Changing Life. escrita por Amanda C


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem apareceu, gente UHAUAHAUAHAUA. Mil desculpas pela demora. Aconteceu umonte de coisa com esse capítulo da fic. Tive que reescrever ele VÁRIAS vezes, uma droga! E criatividade não brota em árvore, né? Prometo não demorar com o próximo. E já que eu não posto todos os dias, fiz um capítulo ENORME pra vocês. Ah, não se esqueçam de comentar, ok? Boa leitura (:



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POV: Rachel.
Estraçalhada. Era assim que eu estava me sentindo. Meu corpo inteiro doía, como se um caminhão tivesse passado por cima dele. Minha cabeça latejava, e eu sentia uma dor insuportável no estômago. Iria vomitar a qualquer momento. Apoiei a cabeça na parede, derrubando todas as mercadorias que eu ainda mantinha entre os braços. Precisava ir a um banheiro urgentemente. Estava prestes a fazer isso, quando notei um garoto correndo até mim. Tudo girava ao meu redor. Eu o olhei, tentando visualizar sua aparência, sem sucesso. Minha tontura aumentou, e eu senti uma necessidade imensa de fechar os olhos e dormir. Eu estava prestes a desmaiar dentro de um mercado. E ainda por cima estava usando um vestido. Que ninguem veja minha calcinha rosa de bolinhas amarelas! Meu corpo amoleceu, e minhas pernas não me obedeciam mais. Estava prestes a cair, quando dois braços seguraram minha cintura, amparando-me. Senti um perfume masculino extremamente gostoso, e uma voz calma, suave, falou perto do meu ouvido:

- Ei, está tudo bem. Vou tirar você daqui, ok? - Essa voz. Eu já ouvi essa voz antes, em algum lugar, só não sabia onde. Fechei os olhos, tentando amenizar a tontura.

- Vamos, Rachel. - Só podia ser um garoto. A voz rouca indicava isso. E o perfume gostoso, tambem. Só um homem teria um cheiro tão sexy. Senti ele me levantar do chão, e a sensação que o movimento provocou não foi das melhores. Meu enjôo só aumentou. Ouvi uma outra voz, mas não consegui prestar atenção no que ela dizia.

 - Vamos, pequena. - Pequena? Se eu não estivesse tão mal teria sorrido pelo apelido carinhoso. Ninguém nunca havia me chamado de pequena antes. Tentei abrir os olhos, pois queria ver o rosto do garoto, mas só consegui visualizar um borrão, antes de fecha-los novamente, e dormir.


[...]


QUE DOR DE CABEÇA DOS INFERNOS É ESSA? Meu estômago estava doendo á beça, e eu estava muito enjoada. Me remexi no lugar em que eu estava deitada (onde eu estava mesmo?) e senti um carinho suave na bochecha direita. Estava bem gostoso, e eu estava quase dormindo novamente, quando senti o toque descer da bochecha para o pescoço, fazendo movimentos circulares. O que estava acontecendo ali? Me esforçando ao máximo consegui vencer o sono, e aos poucos, fui abrindo meus olhos, me acostumando com a claridade. Levantei a cabeça, e olhei ao redor. Eu estava deitada no banco de trás de um carro, (e que carro) e ao meu lado, um garoto me encarava preocupado. Mas não um garoto qualquer. Eu diria que HARRY STYLES (é, aquele lá da banda famosa) estava do meu lado. Deus, eu tinha esquecido de como os olhos dele são lindos. Perdi a fala. Fiquei muda, desnorteada. Eu já era meio lesada das idéias, e ainda por cima havia desmaiado minutos antes, o que contribuiu para me deixar mais abestada que o normal.

 - Você está bem? - Ele perguntou, passando os dedos pelo seu cabelo enrolado, e bagunçando-os ainda mais. Preciso dizer que aquele gesto foi extremamente sexy e só faltou eu desmaiar novamente? Pigarrei, tentando achar a fala em algum lugar.

 - Estou. O que aconteceu? - Perguntei.

- Você desmaiou no mercado e eu te trouxe pra cá. Espero que não se importe. - Ele mordeu o lábio, inseguro. É, ele mordeu o lábio. Eu nem fiquei olhando aquela região por um bom tempo, imaginando como seria se ele me beijasse. NÃO MESMO!

