40 Dias Para Te Reconquistar escrita por jamxx


Capítulo 34
Capítulo Flashback 7- Difíceis Decisões - Pt.2


Notas iniciais do capítulo

HELLOWWWWW PESSOAS *O* Estou aqui surpresa. Recebi recomendações lindas de duas pessoas marravilhosas. Então, obrigada Luiza e Emily pelas recomendações, carinho e atenção especial que vocês tem por essa fic. Bom... Estamos caminhando agora para a segunda e última parte dos capítulos flashbacks da MELANIE. Bom, esse capítulo sugou cada gota de sentimento e criatividade minha, então, espero que realmente gostem. Esse capítulo é dedicado à Eterna McCurdian ♥ Minha Verena s2 Se ajeitem na cadeira e delirem comigo nesse 'pequeno' capítulo...



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Dois dias se passaram desde o assassinato de Frank e já estou sentindo na pele mistos de dores: dor emocional, dor física e dor na alma. O pior que eu não sei em que lugar do mundo estou e a única coisa que vi desde que fui abordada por alguém é um lugar apertado, úmido e fedido. Estou acorrentada, mas não sou a única. Shae está longe de mim, ou seja, do outro lado da sala e perto dela está o bendito pai da Shay. Ao meu lado está Sansa, com os olhos vendados e suja de lama. Talvez ela tenha tentado fugir.

Todos nós com correntes nas pernas e nos pulsos, porém a Shae está com correntes também no pescoço. Ela parecia terrivelmente cansada e farta! Um detalhe digno de humilhação é o fato dela está vestindo somente a roupa íntima. Shae está careca. Literalmente. Seus cabelos longos foram substituídos por uma careca lisinha. Seus braços e pernas continham marcas grandes de mordidas, cortes e queimaduras de terceiro grau. Em alguns cortes e queimaduras podia-se ver que infeccionou. Seu estado era lamentável.

O pai da Carly não estava pior, porém era só olha-lo para ver que também estava em uma situação física ruim. Lembro-me de ter acordado e a primeira pessoa a ver fora ele, com a boca costurada com o que aparentava ser arame, olho esquedo roxo escuro e com roupas encharcadas de sangue. Isso porque fui informada que não estou a mais de cinco horas nesse "quarto de torturas". Aliás, pela luz que clareava o quarto em uma janela alta aparentava ser um novo dia...

Sansa é a que menos sofreu fisicamente, mas eu sei que ela sofrera pro resto da vida com o que escutou e presenciou. O que é lamentável e revoltante. Ela está vestida com um pijama de bolinhas e uma blusa de frio, nos pés ainda está calçada com pantufas de elefante e seus cabelos amarrados em uma trança de raiz extremamente bagunçada. As correntes nos pulsos dela aparentavam estar folgadas e me davam impressão que ela poderia se livrar facilmente delas. Desde que eu acordei tentei falar com ela, porém a pequena não me respondeu nenhuma palavra sequer.

Por último, eu. Não fui agredida fisicamente... Ainda... Mas o meu corpo pede cama, água quente, trocas de curativo e remédios. Fui aborbada ao sair da Maternidade e não tive tempo nem mesmo de respirar ou lamentar e muito menos de sofrer por ter dado meus filhos daquela forma. O que não me impediu de eclodir em desespero total nessas cinco horas...

– Melanie? - A porta se abriu com uma voz me chamando aos gritos. Antônio. Logo atrás dele apareceu alguém que não reconheci, devido aos cortes no rosto que pareciam não ser de muitos dias. Cortes estes que ainda estão com pontos.

Eu olhei para o Antônio e ele bruscamente me tapeou o rosto.

– Nunca mais cogite em fugir de mim. - Antônio gritou e senti todo o meu corpo estremecer de medo do que ele poderia me fazer.Fiquei calada.

– Sua vadia. - Cuspiu o homem irreconhecível atrás de Antônio.

– Não a chame assim. - Repreendeu Antônio. - Ela seria até uma vergonha para vadias.

Engoli em seco as palavras rípidas dele. Estou perdida. Nunca conseguirei o amor desse homem! Porque diabos eu pude ser tão idiota?! Nunca deveria ter aceitado ir para a Vogue Itália. Apenas.

– Aquela ali, - Antônio apontou para a Shae. - vai morrer hoje e que fique como exemplo pra você nunca trair a minha confiança, nunca me esconder coisas e nunca se revoltar contra mim. Muito menos pensar em fugir.

Antônio parecia cuspir as palavras com fogo de tanta raiva que seus olhos carregavam. Respirei fundo com a boca seca.

– Você não precisa dela... - O homem detrás do Antônio começou a falar, mas fora interrompido.

– Eu preciso ser casado por causa dos negócios.

– Não precisa ser ela.

– Vai ser ela. - Antônio falou rispidamente. - Seria muito bom da minha parte matá-la quando eu posso fazê-la pagar por ter me feito um idiota.

Ele se aproximou e fechou a mão direita no meu maxilar. Obrigou-me a olhar nos olhos azuis dele.

