40 Dias Para Te Reconquistar escrita por jamxx


Capítulo 39
Capítulo 27-Penúltimo-Não pode existir nós.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY GUYS *O* Eu sei, eu sei. Demorei milênios para postar o penúltimo capítulo, mas é que enem estava próximo e minhas provas começaram na mesma semana do enem(e vão terminar amanhã kaka). Ficou apertado pra mim, mas mesmo assim me esforcei com o capítulo. Fechem os olhos, respirem fundo e tenham uma ótimo leitura...



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1 mês e três semanas depois...

- Ainda não posso acreditar que aquele cretino do Cão planejou tudo isso... - Melanie falou irritada e cruzou os braços ainda olhando para o amigo internauta. 

Jonny sorriu com a irritação da mulher.

- Mas eu salvei vocês... Como sempre...

- Você não. - Melanie falou de imediato. - Foi o S61. 

- Você não está feliz por ser eu o S61? - Ele perguntou preocupado novamente. Aliás, isso é tudo que ele fez nas últimas duas semanas. Jonny contou a verdade para a loira e teve longos interrogatórios por quatorze dias.

No momento estão sentados no grande sofá do novo apartamento de Melanie, conversando e controlando o tom da voz para não atrapalhar Sansa com seu novo amor... Seu primeiro talento, o piano. Neste um mês que passou muitas coisas mudaram e também aconteceram, um dos milagres do mês foi a recuperação completa de Sansa, o novo comportamento de Anita e o estágio da gravidez de Carly. 

Sansa se recuperou e sua saúde está excelente, porém a menina parou de tomar café da manhã e está a cada dia mais solitária. Faz uma semana que ela encontrou outro amor: livros. É exatamente a leitura de tantos livros que a faz ficar sem chorar constantemente. Além dos livros, ela ama a companhia da irmã, Anita, que nos últimos dias anda cada vez mais quieta e pensativa. 

Carly de início tinha decidido que não iria querer saber o sexo do seu bebê, mas as coisas mudaram com Anita e por isso ela quer saber o sexo dessa criança. Talvez distraía um pouco a filha com mencionando esse fato. Carly organizou um jantar especial para comunicar a todos e ainda escolher diante os amigos o nome do novo integrante da famíla. A barriga de Carly está um pouco maior, mas ainda falta alguns meses para a chegada desta nova criança. 

- Mudando de assunto... Você vai para o jantar especial na casa da Carly hoje?! - Melanie perguntou relaxando um pouco mais, pois a loira não está acostumada ainda com o fato de Jonny ser tão íntimo e tão estranho ao mesmo tempo. É desconfortável para ela, mas tem melhorado com os dias.

- Não. Carly e eu não somos próximos assim... Você sabe muito bem... 

- Sam não vai... - Comentou a loira com um olhar amargo. - Fred estara lá e ela simplesmente não vai querer ir lá... Ela não quer vê-lo com a Cléo. Minha irmã ainda se sente traída e eu meio que a entendo... 

- Relacionamentos podem ser difíceis... - Jonny comentou olhando atentamente a loira.

- Você que o diga. - Melanie comentou ácida. - Dormiu com minha irmã e com a... Com a Cléo! 

Jonny fez careta e a loira continuou encarando-o. Afinal, ela ansiava por no mínimo uma explicação! Ela queria saber se o que Jonny teve com a sua irmã não fora uma forma de proteger Sam. Ou se foi algo armado em sua mente para obter sempre informações rápidas. Ou caso ele... Bem... Melanie não sabia! O fato é que ele dormiu inúmeras vezes com Sam. Melanie anda com a mente conturbada com essa informação e ainda mais com dúvidas sobre quais motivos ele teria levado Sam para a cama... Afinal, ela não queria ninguém usando a irmã dessa forma!

- Eu... Bem... Aconteceu. - Tentou explicar, mas estava em dúvida de quem falaria primeiro. Talvez ele falasse de Cléo e depois mencionasse Sam. Ou ao contrário. Ou não se explicaria, somente enrolaria a loira em sua frente.

- Não foi por espioná-la para alguém? Fred deve ter inimigos com o sucesso da empresa. - Melanie falou um de seus pensamentos. 

- Não exatamente... 

