A Outra Chance escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 6
Redenção




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Disclaimer: Sailor Moon não me pertence, não sou ryca, não tenho dinheiro pra burando u.u

Essa fic se passa três anos após Stars.

Guia para os esquecidos (eu também não sou boa em lembrar):

Kunzite = Sabakuno Kotei

Zoisite = Saitou Izou

Jadeite = Ishino Midori

Nephrite = Sanjouin Masato

Aviso: Femslash bem levinho nesse capítulo, nada que vocês não viram/leram no anime/mangá.

A Outra Chance

Capítulo VI – Redenção

“Engraçado, mas parece que eu sempre termino aqui com você
É bom saber que alguém me ama
Engraçado, mas parece que a única coisa a se fazer
É correr e encontrar quem me ama”

The Carpenters – Rainy Days and Mondays

- Tem uma coisa que eu não entendi... – todos viraram a cabeça em direção a Ami que corou tanto com a atenção que recebera que até o pensamento absurdo de se esconder debaixo da sua mesa lhe ocorreu.

- O que foi, Ami-chan? – encorajou Minako.

- O que os fez voltar?

Izou sorriu, pois conhecia aquele olhar, sabia que ela já tinha uma teoria.

- Na sua última batalha, quando a Princesa reviveu a todos, creio que fomos atingidos por sua luz.

- Sim, mas por que agora? No final da batalha contra vocês, estávamos todas mortas e Sailor Moon não apenas nos reviveu, mas retrocedeu o tempo e apagou nossas memórias para que pudéssemos ter uma vida normal como Queen Serenity havia planejado. Mas vocês permaneceram como pedras, porque dessa vez foi diferente?

- Ou talvez não haja nada de diferente, Ami-chan – respondeu Rei com ar de descrença. - Talvez eles tenham sido ressuscitados pelo inimigo, mas, dessa vez, estão tentando um modo de aproximação diferente.

Ami sabia que a teoria de Rei era razoável, talvez até mais do que a sua, mas se viu surpresa ao descobrir que não queria acreditar que a amiga estivesse certa.

- Não descarto sua opinião, Rei-chan, mas penso que a presença do Shitennou e esses avisos pode ser o início de uma coisa ainda maior, talvez sejam os primeiros sinais de Crystal Tokyo – ela olhou significativamente para Setsuna.

- Ou eles sejam o motivo da grande calamidade que levou a Terra a ficar congelada antes de Crystal Tokyo – disse Haruka.

Os Shitennou arregalaram os olhos, chocados com a informação.

Todos olharam para Setsuna.

- Vocês sabem que, mesmo se eu soubesse de alguma coisa, não poderia dizer nada, mas acreditem, estou na mesma.

- E você, Chibiusa-chan? – ela corou de leve com a pergunta de Makoto.

- N-nem vem! Eles já estão bravos comigo só por eu vir dar um recado, imagina se eu der spoilers! Aposto que Papa não vai me deixar passar nem perto de Elysion por uns dois séculos!

 - Não me venha com essa, Chibiusa! – exclamou Usagi com descrença e cotovelando a menina na barriga. – Todo mundo sabe que o Mamo-chan só faz o que você quer!

- Hey! – ultrajou-se Mamoru.

- Verdade, verdade – afirmou Minako e as outras concordaram, os Shitennou só assistiam divertidos.

- Vocês dizem isso porque não veem como ele age em relação ao Helios – disse Chibiusa com um dramático ar de sofrimento.

- Por que, ele é muito carrasco? – interessou-se Makoto.

- Diz que sou muito nova e blá, blá, blá...

- Que hipócrita você, ein, Dymion? – disse Masato com um ar superior.

- Hipócrita? – estranhou Chibiusa olhando do Shitennou para o moreno que abria e fechava a boca como um peixe fora d’água.

- Sim, você deve ter uns, o que? Doze, treze anos? Dymion já havia ensinado para a sua mama o caminho para o quarto dele quanto tinha uns quatorze na vida passada!