– Você vai me pagar por ter fugido e vai me pagar com sangue, sexo e serviços a parte. - Antônio sussurrou de forma dura e eu entendi perfeitamente o recado.

Ele soltou meu maxilar com força e chutou com violência o meu ventre. Senti como se algo me perfurasse lentamente do tanto que doeu o chute e meu gemido de dor não ficou por menos. Ouvi gargalhadas do homem que não reconheci e fechei os olhos buscando forças internas, mas nada achei. Lágrimas queimaram meu rosto e me amaldiçoei mais uma vez.

Toda a minha preparação nos dias anteriores não valeram para nada. O que sinto nesse momento pode ser comparado com morte, pois lentamente estou morrendo por dentro, pedindo e exalando socorro. Eu estou morrendo, pois tudo que eu tinha de bom foi retirado de mim. Eu estou morrendo, virando cinzas e até mesmo sendo decomposta pelas lembranças do que fui até hoje. Eu estou morrendo e o pior é que por causa das minhas próprias decisões...


24 horas anteriores...


Meus olhos tentam capiturar todos os traços dele, seus lábios convidativos, sua pele clara, todas as pintas de seu corpo, o tom de seus cabelos sob a luz fraca do sol que passa pelas cortinas brancas da sacada e principalmente do tom dos seus olhos, azuis que conseguiam me transmitir tantos textos jamais ditos.

Ele também me analisa e parece sorrir com os olhos. Minha barriga está de fora e eu uso um top preto, calcinha box rosê e meias brancas com corações rosas. Estou sentada na cama e com as costas escoradas na cabeceira, pois pra mim é uma posição boa e confortável. Joffrey está deitado com dois travesseiros grandes apoiando a cabeça, com os olhos ora me olhando nos olhos ora fitando a minha barriga. Estou a um dia de ter os filhos que não serão propriamente meus e ele parece feliz por pensar que continuaremos juntos, com os bebês e provavelmente com um cachorro. Uma típica família feliz. É uma pena não ser assim. Sua mão brinca com meus dedos e minha mão direita. Impossível um sorriso não brotar dos meus lábios.

– Você está com enormes olheiras. - Ele observou com a voz rouca e eu assenti.

– Você também tem olheiras enormes. Se brincar piores do que as minhas. - Eu disse com um sorriso grande nos lábios.

– Meus filhos estavam inquietos, então tive que ficar acordado... - Joffrey justificou e eu formei um bicão.

– Eu que senti as dores e quase morri, está bem?!

Ele riu da minha reação e se sentou nos dois travesseiros que antes apoiavam sua cabeça. Joffrey me deu um selinho e eu retribui com mais três selinhos.

– Eu vou ter que ir sozinho ver os berços?

– Já escolhemos, amor. Você só vai buscá-los e arrumá-los no nosso apartamento. - Eu falei naturalmente.

Desde que decidimos que viajar para a Itália, decidimos alugar um apartamento simples para que no primeiro mês e quinze dias nos fixarmos aqui. Mas demoramos muito na organização das coisas e em termos de conforto o obriguei a ficarmos no hotel até hoje. Porém pela noite vamos para o apartamento, lugar que acredito que ele ficara quando eu sumir da Itália.

– Vai ficar aqui até o último segundo, certo?!

– É lógico. - Sussurrei e ele riu, se levantando da cama.

– Eu vou tomar banho e organizar tudo para você.

– Você é um amor. - Sussurrei e ele me olhou com carinho antes de entrar no banheiro.

Não demorou nada para ele sair de casa o que me deixou com tempo para verificar alguns documentos. Me levantei sem pressa nenhuma e levantei o colchão com um pouco de esforço para dali tirar uma pasta de plástico rosa. Subi novamente na cama e demorei minutos para achar uma nova posição confortável.

Abri a pasta no meu colo e tirei três documentos importantes para Joffrey. Um dos documentos é o atestado de óbito de Marie Clarie e um documento assinado por Marie Clarie que assumi ter uma gravidez de risco mas se ocorrer de escolher entre ela ou o bebê para viver na hora do parto, será optado salvar a vida do bebê e de maneira alguma a vida dela. Documentações médicas que Joffrey vera amanhã pela noite. O terceiro documento é o comprovante de transferência de uma boa quantia em direito para uma conta nova no nome dele e obviamente as informações da conta que eu abri no nome dele, isso feito a um mês atrás.

O corpo de uma indigente fora colocado no necrotério, identificada ingenuamente por Marie Clarie, com o laudo e motivos de óbito descritos como no documento de Joffrey. Confesso que já quase fechei uma das contas sopecadas de dinheiro de Shae (gastando horrores para tudo sair como planejado) e fiz isso tudo com a intenção de formar o hálibi mais convicente para o Antônio.

Ele não precisa saber da verdade ou confirmar suas suspeitas. Antônio precisa saber das evidências que eu plantei e se convencer que tudo que falarei é verdade. Simplesmente isso, pois não quero correr o risco de morrer na primeira noite nas mãos dele.