- Você foi atrás de emprego justamente no restaurante da minha irmã? Eu sou loira, mas não burra. 

- Você pediu para protegê-la de Antônio, Charlie ou qualquer um. Foi o que eu fiz. - Jonny falou desviando o olhar.

- Jonny, por favor. Como estava protegendo ela? Seduzindo minha irmã e levando-a para sua cama? Acabando com o casamento dela? Ah, tem dó. - Grunhiu a Loira indignada.

- Ela é muito bonita. - Comentou ele distante. - Cheguei a pensar a amava, mas foi ilusão minha. 

Melanie ficou calada, pois não sabia o que dizer. Sam é muito bonita, bom, eu também seria sem tantas cicatrizes, pensou a loira. 

- Porque ilusão? - Perguntou ela depois de alguns minutos de tensão, talvez, de sua cabeça.

- Imaginava que Samantha poderia ser você. - Jonny falou olhando nos olhos da loira. 

Melanie pensou ouvir errado. 

Pensou que estava surda, talvez. 

Pensou e pensou que definitivamente ele estivesse dizendo outra coisa. 

Pensou que não fazia sentido.

E de tanto pensar, riu, sem entender o que foi dito. 

De repente o som de um celular foi ouvido, alto e harmônico a música que rapidamente preencheu a sala. O toque atrapalhou a risada, os pensamentos confusões e por estranho que pareça, o coração acelerado. Automáticamente a loira levantou do sofá e atendeu o celular sem nem mesmo olhar o visor. O toque do celular também atrapalhou Sansa que estava tocando piano no quarto, o som do piano parou de tocar e nenhum dos dois percebeu.

- Alô - Ela disse sorrindo e olhando o amigo pessoal, que até um mês atrás era somente um amigo internauta.

Passou-se segundos e o semblante de Melanie se fechou, não para séria e sim para confusão plena. 

- Desculpe, Joffrey. Eu tinha esquecido. - Ela falou ansiosa e passou a mão pelos longos cabelos lisos amarelados. No mesmo instante, Jonny mudou de posição, agora sério olhava para a loira atentamente. Ele somente odiou ouvir o nome de Joffrey.

- Que horas mesmo? - Pausou a loira. - Até lá, tchau. 

Melanie desligou o celular e sorriu torto para o Jonny.

- Você tem um encontro hoje... Eu tinha esquecido! 

- Não é um encontro assim. - Defendeu-se Melanie. - Temos que conversar sobre meu filho.

- Semana passada vocês não conversaram o suficiente?

- Ele é um amigo. - Ela falou secamente. - Assim como você. Por Deus, meu marido mal foi enterro e você acha que vou me envolver assim logo?!

O clima pesou e Jonny se arrependeu. 

- Desculpe por isso. Mas me irrita as iniciativas dele... Me dão diabete só de você comentar pequenas coisas... Esse filho tem sido uma desculpa para ele te comer novamente. Como no dia do aniversário do Josh! - Ele falou olhando para o tapete da sala. 

- JHONNY! - Melanie berrou e ele riu de vê-la horrorizada. - Como diabos você sabe disso?

- O S61 me contou... - Melanie avançou nele e começou a depositar tapas constantes sobre ele. 

Sansa abriu a porta do quarto e com um livro de época Pode beijar a noiva, andou em pequenos passos até a origem de risadas, tapas e pequenos berros. A menina parou e observou a mãe batendo em Jonny, a quem tomou a imagem de um amigo seguro nos últimos dias. Sansa sorriu escondida atrás de uma parede e se sentiu um pouca mais feliz por ver que alguém trouxe alguma brincadeira e alegria para sua casa. 

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- Porque ficou lá dentro por tanto tempo? O que houve? Você me deixou preocupado. - Fred falou nervoso e olhando ansioso para a porta que foi aberta lentamente. Uma mulher com os cabelos ainda úmidos e olhar triste o encarou, mas logo desviou o olhar.

- Não pode existir nós. - Cléo falou quase gritando depois de sair do banheiro, ela jogou a toalha em cima da cama king e começou a se vestir com as roupas de uma mala no chão. Ela estava mais pálida e mudara de atitude em relação ao Fred nos últimos dois dias. Isso porque estão andando por aí no último mês como um casal!