Os olhos de Chibiusa ficaram do tamanho de pratos, Usagi e Mamoru coraram tanto que atingiram um novo tipo desconhecido de vermelho e o resto da mesa abafou risadinhas maliciosas, até mesmo o sério Kotei fingiu tossir pra se acobertar.

- Você era muito mais simpático quando estava dentro daquela pedra, Nephrite, quer voltar pra lá? Porque se continuar me difamando na frente da minha filha, vai.

As Senshi olharam surpresas para o moreno, tirando as coisas completamente sem sentido que dizia quando Tuxedo Mask, nunca o haviam visto chantagear alguém assim tão abertamente.

- Certo... – Minako inspirou longamente controlando o riso e trazendo de volta a atmosfera pesada. – Vamos acabar logo com isso, vocês já sabem no que a votação consiste: quem é a favor ou contra a permanência do Shitennou. Somente a guarda real vota, ou seja, Inners e Outters Senshi, nada de Sailor Moon, Sailor Chibi Moon e Tuxedo Mask. Alguma objeção? – Usagi fez menção de que diria alguma coisa, mas Mamoru apertou de leve sua mão e negou com a cabeça, ela lhe lançou um olhar aflito, e ele, em resposta, somente lhe sorriu triste, não havia mais nada o que fazer – Setsuna-san, comece você, depois Michiru-san e assim por diante.

Setsuna assentiu antes de se pronunciar.

- A família real de Crystal Tokyo e Elysion devem ser obedecidos, sou a favor de que o Shitennou continue a viver.

- Hmm, certo... – disse Minako anotando num bloquinho que havia acabado de tirar da bolsa, de soslaio viu Usagi trocar sorrisos, efusivos dela e pálidos deles, com Mamoru e Jadeite – Michiru-san?

- Contra – disse simplesmente.

- Obviamente contra – declarou Haruka friamente – são potencialmente inimigos perigosos, não sei nem o que estamos fazendo mantendo-os na mesma sala que o príncipe e as princesas. Devem ser destruídos.

- Como o esperado das duas. E... Eu as acompanho no seu voto. Contra.

Minako fechou os olhos para não ver o olhar magoado de Usagi, mas ainda podia senti-lo sobre si, a queimando. “Isso é por você, por nós duas.” Disse a si mesma, tentando se consolar pelo que havia acabado de fazer, respirou fundo e abriu os olhos, estava tudo embaçado pelas lágrimas que ameaçavam cair, sentiu que se abrisse a boca para pedir a próxima que votasse sua voz a trairia e ela jamais poderia se perdoar, mas nunca precisou. A mão de Rei cobriu a sua enquanto a voz da sacerdotisa enchia a sala.

- Contra, me desculpe Usagi, mas não suportaria viver comigo mesma se tudo acontecesse de novo e eu de algum modo pudesse ter tido evitado.

Ami corou antes de falar, lutando contra a timidez, havia muita gente na sala.

- Não vejo motivo razoável pra que sejam destruídos, estão sem poderes, nos procuraram de livre e espontânea vontade e ainda há esses avisos do futuro e Elysion, acho até que sua destruição não seria algo prudente.

- Obrigada, Ami-chan! – agradeceu Usagi, com lágrimas manchando seu rosto.

Ami corou mais ainda.

- M-mas, Usagi-chan, não faço como um favor, o que eu quero dizer é que todos os fatores apontam,...

- Oh céus! – exclamou Minako como se o desequilíbrio anterior nunca houvesse acontecido, mas sem largar a mão de Rei, o que foi registrado pelos olhos cinzentos de Kotei – Mako, vote antes que ela nos apareça um slide explicativo e um retórica tão boa que convenceria até mesmo o Papa a ser ateu!

Houve risos, a maioria nervosos, mas foi o suficiente.

Makoto sorriu de um modo bem “Mako-chan” antes de se pronunciar.

- Sou a favor, ia votar contra antes da Chibiusa-chan aparecer, mas se a Usagi-chan do futuro disse que é para deixá-los vivos, melhor deixar, e, se causarem problemas, bem, eles não tem poderes, nem ao menos são oponentes a altura – e deu de ombros.

