Fate Aporia escrita por RukasuStorm


Capítulo 4
Capítulo Dois - Mestre




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     - Eu sou Susanoo no Mikoto, Saber! - Exclamou o homem, erguendo sua espada aos céus. Relâmpagos iluminavam a já escura noite. Trovões ecoavam pela cidade.

     - Susanoo... no Mikoto?! - Ren se espantou, não esperava que uma divindade fosse invocada para a guerra do Cálice Sagrado.

     - Ren! - Archer voltou-se para seu mestre, o olhou em seus olhos.

     - Archer...

     - Não intimides tu pela identidade de nosso inimigo. Inclusive, tal fato nos traz vantagens. - Explicou a servant.

     - Tem razão, Archer... - Ren se conformou.

     - Então, continuaremos nossa batalha, garota? - Saber perguntou.

     - Obviamente. - Respondeu ao pedido. Archer retirou outra flecha e o posicionou em seu arco.

     - Se este homem que vemos em nossa frente é ninguém menos que Susanoo no Mikoto, esta espada em suas mãos seria... - Ren refletiu.

Archer repetinamente disparou a flecha que anteriormente preparou. Um fortíssimo clarão foi gerado. Aparentemente este projétil teria sido mais poderoso que o primeiro.

     - Inútil. - Saber murmurou. Estava na mesma posição, aparentemente sem qualquer movimento, conseguiu interromper o rumo da projeção.

A seta se localizava cravada no chão, ao seu redor a vegetação foi consumida por chamas.

     - Percebo que esta forma de combate não irá funcionar contigo, Saber. - Archer notificou. - Me vejo obrigada a assumir outra posição.

Das costas de Archer surgem duas enormes asas de plumas inteiramente brancas. Sua envergadura total deveria ser em torno de quatro metros.

     - Archer... Quem é você? - Ren se questionava.

Archer alçou voo. Bateu suas magnificas asas e em instantes subiu aos céus.

     - Acredita mesmo que aumentando a distância de seus ataques vai conseguir me acertar? - Saber mostrou um sorriso em seu rosto.

     - Não sejas tolo, Saber. - Exclamou Archer.

A garota retira de sua aljava três flechas, e simultaneamente as atira de seu arco.

     - Múltiplas flechas? - Questinou Saber. - Ainda inútil.

Ele ergueu sua espada de forma defensiva.

     - Não apenas três! - Archer em uma velocidade sobre-humana dispara uma quantidade interminável de flechas. De uma visão externa aquilo era semelhante a fogos de artifício, talvez um gigantesco show de luzes.

     - Isso é...! - Ren não teve tempo para fugir, apenas cubriu os olhos e face de tamanha luz.

A colossal centelha causada pelo ataque se encerrou. Todo o solo praticamente estava perfurado por flechas, assim como quase toda a grama queimada. Saber ainda estava lá, entretanto, desta vez não se encontrava ileso. Apenas duas daquelas flechas conseguiram acertá-lo, uma foi capaz de feri-lo o braço, a segunda por sua vez chegou a perfurar seu ombro. Mas o que realmente espantou foi que sua adversária estava em sua frente, lhe apontando uma última flecha em seu peito. Os dois permaneciam imóveis.

     - Usou aquela quantidade absurda de flechas, mesmo sabendo que era inútil, simplesmente para se aproximar de mim? - Saber a perguntou. - Uma estratégia arriscada, penso eu.

    - Eu realmente duvido que sejas capaz de desviar minha flecha desta distância. - Respondeu. - Eu como um servo da classe dos arqueiros já esperava que fosse necessário alguma estratégia deste tipo.

     - Então ataque. - Saber sussurrou. - Não disse que eu não irei desviar.

     - É isso que irei fazer. - Exclamou.

A ponta da flecha brilhou. Aquela era mais poderosa do que todas as outras disparadas.

     - Vita Nuova! - Archer gritou o nome. A última flecha foi disparada.

Um clarão mais forte até do que o causado pela chuva de flechas tomou o lugar. Novamente Ren protege seus olhos com seus braços.

     - É o fim, Saber... - Disse Archer. - Retorne ao salão dos heróis.

A luz cessou, o corpo de Saber estava caido, ao lado da cabana. Aparentava estar inconsciente. um enorme ferimento estava em seu peito, do buraco gerado em suas roupas via-se a queimadura.

     - Você conseguiu! Archer! - Exclamou Ren.

     - Mulher... - Saber murmurou. - Cure-me.

     - Ainda consegues falar, Saber? - Archer questionou.

     - Como...? - Perguntava-se Ren.

     - Este foi um golpe poderoso. - Saber se levantou, com um pouco de dificuldade. - Talvez seria capaz de derrotar outros servos com facilidade, mas eu não sou qualquer servo. - Respondeu. - Não serei derrotado de tal forma patética.

Ao seu lado apareceu uma jovem, a garota que se vestia como uma Miko, sua Master. De longos cabelos negros e olhos profundos de mesma cor.