Oh. O último mês fora cheia de reviravoltas e mais sensações que ela mesma nunca sentira na vida. Ela dormiu com Fred por inúmeros dias e aos poucos estava tomando o lugar da esposa dele. Isso é errado e exatamente hoje ela conseguiu compreender isso. Cléo acordou na madrugada e chorou até o amanhecer trancada dentro do banheiro. Ela deixou Fred preocupado pela manhã e pela tarde inteira. Então ela saiu do banheiro já falando algo tão surpreendente para o Fred e não podendo nem esconder os olhos inchados. 

"Não pode existir nós." Fora simplificado e direto, como uma faca atravessando o coração. 

Os motivos da repentina crise de choro e isolamento? Oh. Ninguém sabia e mas a loira de cabelos curtos sabe quem vai ser a primeira pessoa a saber. 

- O que está dizendo, Cléo? 

- Foi bom enquanto durou. - A loira começou a falar devagar e terminou de arrumar o vestido mullet azul no corpo. Um dos cinco vestidos que não é justo, tomara que caia e curto demais. Ela se olhou no espelho e sorriu tristemente, voltando o olhar para Fred.

- Você está indo embora também? - Fred perguntou um pouco alterado, visivelmente triste por isso.

- Não da forma que você está pensando e não pelos motivos falsos que a Samantha foi embora. - Cléo tentou clarear um pouco a mente dele, mas pode ver que de qualquer forma isso o machucou.

- Achei que tívessemos algo...

- Algo que não é amor. - Afirmou a loira e se aproximou de Fred. - Se não é amor, então não é bom o bastante.

Fred olhou para aqueles olhos azuis cintilantes tão desconhecidos de intimidade profunda. Ele se sentiu sem palavras, então se pôs a pensar em palavras. Não. Ele sabia que não era aquele tipo de amor, mas de qualquer forma era um amor tão fraternal que chega a ser pecaminoso o que eles estão fazendo. O amor que ele sente por Cléo está em outro patamar, em outra categoria ou espaço na vida dele. Mas... Mesmo assim, é um amor... Não seria o bastante? Talvez não...  Posso fingir que é amor de verdade? Ele se perguntou intrigado e desejando não perdê-la. Não posso perder ela também, afinal, ela é a única amiga que me restou, concluiu ele.

- Eu amo você.

- Eu sei que ama. - Cléo falou chorosa. - Você me ama como amiga, companheira, comparsa e até mesmo como irmã. Não tente se enganar, Fred... Você não me ama como ela!

Cléo sentiu um aperto no coração com a última palavra dita, talvez porque se sentiu invejosa por querer ser ela! Ela é a Sam, a quem o homem com quem Cléo tem dormido é completamente apaixonado. 

Ela. Ela. Ela. Ela. É com ela que ele tem que ficar, não comigo. Não assim. Não comigo nesse estado. Cléo pensou amargurada e sentida. Afinal, ela precisou de horas para pensar se seria egoísta e ficaria com Fred realmente. Afinal essa opção é boa e viável. Seria terrivelmente bom para ela tê-lo por perto, ainda mais agora que ela encontrou um motivo grandioso para viver. Mas ela considerou a opção certa, a qual a tirara a chance de ter alguém realmente bom para se relacionar. Essa outra opção é boa também, não pra ela. Nunca pra ela. Afinal ela tem que pensar por dois. Então, essa outra opção, a alternativa escolhida, é fazer com que Fred tenha a felicidade de volta. 

Oh. E Cléo realmente sabe que pode conversar, tocar, brigar e abrir a mente da felicidade dele. Ou seja, ela pode conversar, tocar, brigar e abrir a mente da Samantha. Ainda há tempo, pensou Cléo. 

- Ela estava com Jonny naquele tempo inteiro! - Fred falou magoado e ela riu tocando no rosto dele com a mão direita. 

- Você é tão bobo que não consegue ver que isso foi uma mentira... Nessas situações, orgulhosos são os melhores mentirosos. - Cléo falou ainda acariciando o rosto dele e sorriu meiga ao ver o olhar de aversão dele. 

- Cléo, você não pode saber de tudo. 