 - Tudo bem. - Agradeci, sorrindo. 

- Você se lembra de mim? - Ele perguntou, estreitando os olhos. Tive vontade de rir. Se eu me lembrava dele? Não, claro que não. Só passei a noite inteira pensando nesses seus malditos olhos verdes.

 - É claro que me lembro. Harry, não é? - Como se esse nome não tivesse ficado na minha cabeça o tempo todo!

- Exatamente. E você é Rachel. - Ele lembrava de mim. Lembrava até o meu nome! Eu estou parecendo uma garotinha de 10 aninhos de idade, eu sei. 

- Isso. - Respondi sorrindo. 

- Ou eu devo chama-la de ''Garota da porta''? - Eu demorei um pouco pra entender a piada, por dois motivos. Primeiro: Ele tinha um sorriso bonito demais pra passar despercebeido pelos meus olhos. Segundo: Eu tinha me esquecido que havia bancado a louca e aberto a porta do carro dele numa noite dessas. Com roupas de vadia. Pra oferecer o MEU corpo. Por DINHEIRO. Soltei uma risada alta, tentando disfarçar o tom avermelhado que eu sabia que estavam bem evidentes nas minhas bochechas.

 - Olha, - comecei - me desculpe por aquilo, Harry. Foi um absurdo, eu sei. Mas eu não sabia que o carro... Enfim, me desculpe. - Vergonha me definia naquele momento. Nem elaborar frases completas eu estava conseguindo. E o bonitinho estava RINDO. Eu aqui, toda desesperada, tentando não bancar a louca, e ele RINDO. 

- Eu sou muito idiota. - Falei, colocando as duas mãos sobre o rosto, tentando cobri-lo.

- Claro que não. Mas foi bem engraçado, admita. - Estava prestes a responde-lo, quando um barulho chamou nossa atenção. Um barulho que veio de mim. Não, eu não peidei, Deus me livre disso, credo. O barulho veio do meu estômago. ESTAVA RONCANDO. DE FOME! Caitlin desgraçada. Estava á quase dois dias sem comer nada. Por isso havia passado mal no mercado mais cedo. Eu não sabia onde enfiar a cara! Qual é, imagine se você estivesse conversando com um cara super gato, e de repente seu estômago começa a roncar de fome. Harry estava me encarando com uma expressão engraçada, como se fosse gargalhar a qualquer momento.

- Você está com fome? - Ele perguntou, segurando o riso.

- Ah, mas é claro que não. O estômago das pessoas costuma roncar de sono, não de fome. - Respondi irônica.Ele soltou uma gargalhada alta, e seu rosto adquiriu um tom avermelhado. É, eu estava admirando cada ação daquela coisa extremamente linda. Você faria o mesmo se estivesse no meu lugar. A risada dele era contagiante, e eu não consegui me segurar. Em pouco tempo, estávamos rindo juntos. O quão patético é isso? Eu parecia uma garotinha. 

- Certo. - Ele falou, se recuperando do ataque repentino de riso. - Então vamos comer alguma coisa. Só vou proucurar o Zayn no mercado, e já volto. 

Oi? Comer alguma coisa? Procurar o Zayn? O que eu perdi?

- NÃO! - Falei rápido demais. Ele se assustou com a minha reação, e me encarou confuso.

- Digo, acho melhor não, eu não quero te incomodar, Harry. E eu tenho que comprar umas coisas ainda...

- Não é incomôdo, Rachel. Pelo contrário. Vamos, não custa nada. Você está com fome, eu tambem... - Mordi o lábio, em dúvida. Vou ou não vou? Eis a questão. Não é todo dia que um garoto me chama pra comer. Geralmente os garotos me chamam pra outra coisa, se é que você me entende. Afinal, eu era uma prostituta. Evitei pensar nisso, e resolvi aceitar o convite. Afinal, que mal haveria? 

- Certo. Mas tem que ser rapidinho. - Falei. Harry abriu um largo sorriso, concordando com um aceno de cabeça. Eu já falei que ele é um encanto?

