De noite, enquanto todos dormiam, Joanna chorava baixinho no banheiro. Suas mãos trêmulas, seguravam uma gilete e enchiam a banheira até a borda onde ela entrou e quase ficou submersa pela água.

Ela ainda segurava a gilete firmemente enquanto as lágrimas desciam pelo rosto delicado da menina. Joanna pousou sua cabeça na banheira e de olhos fechados, lembrou-se por que ela queria que a sua vida acabasse.

Joanna estava feliz, tinham acabado de conta-la que Dean Winchester, o homem mais lindo e popular do colégio, estava apaixonado por ela. E como ela sempre o amou, acreditou no que a garota dissera mesmo sabendo que nenhuma pessoa do colégio falava com ela. Dean Winchester até que a tratava bem quando ninguém estava olhando mas quando ele se juntava com seus amigos, fingia que nem a conhecia. Joanna pensava que ele finalmente tinha tomado coragem para assumir que gostava dela. Na sexta-feira, Joanna cometeu o maior erro da sua vida: Ela decidiu se declarar para Dean Winchester ignorando todos os protestos de sua mente que diziam para ela não fazer isso.

— Dean! - Joanna se aproximou do rapaz que estava encostado em seu armário mexendo em seu celular distraidamente e quando a viu, levou um susto pois haviam muitas pessoas no corredor.

— Jo, eu já não te falei que não é para você vir falar comigo aqui no colégio? - Ele fez uma expressão assustada, pegou a loira pelo braço e a conduziu para o outro corredor que estava completamente vazio.

— Me desculpe Dean! mas é que eu tenho uma coisa para te contar eu... não aguento mais guardar todos esses sentimentos só para mim eles tem que ser compartilhados com o dono do meu coração... você! - Dean arqueou uma sombrancelha visivelmente surpreso pela revelação da menina. Ela era linda mas todos a excluíam e ele não entendia o por que disso ele sabia que não podia falar com ela na escola pois ele tinha uma reputação a zelar e para Dean isso era muito importante.

— Como assim Jo? - Dean franziu o cenho enquanto Jo olhava firmemente em seus olhos. Ele ainda não acreditava nas declarações dela.

— Dean, quando eu olho para você, eu vejo cores, cores lindas! Meu coração bate acelerado em meu peito e eu não aguento mais ver você fingindo que não sente o mesmo por mim... Eu sei que você me ama a Ana me contou ontem. - Dean olhava perplexo para a loira que dava um sorriso que iluminava tudo a sua volta. Ele sentia algo desconhecido pela loira mas nunca cogitou a possibilidade de estar apixonado por ela.

— Jo... eu... - Quando Dean ia tentar formar uma frase coerente para dizer para Jo que não a amava, formou-se uma multidão na frente dos dois lideradas por Ana.

— Como ela é bobinha gente! coitadinha da Joannazinha... Você achava mesmo que o Dean iria amar uma garota como você? - Joanna olhou para os lados atordoada, as lágrimas já embaçavam sua visão mas ela se via obrigada a não derramar nenhuma lágrima ali. Jo ainda não acreditava em tudo o que estava acontecendo em sua volta. Várias pessoas estavam ali rindo das barbaridades que Ana estava dizendo.

— Como assim? Você disse que o Dean me amava! - Joanna exclamou e toda a multidão ria e debochava da menina que não pôde impedir a enchurrada de lágrimas que saíam de seus olhos, Dean permanecia quieto. Ele estava em um dilema: Defender Joanna ou continuar quieto? Ele tinha uma reputação a zelar e se defendesse a Jo, ele estaria acabando com a sua popularidade.

— Você é tão iludida, garota! Chega a dar pena! você acha que Dean Winchester iria olhar para uma garota como você? sem graça, insossa e sem amigos? NUNCA! - E a multidão se pôs a rir junto com Ana que olhava a tudo com um brilho sombrio no olhar.

— Pensei que você fosse meu amigo Dean. Você disse que quando chegasse o momento certo, você diria para todos que tinha uma amizade comigo... Vejo que você é um covarde! Agora eu sei que você nunca diria a todos que é meu amigo! voce sempre teve vergonha de mim. Eu te odeio Dean! - Joanna despejou aquelas palavras em cima de Dean que ficou estático por uns minutos. Não aguentando mais ficar ali, Jo saiu correndo sendo zoada por todos. Enquanto lembrava de tudo, lágrimas e mais lágrimas teimavam em cair. A verdade é que ela ainda amava Dean com todo o seu ser mesmo querendo odia-lo ,ela sabia que sempre lembraria de sua imagem na sua frente sorrindo, o Dean que ninguém jamais vira somente ela.

Joanna olhou mais uma vez para a gilete em suas mãos e olhou para seu pulso. Ficou assim por longos minutos e logo criou coragem para perfurar seu pulso com a gilete. A dor logo a alcançou e lágrimas grossas começaram a sair pelo rosto da loira e o sangue logo tingiu a água da banheira de vermelho. então, ela encostou sua cabeça na banheira de novo e fechou seus olhos ignorando a dor, ignorando tudo pensando só nas cores lindas que via quando Dean se direcionava a ela e assim, ela adormeceu.

Alguns dias depois...

Dean estava sentado em embaixo de uma árvore. Estava imóvel, pensativo, estático. Se lembrava do que havia acontecido a Jo a alguns dias atrás. Ela havia cortado seu pulso, atingindo uma veia e sangrando até a morte. Ele poderia não ser muito inteligente, mas sabia muito bem que ele era o causador de sua morte.

Ele se sentia culpado por não te-la defendido da Ana. Pior: ele se sentia um covarde. Ele só queria que tudo fosse um pesadelo e que ela acordasse. Queria poder cura-la era o que ele mais desejava. Na noite em que ela se matou, ele descobriu que a amava... Que ele também via as mesmas cores que ela via nele quando ela sorria.

Dean se sentia um estupido por não ter dado valor para Joanna, por não te-la abraçado quando ela precisou e por não ter descoberto todos esses sentimentos antes... Se sentiu o pior cara do mundo por não ter feito nada para defendê-la e essa culpa, ele carregaria o tempo todo e sempre se lembraria da Joanna... A única que o entendia e a única que viu a sua verdadeira face. Ele só queria que ela estivesse com ele agora, queria poder cura-la e ver as cores tão lindas de novo que reluziam claramente em seu rosto de boneca.

Ela poderia estar até adormecida, mas sempre permaneceria acordada em seu coração e sua mente. E derramando uma lágrima solitária, Dean se permitiu sentir a brisa leve que tocava seu rosto o fazendo fechar os olhos e se permitir ser invadido pela eterna lembrança de Jo, a menina meiga do sorriso perfeito que emanava cores lindas, cores que ele só via quando olhava para ela.