- Oh. Eu sei que você é o melhor na cama. - Cléo comentou se afastando e sorriu, pegando em seguida uma escova de cabelo. - Coisa que imaginei nunca ter oportunidade de tomar conhecimento. Então, meu querido, eu sei de tudo um pouco...

Ela se afastou começando a escovar os cabelos, o que não demorou dois minutos e depois arrumou-os amassando os fios contra as mãos. Na penteadeira, Cléo percebeu um estojo de maquiagem que não é dela. Ou seja, só deveria ser de Samantha. Na verdade, havia algumas coisas que Sam deixou para trás. Uma ideia começou a funcionar na mente da loira. 

- Ela provavelmente tera os papéis do divórcio amanhã. - Fred comentou. - O Dr. Willian me ligou para avisar sobre o processo... Ela não quer nenhum bem material meu. Ela não quer pensão. Ela não quer nada de mim... 

- Então você não vai querer nada dela! - Cléo falou de imediato e em um tom ameno. Ela se levantou e saiu do quarto correndo.

Três minutos depois, ela estava de volta com uma caixa de papelão com algumas coisas dentro. Ela andou até a penteadeira e tirou tudo o mais que era de Sam, amontoando na caixa. Fred ficou olhando confuso até entender o que ela estava fazendo.

- Seguinte: Eu não vou entregar isso a ela. - Ele falou decidido e Cléo se virou sorrindo largamente. 

- Eu vou. 

- O que? Porquê? Não. Ela sabe sobre nós.

- Eu já lhe disse e só vou repetir mais uma vez: Não existe mais NÓS! - Cléo falou se irritando e respirou fundo para se acalmar.

- Existia NÓS quando ela nos viu no supermercado... 

- No estacionamento... Na fila do banco... Na Atelier do doce... E a dois dias atrás na casa do Gibby. Eu sei, mas eu não vou para brigar... Vou devolver as coisas dela e só. - Cléo completou com um pequeno sorriso. 

- Promete? 

- Claro... - Que não, completou a loira na mente pois se fosse necessário brigar com a Sam... Bem... Ela brigaria. Porque ela ama o Fred, e algo que ela quer é o ver feliz. 

Cléo nunca precisou de muito para se sentir feliz, uma conversa agradável com um desconhecido ou um desejo alimentício realizado a deixavam satisfeita. Além de tudo que havia para fazer com o seu filho. Seu Enzo. A felicidade para ela é escolhida. Como nesta tarde de quinta, que ela escolheu dar a felicidade para o Fred ou pelo menos tentar que a felicidade volte para ele. Ela escolheu isso ao invés de tentar fazê-lo feliz sabendo que poderia ser amargamente dificil.

- Quando levara isso? - Fred perguntou ao apontar para a caixa cheia e apreciou a expressão pensativa dela.

- Hoje depois do jantar da Carly. - Ela respondeu ainda pensativa e sorriu. - Eu quero comer algo antes de sair...

- Claro, já que você não comeu o dia inteiro. O que quer? 

- Um copo grande de suco de pêssego e macarrão com molho de frango. 

- Suco de caixinha e miojo com caldo, em cinco minutos lá embaixo. - Fred falou rapidamente. Cléo deu risada e observou ele sair do quarto. 

Rapidamente a loira esperta entrou no closet do quarto e abriu a gaveta de cuecas. Procurou um pouco até que achou algo que poderia clarear as atitudes de Samantha, esse algo antigo e com mais de 40 dias sem uso nenhum. Algo que tem um nome destacado na capa, em roxo, letra discursiva definia " Flor " e logo abaixo havia um nome novo, com letra simples e em menor tamanho, na cor preta.

Cléo sorriu satisfeita e saiu do closet um pouco ansiosa. Ela colocou esse livro médio dentro da caixa, então pegou a caixa firmamente e saiu do quarto com uma única esperança. 

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- Vocês gostaram da comida? Foram bem servidos? - Carly perguntou com excesso de carinho e sorriu para o novo casal, Fred e Cléo. 

- Eu amei o prato principal, não sabia que arraiá era tão gostosa. - Cléo comentou com um enorme sorriso e Fred concordou ao lado dela, mas saiu logo para conversar com Gibby. 

