas vezes ficava surpresa com a intensidade de seus sentimentos.

Os anos que ficara escondida no limbo, esperando um gesto, uma palavra, um sinal de que ele sentisse alguma coisa por ela, havia ficado definitivamente no passado.

Depois de ter vivido um certo tempo com ele, repleto de momentos maravilhosos, seu emocional havia sido abalado, esmagado por aquela cidade, seus fantasmas, e ela partiu, não querendo arruiná – lo.

Mas o melhor ainda estava por vir ... ele foi até ela.

Deixando Vegas, seus amigos, seu trabalho que parecia ser a sua vida !

Mesmo que tivesse passado um tempo, podia fechar os olhos e se lembrar perfeitamente de toda a emoção que sentiu ao vê - lo diante dela, tão menino, tão entregue, tão doce, como sempre, os olhos implorando aceitação.

Podia sentir ainda o descompasso de seu coração. Bastava fechar os olhos.

Ela abriu a gaveta da mesa de cabeceira, e puxou uma foto que ela amava.

Ele havia se refrescado no lago, imediatamente atrás de sua tenda e ao pegar sua toalha para secar o rosto, aspirou profundamente e sorriu, fechando os olhos.

As mangas da camisa enroladas em seu braço forte, bastante suado, os cabelos úmidos, e aquele rosto adorado enquadrado no foco de sua máquina fotográfica.

Era uma cena que sempre levava lágrimas aos seus olhos.

Ao ouvir o barulho do dispositivo, ele se voltou para ela que sorria docemente.

“Sabe o que mais me derrotou, Sara ? O que mais me fez chorar silenciosamente noite após noite ? O seu cheiro ! Ele estava por toda parte … me trazendo você. Era como se meu mundo tivesse parado ! Eu não existia sem você !”

No verso, ela havia pedido a ele para escrever detalhadamente aquelas palavras, elas tinham que ser eternizadas !

Sara deslizou um dedo pelo papel, tocando sua face e era como se pudesse sentir o toque quase áspero dos pelos de seu rosto.

Ainda perdida em seus pensamentos, ela se lembrava que se abraçaram mais uma vez e quase se renderam a tentação de fazer amor naquele instante.

Mas era arriscado e ela não estava só, havia mais alguns com ela, que poderiam chegar a qualquer momento.

O que não foi diferente, pois pouco tempo depois, eles surgiram de dentro da mata, falantes e com suas risadas escandalosas.

Grissom havia sido o centro das atenções, e ela se lembrava dele ter ficado completamente sem jeito.

Um deles, bastante empolgado, não parava de falar a todo instante, que não acreditava que pudesse estar diante dele.

Havia sido incrível.

E naquela noite, eles se ajeitaram no saco de dormir e se amaram intensamente.

Mesmo que bastante desconfortável, tinha sido uma noite maravilhosa. Eles estavam juntos e isso era o que bastava.

Ele havia tido o cuidado de lhe tomar a boca para que seus gemidos fossem sufocados, e ninguém pudesse ouvir.

Na manhã seguinte, ela notou seu total constrangimento com os olhares maliciosos que lançavam.

Ela quis rir, mas acabou ficando com pena dele.

Ele era discreto, infinitamente introspectivo e toda aquela ação havia lhe deixado exausto. Era um mundo totalmente diferente para ele.

Havia passado por cima de todas as suas convicções, mostrado sua fragilidade. Era um homem de hábitos e sair de sua rotina tão linear ainda lhe causava estranheza.

De volta ao presente, acabou adormecendo com a foto junto ao seu peito.

….......

Ele chegou de mansinho, sem fazer o menor barulho, recebeu os carinhos de Hank que parecia enlouquecido ao vê -lo, pulando feito uma criança.

_Olá garoto, onde está a mamãe ?

Hora o cão rolava no chão, hora saltitava feito um cordeiro montanhês, se enroscando em sua bagagem, e ele ria dos grunhidos engraçados que Hank fazia, depois olhou em direção ao corredor e percebeu que ela ainda estava dormindo.

_Shiii … vai acordá – la, quieto !

Ele obedeceu mas ainda assim, mesmo sentado, batia as patas no chão, em pura felicidade, fazendo uma marcha bastante inusitada.