     - Me cure logo, mulher! - Saber ordenou a sua mestra.

     - Claro, Saber. - A jovem ergueu sua mão em direção ao servo. Em questão de segundos, os três ferimentos causados por Archer estavam, não totalmente curadas, mas já não atrapalhavam mais o guerreiro.

Durante o ato, Ren a observou, em sua mão direita estava uma marca, semelhante a que ele mesmo possuía.

     - Então é você é o mestre do Saber? - Perguntou Ren.

     - Acredito que não há necessidade em responder. - Disse a garota. - Sou a guardiã deste templo, e também estou participando da  Guerra do Cálice Sagrado.

Um guizo foi ouvido entre os arbustos. Todos os quatro olharam diretamente para lá.

     - Não nos tiremos a atenção. - Disse Saber, rindo. - É apenas um animal perdido.

Após aquilo, o silêncio perdurou. Entretanto, enquanto isso, em outra região daquela floresta, Ariel Clowford, Master do Assassin, espera algo, de braços cruzados, aparenta estar impaciente.

    - Parece que a luta atraiu outros Masters também... - Murmurou a jovem garota.

Uma sombra rapidamente a atacou, foi tempo insuficiente para olhos humanos sequer perceberem o assalto. Apenas ao término foi possível entender o que ocorreu naquele curto espaço de tempo.

Ali estava outro servo, desta vez,  Lancer, um guerreiro trajando uma belíssima indumentária chinesa. Segurava em mãos um enorme bastão, dourado de extremidades negras, apontado para as costas da garota, que por sua vez era defendida por um soldado de armadura medieval erguendo uma espada.

     - Não pensou mesmo que ataques surpresa funcionariam comigo, não é mesmo? - Disse a garota.

Outra garota sai por de trás das árvores, esta ruiva, Master do Lancer.

     - Então é você, a herdeira dos Rötemann. - Retrucou Ariel. - Elise Rötemann.

     - E a herdeira dos Clowford, Ariel. - Respondeu a garota, Elise.

     - Não pense que pode me enfrentar aqui, os números estão contra você. - Informou Ariel. - Se quer algo, diga loga.

     - Por que subestima meu servo? - Perguntou Elise.

     - Não estou subestimando seu servo. - Ariel se virou. - Só estou afirmando a superioridade do meu. Há outros treze soldados como este espalhados numa área de vinte metros ao meu redor, que podem ser ativados por gatilhos a qualquer momento por mim. Se tentar alguma coisa, garanto que posso lhe matar mais rápido do que possa agir.

     - E por que não o fez ainda, se pode? - Questinou a outra mestra.

     - Minha intenção aqui não é matar mestres, e sim seus servos. - Respondeu. - Entretatanto não quer dizer que eu não o faça.

     - Compreendo seu ponto. - Elise conformou. - Lancer.

O guerreiro retirou-se de sua pose de batalha, a arma sumia de suas mãos. Com um salto, se posicionou ao lado de sua mestra.

     - Duvido que tenha vindo aqui apenas para tentar me matar. O que quer? - Perguntou Ariel.

     - Eu desejo um serviço.

A família dos Clowford, uma das famílias mais tradicionais de magi por toda a Europa, é conhecida pelos seus trabalhos como mercenários. Normalmente não apoiam nada ou ninguém, porém, em troca de dinheiro, itens ou até mesmo outros serviços, eles oferecem sua lealdade temporária.

     - Você compreende que estamos em meio a uma guerra, e que somos inimigas?

     - Sim, eu compreendo. - Elise respondeu. - Porém acredito que você não rejeitará um trabalho.

     - Óbvio que não, mas se, apenas por acaso, este trabalho me prejudicar nesta guerra, serei obrigada. - Ariel informou. - O que exatamente você quer?

Elise colocou uma de suas mãos em um dos bolsos de sua jaqueta. De lá retirou um envelope, ela o arremessou para a outra garota, que a segurou.

     - E o que seria isso? - Questinou.

     - A carta de um dos mestres. - Notificou Elise. - Ela não chegou a mim por meio de familiares, ele aparentemente a mandou pelo correio comum, acredito que esta zombando dos outros Masters, conhece onde habitam.

     - Realmente, foi uma grande ousadia por parte dele. - A garota observava a carta. - E sequer há o endereço do remetente.

     - Leia o conteúdo da carta. - Pediu Elise.

Com cuidado Ariel abriu o envelope e de lá retirou uma folha de papel. Começou a ler o seu texto, curto.

     - Então ele está convidando todos os outros mestres para um jantar? Se eu entendi bem.

     - Exatamente. - Respondeu Elise. - Acredito que ele tenha enviado esta a carta a todos.

     - E onde entra o meu serviço nisso? - Questionou Ariel.

     - Leia a assinatura.

A garota virou seus olhos para a última linha daquele papel, de forma bem discreta algo estava escrito.