Os documentos da Melanie são divertidos e confusos para quem ver de fora. No hospital está a verdade: gravidez de gêmeos. Porém estara assim somente até o final dessa semana, o Dr. Faning trocara essa documentação por uma que diz que eu tive somente um filho e este mesmo morreu na hora do parto. Isso até procurarem pelo hospital e por estes documentos! Quando a poeira abaixar e pelo relatório mensal, os verdadeiros documentos sobre mim serão recolocados no lugar.

No final, o importante é que o Antônio acredite em tudo e se convença da minha palavra, pois o que ele mais gosta em uma pessoa é a verdade. Então eu fiz questão de maquiar a verdade. Mais uma vez: Ele precisa acreditar em mim. Uma música enjoada começa a tocar e eu procuro desesperadamente a sua origem.

– Droga! - Exclamo alto ao ver o celular com o chip antigo tocar e ver no visor "Carly Shay".

Eu ainda sou presa ao que eu era, tipo, literalmente. Mantenho esse chip para sentir a antiga Melanie viva... Sabe?! A Melanie que amava dormir abraçada com a melhor amiga da irmã, aquela Melanie que saía para os shoppings sempre com missões de moda e que nunca aceitava um "não" de sua irmã. Eu simplesmente amava o que eu era, simplesmente e despreocupadamente imatura. Sim, eu me considero uma velha de noventa anos em um corpinho de vinte e cinco. Porque convenhamos, até mesmo o meu corpo e expressão de agora aparentam a velhice da minha alma.

Antes do celular tocar novamente eu me despedi da Melanie novinha e apaixonada por moda, sapatos e Carly Shay. Me levantei da cama devagar, sem pressa e quase parando, indo em direção ao banheiro somente com o ship do celular na mão.

Abri a porta e observei atentamente o chip. Eu preciso de mudanças e decisões, pois como vou conseguir me separar da vida com Joffrey se nem o meu passado com Carly sumiu? As lembranças do meu passado com Carly tomaram conta de mim e lágrimas se despencaram dos meus olhos. Joguei por fim o chip desejando mentalmente que todas as lembranças com ela fossem embora.

Infelizmente na minha mente vinham as frases que ela me falou no dia que decidiu ficar definitivamente com Brad! As frases que mais me cortaram e mais me fizeram sangrar. Eu me lembro de desejar morrer e me odiar pela única coisa que mais amava em mim: ser mulher. Porém eu não servi como um futuro para ela por um único motivo, ser também mulher. Lembro-me da sua amarga voz e dos seus olhos desviando dos meus, a mão dela também tremia e ela evitava a qualquer custo ver as minhas lágrimas caindo sobre as minhas bochechas. Naquela noite ainda ela me beijou e simplesmente foi embora implorando para não tomar sorvete e nem chorar, pois a cortava fazer aquilo também.

– "Decisões são difíceis, eu sei que amo você... Mas eu posso amá-lo também." - Repeti uma das frases dela daquela noite a tanto tempo.

Respirei fundo e limpei minhas lágrimas, afim de que guardar tantas feridas passadas dentro do mais profundo do meu coração.

– Droga de hôrmonios alterados. - Reclamei por perceber que chorei novamente pela Shay. O que há comigo?!

Me recompus depois de uma hora e me arrumei. Fiz uma maquiagem leve, arrumei o cabelo com uma presilha de brilhantes e pendurei no meu pescoço um colar escrito "Amor Eterno". Arrumei também o triplé da minha Cannon e peguei um pequeno controle da câmera. Me preparei e dei play no controle.

– Joffrey, meu amor tenho algumas coisas para te falar. Na verdade são muitas coisas e vou começar pelo início de tudo sobre nós. - Respirei fundo e tentei organizar meus pensamentos para então falar, olhei fixamente para a câmera e sorri triste.

Ele tem o total direito de saber todas as minhas decisões e tudo o que aconteceu nos últimos dias.

Umideci os lábios e comecei a relatar uma história que somente nós dois iremos saber na íntegra pelo resto da vida.


12 horas antes...


– Eu juro, estou perfeitamente bem.

– Mesmo?! Qualquer coisa me liga. - Joffrey me falou docemente na porta do nosso apartamento.

– Está bem, mas prometa que se eu ligar você vem voando. - Falei com um sorriso e temendo que eu tivesse qualquer contração perto dele.

– Voando como um super herói. - Ele prometeu e me beijou docemente. Eu nunca imaginei que teríamos um último beijo. Por isso quando ele se afastou, eu fiz questão de beijá-lo novamente e tentei capturar cada sensação boa que seu beijo me traz.

Eu o observei andar pelo largo corredor e entrar no elevador. Meu coração automaticamente se destruiu quando ele desapareceu assim que as portas do elevador de fecharam. Parece até mentira que está será a última vez que eu vou vê-lo antes de tudo que eu planejei acontecer daqui a duas horas.

