Lola escrita por Lune


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi. Demorei, eu sei. É que além de estar sem inspiração, depois que eu terminei o capítulo e fui publicar a internet dava problema e eu não conseguia postar. Enfim, agora que consegui, curtam o cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217233/chapter/5

— Onde conseguiu esse carro? — perguntei, tentando quebrar o silêncio que havia dominado o carro por uns 5 minutos.

— Um amigo meu que mora no nosso hotel me emprestou.

— Você tem amigos aqui na França?

— A Internet une pessoas. — ele disse, sorrindo.

Virei meu rosto para a janela e fiquei observando aquela torre de Paris conhecida por todo o mundo, mas que eu não sei o nome. Não perco meu tempo pesquisando sobre essas coisas.

— E aí? O que está achando de estar em Paris? — ele perguntou.

— Uma merda. — resmunguei, ainda com o rosto virado para a janela.

— Ah. — disse, levantando as sobrancelhas.

E então o silêncio dominou o carro novamente. Virei o meu rosto de novo e olhei para Pierre. Ele tinha os cabelos pretos bem bagunçados, olhos azuis escuros, e uma barba nascendo. Então eu percebi que ele até que é... Como posso dizer? Charmoso.  Ok, ele não é apenas charmoso, mas não vou enchê-lo de qualidades físicas, pois não tenho paciência para isso.

Afastei esses pensamentos bobos da minha cabeça e voltei a olhar para a janela. E assim fiquei até chegarmos ao Hidden Hotel. Saímos do carro, peguei minha mala, e entramos.

Lá dentro era bem espaçoso, ainda maior que aquele outro. Subi a escadaria junto com Pierre e o obriguei a levar minha mala até chegarmos aos corredores com os quartos.

— Qual é o meu? — perguntei.

— Número 23. Pega a chave.

Ele me entregou e eu fiquei andando pelos corredores a procura da porta com o número 23. Quando achei, corri até a porta e percebi que Pierre ainda estava no meu lado.

— Ok, valeu por ter me deixado aqui, no hotel certo, ter carregado minha mala e blábláblá. Agora já pode vazar. Xô. — falei, cruzando os braços.

Ele apenas sorriu de lado e tirou a chave da minha mão. Eu fiz uma expressão confusa.

— O quarto também é meu. — ele disse.

— Quê? Nananinanão! Esse quarto é só meu, meu pai botou no meu nome.

— Não foi isso que ele me disse.

Ele disse enquanto balançava a chave. Tentei tomar dele de volta, mas ele levantou o braço que estava segurando a chave, gargalhando, e eu fiquei pulando tentando pegar. Que droga. Odeio quando me humilham porque sou baixinha. Eu já ía chutar a perna dele para ele me dar a chave, mas ele abriu a porta do quarto antes.

O quarto tinha as paredes cinza, o teto branco, e o piso de madeira. Tinha uma cama de casal com cortinas brancas a rodeando. Uma televisão na parede de frente a cama. Um sofá num canto, uma cadeira e uma mesinha num outro. Prateleiras nas paredes. Um guarda-roupa, uma cômoda, e uma central de ar. Tudo OK.

Coloquei minha mala em um canto e disse:

— Olha aí, idiota. Só tem uma cama. Isso significa que o quarto é só para uma pessoa.

— É, mas a cama é de casal. Dã.

— Mas meu pai nunca colocaria uma cama de casal para eu dividir com outro ser humano. Ele sabe que isso é uma coisa impossível de acontecer.

Pierre deu de ombros.

— Eu não posso fazer nada. Ligue para seu pai e pergunte se o quarto é só seu ou é nosso. Pronto. Agora, com licença, irei tirar um cochilo.

Ele se jogou na cama com as mãos atrás da cabeça e fechou os olhos. Eu poderia ficar lá, discutir mais com ele e o expulsar da cama, mas não fiz isso. Apenas fechei os olhos, contei até dez e me imaginei deitada na areia de uma praia da Califórnia. Era uma tática que eu tinha para me acalmar. Então abri os olhos. Ele ainda estava cochilando. Saí do quarto e resolvi passear pelo hotel. Na verdade eu iria direto para o refeitório.

No meio do corredor, encontrei Lewis. Ele tinha os cabelos castanhos claros, olhos castanhos escuros e era bem alto. Na verdade, em relação a mim, todos são altos.

— Oi, Laura. — ele disse saltitando, com um sorriso contagiante no rosto.

— É Lola.

— Oi, Lola.

— Oi, Lewis.

— E aí? Vai fazer o que o dia todo?

— Comer.

— E o que mais?

— Passar o dia todo comendo.

— Ah.

Diálogos emocionantes. Quem nunca teve?

Descemos a escadaria e fomos até o refeitório juntos. Vi Louise sentada em uma mesinha no fundo comendo um sanduíche. Ele acenou para a gente e formos sentar com ela. Uma garçonete logo veio nos atender.

— O que tem aí? — perguntei.

— Aqui está o cardápio. — ela disse entregando.

Eu pedi dois pastéis, um de carne e um de palmito. Comi um X-Búrguer e um prato de macarrão. Macarrão veio da França, certo? Ou é da Itália? Dane-se. Os dois países tem bandeiras listradas mesmo. Eu também comi um pedaço de lasanha e um de torta. Lewis comeu um sanduíche.

— Ei, hoje de noite eu e o Pierre vamos sair para uma festa com um amigo nosso. Vocês vão querer ir? — Lewis perguntou para mim e para Louise.

— Sim. — respondeu Louise.

— Quais são as drogas que vão ter lá? — perguntei.

Eles me encararam em silêncio por alguns segundos. Odeio quando não entendem minhas brincadeiras.

— Brincadeira. É, eu vou. É em comemoração a que?

— Sei lá. Nada, eu acho. Mas, vai ser legal.

Já estou imaginando como vai ser. Uma mansão com adolescentes bêbados dançando loucamente com garrafas de Vodka na mão e beijando uns aos outros.

Ficamos conversando enquanto terminamos de comer. Depois veio a mesma garçonete trazendo a conta absurda.

— Que merda é essa? Eu pago mais de cem dólares por noite aqui nesse hotel e ainda tenho que pagar o que eu como? Isso é um absurdo! A refeição tinha que ser incluída. Quer saber o que eu vou fazer com essa conta?

Sim. Eu rasquei em mil pedacinhos. Levantei-me da cadeira e saí despreocupada.

Olhei pelo canto do olho e vi Louise e Lewis tirando notas de dinheiro das suas carteiras. Eu poderia até pagar, mas esqueci da carteira lá em cima. E eu não tenho disposição o bastante para subir, pegar a carteira, descer, entregar o dinheiro e subir novamente. Depois, eu acerto com eles.

Subi a escadaria e fui para o meu quarto. Pierre não estava mais lá. Aproveitei para ir decidindo qual roupa eu iria vestir para ir à festa. Peguei minha mala e coloquei em cima da cama. Abri, e mergulhei dentro dela. Eu sei que é estranho, mas eu sou tão baixinha a ponto de boa parte de meu corpo caber dentro da minha mala. Achei lá no fundo da mala, mofando embaixo de teias de aranha, um vestido pelo qual eu nunca usei. Era preto, com mangas compridas e que ia até metade da coxa. Separei-o e guardei dentro do guarda-roupa. Joguei-me na cama.

Escutei o barulho de uma porta se abrindo. Pensei que era a porta do quarto, mas era do banheiro. Virei para o lado e vi Pierre saindo do banheiro com uma toalha amarrada na cintura.

Acho que minha paciência para enchê-lo de qualidades físicas está aumentando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lola" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.