- Vou procurar o Zayn. Não saia daí. - Harry abriu a porta do carro, saindo logo em seguida.

- Hum, acho que vou junto. - Dei um sorrisinho fechado. Ele me olhou confuso.

- Porque?

- Porque eu tenho que comprar algumas coisas. E bom... Quando eu desmaiei as coisas caíram. - Respondi.

- Você está bem pra andar? - Ele perguntou, me ajudando a sair do carro. O olhei divertida.

- É claro que estou. Foi só um mal estar, nada demais.

 - Certeza? - Ele perguntou novamente, em dúvida. Revirei os olhos.

- Vamos logo. - Sai andando pela frente, passando a mão sobre o meu vestido, desamassando-o. Ainda bem que eu estava usando rasteirinhas. O salto alto me desequilibrava um pouco. Olhei pra trás, procurando por Harry, e o mesmo me analisava de cima a baixo. Pigarreei, chamando sua atenção. Ele me olhou envergonhado. 

- Estava acionando o alarme. - Ele falou, baixando a cabeça e evitando me olhar.

- Ah, é mesmo? - Perguntei. - E porque eu não ouvi o barulho?

Ele me olhou indignado, surpreso por eu ter prestado atenção nesse detalhe. 

- Espertinha.

Dei uma risada baixa, balançando a cabeça. Andamos em silêncio até o mercado, e antes de entrarmos, Harry colocou seus óculos escuros. Ah é, eu me esqueci que ele é uma celebridade. 

- Onde é que o idiota do Zayn se meteu? - Ele murmurou, olhando pelos lados.

- Eu vou comprar umas coisas, e você procura o seu amigo. Nos encontramos no carro. É melhor, e mais rápido. - Falei.

- Certo, te encontro no carro então. - Afirmei com um gesto de cabeça, e sai andando em direção aos corredores. Peguei uma cesta, e coloquei rapidamente dentro dela tudo o que Caitlin havia escrito na lista. Reli novamente, verificando se faltava algo. Nada! Andei até o caixa, esperando a minha vez chegar. Me apoiei na parede, e senti meu estômago roncar novamente. Deus, que fome eu estava! Ainda bem que iria poder comer daqui alguns minutos, graças a Harry. Harry. E eu achando que nunca mais o veria novamente... Como eu estava enganada! Não só o vi novamente, como tambem iria comer com ele. Com ele e o tal Zayn. Quase inacreditável, não é? Quase! 

- Moça, sua vez. - A operadora do caixa me chamou, interrompendo meus pensamentos. Depois de passar as coisas, pagar, e empacota-las, dei mais uma volta pelo mercado, tentando encontrar Harry, mas não o vi em lugar algum. Pelo o jeito ele já havia encontrado seu amigo, e estava me esperando no carro. Minhas suspeitas se confirmaram quando eu sai do mercado, carregando aquele monte de coisas, e os dois estavam encostados no capô do carro, conversando, ambos com as pernas cruzadas. Uau, que visão. QUE VISÃO! Eu não me lembrava muito bem do Zayn, e havia me esquecido que ele era tão lindo quanto Harry. Suspirei, me sentindo a garota mais sortuda do mundo. Eu estava prestes a comer com dois garotos extremamente gatos, famosos, e simpáticos. Bom, eu não conhecia Zayn o suficiente, mas sabia que ele era simpático. Percebi isso pelo modo como ele havia me tratado na noite em que havíamos nos visto pela primeira vez. Quando notaram minha presença, os dois pararam de conversar, e me encararam. Harry sorriu ao ver que eu me aproximava. A cada passo que eu dava na direção deles, minha vergonha aumentava. Eu não sabia como agir perto de dois garotos famosos. 

- Quer ajuda? - Harry perguntou, já tirando algumas coisas das minhas mãos e colocando no porta malas do carro. Eu o ajudava, enquanto Zayn continuava na mesma posição, nos olhando. 

- Obrigado. - Agradeci.

- De nada. - Ele sorriu. - Zayn, Rachel. Rachel, Zayn. - Harry nos apresentou. Sorri timída, comprimentando Zayn com um beijo no rosto. 

- Olha só se não é a garota do carro. - Ele falou, me fazendo corar e soltar uma risada.