Fechei a porta e me certifiquei de capturar na minha mente os detalhes do apartamento. Eu amo as paredes brancas e propícias de rabiscos de crianças! Eu amo como ficou confortável e espaçoso, apesar do espaço da sala e cozinha não serem amplos.

O menor quarto é o nosso, que tinha uma porta no quarto que levava ao quarto dos bebês. Essa porta foi tirada para melhor acesso ao quarto dos gêmeos. O quarto dos gêmeos é o me cômodo favorito. As paredes foram pintadas de bege e a pintura de desenhos como uma árvore grande foi feita. Também tem pássaros "voando" pelas paredes do quarto. Evitamos encher o quarto de pelúcia. Tem dois berços apesar de saber que somente um berço será usado, noite passada o Joffrey demorou muito para montar os berços e montar também uma cama de solteiro perto dos berços.

Com uma dor inexplicável eu vejo duas malas médias com estampas e cores diferentes: uma azul e outra lilás. Tento não chorar. Pego a mala azul com angústia e olho para a mala lilás com mais sofrimento interno.

– Cléo será uma boa mãe para ela. - Eu respiro fundo e tento me convencer dessas palavras.

Outro fato da gravidez de Cléo interessante é que ela optou por não querer saber o sexo do bebê, o que certamente eu não arriscaria nunca cogitar a ideia de fazer o mesmo. Porém foi maravilhoso pra mim, já que o bebê dela é do sexo masculino e pode facilmente trocado para ela pensar ser do sexo feminino.

O bebê trocado terá uma família adotiva que eu escolhi a dedo, com excelentes condições financeiras, excelente comportamento e bons conceitos o Sr. e a Sra. Wilson serão também ótimos pais. Eu também planejei isso e meu amigo internalta, de extrema confiança, fara com que isso realmente aconteça.

Tirei do guarda-roupa a câmera de gravação e peguei um batom vinho também. A câmera deixei em cima da cama ao lado da pequena mala lilás. Andei até um espelho enorme na parede da minha penteadeira e tirei a tampa do batam da MAC. Sem demora escrevi no espelho o seguinte bilhete:

"Nosso primeiro beijo eu usava este batom e como recordação, no dia do nosso último beijo eu te lembro dessa pigmentação de vida nova, amor íntegro e sacrífio. Lembra que a minha vida nova com você me trouxe um amor íntegro e o sacrífio de não ter a minha vida antiga? Apegue-se a isso. Veja o vídeo na câmera. Eu te amo."

Passei o batom nos lábios e beijei o espelho no final de tudo. Com a minha mala e a mala do meu filho, saí do apartamento sabendo que ali ficaria toda uma história de amor repentino e sem continuação. A saga certamente terminaria ali.

Tentei ao máximo evitar as lágrimas. Entrei no meu carro e segui para a Maternidade.


Três horas e trinta minutos depois...


Me sinto cansada ao extremo, porém nada se compara a dar a luz a gêmeos. Meu coração inflamou e as lágrimas pareciam não ter fim. Os sorrisos também foram espontâneos ao ouvir o choro agudo de dos bebês tão pequenos. Eu os vi de longe, pois decidi não pegá-los nos braços. Eu tive medo extremo de não conseguir deixá-los, caso pegasse eles nos braços. Uma menina e um menino.

Inexplicável saber que sou mãe. Simplesmente inexplicável, mas tão ruim saber que não serei na prática. Respirei fundo e tentei descansar, porém minha cabeça latejava. Com quem será que minha menina vai ficar? Com quem?

Depois de todos os procedimentos eu fui passada para um apartamento na maternidade e não demorou para daquela porta entrar uma pessoa que eu desejei ver, mas não esperava ver: Joffrey.

– Você é louca? - Ele perguntou baixo e parecia terrivelmente intrigado.

Nada disse. A verdade é que estou muito cansada até para dizer algo.

– Melanie, eu não posso deixar você ir embora e tirar um dos nossos filhos de mim. - Ele disse tentando controlar a voz e eu o olhei com muita dor. É preciso ser assim.

– Seria muito arriscado. Eu te expliquei. - Fui sucinta, pois tudo que eu tinha para dizer eu falei no vídeo. Falei muito até.

– Você é minha? - Ele perguntou e se aproximou finalmente de mim. Suas mãos acariciaram o alto da minha cabeça.

– Sou. - Falei em um fio de voz.

– Então não vai embora. - Ele pediu. - Eu vou te sequestrar. Eu juro.

Sorri fraco. Sei que ele faria isso. Os olhos do meu amor estavam marejados.

– Não vou mais. Não se preocupe. - Menti descaradamente. Estou na chuva e vou me molhar, custe quanta água custar.

– Prometa. - Ele pediu em meio um desespero e somente então notei seus cabelos loiros bagunçados longos bagunçados.

– Somente se você cortar os cabelos. - Falei e sorri para ele. Seria melhor e uma forma de não reconhecê-lo facilmente.

– Eu corto. - Ele afirmou.

– Então eu prometo. - Falei baixinho e os lábios de Joffrey de pressionaram na minha testa.