     - 'Assinado, Master do Lancer'. Entendo. - Respondeu. - A menos que uma corrupção no Graal tenha causado a invocação de dois Servants da mesma classe, isto é obviamente uma mentira, uma vez que acabei de ver o seu servo, a menos que a demagoga seja você. Aliás, até seria mais fácil de acreditar neste homem, o seu Lancer não chega a usar uma Lança.

     - Idependente de qual deles seja o verdadeiro Lancer, sou eu que estou lhe contratanto. - Respondeu Elise.

     - Sim, claro, continue, por favor.

     - Enfim, quero que você vá neste jantar, com meu nome. - Respondeu Elise.

     - Você quer que eu me passe por você? Não era melhor apenas não ir? - Questionou.

     - Eu estarei vigiando o local, mas não quero me envolver. - Retrucou Elise - Quero que a informação de um 'falso Lancer' fique apenas entre mim, você e o mestre deste.

     - Acredito que esta informação não seja tão valiosa a este ponto. - Respondeu Ariel. - Entretanto, também acredito que isso possa me ser útil, de alguma forma.

     - Então aceita o trabalho?

     - Sim. - Respondeu, de um de seus bolsos ela tira uma pedaço de papel, estava praticamente todo escrito, exceto pelo final, onde havia apenas uma linha negra.

     - Isto é?

     - O contrato padrão dos trabalhos da família Clowford. Ele faz com que estejamos em trégua até o fim do cumprimento do mesmo. Inclusive, o seu Lancer está proibido de deixar a forma espiritual até o fim do contrato, sujeito a quebra deste. Compreende? - A garota tirou de seu bolso uma pluma branca, em sua ponta a tinta.

     - Claramente.

     - Assine aqui. - Apontou para a região em branco e entregou-lhe a pluma.

Elise a segurou, e assinou aquele papel com a tinta negra. Em uma perfeita caligrafia, ali está assinado 'Elise Rötemann'.

     - Então aqui está feito nosso contrato. - O papel desparecia em chamas da mão de Ariel. - Espero que não se arrependa.

     - Não irei. - Respondeu.

Durante o diálogo entre as duas mestras, a batalha entre Archer e Saber continuou interrompido, o silêncio não foi quebrado. O mestre da garota angelical trocava olhares com a mago que invocara seu adversário.

     - Você é... - A jovem sussurou. - Eu já te vi anteriormente. - Comentou.

     - O quê? - Questionou o garoto.

A mulher levantou sua mão direita contra o garoto, um círculo brilhante apareceu por de baixo dos seus pés. Sua expressão foi de total surpresa.

     - A... Archer! - Exclamou por ajuda.

     - Ren?! - A servo se virou, observou o estado de seu mestre. Em uma velocidade absurda avançou contra a sua adversária.

     - Saber!!! - Ordneu a mulher.

Em uma velocidade igual ou maior a de Archer, Saber interrompe o assalto. Com sua espada ele a mantém parada contra o seu arco metálico.

     - Ren! - Archer gritou preocupada. Um movimento equivocado em sua posição poderia causar sua morte, mas a mesma não poderia deixar seu mestre em tal estado.

O circulo aos pés de Ren se movia para cima, prendeu seus braços contra sua cintura. Aquilo era alguma técnica de selamento, desconhecido pelo mesmo.

     - O que está fazendo? - Ren questionou os motivos da adversária, enquanto tentava inutilmente se soltar.

     - É um magus falho. - Descreveu.

     - Falho?

     - Um magus capaz de invocar um servo deveria ser no mínimo capaz de escapar de uma magia tão simples. - continuou. - É um magus falho.

O rosto de Ren demonstrou raiva, mas não podia descordar. Não havia como responder a este argumento.

     - Acredito que lhe matar agora ou depois não fará diferença.

Ren se preocupou. Não conseguia ao menos falar nada.

     - Ren! - Archer exclamou.

Em um dos movimentos que repetia, Ren deixou sua carteira que estava em seu boslo direito escapar, a mesma caiu-se no chão, aberta.

     - Isto é... - A moça observou.

Conseguiu, por mais que distante, observar um documento que estava naquela carteira, não tão grande, estava escrito dois ideogramas a qual ela reconhecia.

天島

     - Ame... Ameshima?

A mesma relaxava seus músculos, Ren era liberado do selo que o prendia.

     - O quê? - Estava pasmo, não entendeu o que acontecera.

     - Vamos, Saber. - A garota se virou, continuou a andar ao interior do templo.

Saber assumiu a forma espiritual, em pequenas luzes ele se dissipou. Acompanhou sua mestre.

     - Por que nos poupaste, sacerdotisa? - Archer questionou.

     - Como disse, mate-lhes agora ou depois, não fará diferença. - Apenas virou a cabeça, novamente retornou ao seu caminho.

Ren e Archer terminaram esta batalha sem entender os objetivos de seus adversários.


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