Grissom acariciou sua cabeça e partiu para o quarto, fechando a porta atrás de si bem devagar.

A visão dele se acostumou com a quase escuridão e ele viu sua mulher dormindo, segurando alguma coisa e sorriu mais uma vez.

Ela era tão linda e ele sentia tanto a sua falta.

Se aproximou e tocou seus cabelos espalhados, puxou o que parecia uma foto, e procurou um fio de claridade para poder enxergar o que era.

Comovido, seu coração se derreteu. Ela também sentia e muito, a falta dele !

O bilhete também estava por perto, sobre a camiseira.

Estava cansado, o corpo dolorido da longa viagem e resolveu tomar uma ducha.

O conforto de seu banheiro nem se comparava com a maneira rudimentar em que vivia nos últimos tempos.

Esfregou seu corpo com intensidade, se deliciando com o jato abundante da água morna.

Definitivamente estava em casa. E era bom, muito bom.

Havia decidido voltar, assim que tivera a ideia de lhe mandar aquela planta.

Se pudesse descreveria com riqueza de detalhes, o que ela significava para ele.

Mas apenas seu nome bastava, só queria que ela soubesse o que eles haviam ganhado, desde a primeira vez em que fizera aquilo. Só rezava para que ela tivesse entendido.

Desligou a água e puxou a toalha macia enrolando em sua cintura.

Logo acima de seu quadril havia ganhado uma cicatriz que ainda parecia bastante evidente. Sara não sabia, mas ele havia se cortado em um enorme espinho, na trilha para o local onde estavam trabalhando naquele momento.

Estava muito calor e ele só percebeu que até sua camisa havia sido retalhada, quando sentiu uma ardência quase insuportável, depois uma dor aguda.

Ainda parecia meio assustadora mas quase já não sentia dor, devido aos cuidados médicos bastante competentes do Dr. Phil.

Havia passado por um estado febril e não quis assustá – la. Sabia que levaria uma bronca, mas mesmo assim, resolveu arriscar a ter que presenciar sua preocupação através de um monitor. Era frustrante.

Vestiu uma boxer limpa e se deitou com bastante cuidado ao lado dela.

….......

_Gris !

Ele abriu um olho, com bastante esforço e viu sua mulher em cima dele, o beijando por todo o rosto, o cabelo, o pescoço e sorriu.

_Oi querida ! - Parecia ter dormido apenas alguns minutos, estava tão cansado, com o corpo ainda dolorido.

_Quando foi que chegou ? Por que não me acordou, querido ?

Ele suspirou sentindo a mão dela em seu rosto, pescoço e depois o peito nu. Seus olhos estavam pesados.

_Ah … meu bem … deve estar muito cansado, não é ? Me desculpe, fiquei tão feliz que … acabei me empolgando !

_Tudo bem. Você estava dormindo tão profundamente que não quis acordá – la.

Sara inclinou sua cabeça de lado e o olhou com muito carinho.

Ele estava ali e era tão bom, era tão maravilhosamente delicioso acordar com ele agarrado a ela.

_Durma, amor ! Descanse bastante … o quanto precisar. - Ela fez um gesto para se levantar.

Ele fechou os olhos e agarrou sua mão.

_Fique aqui ... comigo !

Ela se rendeu ao seu apelo, sempre se renderia, se encostou nele e abraçou sua cintura.

Sua mão deslizou pelo ferimento ainda recente e ela se assustou.

_O que é isso ?

_Hum ... nada !

_Como nada ?

Ela pôde sentir um corte de quase um palmo bem medido pelos seus dedos longos.

Sara se sentou na cama e acendeu a luz, tocando o interruptor acima da cabeceira.

_Quero ver isso, Grissom !

_Querida … foi apenas um … arranhão !

_Meu Deus ! - Quando seus olhos pousaram na ferida ela levou a mão à boca _Quando foi isso e como ?!

Ele demorou a responder e ela ficou ainda mais impaciente.

_Grissom !

_Está bem. - Ele também se sentou e olhou de lado para ela. _Estávamos em uma trilha bastante densa e fechada, então acabei esbarrando em uma árvore com espinhos … bastante … incomuns …

_Ohhh – Sabia que ela teria aquela reação, imaginou mais uma vez se fosse à distância e viu que havia feito a coisa certa.