- Você me decepciona, Mako-chan, nunca pensei que você seria pró-traidores – condenou Haruka.

- Nós também traímos a nossa princesa, não foi? Os braceletes da galáxia e tudo mais e, se eles não tem de onde tirar poderes, como a Chibiusa-chan disse, são civis e não representam perigo, não vou matar civis desarmados.

- Hotaru-chan, sua vez – interveio Venus antes que a discussão se tornasse séria.

A pequena sorriu amavelmente.

- Eu, mais do que ninguém voto a favor, não só que eles continuem vivos, mas do perdão. Todo mundo merece uma nova chance.

- Certo, então... – começou conferindo no bloquinho – Mako, Ami, Setsuna-san e Hotaru-chan a favor e Rei, Michiru-san, Haruka-san e eu contra... – Deu empate! –exclamou com os olhos arregalado de surpresa.Um burburinho começou a se espalhar pela mesa com cada um discutindo como a decisão deveria ser tomada e qual seria ela.

- AHHHHHHHHH! Eu estou com dor de cabeça e vocês estão gritando! – reclamou Chibiusa com o rosto inflamado.

- Você deu um grito bem alto também, Chibi – respondeu Izou com os dedos enfiados nos ouvidos, Mamoru lhe lançou um olhar de censura.

- Mas como vamos decidir isso? – insistiu Makoto.

- Eu decido – disse a menina de cabelo rosa, com seu jeito cheia de si mesma.

- E por que deveria? – perguntou Rei.

- Eu tenho status como sailor senshi e herdeira real, mas não existia no Silver Millenium, por isso, sou neutra e além do mais, sei de mais coisas que vocês por ser do futuro. Acho que tenho esse direito.

- Eu nunca vi um duende de cabelo rosa com tanta atitude!

- O que você disse?! – exclamou ela se jogando em direção ao rapaz louro, mas sendo impedida por Mamoru de alcançá-lo.

- Midori, chame Chibiusa de duende de novo para ver o que te acontece.

- Pelos vales verdejantes de Elysion! Como se ser ameaçado de morte pelas senshi já não fosse o suficiente!

- Meu deus! Cale a boca, Midori! – irritou-se Izou com um olhar urgente de quem dizia algo como: “Nós estamos com a faca no pescoço, seu idiota!”.

- Acabou? – inquiriu Minako – Bem! Continue, Chibiusa-chan.

A menina corou um pouco.

- Então, me aceitam como voto de Minerva?

- O que ela disse faz sentido – disse Ami.

- O que você acha, Haruka? – perguntou Michiru.

- Não gosto disso... Preferia os gatos, por que não vieram?

- Luna não está se sentindo bem, Arthemis ficou fazendo companhia a ela – respondeu Minako – E por mim, tudo bem que a Chibiusa-chan resolva.

- Mas você não acha que é muita responsabilidade para uma criança? – perguntou Kotei.

- Pfff! – fez Small Lady. – Eu já tenho mais de 900 anos!

Masato derramou a taça de vinho num gesto brusco proveniente da surpresa, Chibiusa sorriu cheia de si.

- O que?! – exclamou Izou.

- Olha, se vocês não me matarem, essa confusão toda vai – dramatizou Midori.

- Você percebe que está correndo real risco de vida e que, talvez, sua única chance de salvação seja a menina que você chamou de duende?

- Ok, Dymi, entendi.

- Graças!

- As outras estão de acordo? – continuou a líder das senshi. Houve sucessivas afirmativas e assentimentos, mesmo que alguns duvidosos – Chibiusa-chan, sua decisão.

- Bem, depois dos meus pais e Helios terem mandado avisos, acho que é melhor deixar o Shitennou em paz, né?

Mamoru não pode deixar de sorrir largamente, o brilho em seus olhos era similar ao que ele exibia ao olhar para Usagi.

- É...- disse Mamoru se levantando e sendo imitado pela maioria. – Parece que de agora em diante, vamos ter que aturar vocês.

Ainda sentado, Kotei parecia não acreditar no que havia acontecido, tentara se mostrar o mínimo confiante todo aquele tempo, arrastara três pessoas para Tóquio e o que poderia ser sua morte e só agora notara o quão perto havia chegado dela.