Eu fechei os olhos e ele os beijou, continuou a trilhar os pequenos beijos até a minha boca, onde um pequeno selinho foi depositado. O batom vinho ainda estava nos meus lábios.

– Somos pais. - Sussurrei e ele sorriu largamente.

– Temos uma ótima dupla. - Ele falou. - A menina nasceu cabeluda e a cor dos cabelos são negros, querida, ela não "puxou" você mas é tão linda!

– Não podemos controlar a genética. - Meu sorriso cresceu, pelo menos sei agora que minha pequena nasceu com cabelos pretinhos.

– Você deve estar morta de cansada.

– Estou. - Sussurrei e ele assentiu.

Joffrey se sentou no sofá e eu fechei os olhos com intenção de dormir um pouco até saber se a troca fora concretizada.

–---

Acordei com o Dr. Fanning no apartamento e pisquei várias vezes com frio na barriga para saber o que aconteceu. Ele sorriu tristemente e colocou uma cadeira perto de mim. Percebi também que Joffrey não estava mais no quarto.

– Mandei seu marido sair com desculpa de fazer alguns exames. - O Dr. falou com tom profissional.

– Fez a troca de bebês? - Perguntei rápido e senti meu coração saindo pela garganta, minha barriga começou a formigar.

– Jade desmaiou assim que o filho dela nasceu. - Ele começou a comentar os fatos. - Porém esta criança não sobreviveu.

– Eu não disse para matar um bebê. - Falei em um tom mais alto e minha voz falhou no meio da frase.

– Eu não matei. Realmente tentei salvá-lo, mas não teve jeito. - Dr. Faning relatou. - Você sabe que ela iria ter uma menina, mas a menina morreu ao nascer. Então a sua filha recém-nascida passou a ser dela. A hora de nascimento e todas as informações fora passado por ela. Usei uma enfermeira como ajuda para fazer tudo isso e também paguei expressivamente a parte dela como o combinado.

Minha filha será filha de Jade. Demorei minutos para absorver isso.

– Cléo?

– Um menino. - Dr. Fanning falou. - O bebê dela está na UTI com problemas...

– Meu bebê? Meu menino? - Perguntei e o Dr. se ajeitou na cadeira.

– Registrado como filho de Marie Clarie e a mesma morreu no parto, também como o combinado. - Ele me explicou e eu pensei em sorrir satisfeita, mas não consegui.

Agora todo meu futuro foi traçado. Meu futuro inteiro.

– Eles estão bem? - Perguntei referente aos meus bebês.

– Sim, eles estão perfeitamente bem. A semelhança entre os dois visível são os olhos, o nariz e uma pinta de nascença grande nas costas.

Sorri tristemente. Pelo menos eu tive filhos saudáveis.


Uma hora da manhã


Ainda estou completamente inchada, as piores dores da cesaria vinham por agora e o pior é que tenho que ir logo. Já deixei meus filhos e deixarei também Joffrey.

Ele dorme profundamente no sofá, no natural ele já dorme como uma pedra e quando anoiteceu eu pedi para o Dr. Fanning mandar uma enfermeira dar para ele algo para beber com remédio dissolvido. O remédio o fez dormir mais ainda, é claro.

Com os pés descalços fiz esforço para levantar, peguei a minha mala pequena em cima do outro sofá e me dirigi ao banheiro. Me lavei e coloquei uma roupa extremamente confortável, porém quem me visse poderia me julgar mendiga.

Repassei o batom vinho e coloquei a pasta plástica com os documentos para Joffrey debaixo de seu travesseiro. Beijei sua testa e a marca no batom permaneceu. As lágrimas de um último adeus começaram a brotar nos meus olhos.

Saí do quarto e andei devagar pelo corredor. Uma porta de quarto me chamou atenção, com plaquinha escrito: Gabrielly. Um novo bonito e a decoração da plaquinha do quarto também muito lindo. Várias flores de Lavanda rodeavam o nome em destaque, achei tão simples e também tão lindo. Parecido com a plaquinha do apartamento, que estava a segundos atrás, escrito: Rocco. O meu é mais simples e adorável possível, claro que a mãe desse apartamento que eu estava seria Marie Clarie.

Prossegui a minha caminhada somente com uma bolsa de mão, com dinheiro e meus documentos verdadeiros. Entrei no elevador e olhei para o espelho do mesmo, arrumei meu cabelo emaranhado em um coque. Olhei direto para a câmera, caso Antônio quisesse conferir as gravações somente me reconheceria nesse momento. Afinal, cheguei a maternidade com peruca negra e óculos enormes.

Sequei meu rosto molhado e sorri docemente para a câmera. O elevador se abriu e passei pela recepção sem ser parada uma vez sequer. Desci as escadas da entrada principal da maternidade fazendo careta, pois a dor de descer cada degrau é grande. Olhei para os dois lados da rua e não vi ninguém de suspeito. As únicas pessoas ali fora são dois guardas.