- Vou aproveitar que estamos sem interferência de ninguém e me desculpar por terça. - Carly começou a falar um pouco mais séria. - Eu amo o Fred, sério. Mas se eu estiver que escolher entre ter perto minha melhor amiga ou ele, será a Samantha... 

- Oh. Tudo bem... Eu também tenho que me desculpar. Fui grossa por um motivo que achei correto, mas fui grossa mesmo assim. Achei que ele tinha todo direito de vim nesse jantar, assim como a Samantha.

- Eu realmente não estou acostumada ver você com o Fred. - Carly falou sincera. - Eu vivi todo o tempo vendo-o com a Sam, então essa mudança grandiosa foi um impacto grande. Eu espero que você entenda.

- Não se acostume em nos ver como casal. - Cléo falou de imediato e os olhos de Carly cresceram, confessando a confusão daquelas palavras.

- Como?

- Nos terminamos qualquer coisa que seja o que tinhamos. Vou me mudar amanhã e começar novamente. - Cléo falou calmamente e a morena franziu o cenho.

- Não faz nem um mês que estão andando como um casal e já terminam? 

- Ele está se divorciando, Shay. Todos podem me ver como a vadia que causou isso, ou somente como a vadia! O fato é que confundimos os sentimentos e concordamos em manter a amizade de antes. - Ela explicou com doçura e Carly deu-lhe um pequeno sorriso.

Vinte minutos depois, estavam todos na sala conversando sobre o mesmo assunto até Brad chamar a atenção de todos. Consequentemente todos se calaram e olharam curiosos para a Shay. Por fim o propósito de tudo não era saber o sexo e o nome do novo bebê deles?

Josh e Anita estavam em pé, ao lado do sofá da qual Brad e Carly estavam sentados, eles sorriram um para o outro como se compartilhassem algum segredo e a pequena fixou o olhar para a barriga da mãe. Gabrielly estava sentada no chão ao lado de Sansa e mantinha sua câmera no colo. Gabrielly estava pronta para usar sua câmera a qualquer segundo, como sempre. Melanie estava em um outro sofá com olhar atento as filhas, mas de forma discreta. O resto do pessoal ou estava em pé ou sentados pelas poltronas e cadeiras espalhadas pela espaçosa sala clean.

- Bom, antes de tudo eu quero agradecer a presença de todos e dizer que esse jantar improvisado saiu melhor do que eu mesma esperei. Sei que aqui não é um salão de festas e nem nada, mas está sendo muito prazeroso receber todos aconchegados em minha casa. - Carly falou em voz alta e sorriu com a emoção. - Antes, no início da gravidez eu queria surpresa total do sexo do bebê. Eu decidi isso no mesmo instante que decidi fazer o parto humanizado, mas o tempo passou e me vejo na necessidade de compartilhar com a minha família e meus amigos de qual sexo meu bebê tem. Principalmente para fazer o chá de bebê tematizado! 

Todos riram e alguns começaram a comentar algo baixinho. 

- Amor, fala logo... - Brad pediu baixinho no ouvido da esposa.

- Está bem. - Ela murmurou e pensou em palavras para dizer em voz alta. Decidiu ser simples e direta. - Eu vou ter um menino!

Ela deu um grande sorriso e todos começaram a gritas coisas diferentes, como parabéns e " ele vai ser jogador! ". Em minutos todos estavam discutindo nomes, inclusive o casal. Cléo ficou calada o tempo inteiro para não traduzir a pequena emoção que sentiu em palavras tolamente sinceras. Ela estava sentada em uma das cadeiras colocadas, perto de Melanie.

- O que você acha de Julian, amor? - Brad perguntou carinhosamente e todos se tornaram atentos novamente.

- Julian é um nome terrível... - Carly comentou com um bico e todos deram risada.

- Romeu. - Alguém sugeriu e a morena grávida sorriu encantada. 

- Eu gosto de Romeu... - Ela falou e olhou para o marido com carinho. - Você gosta?

- Eu gosto de Romeu também. - Brad falou pensativo.

- Então, pessoal, eu acho que decidimos... 

- NÃO! - Anita berrou e todos a olharam atentos.

