Lisa Cuddy estava em seu primeiro dia de aula na Universidade de Michigan, olhava para todos de forma suspeita, mas disfarçando sua cara de novata, não estava nenhum pouco afim de levar trote, tinha uma amiga em um ano acima que lhe avisou sobre um grupo de meninos que costumavam pegar pesado.

Distraída e sem seus óculos não conseguia avistar o que estava acontecendo no prédio central, por onde teria que passar, nos borrões podia perceber uma movimentação diferente e quis desviar do caminho. Seu jeito geek de ser sabia que não podia perder de jeito nenhum a primeira aula, qualquer uma, menos a primeira, onde conheceria toda a sua vida acadêmica...

Exageros à parte, Lisa Cuddy não era uma aluna nerd, ela era esforçada, muito esforçada e ela não queria perder a primeira aula, porque não queria, ponto.

Respirou fundo e foi andando, cabeça erguida preparando-se mentalmente para o que quer que seja que estivesse acontecendo, os cadernos devidamente guardados na bolsa e envoltos de uma proteção impermeável, eles não sofreriam dano algum, assim esperava.

Ao aproximar-se da porta sentiu como se uma bola lhe atingisse, até perceber um líquido gelado rolar pela sua face e perceber sua blusa branca agora branca e vermelha. Olhou para cima e viu dois homens um pouco mais velhos que ela (dois anos, talvez três) rindo, gargalhando.

Gregory House não era um veterano qualquer, era uma lenda. Os trotes, as piadas com os professores, tudo vinha de sua cabeça. Os professores tinham certeza de que a meta da vida dele era fazer o mundo inteiro mais infeliz, ou pelo menos tentar.

A lista para aquele ano era imensa, mas teria um prazer maior com suas bexigas com tinta, alunos novos geralmente freqüentam as primeiras semanas em suas melhores roupas, querem causar boas impressões... Todos coloridos quem sabe não fariam mais sucesso?

Ok, não era essa intenção dele. Ele pretendia deixar bem claro que, quem ligasse para as brincadeiras dele se tornaria alvo constante, quem não ligasse ele infernizaria um pouco de pirraça, era um pouco de carência de atenção.

Apesar da mentalidade de cinco anos de idade (talvez menos), Gregory House era provavelmente o mais brilhante aluno da Universidade de Michigan.

Do segundo andar do prédio principal tacava bexigas em quem passava (alunos novos e velhos que não lhe agradavam, praticamente tava em todos que passavam mesmo), algumas mulheres muito bonitas, uma delas chamou-lhe a atenção.

Vestia uma camiseta branca, na hora em que percebeu que estava de tinta vermelha dos pés à cabeça olhou para a origem da brincadeira.

- Acho que encontrei meu alvo do ano. – com um meio sorriso, Gregory House pegou uma jarra de água e tacou em cima da moça. Olhou para baixo e gritou – Desculpa, meu amigo é meio sem educação, espero que a água ajude a limpar.

Ela rangeu os dentes e olhou para frente, o corredor parecia mais comprido. Achou os óculos dentro da bolsa e foi andando, cabeça erguida, passo firme. Ele gargalhou sarcasticamente prevendo um ano imensuravelmente divertido e foi andando com a caixa de “brinquedos” na mão, em direção ao anfiteatro.