Foi uma longa viagem. Na verdade, eu dormi metade dela e a outra metade eu fui espancado. Bendita hora em que a mamãe aceitou levar a Laura com a gente. O tio disse que seria bom para ela, viajar e tal.

Eu só concordei porque achei que ela seria uma menina supereducada e meiga. Mas, qualquer coisa que eu falava era motivo para ela começar a me cobrir de tapas como se estivesse descontando sua raiva em mim. Parece que não havia curtido muito ter ido para a França.

Conclusão: o avião pousou e eu estava com minha cara vermelha, um hematoma e várias arranhões. Mas, o melhor de tudo era que eu ainda estava vivo.

— Finalmente. Não aguentava mais ficar presa aqui. — ela disse, enquanto descia do avião.

Ela era loura. Tinha olhos azuis e algumas sardas pelo rosto. Era bem baixinha, devia ter menos de 1,60. Usava um moletom cinza com estampa de caveirinha, um short jeans e sandálias.

Depois que todo mundo saiu do avião, estava na hora do desafio: pegar um táxi. Suspirei só em pensar.

Fiz um gesto para um taxi para que ele parasse. Ele parou.

— É, foi mais fácil do que eu imaginei. — eu disse, sorrindo.

Mas, antes da gente entrar no táxi, uma gordinha disparou na frente e entrou. E ainda fez questão de dizer “Perderam, idiotas!”. Acho que vi a Lola mostrando o dedo do meio para ela.

— Retiro o que disse.

— Talvez a gente pudesse pedir para alguém que conseguiu algum táxi para rachar. — disse Louise.

— Tenho uma ideia melhor. — disse Lola. — Qual o nome do hotel mesmo?

— Hidden Hotel. Por que? — respondi.

— Porque sim.

Ela foi em direção a um táxi onde uma mulher estava colocando uma mala no porta malas. Então, enquanto nossos queixos caíam, a Lola empurrou a mulher. E ainda tirou a mala da coitada do porta malas, colocando a dela no lugar. Por fim, entrou no táxi e foi embora.

— É, agora nos precisamos urgentemente de um táxi. — manifestou-se Lewis, pela primeira vez.

Só faltava essa agora. Oh, céus.