A pequena respirou fundo e segurou a mão de Josh com força. Olhou pra mãe decidida, voltou ao olhar para Josh e ele sorriu transmitindo coragem a pequena. Então, a pequena morena soltou a mão do amigo e se pôs em frente dos pais. Fez menção de falar, mas logo fechou a boca.

- Não gostou de Romeu, querida? - Carly perguntou preocupada.

- Não. Eu detestei Romeu. - Anita falou alto. - Eu queria pedir pra você deixar... Hmmm... Me deixar escolher.

- Você quer escolher o nome do seu irmão? - Brad perguntou sorrindo.

- Quero. Assim como a tia Sam escolheu meu nome! - As palavras de Anita tocaram a mãe dela facilmente. Carly se lembrou da noite em que a amiga escolheu o nome da filha dela e sorriu com lágrimas nos olhos. 

- Como quer que nosso bebê chame? - Carly perguntou um pouco emocionada.

- Eu não sei... - Anita falou baixo. - Estou em dúvida! 

- Entre quais nomes? - Brad perguntou dessa vez e a pequena morena se sentiu tonta. Anita se sentou no chão, pensou um pouco e lágrimas começaram a rolar sobre o rosto dela. Brad prontamente a tirou do chão e coloco-a em seu colo limpando suas lágrimas.

- O que foi, querida? 

- Estou em dúvida... - Ela começou a falar. - Em quem eu nunca quero esquecer... Por um momento eu quis que o bebê se chamasse Antônio, para eu nunca mais esquecer do meu pai...

Todos na sala ficaram chocados e Brad se sentiu ferido, mas compreendeu calado. 

- Filha, eu não posso... - Carly falou quase sem ar. Como ela chamaria seu filho de Antônio? Seria um absurdo!

- Eu sei... - Anita choramingou e tirou colocou a mão no bolso da calça, de lá tirou um batom roubado da mãe. Todos ficaram sem entender. 

As pequenas mãos de Anita abriram a camisa da mãe até mostrar inteiramente o volume da gravidez. Ela abriu o batom e Carly compreendeu que ela escreveria o nome do irmão. Ela fez primeiro um coração pequeno no alto da barriga e saiu do colo do pai para escrever melhor o nome. Anita chorou baixinho enquanto escreveu o nome com quatro letras. Assim que terminou ela saiu da frente para que todos olhassem. 

Cléo foi quem mais se assustou, tanto que ela se sentiu sem ar e nem percebeu as próprias lágrimas rolando em suas bochechas rosadas. Ela olhou para a Anita e a menina correu para abraçá-la. Ainda chocada com o nome tão conhecido, ela observou Anita sorrir e pela primeira vez percebeu o motivo do seu falecido filho gostar tanto da menina.

- Ele era meu melhor amigo. - Anita falou sorrindo entre lágrimas. - Eu nunca quero esquecê-lo... Obrigada tia por ter colocado ele no meu colégio, foi assim que o conheci e mamãe me disse que foi por sua causa que eu consegui brincar muito com ele... Antes dele partir... Então obrigada. Eu acho.

A loira beijou o alto da cabeça da menina e fixou o olhar no nome " Enzo " em vermelho matte sobre a circunferência da barriga de Carly. Cléo sorriu largamente e beijou o alto da cabeça de Anita, mas logo se afastou. Ela se sentiu mal e foi para a varanda, onde vomitou em uma lixeira pequena. Ela olhou pro céu e se lembrou do primeiro dia de aula de Enzo. As lembranças não demoraram para invadi-la e a saudade apertar, mas ela não chorou mais. Segurou as lágrimas o quanto pode! Ela tinha que ser forte, afinal depois de sábado não terá mais Fred como seu porto seguro...

Sem dizer nada ela saiu andando pelas ruas, sozinha e pensativa. Cléo não quis avisar Fred e achou que ele não sentiria sua falta tão rapidamente... Quando eu chegar em casa, ligo pra ele. Decidiu a mulher com expressão imparcial. Ela observou a lua, o céu escuro e sem estrelas, mas com um clima agradável.

Demorou uma hora e seis minutos para que ela chegasse na casa de Fred, e mesmo assim esqueceu completamente de avisá-lo. Ela deixou sua bolsa com tudo na casa de Carly. Podia-se dizer que estava desnorteada, mas na verdade é que seus pensamentos estavam em luta grande. Cléo deveria ser honesta com Fred, dizer-lhe sobre o segredo que guarda a três dias. Mas, não. Ela precisa conversar com alguém e por mais que o desconforto seja grande, ela precisa conversar com Samantha. 