- Me desculpe por aquilo. - Falei, coçando a nuca. Ele riu, dando de ombros.

- Vamos? - Harry perguntou, entrando no carro. 

- Vamos. - Respondemos eu e Zayn, juntos. Zayn se sentou ao lado de Harry, e eu fiquei no banco de trás. Quieta. Não sabia o que falar. Eu tinha medo de acabar dizendo algo bobo.

- Você está melhor, Rachel? Vi você desmaiando no mercado. - Zayn perguntou, quebrando o silêncio constragedor que havia se formado no ambiente.

- Ah, sim, obrigado. - Respondi, sorrindo. - Foi só um mal estar. 

- Mal estar e fome. - Harry emendou, olhando pra mim pelo espelho retrovisor.

 - Fome? - Zayn questionou, confuso. - Não vai me dizer que você é daquelas garotas que não comem porque querem ficar magras e essas coisas todas?

- Não. Quer dizer, não foi por isso. - Eu não iria contar a verdade, óbvio. - Eu acordei apressada, e nem tomei café pra sair de casa. 

- Espero que isso não se repita. - Harry falou, com uma expressão séria. Ele estava preocupado? Comigo? Eu sorri, fazendo um gesto afirmativo com a cabeça. Fomos o caminho todo em silêncio. Ás vezes os meninos conversavam entre si, mas apenas comentários. E eles sempre me incluiam, o que me deixou menos insegura. Harry estacionou o carro em frente á uma padaria, e colocou novamente os óculos escuros. Zayn fez o mesmo, acrescentando um capuz. Era mesmo necessário isso tudo? Percebendo meu olhar, Harry riu. 

- Depois te explico. - Ele falou. Na verdade, eu não precisava de eplicações. Ele só não sabia disso. 

- Venha comigo. - Zayn falou, não me dando nem tempo de responder. Me puxou para perto de si, como se estivesse me ''cobrindo'' com o seu corpo e entramos dentro da padaria, que graças a Deus estava vazia. Umas poucas pessoas estavam sentadas, conversando entre si. Senti Zayn suspirar ao meu lado, aliviado.

 - Está vazia. - Harry suspirou, puxando uma cadeira para que eu pudesse me sentar. E sim, a cadeira ficava do lado da dele. Zayn se sentou na minha frente.

- O que você quer comer, Rachel? - Harry perguntou. Peguei o cardápio, e escolhi o que havia de mais simples (e normal): Pão de Queijo. Eu simplesmente AMO pão de Queijo. Sempre que podia, passava em algum lugar e comia alguns. Harry pediu um Capuccino, e cookies de chocolate. Zayn pediu o mesmo, mas substituiu o Cappuccino por Frapuccino. Eu não sei qual a diferença, é tudo café.

 - Então - comecei - Quem vai até o balcão retirar?

- Eu vou. - Zayn falou, já se levantando e indo até o mesmo.

 - Desde quando você é tão cavalheiro? - Harry perguntou.

- Desde que eu esteja perante uma dama feito a Rachel. - Ele respondeu, piscou pra mim, e se levantou da mesa. Eu havia sido chamada de ''pequena'' e ''dama'' em um mesmo dia. O quão fofo isso é? Estava começando a me acostumar. Involuntariamente um sorriso se formou no meu rosto.

- Que fofo. - Comentei, sorrindo. Harry me encarava com uma expressão estranha, como se dissesse ''Cala a boca ou a coisa vai ficar feia.'' Imediatamente desfiz o sorriso que estava no meu rosto, e pigarreei, cruzando os braços sobre a mesa.

- Belo lugar. - Falei, dissipando o clima estranho que havia se formado.

- Como aqui sempre que fico em Londres. É muito agradável, e as fãs não me perseguem tanto.

- Assim que percebeu o que havia acabado de falar, Harry me olhou espantado, como se não quisesse que eu soubesse sobre a sua fama. Tadinho! Eu já sabia de absolutamente tudo. Já sabia até cantar uma música. Aquela da menina que não sabe que é linda, ou algo assim. 