Midori havia ido se juntar a Usagi que após abraçar Mamoru com força, abraçou também o loiro como se fosse um velho amigo. “Amigos do Mamo-chan são meus amigos também!”

Masato sorria triunfante, como se soubesse do resultado o tempo todo, mesmo que só houvesse escapado da morte por um voto e Izou, esse ainda olhava para Hotaru, que conversava alegremente com Chibiusa, intrigado. Ato que não passou despercebido por Haruka, que lhe lançou um olhar assustador, mas o rapaz – que tinha uma aparência tão andrógena quanto a da loira – não se mostrou ameaçado e enfrentou o  olhar antes de se engajar numa conversa com Masato.

oOoOo

- Você está bem?

De costas, Minako deu de ombros, o rosto voltado para as estrelas.

Rei desviou dos cacos de vidro e marchou até a onde a loira estava, apoiada na mureta da sacada.

- Minako-chan? – chamou tocando na parte de baixo das costas da loira, num meio abraço.

O rosto da reencarnação da deusa do amor estava lívido, livre das lágrimas que ameaçaram cair momentos atrás e seu olhar perdido.

- Eu achei que não ia conseguir – disse ela finalmente e apoiando a cabeça no ombro da morena – Achei que meus lábios se trancariam e minha língua me trairia no último segundo.

- Por que o fez? Eu achava que...?

Ela riu fracamente, um riso sem humor.

- Sim, Rei, o que eu condenei a morte naquela sala foi amor verdadeiro, do tipo que só acontece uma vez e depois, nunca mais...

- Mas não entendo! – exclamou Rei deixando seu temperamento explosivo tomar conta de suas reações sem notar – Por que fez isso? Não foi por mim, não sou pretensiosa a esse ponto, foi por Usagi? Ela não pareceu muito feliz, aquela idiota.

Minako finalmente olhou para a amiga, havia um sorriso genuíno em seus lábios agora, mesmo que fraco.

- Fiz por mim mesma. Só o Arthemis sabe disso, Usagi-chan também sabia, mas parece não se lembrar... Eu já me encontrava com o Kunzite antes mesmo de Endymion vir àquele baile, Serenity se apaixonar por ele e depois todas nós conhecermos o céu e o inferno em tão pouco tempo...

 Rei arregalou os olhos, chocada.

- Você o que?

Minako a ignorou estava muito longe.

- Ela era tão inocente! – suspirou pesadamente – Me procurou para saber como era o tal amor que era tido em tão alta conta... Eu estava apaixonada, vivendo um amor proibido...

Rei escutava perplexa, sabia que a história de Venus e Kunzite era antiga, mas anterior a de Serenity? Isso era novo e, de certa forma, horrível! Serenity era uma criança, inocente e boa demais para seu próprio bem, fácil de perdoar, mas Venus...!

- Enchi sua cabecinha com contos de fadas, histórias tolas de romances miraculosos, que são mais fortes que tudo. Antigos costumes, preconceitos ou a morte... Ia a Terra com tanta frequência que as pessoas do povoado dominado por ele ergueram um templo em minha homenagem...

Rei deixou os braços caírem molemente se soltando de Minako que se abraçou, os olhos azuis vidrados, perdidos no passado por alguns segundos, e quando Minako voltou a si, seu rosto se contraiu e a voz embargada anunciou o choro que estava por vir.

- Eu sei que, por mais Deusa do Amor que eu possa ter sido, não causo amor, mas eu entendo como ele funciona e como nasce... Mas fui eu quem a encorajou, sabe? Eu não consigo me livrar da impressão de que, de alguma forma, fui eu que comecei isso tudo e que sou mais traidora do que todos eles juntos por isso! Que eu causei dor a todos vocês. Eles eram só humanos e nós deusas... – ela soluçou.

