Lola escrita por Lune


Capítulo 1
Prólogo




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Abri a porta do guarda-roupa lentamente. Olhei para os dois lados. Ninguém. Sai de lá de dentro com um salto. Olhei debaixo da cama, do travesseiro (?), do edredom. Ninguém também. Abri a janela do quarto. É agora, pensei. Treinei bastante para isso. É um, é dois, é três e... A porta se abriu. E a pessoa que abriu estava vendo agora eu, meio agachada, com o traseiro empinado, prestes a saltar pela janela e fugir como uma louca. Olhei para trás para descobrir quem era o infeliz que havia interrompido minha fuga e me deparei com minha versão masculina de 44 anos.

— Desculpe interromper um dos seus inúmeros momentos de loucura, Laura, mas o táxi já está aí, então espero que já esteja pronta. — disse o senhor August Hernandez, meu querido e amoroso papai.

— E daí? Eu não vou mesmo! — falei, com ignorância.

— Lola, minha filhinha do coração, nós já conversamos sobre isso. Você vai sim para a França com seus primos e ponto final.

— Eu não quero morar na Europa, pai! O senhor não entende? Eu gosto da América, e quero morar na América, e ponto final.

— Mas é só por 1 ano filha, vai ser legal.

Foda-se.

Dei de ombros e deitei na cama com as mãos atrás da cabeça e ele ficou me observando com cara de “você-tem-que-sair-daí-em-10-segundos-se-não-quiser-que-eu-te-esgane-sua-peste”. Qual era o problema dele? Por que ele queria tanto me mandar para outro país? Devolvi o olhar. Não demorou muito para ele voar em cima de mim e me fazer descer as escadas e ir para a sala a força. Quando chegamos lá, bufei de raiva enquanto ele ajeitava a gravata do paletó que ele usava para ficar dentro de casa, apenas para ficar com a sua pose de empresário milionário que por ser tão rico pode ficar em casa sem trabalhar, mas que mesmo sendo rico não dá dinheiro para sua filha com medo dela rachar tudo em droga. Sim, ele desconfia que eu use. Eu que deveria desconfiar dele por ser um pai que manda filha para outro continente com primos da mesma faixa etária como responsáveis.

— Vamos, o táxi está esperando e você já está atrasada. — disse ele

Sai de casa, o táxi estava estacionado em frente a ela. Encarei friamente o motorista. Ele era cúmplice de tudo isso, ele aceitou me levar para aquele bendito aeroporto. Nunca irei o perdoar. Olhei para Katharine Hernandez, minha doce e meiga mamãe que estava ao meu lado, que por sinal, foi ela quem deu a ideia de me levarem para a França.

— Mãe, eu prometo não ser mais expulsa da escola por passar presunto na cara dos professores, gastar toda a minha mesada com uma cirurgia para tirar a mini-estrela que tatuei em meu pulso, vestir mais saias e parar de usar aquelas roupas que você apelida carinhosamente de “roupas-de-moleque-de-rua”, se você deixar eu continuar morando aqui nos EUA.

Ela me ignorou. Quando eu digo que ela é uma mãe doce e meiga, eu estou realmente falando sério. Sente a ironia? Depois das malas serem postas no porta-malas, foi aquela despedida super-falsa em que meu pai me deu um abraço que apertou até minha alma e minha mãe... Bom, digamos que eu estou com nojo de triscar em meu rosto agora.

Entrei no táxi. Já falei que odeio táxis? Quer dizer, odeio apenas aqueles em que há motoristas que tem um gosto musical contrário ao seu. E foi assim, com Baby do Justin Bieber como trilha sonora que cheguei ao aeroporto e fui comprar meu passaporte para o inferno.



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Notas finais do capítulo

Mereço reviews fofos me incentivando a continuar a fanfic?