- Vi um clipe da sua banda uma noite dessas. Gostei do som. - Eu estava tentando agir naturalmente. Não queria que ele pensasse que eu começaria a gritar feito louca só por saber que ele tinha uma banda famosa. Harry me olhou espantado pela segunda vez.

- Você já sabia? Como? Na noite que você entrou no carro, mal sabia o meu nome. - Ele perguntou, confuso.

- Na verdade, foi depois disso. Eu cheguei em casa e liguei em algum canal de clipes, e de repente você e os seus amigos estavam lá, tocando e cantando. Foi bem estranho.

- E eu achando que você não sabia de nada, dona Rachel. Poderia ter comentado.

- Porque eu iria comentar? O fato de você ser famoso não muda nada na nossa rela... amizade. - DEUS, EU QUASE HAVIA DITO ''RELAÇÃO.'' Me julguem! Ele sorriu, me olhando de uma forma positiva, como se gostasse do meu modo de pensar. Baixei os olhos, corando. 

- É bom saber disso, Rachel. Você é diferente.

Corei mais ainda. Eu não estava acostumada a receber esse tipo de elogio. E sim, ele tinha razão. Eu era MUITO diferente. Era uma prostituta.

- Aqui. - Zayn chegou, colocando os pedidos em cima da mesa e interrompendo minha conversa com Harry.

 - Obrigado, Zayn. - Agradeci, já comendo um pão de queijo. Minha fome era imensa, então procurei comer devagar. Se eu estivesse sozinha, já teria comido tudo.

- Do que vocês estavam falando? - Zayn perguntou, encostando na cadeira.

- Da banda. - Harry falou, brincando com o canudo que estava em seu copo. Ele dava pequenas mordidinhas, e passava a língua logo em seguida. Não vou comentar o que se passou na minha mente pervertida. Confesso que fiquei arrepiada imaginando o que aquela boca seria capaz de fazer. Nossa, mas o que eu estou dizendo? 

- Rachel?- Zayn me chamou, fazendo-me dar um pequeno pulo na cadeira com o susto. Eu estava tão concentrada pensando certas coisas, que não havia ouvido Zayn me chamar. O quão ridículo é isso? 

- Oi? - Respondi.

- Você está bem? - Ele perguntou, me olhando preocupado.

- Sim. - Respondi. - É que eu estava com o pensamento longe, desculpe.

Harry me olhava divertido, como se dissesse ''Te peguei olhando pra minha boca, sua danadinha.'' Que vergonha! Quantos micos eu já paguei hoje?

- Então quer dizer que você conhece a banda? - Zayn sorriu, tomando seu frapuccino.

- Passei a conhecer, na verdade. Vi apenas um clipe de vocês. O da garota que não sabe que é linda.

Os dois soltaram uma risada alta, me fazendo os olhar confusa. O que eu havia dito? Eu me lembro da letra, e ela dizia algo assim.

- Você é divertida. - Segunda vez que Zayn me elogiava. Preciso dizer que ele é realmente muito fofo? Eu sorri em agradecimento. Harry revirou os olhos. Qual o problema desse garoto? Ficamos um bom tempo conversando sobre a banda, até Zayn perguntar minha idade.

- 17. - Respondi.

- Parece ter menos. - Zayn falou, surpreso.

- Ah, não precisa ser gentil. As pessoas dizem que eu pareço ter mais de 19 anos. Ele riu.

- Bom, eu não diria isso te vendo agora. Sem toda aquela maquiagem, e a peruca loira.

Deus amado! Eu simplesmente estava muito envergonhada. Queria poder apagar da memória dele toda aquela cena que eu havia feito. Queria que ele não tivesse me visto com aquela roupas ridículas, e toda aquela maquiagem de vadia. Queria que ele não soubesse que eu sou uma prosituta. Eu devo ter ficado mais vermelha que um tomate. Juro pra vocês, foi péssimo, eu queria sumir.

- Não precisa se envergonhar. - Agora quem falou foi Harry. - Nós não precisamos falar disso se você não quiser, ok? - Como um garoto podia ser tão fofo? E tão lindo? E tão simpático? E tão encantador? E tão Harry?

 - Me desculpa. Não quis te deixar envergonhada. - Zayn falou, timído. 