O primeiro impulso de Rei ao saber daquilo tudo era de empurrar Minako, gritar com ela, mas não havia necessidade. Ela já estava sofrendo mais do que o bastante sozinha. Então Rei a abraçou, porque aquela nota de perdão nas últimas palavras dela havia encontrado o caminho para seu próprio coração, fazendo uma pequena, mas existente rachadura no muro que construíra para se proteger desse assunto, dessas feridas antigas. E era como se ela precisasse de um abraço também. O choro, ela nunca havia ouvido um som tão desesperado antes, se intensificou e os ombros frágeis tremiam com violência 

- Eu p-precisava fazer i-isso... P-para... Para me redimir.

Rei continuou abraçando Minako forte até o choro cessar, quando isso aconteceu, secou o rosto da loira com um lencinho que trazia no bolso.

Minako riu.

- Estou me sentindo como uma criança que caiu no chão e você a mãe que me consola por meu novo “dodói”.

Rei riu também.

- Mas você e Usagi-chan vão ser sempre crianças.

Minako gargalhou e deu um tapinha no ombro de Rei.

- Você também não é tão madura assim, Rei-chan! Tem seus momentos.

Rei sorriu, Minako juntou suas testas sorrindo também, a morena corou o que fez com que Minako quase risse de novo, e então, a loira tocou seus lábios nos da outra, numa carícia totalmente inocente, quase infantil e que lhe pareceu completamente natural, como se costumassem a fazê-lo regularmente há muito tempo atrás.

- Obrigada. Não sei o que faria sem você – disse num com um grande sorriso e se afastou.

oOoOo

- Eba! Bolo! Bolo! Bolo! Bolo! – exclamou Usagi ao ver Masato entrar na sala de jantar com o dito cujo.

Hotaru e Chibiusa – de mãos dadas – vieram logo depois da loira, a menina de cabelos rosados já demonstrando cansaço, mas decidida a permanecer com as pessoas que gostava o máximo que podia. Os outros começaram a voltar para a mesa também, ficando para trás, somente Rei e Mina que estavam na outra sala e Haruka, que não tinha ficado nem um pouco satisfeita com os acontecimentos. Só não havia deixado o lugar ao saber do resultado, porque não queria aborrecer ainda mais Michiru que a alertou de que Hotaru também ficaria muito magoada em ter que deixar Chibiusa tão cedo.

- Cara, o que aconteceu com essas Senshi enquanto a gente estava fora? – Perguntou Masato para Midori que enfiara um pedaço grande demais de bolo na boca.

- Oche ocê quer dicher? – perguntou de boca cheia.

Izou, que conversava com Ami e Makoto, o olhou com nojo.

- Não perde tempo aquele lá, não é mesmo? – comentou Masato maldosamente.

Midori lhe deu uma cotovelada como se dissesse “Conta logo!”.

- Então, eu estava indo lá pegar o bolo como a Usagi-chan me pediu, quando eu vi a Mars e a Venus dando uns amassos.

Midori tossiu cuspindo todo o conteúdo de sua boca na mesa, todos olharam para ele que ficou muito vermelho, tossindo engasgado.

 - Er... Desculpe. – ele tossiu – Acho que comi rápido demais, o bolo está realmente muito bom Kino-san – e tossiu de novo, agora violentamente – Er... Banheiro, Masato vem comigo.

- Eu?! Eu ein! Pra que?

- Vem! – e puxou a camisa do amigo forçando-o a se mover.

Midori procurou os olhos de Mamoru que tinha uma expressão engraçada.

- O banheiro é a terceira porta no corredor à direita.

- Anda, conta – ele fechou e porta e teve uma sessão violenta de tosse – essa história direito.

- Cara, você está tossindo bolo mastigado em cima de mim! – exclamou o outro com uma expressão de nojo – E por que diabos eu estou num banheiro com você, somos o que? Garotinhas de doze anos retocando o gloss de morango?

Midori, muito vermelho e descabelado, lançou um olhar mortal para o outro que revirou os olhos e suspirou cansado enquanto pegava um lenço de papel e limpava as migalhas de bolo e saliva da própria blusa.

