Blaine acorda com frio, coma sensação de que algo estava faltando. Abre os olhos devagar e demora uns instantes para lembrar onde estava. Em Ohio. Na cama de Kurt. Kurt. Era isso o que estava faltando. Por um momento se sentiu mal por ter sido deixado sozinho pelo garoto, mas por que motivo nesse mundo ele se preocuparia em esperar Blaine acordar? Não é como se eles estivessem namorando ou algo assim. O homem desce as escadas ainda cambaleando de sono e ao sentir o cheiro dos ovos e do bacon, seu estômago manifesta sua fome. Chegando à mesa, encontra o menino mais novo tomando seu café da manhã com um sorriso enorme no rosto.

- Alguém está animado! – Blaine fala e Kurt concorda com a cabeça. – Posso saber por que?

- Bom... Hoje nós vamos almoçar fora... Como meu melhor amigo – Blaine sorriu com essas palavras. – Acho que você deveria ser apresentado à... Uma pessoa bem especial pra mim...

Uma pessoa bem especial? Eu que sou uma pessoa bem especial. Blaine pensou. Sentiu o ciúme – não, isso com certeza não é ciúme – invadir seu cérebro, mas ainda assim conseguiu forçar um sorriso. Quem essa pessoa especial poderia ser? Deve ser uma grande amiga. Kurt nem tem namorado. Ou será que tem?

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Até a hora do almoço, as horas pareceram passar mais rápido do que deveriam para Blaine. Chegaram ao Breadstix e Kurt puxou o homem pela mão com imenso sorriso e animação. Dentro do restaurante, ele soltou sua mão rapidamente e escaneou o lugar com os olhos procurando pela tal “pessoa bem especial”. Então suas bochechas se tornaram cor-de-rosa e ele levantou a mão em um pequeno aceno, para depois dirigir-se a mesa onde um garoto vestindo o uniforme da Dalton e com os cabelos castanhos modelados em um topete.

- Blaine, esse é Sebastian, meu namorado. Seb, esse é Blaine, meu melhor amigo. – O garoto moreno se sentiu enciumado pelo fato do menino mais novo ter um namorado, mas orgulhoso com o título de melhor amigo.

- Prazer. – Blaine disse estendendo a mão, que Sebastian chacoalhou em um cumprimento.

- O prazer é todo meu. – Disse o warbler em um tom mais bajulador do que o necessário, o que fez Blaine desconfortável.

Diferente da manhã, o tempo no restaurante parecia caminhar em passos lentos e curtos, demorando uma eternidade pra passar.

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À noite os dois meninos sentaram na cama de Kurt e conversaram sobre os mais diversos assuntos. Assuntos que depois de ir e vir acabaram em Sebastian.

- Blaine?

- Hm?

- O que você achou do Seb?

- Ele parece ser uma cara legal... Mas mesmo assim... O importante é o que você acha dele... – O homem falou segurando todos os insultos que vieram em sua cabeça ao lembrar-se do indesejado.

- Eu gosto muito dele... E ele beija bem...

Beijar? Kurt é muito novo pra beijar... A não ser que a pessoa que ele tá beijando seja eu. O que? Cala a boca, Blaine! Mantenha os sentimentos platônicos! O garoto é cinco anos mais novo que você. Blaine pensou, mas conseguiu mostrar um sorriso.

- Tá bom... Já chega... É hora de dormir. – Blaine falou rezando para encerrar o papo.

- Blaaaineee... Eu não sou mais criança! E não to com sono. – O menino falou e soltou um bocejo.

- Uhum, sei. Vem vamos dormir.

- Você vai dormir aqui de novo?

- Se você quiser...

- Eu quero. – Kurt falou e suas bochechas coraram.

Novamente eles caíram no sono um nos braços do outro, como nos velhos tempos, Como bons amigos. Para Blaine, a sensação de ter o Kurt tão próximo a ele o fazia se sentir como se ele fosse uma “pessoa bem especial” para Kurt. O que de um modo ou de outro, ele era.