Uma pontada no pé da barriga me fez parar de andar e repirar fundo. Ouvi passos apressados, logicamente deve ser um dos guardas. Porém ao me virar para falar com eles e dispensar ajuda, fui surpreendida com um pano tampando minha boca e nariz e uma pancada forte nas minhas pernas.

– Ela acabou de dar a luz, cara! - Uma voz repreendeu alguém. - Vá com calma!

Fora a último coisa que ouvi depois perdendo a consciência.

–--------

Forte dor. Aliás, tudo que eu tenho sentido nos últimos dias é dor. Dor e mais dor pra mim. Como se eu estivesse pedindo dose dupla de dor em algum bar da vida! Minha cabeça dói e todo meu corpo acompanham essa dor. Lentamente abro os olhos e minha visão é embaçada.

Demora um pouco para meus olhos se acostumarem a pouca iluminação e logo minha visão volta ao normal. A primeira pessoa que reconheço é um homem de farda militar e com os olhos vermelhos. Parece não dormir bem a muitos dias. Me assustei com uma coisa e pisquei várias vezes para compreender que o que vejo é real. Os lábios do homem foram costurados com o que parece ser um tipo de metal ou fio metalizado. Ele mau se mexe e parece estar extremamente cansado.

Meus olhos percorrem o lugar e sinto meu coração se ferir ao reconhecer uma mulher do outro lado da sala: Shae. Ela está sem os longos cabelos loiros e os olhos parecem marejados ao me ver. Seu corpo está ferido com queimaduras, cortes e o que parece ser mordidas.Ao meu lado está uma pequena criança, deitada em um colchão pequenino e aparentemente é a menos ilesa de todos os que estão aqui. Ela dorme tranquilamente e é a única a ter um mínimo de conforto.

– Quanto tempo estou aqui? - Perguntei olhando para a Shae, em um sussurro quase inaudivel e ela sorriu fraco.

– Duas horas. - Li o movimento dos seus lábios.

– Como sabe? - Ela apontou para um relógio pendurado na parede. Compreendi.

– Você o fez? - Os lábios dela me perguntaram e eu assenti ao balançar a cabeça positivamente.

– Ninguém iria matar seus bebês, mas Frank precisava morrer. - Shae sussurrou e eu fingi não entender.

– Você passou a informação errada? - Perguntei movendo somente os lábios e não falando nada.

– Somente sobre quererem seus bebês mortos. - Eu li os lábios dela. - Mas o Cão não poderia saber que você estava grávida de gêmeos.

Demorei para entender a última frase, por ser grande e pela minha cabeça ainda doer.

– Você está bem? - Perguntei o que seria inútil, era lógico que ela não estava bem. Era só olhá-la para constatar isso.

– Lembra-se o combinado? - Shae moveu os lábios e olhou para a menina suja de lama deitada em um colchão pequeno.

Balancei a cabeça positivamente.

– Eu o farei. - Sussurrei e ela me olhou com extremo carinho.

– Então estou bem. - Sorri tristemente com as palavras dela.

Estava a anoitecer novamente e minha boca está extremamente seca, as pontadas no pé da barriga eram grandes, o odor do lugar me deixaram naúseas e estava a vomitar novamente. Sim, vomitei duas vezes nessa tarde. Recebi água somente pela tarde, como todos ali. Exceto a pequena Sansa, pois o homem que ficara na porta levava água, alimentos comentíveis para se comer rapidamente de hora em hora. Além de colocar e retirar o pano que vendava os olhos dela.

A porta novamente foi aberta bruscamente e Antônio apareceu com a expressão séria, logo atrás dele, como sempre o homem com feridas grandes no rosto. Ele Trouxe consigo uma mesa média e uma cadeira. Antônio sentou na cadeira com papéis nas mãos e pousou uma caneta preta na mesa.

– Tire as correntes dela, Cão. - Um arrepio percorreu todo o meu corpo, aquele homem não parecia o Cão que eu conheci antes. Não mesmo. Quem foi que fez isso no rosto dele? Porque fizeram? Bom, eu não duvidaria que fosse Antônio.

Observei o Cão falar algo no ouvido do patrão e a expressão de Antônio se endurecer. Somente assim ele me tirou as correntes dos meus pés e pulsos. Ele me colocou com força de joelhos diante aquela mesa e senti que estava em um tribunal muito mal improvisado.

Antônio não me olhou sequer por um segundo, até o Cão colocar o pai de Carly do lado direito do patrão.

– Esses são os papéis do casamento civil, feitos geralmente em um tribunal. Tenho bons contatos, como você deve saber. - Antônio falou em tom autoritario e o Cão colocou duas alianças no dedo mindinho do militar fardado.

– Assine aqui. - Ele me mostrou o espaço em branco em uma linha larga.Fiquei paralisada!

Quis falar que já sou casada, mas quem é casada é a Marie Clarie. Melanie está livre de qualquer compromisso. Olhei de canto para a Shae e ela chorava silenciosamente. Aquilo significava que ela morreria?!

– Só vou assinar se Shae, a Sansa e...