- Eu já te disse, estava indo pegar o diabo do bolo quando vi a Mars, digo, Rei e Minako-san se beijando na varanda, eu não fiquei parado olhando, saí de lá o mais rápido que eu podia... Aquela que parece um cara, sim ela é uma garota, Usagi-chan me disse, e a de cabelo verde são um casal, será que todas elas são lésbicas?

Mas Midori não pode responder por que alguém bateu na porta onde ele estava encostado fazendo-o pular de susto.

- O que vocês estão fazendo aí? Depois eu é que tenho a sexualidade suspeita – veio a voz de Izou.

Midori abriu a porta e puxou o outro loiro para dentro.

- Hey!

- Você não sabe da maior, aquele cara loiro é uma garota e Mars e Venus estão se pegando lá na sacada.

- Já sabia da Tennou-san, ela é a Sailor Uranus, você não se lembram dela? E Minako e Rei estão na sala com todo mundo, de onde vocês tiraram isso?

- Masato viu!

A porta, que com a entrada de Izou fora deixada entreaberta, se escancarou mais uma vez.

- Sério, o que diabos vocês estão fazendo?

Os três sorriram amarelo para Mamoru.

- Er, nada Endy – Midori sorriu amarelo e depois voltou a tossir loucamente.

Izou bufou e fez menção de sair, mas Mamoru estava bloqueando a passagem.

- Só tentando entender como metade das Senshi acabaram lésbicas, o que você fez com elas?!

- Oh céus, Masato... – lamentou-se Izou.

- Do que você está falando?! – perguntou Mamoru com uma expressão de quase horror no rosto.

- Ele acha que viu a Mars e a Venus se beijando e “descobriu” que Uranus é mulher, como se a Venus não beijasse tudo o que vê pela frente e Uranus e a Neptune fossem o um casal desde... Sei lá! Sempre.

- Não é todo mundo que lembra tanto quanto você, idiota!

- Kotei não vai gostar de ouvir você falando da Minako assim – Ele deu de ombros. – E ela e a Rei não são lésbicas, pelo que eu sei – ele continuava com a expressão estranha no rosto. – Sério mesmo que você acabaram de quase receber pena de morte e estão no meu banheiro discutindo a opção sexual das executoras?

- Mamoru-san? A princesa o chama. Lady Venus e as outras estão de saída, parece que vão levá-la junto.

Mamoru se virou para o outro com a maior expressão de tédio do mundo.

- Kotei, não estamos no Golden Kingdom, fale como uma pessoa normal.

Os outros três gargalharam, mas ao receberem um olhar assassino do mais velho se calaram, menos Midori que disfarçou, muito mal, com outra crise de tosse.

oOo

Usagi se despediu das meninas, como de costume, mas na vez de Minako, a outra loira a abraçou forte.

- Você me perdoa? – perguntou num sussurro sem soltar a amiga, por Minako não soltaria nunca mais.

- Está tudo bem, V-chan. Eu entendo, de verdade.

Minako finalmente se afastou olhando para sua adorável princesa com olhos marejados, estava se achando tão chorona!

Usagi sorria, como sempre. Era um daqueles sorrisos dela que faria qualquer pessoa se sentir amada e não havia mais nada no mundo que Minako necessitasse mais naquele momento. A mais nova apertou a mão de Venus amavelmente, entre as duas sempre estaria tudo bem.

- Odango, você vai querer carona até em casa ou Mamoru-san vai te levar?

- Eu não sei... Chibiusa, você vai pra casa comigo?

- Não acho uma boa ideia – disse Mamoru chegando ao hall onde todos se despediam – Não desmerecendo os talentos de mamãe-enfermeira de Ikkuko-san, prefiro ficar de olho na Chibi – fez um cafuné na pequena – sem falar que, como ela veio sem permissão, a qualquer momento pode entrar pela janela Juno, com toda sua “sutileza”, ficaria difícil explicar uma coisa dessas.

Usagi e Chibiusa trocaram um olhar de quase choque, por mais que a menina amasse ficar com Mamoru, ir com Usagi sempre significaria ir para casa, era familiar, confortável.

Mas nenhuma das duas discutiu, afinal, tinham que manter a pose e continuar a fingir que não apreciavam nem um pouco a companhia uma da outra. E Chibiusa se gabaria de ficar sozinha com Mamoru, Usagi fingira ter ciúmes.