- Não, meninos, tudo bem. Eu só... Não queria que vocês tivessem visto aquele ''lado'' meu. - Falei, fazendo aspas com os dedos.

- Não é algo que eu me orgulhe. - Confessei, baixando os olhos, e evitando encara-los.

- Ninguém paga suas contas, Rachel. Ninguém sabe o que você passa, ou passou na vida. Você tem os seus motivos, e isso só diz respeito á você. - Harry levantou o meu queixo com os dedos, sorrindo de um jeito reconfortante. Pela primeira vez em toda minha vida, eu me senti bem conversando sobre essa parte de mim com alguém. Não fui julgada, apenas compreendida. 

- Sabe, Harry - Zayn cutucou Harry no braço, mudando de assunto. Eu nem estava achando fofo o modo como ele tentava me deixar confortável. - Acho que a Rachel deveria ir em um show nosso qualquer dia desses. 

ESCUTEI DIREITO, PRODUÇÃO? SHOW? É ISSO MESMO?

 Harry sorriu, balançando a cabeça positivamente.

 - Eu acho uma ótima idéia. O que me diz, Rachel?

- O QUE EU TE DIGO HARRY? TE DIGO SIM.

- Claro. - Respondi, me controlando pra não dar uma de fangirl e começar a gritar de felicidade.

- Que tal você ir no de amanhã? - Zayn propôs.

- No de amanhã? Não sei... Que horas? - Perguntei, insegura. Eu trabalhava depois das 20! 

- 21:30. - Harry respondeu. Droga! Maldita vida.

Harry deve ter entendido a minha cara de desapontamento, porque falou logo em seguida:

- Ah, você deve ter compromisso á essas horas, não é? - Compromisso? Não, meu bem. Á essa hora eu tenho que colocar uma saia minúscula, um salto maior que a mansão linda e glamurosa da Madonna, e ficar em uma calçada esperando algum velho nojento me oferecer dinheiro pra transar comigo. Mas se quiser chamar de compromisso, tá tudo ok. Respirei fundo, tentando não ter um acesso de raiva, e sorri.

- É. Infelizmente eu não vou poder ir. Me desculpem.

- Ah, não seja por isso. Nós temos shows aqui até Domingo, e hoje ainda é Terça Feira. Que tal você ir no de Quinta? Vai ser ás 18. - Zayn sorriu, dando uma piscadinha. 

- Você não vai escapar de nós tão facilmente. - Harry riu, se encostando na cadeira. Tão fofo!

- Eu adoraria. Vai ser incrível! - Falei, não sabendo se dava pulinhos de alegria, se gritava de felicidade, ou se me controlava. Optei pela última.

-Harry, acho melhor nós irmos. Os garotos devem estar preocupados. E esperando a comida. - Zayn falou, logo depois de olhar do relógio caro que estava em seu pulso. 

- Sim, tambem acho. Nós só precisamos deixar a Rachel em casa. 

- Ah, não. - Falei, envergonhada. - Não precisa Harry. Vocês já fizeram demais por mim hoje. 

Harry revirou os olhos.

- Não seja boba. Não vou te deixar ir andando pra casa. Você ainda deve estar fraca. 

- Eu não est... - Harry me interrompeu, colocando o dedo indicador entre os meus lábios, me calando.

- Sem mais, Rachel. Vou te deixar em casa e ponto final. - Eu fiquei lá, feito barata tonta, parada, olhando pra ele. Quem sou eu pra recusar, né?

- Vamos? - Zayn nos interrompeu (é a segunda vez que ele faz isso hoje) e Harry fez um sinal de positivo com a cabeça. Estávamos caminhando pra fora da padaria, e pelo vidro da porta pude ver uma cena muito hilária. Meninas (MUITAS MENINAS) estavam na porta, umas chorando, outras gritando, outras rindo e outras desmaiando. Seguravam cartazes do tipo ''Harry, minha avó está solteira.'' e ''Zayn, venha ser a senha do meu orkut.'' Que loucas, eu hein. 

- Mas que merda. E agora? - Zayn falou, parando no meio do caminho.

- Meu Deus, como é que elas descobriram? - Harry perguntou, inignado. - Zayn, a Rachel.