Cléo pegou a caixa de coisas da Sam e se dirigiu para o único lugar que poderia de fato encontrá-la: o restaurante dela. Por sorte, a caminhada até lá foi pequena! Durou cerca de vinte e sete minutos. Ainda assim, a loira se decepcionou por ver o lugar aparentemente fechado. Sim, aparentemente já que por dentro o lugar está iluminado, há uma música baixa tocando e a voz de uma pessoa murmurando. 

Então, ela apoiou a caixa no chão e bateu repetidas vezes na porta do restaurante. Dois minutos se passaram e nada, mas ainda assim ela continuou batendo. Talvez fosse a Sam se escondendo! Tinha que ser para não atender a porta... Tinha que ser... 

- O que diabos é isso? - Um homem alto, musculoso, loiro e de olhos azuis perguntou a ela logo após abrir subitamente a porta. 

Cléo ficou calada de tão surpresa de quem abrira a porta, afinal ela esperava a Sam e não um homem absurdamente lindo na porta. Ela observou a expressão nervosa do seu rosto e a tristeza de seus olhos. Então ela pegou a caixa no chão e abraçou contra seu peito, respirou fundo pensando no que fazer. Sem falar nada ela empurrou o homem para dentro do restaurante e logo após fechou a porta com força. E mais uma vez, Cléo se pegou surpresa e chateada. 

Um milhão de coisas passou pela cabeça da loira e coisas realmente ruins. Será que ela está saindo com esse homem? Cléo se perguntou com um misto de tristeza e esperança. Então notou cada detalhe do restaurante. Todas as mesas estavam repletas por velas de todos os tamanhos e a mesa central do lugar está posta, com pratos brancos quadrados, vinho aberto e flores em um vaso sob o centro da mesa. 

Há algo estranho, pensou ela ao perceber que somente uma taça estava com  vinho e a outra completamente limpa. Então, ela percebeu que todas as teorias criadas por ela segundos atrás poderia ser mentira. Aliás, Samantha não sairia com outro em tão pouco tempo! Certo?!

- Onde está a Sam? - Cléo perguntou docemente e fitou o homem ao seu lado, enquanto colocava a caixa em uma cadeira das mesas iluminadas por velas.

- No novo apartamento, eu acho. - Ele respondeu educadamente, mas não deixou de franzir o cenho. 

- Você está saindo com ela?

- Claro que não. Ela é minha chefe. - Ele falou irritado e confuso. - Aliás, quem é você?

Cléo sorriu levemente e se sentiu aliviada por Sam não estar saindo com ele. 

- Eu me chamo Cléo... E você? 

- Joffrey. - Ele respondeu com a expressão mais suave e estendeu a mão para ela, na qual aperto com pouca força. 

- Então... Acho que te atrapalhei no meio de um jantar romântico. - Cléo falou rapidamente e sem jeito. 

- Oh, ela não veio. - Ele disse baixo. - Mas, porque está procurando minha chefe?

- Preciso falar urgentemente com ela. - Ela respondeu um tanto ansiosa. - Você podia me falar onde ela está morando agora?

- Porque você simplesmente não liga para ela? - Ele perguntou desconfiado fazendo-a sorrir largamente.

- Sam não iria atender a minha ligação...

- Então sinto muito. - Joffrey falou sem realmente sentir pena da mulher. - Você pode ir, estou realmente fechando agora.

Cléo ficou parada o olhando e simplesmente se sentou na mesa, ela pegou o vinho e serviu na taça limpa. 

- O que está fazendo?

- Isso é um desperdicío. - Ela comentou tediosamente e tomou um gole do vinho. - Você deve ter gastado tempo e dinheiro nisso. Então te farei companhia... 

- Vai querer o endereço da minha chefe, certo? - Joffrey perguntou como se soubesse o porquê da atitude da garota estranha. 

- Vou sim. - Cléo falou fraco. - Estou grávida do quase ex-marido da Sam e acho que ela deve saber. 