Eu não pude terminar de falar porque em segundos o Cão retirou um facão afiado detrás de si e amputou a mão do pai da Carly. Eu gritei com o horror e fechei os olhos rapidamente. Ele não fez isso, repeti para mim mesma. Porém eu escutei um gemido estridente, agudo e que certamente perfurou a minha alma. Pude também ouvir o choro de uma criança, obviamente de Sansa e ainda pequenos gritos de horror de Shae. Abri os olhos e me deparei com algo sub-humano. O militar extremamente machucado e debilitado, rasgou os lábios ao gritar de dor. Sangue sem fim jorrava pelo chão e pela parte da mesa. Olhei para Antônio que tinha os papéis erguidos e gritei com o horror daquela cena.

Como uma pessoa é capaz de fazer isso com outra pessoa?!

– Você não tem muitas opções. - Charlie falou rispidamente.

– Ele pode morrer lentamente ou pode morrer rápido, sem muita dor ou com muita tortura. - Antônio começou a falar. - Assine os campos em brancos agora.

Somente agora percebi meu rosto molhado, lágrimas descem sobre meus olhos e eu respiro fundo. Este lugar cheira morte. Me levantei do chão lentamente e me inclinei para os papéis. Assinei em todos os campos em branco necessários. Minha letra saiu trêmula. Os gemidos agudos de dor do homem no chão pertubaram a minha alma.

– Pronto. - Sussurrei vencida.

Charlie pegou o facão e enfiou o facão no coração do homem. Eu fiquei paralizada com essa brutalidade, ele não parou mais de dar facadas no pai da Carly e vomitei ali mesmo. Foram incontáveis o número de vezes que o Charlie perfurou o corpo do homem com facadas.

– Mande-os entrar! - Gritou Charlie para alguém que não vi. Quatro homens entraram na sala e Antônio me colocou no lugar onde eu estava. Voltou a acorrentar meus pés, porém deixou minhas mãos livres. Ele pegou a mão amputada encharcada de sangue e retirou os anéis do dedo morto. Colocou uma aliança em mim e me fez colocar uma aliança nele. Algo mais romântico do que isso, somente casar entre chamas. Dois homens tiraram o corpo do pai da Carly do local.

– Aproveite o show! - Ele falou seriamente. - Se você mentir pra mim, fazer menção de fugir ou pensar que manda em algo terminara como ela.

Antônio apontou para Shae.

– Eu tive um filho somente. - Falei em um sussurro e com o frio na minha barriga crescendo.

– Não quero saber nada hoje. Talvez daqui a três dias. - Antônio disse e me analisou com raiva.

– Pode verificar tudo sobre mim. - Eu falei e ele sorriu ironicamente.- Farei isso com um cozinheiro bom nisso.

Eu sei, pensei. Mal sabia o Antônio que o cozinheiro que ele conhece é o mesmo cozinheiro amigo meu. Ou melhor, meu amigo internalta, chamado de S6102B e vulgamente conhecido como S61.

– S61 vai descobrir os podres dessa aí. - Cão se pronunciou e eu permaneci calada. Os dois homens que saíram com o corpo do homem fardado, voltaram rapidamente. Antônio assentiu com o Cão.

– Façam logo isso. - Antônio ordenou e dois homens tiraram Shae das correntes. Jogaram-na no meio no "quarto de torturas".

Charlie se aproximou dele e sussurrou algo no ouvido do patrão. Notei que Antônio manteve-se com expressão mais dura e cuspiu ao olhar a antiga mulher.

– Ela merece isso. - Cão falou alto e o patrão concordou.

– Merece sim.

– Então se junte a nós. - Charlie sugeriu e Antônio andou em direção a porta.

Ele parou e percebi que encontrou o olhar de Shae. Um olhar desesperador. Ele pareceu sofrer ao vê-la naquele estado físico.

– Ela praticou o incesto. - Charlie falou rapidamente. - Ela te traiu, te fez de idiota e ainda tentou agredir a nós, seus fiéis servos.

Antônio encarou o cachorrinho dele com dó.

– Quer dizer: agrediu a você!

Como uma bomba, eu compreendi! Shae fez essas marcas no rosto dele. É claro. Por isso tanto ódio. Minha cabeça parece que vai explodir com tanta coisa acontecendo em tão pouco tempo!

Antônio saiu e Charlie tirou a venda de Sansa que chorosa copiosamente. Eu observei os homens tirarem os cintos das calças e não acreditei no que poderia vim. Me aproximei de Sansa e tampei os ouvidos dela.

– Feche os olhos, querida. - Pedi em uma súplica.

– Eles vão matar a mamãe? - Sansa perguntou em meio as lágrimas. - Eu não quero perder a minha mãe.

Somente eu ouvi a voz fina e baixa de Sansa. Eu a apertei contra meu corpo e ela se apertou em mim. Cão e os quatro homens abusaram de Shae durante horas seguidas. Os gritos dela eram dolorosos. Eu me amaldiçoei por não ter força física para machucar esses homens e livrá-la disso. Eu não tenho nada perto para matá-los e assim livrar Shae dessa dor. A única coisa que tenho é medo de que toquem na Sansa. Somente isso e somente por isso que fiquei quieta. Sansa em meus braços não parava de chorar e eu fazia o máximo para ela não ouvir nada. Porém foi inútil. Os xingamentos contra Shae eram fortes e a usaram de todas as formas possível, produzindo barulhos altos.