_O Dr. Phil me disse que é um lugar bastante inusitado para aquele tipo de vegetação, não esperávamos uma coisa assim … querida ! Estou bem, acredite.

_Está horrível … ainda dói ? - Ela tocou o local com seus dedos trêmulos e delicados.

_Um pouco, é mais um … desconforto.

_Posso saber porque não me contou ?

_Por um motivo bastante óbvio ! - Ele confessou, e era mesmo verdade.

_Não gosto quando faz isso ! Sabe muito bem.

Ele tocou seu rosto, a pele deliciosamente macia e ele se arrepiou.

_Não havia nada que pudesse fazer, meu amor, além do mais, fui muito bem medicado.

Ela esticou seus lábios em um atitude zangada, depois se rendeu ao toque suave de seus dedos deslizando em sua face.

_Vou te perdoar por essa, mas ainda estou brava com você !

Grissom sorriu de lado, como era de hábito, olhando em seus olhos.

Ela lhe deu um pequeno beijo, não querendo despertar nada nele, por hora. Precisava descansar e, com certeza, estava esgotado !

_Agora descanse, está precisando.

_O que há com você ? Por que a pressa ?

Ela lhe deu um sorriso brilhante, e ele mais uma vez sentiu como se o mundo tivesse sido pintado com todas as cores do arco – íris !

_Só quero que descanse, vou “precisar” de todas s suas energias … eu realmente senti a sua falta !

_Ah … - agora ele entendia, mas não podia negar que, mesmo tão cansado, seu desejo era o mesmo !

_Recebeu … minha encomenda ?

_Humhum … e adorei … só tem uma coisa !

Seu coração disparou, talvez ela não tivesse entendido sua intenção.

_Relembrar o passado é lindo, sei que era isso que queria me passar, mas quero um bilhete de verdade, e você vai dizê – lo em meu ouvido ... tenha quantas palavras tiver, não me importa …

Seu coração deu um salto ornamental !

_Onde você vai, agora ? Tem compromisso ?

_Em lugar algum ! Vou estar aqui, e meu compromisso se resume em estar do seu lado.

_Eu não posso fazer o quer agora ?

_Já ?

_E o que nos impede ?

_Mas … não está cansado ?

_Estou, mas existe outra coisa superando meu cansaço, alem do mais, tenho uma semana inteira para dormir !

Ela sorriu, de novo e mais uma vez, e outra, e outra, sabia o que ele faria … e era sempre delicioso.

Grissom puxou sua mão para a frente de seu quadril e sorriu.

_O que acha deste motivo ?

_Bom – Ela fingiu desinteresse, o que plantou uma dúvida em sua feição, em seu olhos ainda incrivelmente azuis.

_Apenas … bom ?

_Quer saber de um segredo ?

_Sim …

Ela agarrou seu corpo, tomando cuidado com seu ferimento, deslizou as mãos pelas sua costas macias, que pareciam mais magras. Ele estava visivelmente mais magro.

_Ainda me surpreende com tanta … “coragem !”

_Sabe que a culpa é totalmente sua, não sabe ?

Suas bocas se uniram e a vontade de estar com ele, precisou ser escancarada. Nada era melhor que aquilo.

Ele parecia muito romântico e ela adorou.

Seu corpo foi agraciado pelo toque urgente de suas mãos habilidosas, pelo deslizar de seus lábios experientes por todos os cantos sensíveis, sua língua passeou por toda ela, se demorando onde ele sabia que ela adorava. Ele era um profundo conhecedor de seu continente !

Seus sussurros entremeados por palavras doces, em um “bilhete” de dar inveja a casais de adolescente em seu primeiro amor.

_“Mesmo na escuridão da noite, vejo seus olhos brilhantes me chamando ao amor, queimando minha pele feito brasa incandescente, aliviando meu coração e transportando a minha alma para além do paraíso, e então descubro que não há nada que me faça mais feliz que amar você ! Eu te amo Sara … mais e mais a cada dia !”


FIM !




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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado !
E obrigada por todas que leram.
SEMPRE !