Harry olhou pro Zayn, que olhou pra mim, que olhei pros dois com a maior cara de idiota.

- Vamos ter que passar reto, Harry. São muitas. Olha só, vai na frente com a Rachel. Mas corre. E cubra ela. 

No minuto seguinte eu estava entre os braços de Harry, sendo ''protegida e coberta'' com Zayn logo atrás. Olha, vou dizer uma coisa pra vocês: FOI O CAOS! Até pra mim sobrou! Apesar de termos corrido, as danadas conseguiram fazer um arranhão ou outro. Até o cabelo do Harry elas puxaram. Zayn chegou no carro com o topete no meio da testa. Parecia mais o Justin Bieber! Eu teria rido da cena, se eles não estivessem tão desesperados tentando ligar o carro. QUE LOUCURA! Eu nunca vi tanta gritaria em toda minha vida. Harry estava vermelho, tadinho. Zayn estava dirigindo o carro feito o relâmpago McQuen! E algumas fãs estavam correndo atrás. Essas meninas são loucas?

- Preparem-se. - Zayn quebrou o silêncio.

- Pra que? - Perguntamos eu e Harry ao mesmo tempo.

- Pros comentários! Harry, você sabe o que vai acontecer, não sabe? 

- Sim, eu sei. E foda-se eles! - O que? Eu estava morrendo de vontade de perguntar sobre o que diabos eles estavam falando, mas a vergonha não deixou. Eu até ia perguntar, mas os dois mudaram de assunto, falando sobre as loucuras que as fãs faziam, e eu me esqueci. Harry me contou que quando eles estão em shows, calcinhas e sutiãs são jogados no palco. E elas escrevem seus números de telefone nelas. Zayn falou que faça chuva, faça sol, elas SEMPRE estão na porta do hotel. Uma vez uma garota ficou 32 horas seguidas esperando por eles na frente do hotel, e estava chovendo á beça. Eles tiveram que colocar a menina pra dentro, porque ela estava ficando doente. Eu entendia cada uma das fãs. Tipo, que garota não quer (nem que seja por 5, 10 minutos) ficar perto de garotos como eles? Eu teria coragem de fazer todas essas loucuras, assim como elas.

- Onde você mora, Rachel? - Zayn perguntou, com o carro perto da calçada onde eu trabalhava. Nem morta que eu deixaria eles me levarem até minha casa. Se Caitlin me visse chegando em um carro desses, me mataria com tantas perguntas.

- Ah, podem me deixar aqui mesmo. É melhor pra mim. Minha casa fica aqui perto, posso ir andando.

- Mas Rachel... - Harry começou.

- Não, Harry. É melhor. Vocês já me ajudaram demais, obrigado.

- Zayn estacionou o carro, e Harry me ajudou a pegar as minhas coisas dentro do porta malas. 

- Foi ótimo te conhecer, Rachel. - Zayn me deu um abraço apertado. - Espero te ver muitas vezes mais.

Fofura é pouco pra descrever esse garoto, isso é fato! 

- Também amei te conhecer, Zayn. - Sorri.

- Rachel, fique com isto. - Harry me deu um pedaço de papel azul, com o seu nome e seu número de ceular escritos nele.

- Me ligue assim que você puder, pra mim poder te passar o endereço do show.

Ai, Deus. Eu tenho o número do Harry Styles. Imediatamente pensei nas garotas que estavam na porta da padaria. Elas dariam absolutamente tudo por esse pedaço de papel.

- Eu vou ligar. Até mais, Harry. - Falei, pegando o papel e guardando no bolso do vestido. Dei um abraçado desajeitado nele, primeiro por estar com um pouco de vergonha, e segundo por estar segurando sacolas de mercado.

- A gente se vê Rachel. - Harry sorriu, entrando no carro logo em seguida. Sorri de volta, acenando.

- Ah, Rachel? - Zayn baixou o vidro do carro, me chamando.

- Sim?

- Não entre nas suas redes sociais por um tempo, ok? - Harry soltou uma risada, e depois de dizer isso, o carro se afastou. Fiquei parada na calçada, segurando as sacolas, tentando entender porque ele me disse isso.


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Notas finais do capítulo

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