As lágrimas também escorriam por minhas bochechas. Eu quis morrer no lugar de Shae, eu quis ter super poderes e matar todos eles, eu quis que nada disso tivesse acontecido e por fim eu quis que somente terminasse logo. Um dos homens pegou um pedaço de pau e bateu fortemente na cabeça de Shae. Os gritos dela me cortaram mais uma vez. Fechei os olhos fortemente e outro grito agudo saiu da boca dela. Depois de segundos um grito mais forte e mais dolorido. Minutos se passaram e eu não ouvi mais nada. Abri os olhos e os homens se vestiam, com respingos de sangue na roupa. Charlie jogou um lençol branco sob o corpo de Shae e eu não ousei em olhá-lo.

– Chame ele. - Ordenou o cachorrinho.

O lençol branco era fino e definia o corpo de Shae, pois o pano pregou em seu sangue. A mão direita dela ficou para fora e os dedos dela mexeram. Eu suspirei. Ela ainda está viva. Sansa abriu os olhos e sussurrou dolorosamente a palavra "mamãe". A pequena me olhou como se pedisse para eu fazer algo, mas eu não sei o que poderia fazer para impediar o pior.

Antônio chegou e Charlie entregou para ele uma arma.

– Faça. - Sugeriu o cachorro atrás dele, falando ao pé do ouvido dele e Antônio não parecia nada sóbrio.

– Eu não posso.

– Ela merece morrer rápido, pois você a ama. - Cão disse com um argumento que fez o outro homem apertar no gatilho. Ele ficou persuadindo o patrão mas este o repreendeu com um soco no estomago, assim o cachorrinho parou rapidamente de falar. Porém, detrás de Antônio manteve um sorriso satisfeito.

Antônio apontou para a cabeça de Shae.

– Eu te amei tanto. Porque você me traiu com mentiras e com seu irmão?

A pergunta não foi respondida, primeiramente porque Shae parecia quase morta e depois porque ele atirou em seguida. Sansa gritou alto, em desespero total e depois gemeu de dor ao ver que a mãe morreu. Antônio saiu da sala sem olhar para ninguém, mas seu companheiro tirou o lençol de cima da Shae e a chutou para perto de mim e da pequena Sansa. A menina conseguiu tocar no rosto da mãe e fechou os olhos dela, que estavam abertos. Ela parecia querer beijá-la, abraçá-la e se despedir com carícias. Mas não a alcançou de forma pudesse fazer alguma dessas coisas.

Eu estou destruída, arrasada e com outra visão do mundo.

Charlie com certeza é a pior pessoa que já conheci na vida e parece não brincar quando o serviço é torturar, matar e traumatizar. Sansa me olhou nos olhos e fez menção de querer falar algo.

– Não me abandone com eles, por favor. - Ela pediu copiosamente e eu chorei abraçando-a.

– Jamais. - Prometi e desejei intensamente cumprir a promessa.


Dois dias se passaram e o corpo de Shae começou a entrar em decomposição. Eu e Sansa estamos fracas, morrendo de fome e de sede. O cheiro de carne podre era insuportável. A tristeza rondava o lugar e não conseguimos dormir direito. Sansa chorava sempre e nenhuma palavra saiu mais de sua boca. Certamente isso jamais saira da nossa mente: os detalhes dos machucados do corpo de Shae e o corpo dela entrando em decomposição, o cheiro ruim de carne podre, a fome e a sede.

Fechei os olhos e tentei me concentrar na minha última lembrança boa: o último beijo de Joffrey. Infelizmente as imagens de morte e os gritos de Shae tomaram conta do meu pensamento. Já não tenho mais lágrimas para chorar, nem forças físicas e muito menos emocional. Sansa está fraca e muda. Portanto, ela está mais traumatizada que eu.

A porta se abriu e um homem me tirou dali. Olhei para trás e outro homem estava levando Sansa. Minha visão embaçou e o cansaço extremo me venceu. Pensei ter sido apoiada em algo macio. Antes de tentar conferir, a escuridão tomou conta de mim e nada mais vi.

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Terminos as revelações do passado da Melanie :} Que venha Seddie agora né?! KKK

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AGRADECIMENTOS S2 ONE




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Notas finais do capítulo

Eu realmente tentei fazer compreensível esse capítulo, porém, se caso não tenha dado certo me fala e eu retiro as dúvidas. Pessoal, o próximo capítulo não será o capítulo 25 PASOKPOASK' E sim um flashback especial SEEEEEEEDDIE... Dicas: Se chama "Escada de incêndio" e a mishelle e o hugo vão aparecer. | Bem, é isso por hoje. Segunda ou terça eu posto o próximo capítulo, I'm promisse. xoxo da Jaqs s2