Socorro! Minha Mãe Virou Funkeira. escrita por Ingrid Fonseca


Capítulo 8
Mamãe já foi ao show do Metallica?




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Voltamos ao jantar; a cada minuto Marina me mandava indiretas e eu mandava indiretas para ela, nesse vai e volta de indiretas, meus pais ficaram conversando na sala. Só percebemos que os dois estavam na sala quando ouvimos uma risada alta vindo do meu pai, ele pegou na mão da minha mãe e os dois riram. Marina correu para o sofá e sentou entre os dois, o beijando.

– Vamos mãe? Estou cansada. – Disse segurando as mãos da minha mãe e olhando para os olhos dela.

– Vamos querida – Ela disse tristonha – Obrigada pela bela janta.

– De nada – Meu pai levantou-se ignorando os beijos de Marina.

– Que bom que gostou – Marina disse entre os dentes.

– É a salada estava meio azeda, mas deu pro gasto – Mentir.

Marina fechou a cara e eu sair antes de me despedi, eu não iria me despedi deles. Esperei a minha mãe em frente ao elevado, não demorou muito até que ela chegasse. Esperei uma leve bronca dela por causa dos foras que eu dei em Marina, mas ela não disse nada. Não disse nada o caminho todo e eu como não tinha nada bom para dizer fiquei calada. Quando chegamos em casa, ela falou que iria na casa das amigas dela e foi.

Fui dormir cansada e com raiva, mas raiva do meu pai do que aquela rapariga folgada. Como ele foi capaz de deixar minha mãe, que dizia que era o “amor da sua vida” e ficar com aquela rapariga sem cérebro? Tão imatura quanto eu. Meu pai era um completo babaca mesmo.

**


Minha mãe – que ainda continuava funkeira – estava preparando um bolo de chocolate ao som do “batidão”. Já havia três dias que não via meu pai e aquela amante cretina. Graças a Deus! Minha mãe maneirou o horário de voltas do baile funk, estava voltando muito mais cedo e um pouco mais desanimada – isso mexeu um pouco comigo.

Era engraçado o fato de eu não querer uma mãe funkeira, mas vê-la rebolando, dançando, brincando e rindo era melhor do que vê-la chorando pelos cantos. Mas eu ainda queria convencê-la de não ser funkeira.

- Querida, o bolo está pronto – Ela disse cantarolando ao som de funk.

- Ô mãe, poupe meus ouvidos e desligue essa coisa...

- Perai, eu adoro essa parte... – Ela disse colocando as mãos no joelho e rebolando até o chão.

A fitei discordando com a cabeça e logo sorrir. Era engraçado o modo que ela dançava, parecia um macaco pelado com dor de barriga – mas todo funkeiro dançava assim.

– Mãe, agora poupe meus olhos – Disse bricando.

Ela riu e parou de dançar.

– Um dia você irá a um baile funk...

Eu ri e disse ao meio dos risos.

– Só no dia que porcos voarem.

Minha mãe riu.

– É mais fácil eu ir num show de rock.

– A senhora iria a um show de rock?

– Eu já fui, na verdade foi de Heavy Metal, do Metallica em 1989, foi bem legal.

– O que? – Gritei – Perai, a senhora já foi ao show do Metallica? – Eu estava gritando histericamente.

– Fui.

– Meu Deus! A senhora foi no primeiro show deles aqui no Brasil... Uau... Mas a senhora não era hippie?

– Filha, eu já fui muitas coisas...

– É agora é funkeira – Disse decepcionada – Não acredito que uma mulher que foi no show de Heavy Metal agora vai ao baile funk. O que houve com a senhora?

– Pessoas mudam, evoluem...

- A senhora não evoluiu, a senhora desvoluiu... Como se isso fosse possível... De Heavy Metal á funk... E ainda disse que eu escuto barulheira... Cara a senhora foi ao show do Metallica.

- Vai ficar falando nisso sem parar?

- Velho, eu não consigo acreditar... Metallica!

Minha mãe revirou os olhos e cortou um pedaço do bolo e começou a comer - ló.

- Como foi o show?

- Foi bom, eles são um máximo – Ela disse sem vida, como ser ir no primeiro show do Metallica aqui no Brasil não fosse emocionante.

- Foi bom? Só isso que a senhora tem pra falar?

- Ju... O show foi muito doido, foi muito maluco, fiz coisas que adorei fazer e que não posso lhe contar, o show foi realmente o máximo – Ela disse um pouco mais alegre.

- Então, já que estamos falando em shows e essas coisas... Terá o show do Foo Fighters no final do mês que vem e Victor me convidou para ir com ele e... Bem, eu queria ir e eu acho que devo perguntar para a senhora... Posso ir ao show do foo?

- Claro... Que não! Que tipo de mãe você acha que sou? – Ela perguntou ofendida.

- Do tipo funkeira?

- Engraçadinha... Não deixarei minha filha ir ao show de rock, eu já fui e sei muito bem o que acontece.

- Suas mudanças de humor estão me deixando maluca – Murmurei – É mãe funkeira, depois mãe coruja, mãe que pega no pé... Dá para ser uma mãe só?

- Sou apenas a sua mãe.

- Mãe, por favor, deixe-me ir... Você sabe o quanto eu amo o Foo.

- Está bem... Pensarei no seu caso – Ela disse abrindo um sorriso.

- Obrigada mãe – Beijei a bochecha dela.

***


Victor e eu estávamos sentados em um banco de praça perto do Mc Donald tomando um sorvete quando vi Marina passando.

- Aquela cretina é a noiva do meu pai – Disse entre os dentes.

- A loira? – Victor perguntava não olhando para os cabelos dela, e sim para bunda.

- É... O que ela faz aqui? Não deveria está roubando dinheiro do meu pai?... Está fim de seguir - lá?

- Seguir – lá? Isso não é coisa de gente maluca?

- É coisa de psicopata, mas também de malucos. Perfeito para nós que somos malucos, né Chapeleiro Maluco?

Ele riu.

- Então, vamos Alice? Vamos perseguir o coelho branco?




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Notas finais do capítulo

Ficou chatinho, eu sei. Prometo que no próximo capitulo será bem engraçado.Julia e Victor entraram em várias confusões e terá meio que uma "treta" entre Julia e a Marina.