Cléo não suportou se calar, eu precisava urgentemente conversar com alguém sobre isso, sobre a vida e o futuro. Ela queria que fosse Samantha ouvindo, mas quando falou pela primeira vez em voz audível que está grávida a vontade de chorar por dias a dominou. Seria de fato humilhante contar a Sam sobre isso na situação emocional que Cléo está. 

Joffrey olhou para aquela mulher estranha com desconcerto. O que ele deveria dizer? Parabéns pelo bebê ou Parabéns por terminar de arruinar o casamento da minha chefe? Joffrey não sabia o que realmente dizer, então se sentou ao lado da mulher e tomou uma taça inteira de vinho. 

- Então tá. Vamos conversar, Sra. Estranha e Grávida! 

Cléo sorriu, mas não se sentiu feliz. Não mesmo. O sorriso dela estava longe da felicidade. Sorriso este que foi mais um alívio do que felicidade. Se ela estava feliz por carregar um filho de Fred? Oh, certamente estava contente. Não por ser somente o filho dele, mas por ela ter reencontrado uma razão para sorrir que não fosse Fred.

Deus e ela sabe o quanto foi árduo tentar fazer Fred amá-la, o que foi um fracasso total, pois o nome que ele murmurava enquanto dormia não era o nome dela. Não. O nome sussurra era o de Sam e sempre logo após ele falava " Volte ". O que é mais duro para uma mulher apaixonada do que ouvir o nome de outra do seu amor? 

Somente por isso Cléo se pôs a pensar se realmente era apaixonada por Fred e a conclusão não foi diferente. Ela é completamente apaixonada pelas atitudes dele, pelas qualidades e defeitos. Ela ama a falta de dom culinário e desejou comer novamente peixe queimado. Certamente, não há como amá-lo com toda a sua sinceridade e paixão ao tentar amá-la de volta. 

- Pare de chorar. - Joffrey falou sem saber o que fazer. 

Eles conversaram por volta de uma hora e meia. Abriram o coração um para o outro, como se não fossem realmente desconhecidos. Porque, bem, tecnicamente se conhecem de longe. Um já viu o outro antes por algumas vezes, então não estariam abrindo o coração realmente para estranhos... Certo?! Por mais que não soubessem mais do que seus nomes, eles descarregaram o que sentiam em falas prolongadas e explicaram um a outro em qual situação estão vivendo. 

- Desculpa... - Cléo falou baixinho e passou a mão pela bochecha direita. - É que dói ser tão idiota... Eu poderia tê-lo somente pra mim, mesmo ele não sendo completamente feliz e assim esse bebê teria um pai...

Ela fungou e apertou as mãos na barriga.

- Eu serei pra esse bebê tudo em dobro. Por ele e pelo meu Enzo. Por um pai que ele não vai ter e por uma família completa que ele não vai conhecer. - Ela falou com lágrimas nos olhos e olhou nos olhos de Joffrey.

Sucintamente... Cléo se envolveu com Jonny e ele acabou com tudo batendo nela. Ela se recompôs e apareceu na cama de Fred. Então perdeu o Enzo e engatou em um relacionamento com Fred. Ela terminou com ele mesmo sabendo que esta grávida dele... Depois de tudo que passou, falou tudo que sentia para um desconhecido. 

- E se Sam não o quiser de volta? - Joffrey questionou e a loira deu uma risada.

- Ela é burra e estúpida ás vezes, mas pelo menos conhece o próprio coração. E também usa a razão. - Cléo sorriu divertida e limpou mais lágrimas que transbordavam do seus olhos. - Quem seria idiota o suficiente para não querer ficar com Fred? 


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Notas finais do capítulo

Uau! Quanta coisa sem ter UMA MISERÁVEL da Sam, oks, me desculpem por isso. Porém, o próximo capítulo será centralizado em Seddie. Logicamente. Como se sentem com o final tão próximo?! Vocês querem o epílogo?! Eu quero um epílogo, e por isso teremos um epílogo PASOKPAOSKPASOK' Também teremos o capítulo de agradecimentos, quero todos me dando ADEUS SOMENTE NO CAP DE AGRADECIMENTOS, flw?! Um beijo para todos vocês e até o último capítulo de 40 dias... s2