26 Doze Maneiras Infalíveis escrita por Sereny Kyle
Tay Kamurato estava lavando a louça do jantar quando Ban Midou entrou e encostou-se à porta.
-- Tay... Eu preciso da sua ajuda.
-- Isso é novidade – ela o encarou surpresa e ele sorriu. – O que é que você quer?
-- Sabe, eu tenho um amigo... Que gosta de uma amiga minha, sabe?
Tay olhava atenta com um prato molhado na mão. Ban pegou o pano em cima da mesa e começou a secar a louça que ela lavou.
-- E ele não sabe o que fazer pra mostrar que gosta dela. Ele pediu a nossa ajuda, mas você sabe, somos homens... Acho que você seria a pessoa mais indicada pra ajudá-lo.
-- E quem seria esse seu amigo? – Tay deu ênfase a última palavra.
-- É o Emishi.
-- Emishi?! – Tay perguntou surpresa. – E esta gostando de uma amiga... Ele está apaixonado pela Natsumi? Estou certa?
-- Como sabe? – Ban olhou-a incrédulo. Ela retribuiu com um sorriso que dizia você sabe como. – Bom, você sabe como ajudá-lo?
-- Talvez. Ele podia, sei lá, melhorar a aparência dele. Tipo, usar roupas de uma cor só, no máximo duas, usar o cabelo solto e sem aqueles óculos anti-Jagan terríveis! Porque eu acho que ele não deve se preocupar com o cara do Jagan quando for falar com a Natsumi, não é?
-- Hei, que tipo de monstro pensa que eu sou?
Tay riu e lhe entregou um punhado de talheres recém lavados.
-- Certo, isso ajuda, mas acho que ele também não sabe o que fazer, Tay, o que falar e como chegar nela.
-- Bom, eles já são amigos, isso ajuda um pouco. Sei lá, sair pra ver a noite e conversar sozinhos, tomar alguma coisa, acho que é um bom pretexto, sabe? Mas não bebida alcoólica, né Ban? A garota tem 15 anos!
-- Ta beleza! Mas, Tay, temos outro problema muito importante.
-- E qual é?
-- Como ele sabe se ela sente o mesmo? Pra dar o próximo passo, entende? Tipo, um beijo?
-- Bom, eu nunca vi a Natsumi com um namorado, mas podemos supor alguma coisa. Vejamos, ser sensível é o básico...
-- Como ser sensível? Ele precisa chorar?
-- Ai, Ban, um homem sensível não precisa chorar. Ele só precisa ser atento, fazer o que é preciso no momento certo!
-- Ah... O que quer dizer?
-- Quero dizer que um homem sensível é aquele que entende quando a garota precisa de um abraço ou de um sorriso...
-- Certo. E pra que isso serve?
-- Pra quando estiverem sozinhos. Pra saber se ele pode dar o próximo passo ou, como você disse, um beijo.
-- Precisa ser... Sensível pra conseguir um beijo de uma garota? Puxa, ainda bem que você me forçou a te beijar!
Tay riu e o abraçou.
-- Ai, suas mãos estão geladas! Certo, então explique os mistérios de como beijar uma garota da maneira certa.
-- Bom, o primeiro sinal que deve se prestar atenção é o seguinte – ela puxou ele para se sentarem ainda rindo do que ele dissera – se quando estiverem sozinhos, por exemplo, nos jardins da mansão na festa da Madoka, e estiverem conversando, ele deve ficar a uma pequena distância, se ela se aproximar dele, mesmo que não estejam muito longe, isso quer dizer que ele pode abraçá-la e que ela sabe o que ele quer.
-- Com um passo ela quer dizer tudo isso?
-- Ai, ai, ai, Ban! Bom, se ela permitir que ele a abrace ele tem um problema nas mãos. Ele tem que escolher em meio segundo como irá abraçá-la.
-- Isso é um problema? Basta ele se aproximar assim – Ban agarrou Tay pela cintura e beijou-lhe o pescoço.
-- É, ainda bem que estávamos em missão ou eu nunca teria o meu primeiro beijo, não é mesmo, garoto do Jagan?
Ban ficou encarando-a com um sorriso malicioso.
-- Então me explique a maneira correta de se abraçar!
-- Bom, ele pode abraçá-la nos ombros, o que tem o risco de dar errado e ela entender só como amizade se ele não fizer direito. Ele tem que passar o braço pelos ombros dela e deixara mão dele no braço dela, não no ombro e tem que ficar acariciando levemente o braço, pra que ela sinta o toque. Se ela deitar a cabeça no ombro ou no peito dele, quer dizer que ele pode beijá-la.
-- Finalmente!
-- Mas...
-- Mas tem uma maneira certa pra fazer isso, não tem?
-- Tem. Não é simplesmente assim, ela deixou-se beijar, pode beijar! – ela fez um gesto com as mãos de na hora e Ban encarou-a confuso e assustado. Percebendo a cara dele, Tay acariciou suavemente o rosto dele e disse: – Ele tem de lhe fazer carinhos no rosto e ir virando-o para si gentilmente – ela virou o rosto de Ban.
-- Aí pode beijá-la! – ele repetiu o movimento de na hora que Tay fizera e ela riu.
-- É, aí sim pode beijá-la! Mas...
-- Tô começando a odiar essa seu mas, Tay!
-- Tem ainda a outra maneira de abraçar, que, apesar de ser mais confiável, ainda existe o risco do erro e...
-- Ela encarar só como um abraço de amizade! – Ban completou cansado e sem emoção, olhando para o teto sem paciência.
-- Exato! Ele pode abraçá-la pela cintura, mas ele não pode abraçá-la nem muito em cima, nem muito em baixo.
-- Deixe-me adivinhar: em cima significa só amizade e em baixo significa... Ah... Significa...
-- Desrespeito! É isso sim. Mas, se Emishi envolvê-la na altura das costelas, um pouco a baixo, terá o mesmo efeito e Natsumi o deixará se aproximar para beijá-la. Se ela realmente quiser a aproximação dele, dessa maneira ela buscará um beijo, mas ele tem que fazer tudo direito.
-- Quando você diz que ela quem buscará um beijo...
-- Bom, ela fará mais ou menos assim – Tay passou o braço de Ban por sua cintura e deitou a sua cabeça no peito dele. – Ela passará o braço pela cintura dele também e envolverá com os dois braços se posicionando de maneira a ficar com o corpo totalmente colado ao dele, quando estiver assim ela pode se aproximar dele ou puxá-lo para si, provavelmente deixando apenas poucos centímetros para ele beijá-la.
-- Tay, eu já lhe agradeci por ter tomado a iniciativa de me beijar?
-- Estávamos em missão, eu tinha que beijá-lo.
-- Você me puxou para um canto e me mandou beijá-la!
-- Você disse que faria tudo o que eu mandasse!
-- E você disse que eu poderia me empolgar se quisesse!
-- O que você faria com ou sem permissão!
-- Não sem a sua permissão!
-- O que eu faria sem você, Ban?
-- Bom, já que terminamos com as lições...
-- Quem disse que acabou? Ainda tem uma última lição que é extremamente importante! A lição que leva ao segundo beijo.
-- Bom, essa lição eu sei – Ban levantou e puxou ela, a envolvendo em um abraço apertado, deixando-a encostada em seu peito escutando seu coração bater. – Pra que um cara consiga ter mais do que um beijo, basta ele... – Ban aproximou os lábios dos dela e sussurrou – dizer eu te amo! – e ele a beijou como se nada mais existisse além deles.
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