- A-acho que vou com vocês então, Haruka-san – disse tentando esconder a estranha tristeza com um sorriso.

- Que bom! Vou ficar com o meu namorado Mamo-chan, só pra mim! - ela largou a mão de Hotaru e abraçou as pernas do moreno.

Houve risos.

- Seu namorado? Enlouqueceu pentelha? Mamo-chan é meu!

- Oh céus! – dramatizou o moreno, mas com um sorriso no rosto.

- Odango, vamos indo – interveio Haruka, ela diria alguma coisa sobre deixar Small Lady sozinha com Mamoru e o Shitennou, mas tinha a sensação de que se irritasse a já aborrecida Michiru não seria feliz por um longo tempo.

- Nós também estamos de saída – anunciou Kotei sentindo o olhar de censura da mulher alta. - Até mais, Mamoru-san. Princesa, – se inclinou numa reverência – senhoras.

Os outros o copiaram, mas não tão solenes e Midori até mesmo beijou a mão de Usagi que corou, Mamoru lhe lançou um olhar incrédulo, mas ele apenas sorriu, irritante como de costume.

Haruka pareceu mais satisfeita quando os viu pelas costas, coisa que não escondeu ninguém.

 - Bem... Não vou fazê-las esperar mais – ficou na ponta dos pés e beijou castamente os lábios do noivo – Até amanhã, Mamo-chan.

- Até, Usako.

E então se virou para filha que ainda estava meio agarrada a cintura de Mamoru. A duas trocaram um olhar longo, até que para a superpresa de todos, Chibiusa se soltou do moreno e abraçou Usagi com força. Hotaru deixou escapar um baixinho, mas audível “Own”.

- Diga um “oi” para Ikkuko-mama – pediu a pequena contra os cabelos loiros de Usagi.

- Vou dizer – respondeu a outra com a voz embargada.

- E Kenji-papa e Shingo-kun.

- Certo – ela fungou e se separou com muito custo da menina – se cuide e obedeça ao Mamo-chan, ok?

- Eu sempre obedeço – respondeu de nariz em pé.

Usagi sorriu sarcasticamente enquanto secava as lágrimas.

- Não estou vendo nenhum Helios aqui, então é o contrário, Mamo-chan obedece você, Chibiusa.

As senshi deram risadinhas abafadas e Mamoru se contentou em fazer de conta que não ouviu.

N/A: Acho que essa é a fic com mais “fillers” que eu já escrevi. Acho que é porque eu estou vendo o anime, que é um enorme “fillerzão”, que estou escrevendo tantas cenas virtualmente desnecessárias, mas gosto de escrevê-las embora me sinta meio idiota, sei lá!

Nesse capítulo teve Mamo-chan colocando as asinhas de fora e um monte de Shitennou, acho que deu pra vocês pegarem bem como eles são nessa fic né? Principalmente meu docinho de coco com limão, Nephrite, né? *coração* *coração* *infarto*

E só para ficar claro, Rei/Minako não são um ship nessa fic! Ok? Bom.

Que mais? No próximo capítulo teremos: Uma festa! Do tipo The Vampires Diaries LOL Sim, eu vejo a Malhação Vamp, não, não vai ter morte nem derramamento de sangue, juro! Mas acabei de imaginar o Kaitou Ace como Klaus no dia do baile do dia dos namorados hahahahahaha

Embora a previsão de Pai Nephrite seja de temporada de personagens bêbados, gente loira sem noção do perigo e interação Minako/Jadeite... Ah! E Ami/Zio!

Outra coisa, já disse que adoro a relação Chibiusa/Usagi? Não? Fiquem avisados, eu acho as duas fofolitas de morrer, vomito arco-íris lol

PS: Desisto de diminuir esse capítulo, de um ele passou para dois, a segunda metade ficou tão grande que eu dividi ficando em três e mesmo assim aqui estamos com doze páginas, ele quer ser grande, não vou me incomodar mais LOL

E ah, comentários são bem vindos XD

Kisses


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